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domingo, 5 de agosto de 2012

A importância da energia da maturidade para a revolução radical

Creio que a maioria de nós percebe a necessidade de uma revolução radical de que resulte uma nova dimensão do pensamento, isto é, que comecemos a pensar num nível completamente diferente, pois, de modo nenhum podemos continuar como estamos, e sempre estivemos, ou seja repetindo um padrão e "funcionando" dentro de seu limites. O comportamento ou conduta restrita a um conceito... o funcionar dentro de um padrão constitui uma continuidade do que foi; e penso que a maioria de nós está bem consciente de que essa "revolução de repetição", não é a verdadeira revolução.
(...) Mas como, de que maneira e em que nível irá se realizar essa revolução? Veja o que está ocorrendo neste país: industrialmente, talvez esteja progredindo muito; cientificamente, um pouco atrasado, bastante na retaguarda, quem sabe, do Ocidente; mas, moral, intelectual e religiosamente, se acha estagnado... E se observa, também, que a mente, o próprio cérebro se tornou mecânico e, por conseguinte, repetitivo: lhe ensine um certo padrão de comportamento, certas normas de conduta, certas atitudes, desejos, ambições, etc., e ele ficará funcionando dentro desse canal, desse padrão. Observa-se tudo isso... tanta miséria, sordidez, ineficiência, absoluta falta de consideração por quem quer que seja, total ausência de afeição, de amor, a perpétua repetição de frases, idéias, teorias sobre a existência ou inexistência de Deus, o padrão socialista, o padrão religioso, o padrão comunista, etc.
Ora, observando-se tudo isso, se percebe a necessidade de uma radical transformação da própria natureza do cérebro. O cérebro, dizem os antropólogos, existe há dois milhões de anos. E podemos continuar por outros dois milhões de anos a repetir o mesmo padrão: sofrimento, dor, mulher, família, filhos, marido, disputas, nacionalidades, esquerda, direita, a asserção de que há Deus, a asserção de que não há Deus, de que devemos ser virtuosos, de que devemos isto ou aquilo. Podemos continuar indefinidamente a repetir o mesmo padrão — ligeiramente modificado, alterado, mas sempre repetido.
Pode-se, por conseguinte, ver que a própria natureza do cérebro deve passar por uma tremenda revolução — revolução que lhe interessa, não na qualidade de indivíduo unicamente interessado em seu pequeno cérebro, porém, na qualidade de ente humano.    
(...) É possível a você e a mim promover essa mutação no uso do próprio cérebro, uma revolução que não seja processo gradativo, no tempo, porém revolução, mutação imediata, resultante da compreensão imediata?  Quando falamos de "compreensão" entendemos, com efeito, que compreendemos alguma coisa imediatamente, e não que a "compreenderemos depois de amanhã" — não é exato? Em geral se entende, pela palavra "compreender", compreender imediatamente. Ela implica, por conseguinte a inexistência do amanhã... ou compreendemos uma coisa de imediato, ou não a compreendemos em absoluto. Buscar a compreensão por meio das ideias supõe o tempo, um período, uma distância que se tem que percorrer para atingir a compreensão, se tornar bom, se tornar não violento. Temos a ideia, temos a distância e, para percorrer essa distância, necessitamos de tempo; se trata por conseguinte, de um processo gradual. Esse é um  dos fatores constitutivos da mente que tão condicionada foi pelo tempo, que pensa que só através do tempo se pode alcançar alguma coisa... Esse é um dos tradicionais padrões de nosso pensamento, radicado no próprio cérebro. E perceber a sua falsidade é compreender a vital importância de uma completa transformação, agora mesmo.
(...) Ao perceber a verdade de que não existe amanhã, psicologicamente, então toda a estrutura cerebral, mental, emocional, psicológica, sofrerá uma tremenda transformação. A nosso ver, esta é a única revolução possível, atualmente, e quem sabe, sempre.
(...) Estamos falando da necessidade de uma tremenda revolução, uma revolução que, obviamente, tem de ser religiosa. Por "revolução religiosa" entendo uma revolução completa, total, não fragmentária. Trata-se da realidade total e não da realidade econômica, da realidade social, da realidade psicológica, que são realidades fragmentárias. E toda revolução fragmentária só levará a repetição do que foi, apenas modificado; isso tem sido provado repetidamente... A revolução francesa, a revolução comunista... Tais revoluções retornam sempre ao velho padrão, ao ponto de partida; após o massacre de milhões de pessoas, voltam ao mesmo e antigo padrão, em nível um pouco mais alto ou mais baixo.
(...) Percebe-se a necessidade dessa revolução; percebe-se que, para realiza-la, requer-se ardor, maturidade e energia. E como produzir essa maturidade e essa energia?... Como é possível isso?... Como produzir essa maturidade e essa energia? Ou ela não é produzível?  
(...) Percebemos a necessidade de uma revolução fundamental na própria estrutura do cérebro; "estrutura", não no sentido biológico, porém a estrutura de nosso pensar, o padrão de nossos pensamentos, impulsos, ânsias. Para se promover a revolução fundamental, necessita-se de grande quantidade de energia; e essa energia só pode tornar-se existente quando há maturidade — não a maturidade que pensamos poder alcançar mediante o ajuntamento de muitos fragmentos. Mas, como suscitar essa maturidade?
(...) Ora, quem poderá lhe dizer o que fazer a respeito deste problema? Você tem fé em algum líder, inclusive na pessoa que está sentada aqui neste estrado?... Por certo você tem toda confiança nos políticos, nos instrutores, nos homens religiosos; toda confiança nos livros, nesta ou naquela coisa "sagrada", e agora tudo isso perdeu sua significação, não é verdade? As guerras continuam; há ódio, aflição, confusão, fome; e os políticos oferecem o céu deles. Mas, infelizmente você não tem ninguém em quem confiar verdadeiramente — confiar verdadeiramente, e não teoricamente. Assim sendo, o que você fará? O que irá fazer?
(...) Quando você compreender, quando perceber, realmente que não há, fora de você, ninguém que possa lhe ajudar — você já não se achará no estado de maturidade? Você estará então livre do medo de errar, do medo de não fazer o que é certo. Você não acha?
Assim, a primeira dificuldade é compreender que não há sistema, religioso ou político, que não há ninguém, nenhum ditador religioso ou político que possa lhe ajudar. Ao perceber esse fato, realmente e não teoricamente, esse percebimento já não constitui uma verdadeira revolução da inteligência?

Krishnamurti — Uma nova maneira de agir — 20/11/1964
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill