Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

sábado, 24 de março de 2018

Beleza e Percepção


BELEZA E PERCEPÇÃO

Interlocutor P: Onde descansa a beleza? Onde reside? Evidentemente, as manifestações exteriores de beleza são observáveis; a correta relação entre espaço, forma e cor, e a correta relação entre os seres humanos. Mas, qual é a essência da beleza? Nos textos sânscritos se igualam três fatores: a Verdade, o Bem, a Beleza  Satyam, Sivam, Sundaram.

KRISHNAMURTI: O que você trata de investigar? Quer investigar a natureza do belo? O que os profissionais dizem a respeito?

P:  O tradicionais dirão: Satyam, Sivam, Sundaram. O artista de hoje não distinguirá entre o aparentemente feio e o aparentemente formoso, mas consideraria o ato criativo como a expressão de um momento, de uma percepção que se transforma dentro do indivíduo e  encontra expressão na obra do artista.

KRISHNAMURTI: Você pergunta que é a beleza, que é a expressão da beleza e como se realiza o indivíduo mediante a beleza. Que é a beleza? Se você começara como se não soubesse nada a respeito, qual seria sua reação? Este é um problema universal. O tem sido para os gregos, para os romanos, e segue sendo um problema para o homem contemporâneo. O que é então a beleza? Ela está no por de sol, numa manhã formosa, na relação humana, na mãe e o menino, no esposo e a esposa, o homem e a mulher? Radica a beleza no movimento extraordinariamente sutil do pensamento, e em uma clara percepção? É isso o que coce chama de beleza?

P: Pode também haver beleza no terrível, o feio?

KRISHNAMURTI: Há beleza no assassinato, nas carnificinas, no lançar bombas, na violência, na mutilação, na tortura, na cólera? Há beleza no brutal, na perseguição agressiva e violenta de uma ideia, no desejo de ser superior que algum outro?

P: Em todos esses atos não há beleza.

KRISHNAMURTI: Onde está a beleza se um homem ataca a outro?

P: Na obra criativa de um artista que interpreta o terrível como o “Guarnica” de Picasso, há beleza?

KRISHNAMURTI: Então temos que perguntar-nos o que é a expressão, o que é a criatividade. Você pergunta o que é a beleza. Ela está em um por do sol, na pura luz da manhã, no entardecer, na luz sobre a água, na relação, etc. Há beleza em qualquer forma de violência, incluída a realização competitiva? Existe a beleza per si, e não no modo como o artista se expressa a si mesmo? Um menino torturado pode ser expressado pelo artista, mas, isso é beleza?

P: A beleza é uma coisa relativa.

KRISHNAMURTI: O “eu” que vê é relativo, condicionado, está preso na busca da própria realização. Antes de tudo, o que é a beleza? É o bom gosto? Ou a beleza nada tem que ver com todas essas coisas? Consiste a beleza na expressão e, portanto, na realização? Por isso o artista diz: devo realizar-me por meio da expressão. Um artista estaria perdido sem a expressão, que é parte da beleza e da auto-realização. Assim, antes de investigar tudo isto, qual é a natureza intrínseca, o sentimento, a condição sutil da palavra beleza, de tal modo que a beleza seja verdade, e a verdade, beleza?

De algum modo, mediante a expressão, tratamos de encontrar beleza na arquitetura, na maravilhosa ponte — a Golden Gate de São Francisco ou o poente sobre o rio Sena —, nos modernos edifícios de vidro e aço, e na delicadeza de uma fonte. Buscamos a beleza nos museus, na sinfonia. Sempre estamos buscando a beleza na expressão de outras pessoas. O que há de mal em um homem que vai em busca da beleza?

P: A expressão de outras pessoas são as únicas fontes acessíveis para nós.

KRISHNAMURTI: E isso, o que significa?

P: Ao ver a ponte, dentro de mim surge uma certa qualidade à que chamamos beleza. É só com a percepção de algo belo que aparece a qualidade da beleza em muitos indivíduos.

KRISHNAMURTI: Compreendo isso. E pergunto: a beleza está na autoexpressão?

P: Você tem que começar com o que existe.

KRISHNAMURTI: O que é a expressão de outras pessoas. Não tenho a visão perceptiva, o estranho sentimento interno da beleza, digo: que formosa é essa pintura, esse poema, essa sinfonia. Se acabamos com tudo isso, o individuo não conhece a beleza; portanto, para sua apreciação da beleza ele confia na expressão, no objeto, na ponte ou em uma boa cadeira.

A beleza requer expressão, especialmente, autoexpressão?

P: Ela pode existir independentemente da expressão?

KRISHNAMURTI: A percepção da beleza é sua expressão, não são duas coisas separadas. Percepção, visão, ação; perceber é expressar. Nisso não há, absolutamente, um intervalo de tempo. Ver é fazer, atuar. Não existe uma brecha entre o ver e o fazer.

Quero ver a mente que vê, a mente em que o ver é atuar; quero observar a natureza da mente que possui esta qualidade. O que é esta mente? No essencial, ela não se preocupa com a expressão. A expressão pode ter lugar, mas a mente não está interessada em expressar-se. Porque a expressão toma tempo — construir uma ponte, escrever um poema —, mas a mente que vê, que percebe, está em plena ação. Para uma mente assim o tempo, absolutamente, não existe; essa mente é uma mente sensível, é uma mente que possui o mais alto grau de inteligência. E sem essa inteligência, há beleza?

P: Que lugar o coração tem nisto?

KRISHNAMURTI: Você se refere ao sentimento de amor?

P: A palavra “amor” está muito carregada. Se você permanece quieto, silencioso, há uma estranha sensação, tem lugar um movimento a partir da região do coração. O que é isto? É algo necessário ou é um estorvo?

KRISHNAMURTI: Esta é a parte mais vital e indispensável; sem ela não há percepção. A mera percepção intelectual não é percepção. A ação da percepção intelectual só é uma ação fragmentária, enquanto que a inteligência inclui o afeto, o coração. De outro modo você não é sensível, não pode perceber. Perceber é atuar. Perceber, atuar sem tempo, é beleza.

P: Os olhos e o coração operam simultaneamente no ato de perceber?

KRISHNAMURTI: A percepção significa atenção plena — nervos, ouvidos, cérebro, coração, tudo opera em seu mais alto nível. De outro modo não há percepção.

P: A qualidade, a natureza fragmentária da ação sensorial, consiste em que todo o organismo não opera ao mesmo tempo.

KRISHNAMURTI: O cérebro, o coração, os nervos, a vista, o ouvido — a coisa total —, nunca se acham em um estado de atenção plena. Se não estão, você não pode perceber. Portanto, o que é a beleza? Ela está na expressão, na ação fragmentária? Eu posso ser um artista, um engenheiro, um poeta. O poeta, o engenheiro, o artista, o cientista, são seres humanos fragmentários.  Um fragmento se torna extraordinariamente perceptivo, sensível, e sua ação pode expressar algo maravilhoso. Mas essa segue sendo uma ação fragmentária.

P: Quando o organismo percebe a violência, o terreiro da perversidade, o que é esse estado?

KRISHNAMURTI: Tomemos a violência em suas múltiplas formas. Mas, por que você formula esta pergunta?

P: É necessário formulá-la para investigar isto.

KRISHNAMURTI: Você pergunta se a violência forma parte da beleza?

P: Eu não colocaria desse modo.

KRISHNAMURTI: Você vê a violência. Qual é a resposta de uma mente perceptiva — no sentido em que estamos usando a palavra “perceptiva” —, para toda forma de destruição, a qual é parte da violência? (Pausa).

O captei! É a violência um ato totalmente perceptivo ou uma ação fragmentária?

P: Não está claro. Não se trata disso.

KRISHNAMURTI: Você introduziu a violência. Eu quero investigar a violência. A violência é um ato de uma percepção totalmente harmoniosa?

P: Não.

KRISHNAMURTI: Você diz então que é uma ação fragmentária, e a ação fragmentária deve negar a beleza.

P: Você inverteu a situação.

KRISHNAMURTI: Qual é a resposta de uma mente perceptiva quando vê a violência? A olha, a investiga e a vê como uma ação fragmentária. Portanto, não é um ato de beleza. O que ocorre a uma mente perceptiva quando vê um ato de violência? Essa mente vê “o que é”.

P: Segundo isso, para você, a natureza da mente, não muda?

KRISHNAMURTI: Por que haveria de mudar? A mente está vendo “o que é”. Avance um passo a mais.

P: O fato de ver “o que é”, muda a natureza de “o que é”? Há um perceber. Há a violência, que é fragmentária. A percepção disso, modifica a natureza da violência?

KRISHNAMURTI: Espere um momento. Você pergunta qual é o efeito de uma mente perceptiva que observa a violência, não é certo?

P: Você disse que ela vê “o que é”: Isso altera “o que é”? A mente perceptiva observa a violência e vê “o que é”, o fato mesmo de ver, atua sobre a violência mudando sua natureza?

KRISHNAMURTI: Você quer saber se a mente perceptiva, ao ver o ato de violência, de “o que é”, pergunta: que devo fazer?

P: Uma mente assim não “faz”. Sem dúvida, por parte da mente perceptiva tem que haver uma ação que modifica a natureza do ato violento do outro.

KRISHNAMURTI: Que ação poderia haver por parte da mente perceptiva?

P: Essa mente “vê” a violência que provem de X. Ver é atuar.

KRISHNAMURTI: Mas o que ela pode fazer?

P: Eu diria que se a mente perceptiva atua, deve modificar a violência em X.

KRISHNAMURTI: Deixemos isto claro. A mente perceptiva vê que o outro atua violentamente. Para ela, o mesmo ver é o fazer. Esse é um fato: que a percepção é ação. Esta mente perceptiva vê a X atuando com violência. Qual é a ação envolvida nesse ver? A de deter a violência?

P: Todas essas ações são periféricas. O que eu digo é que quando uma mente perceptiva se depara com um ato de violência, o mesmo ato de ver altera a ação da violência.

KRISHNAMURTI: Há várias coisas envolvidas nisto. A mente perceptiva vê um ato de violência. O homem que está atuando violentamente pode responder não-violentamente, porque a mente perceptiva esta próxima, muito próxima dele, e isso ocorre prontamente.

P: Alguém vem a Você com um problema — ciúmes. O que ocorre em uma entrevista com você quando a ela chega uma pessoa que está confusa? No ato mesmo de perceber, não há confusão alguma.

KRISHNAMURTI: É obvio que isso tem lugar por causa do contato. Você tomou o aborrecimento de discutir a violência, e algo ocorre porque compartilhamos juntos o problema de maneira direta. Há comunicação. É muito simples. Você vê a um homem que está agindo com violência e esse homem se encontra muito longe.  Qual é aí a ação da mente perceptiva?

P: Uma mente perceptiva deve emanar uma tremenda energia. Isso tem que exercer alguma ação.

KRISHNAMURTI: Talvez atue. Não se pode estar seguro disso como posso está-lo quando se encontra próximo. Talvez o outro se desperte em meio da noite, talvez se dê conta que a resposta chega estranhamente mai tarde, depende da sensibilidade. Isso pode dever-se ao impacto da mente perceptiva, enquanto que esta comunicação estreita é diferente. Ela produz uma modificação.

Voltemos. Você perguntava o que é a beleza. Penso que podemos dizer que a mente que em si não é fragmentária, que não está dividida, tem esta beleza.

P: A beleza está relacionada de algum modo com a percepção sensorial se se fecha os olhos e os ouvidos...?

KRISHNAMURTI: É independente disso. Quando você fecha os ouvidos, os olhos, não há fragmentação; portanto, isso tem a qualidade da beleza, da sensibilidade. Não depende da beleza externa. Ponha o instrumento de uma mente assim, em meio da cidade mais ruidosa. O que ocorre? A partir do ponto de vista físico, ele se vê afetado, mas não a qualidade da mente que não se acha fragmentada. Ela é independente das circunstancias que a rodeiam; portanto, não se interessa na expressão.

P: Isso significa a solidão da mente.

KRISHNAMURTI: Em consequência, a beleza é solidão. Por que este desejo veemente de autoexpressão? Ele faz parte da beleza, tanto se é o desejo de uma mulher de ser mãe, ou do marido por sexualidade nesse momento de ternura, ou o do artista ansiando expressar-se?

A mente perceptiva exige alguma forma de expressão? Não, porque perceber é expressar, atuar. O artista, o pintor, o consultor, buscam a autoexpressão, que é fragmentária e, portanto, a expressão dele não é a beleza. Uma mente condicionada, fragmentária, expressa esse sentimento do belo, mas este se acha condicionado. Isso é beleza? Portanto, o eu que é a mente condicionada nunca pode ver a beleza, e qualquer coisa que expresse deve ter sua mesma qualidade.

P: No entanto, você não contestou um aspecto da questão. Existe algo como o talento criativo, a habilidade de produzir coisas de uma maneira tal que elas procurem felicidade?

KRISHNAMURTI: A dona de casa que orna pão, mas não “a fim de”. No momento em que você faz as coisas com um propósito, está perdido.

P: Trata-se de criar felicidade.

KRISHNAMURTI: Não é função de alguma outra coisa. Não se senta na plataforma e fala com o motivo de que isso procure por felicidade. A fonte de água nunca está vazia. Sempre brota borbulhante, tanto se é água contaminada ou água a qual se rende culto; está aí, brota.

As pessoas que se ocupam da autoexpressão estão em sua maioria interessadas em si mesmas. O artista, famoso ou não, pertence a essa categoria. E o “eu” é o autor da fragmentação. Na ausência do “eu” há percepção. A percepção é ação, e isso é beleza.

Estou seguro que o escultor que cinzelou o Mahesha Murti de Elephanta, o criou em sua meditação. Antes de que você tenha colocado sua mão em uma pedra ou em um poema, o estado tem que ser o da meditação. A inspiração não deve provir do “eu”.

P: A tradição do escultor hindu era essa.

KRISHNAMURTI: A beleza é a total abnegação do eu, e com a total ausência do eu surge “aquilo”. Nós tratamos de capturar “aquilo” sem a ausência do eu, e a criação se converte, então, em um mero assunto de ostentação.

Nova Déli, 29 de dezembro de 1970
___________________________________
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill