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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Porque o"eu" carrega o peso de seu saber e de sua crença?

O que é o seu saber e o que é a sua crença? Se você examina o seu saber e a sua crença, que são eles? Só lembranças. Não é verdade? De que é que você tem conhecimento? Das suas lembranças, das experiências de outras pessoas, registradas num livro! Se você pensa a respeito do seu saber, o que é ele? Lembrança. Você está obtendo explicações, ministradas por outras pessoas, e tem suas próprias experiências, baseadas em suas lembranças. Você se depara com um acidente e traduz esse acidente de acordo com a sua memória, a qual chama experiência. Seu saber é um processo de reconhecimento. Sabemos o que são as crenças. Elas são criadas pela mente, no seu desejo de estar certa, de estar protegida, de estar em segurança. 
Assim, como pode essa mente, presa que está pelo saber, essa mente, que é acumulação do passado, traduzindo o presente segundo sua própria conveniência, como pode essa mente, com sua carga de saber, compreender o que é a verdade? A verdade tem de ser algo que está fora do tempo. Ela não pode ser "projetada" pela mente; não pode ser talhada pela minha experiência; tem de ser algo incognoscível, em face de minha experiência passada. Se eu a conheço, do passado, isso então é reconhecimento e portanto não é a verdade. Se ela é apenas uma crença, é então uma "projeção" dos meus próprios desejos. 
Porque nos orgulhamos tanto do nosso saber? Estamos aprisionados em nossas crenças, no "estado de conhecimento", no sentido em que é geralmente compreendido o conhecimento. Você teme o "ser nada". Eis porque faz questão de ter tantos títulos; tem a preocupação de adquirir nomes, idéias, reputação, de fazer exibição de si mesmo. Com toda essa carga na mente, você diz: "Estou procurando a verdade, desejo compreender a verdade". Se examina atentamente todo o processo de aquisição de saber e da formação da crença, o que acontece? Você verificará, sem dúvida, que essas coisas são artifícios da mente — o crer, o saber; elas lhe conferem um certo prestígio, certos poderes; os outros lhe respeitam como um homem extraordinário, muito lido e muito culto. Ficando mais velho, você se acha com direito a mais respeito, porque, naturalmente, se tornou mais sábio, pelo menos assim o pensa. O que você fez foi apenas amadurecer na sua própria experiência. A crença destrói os entes humanos,   divide os entes humanos. O homem que crê nunca pode amar; porque, para ele, a crença é mais significativa do que o ser bondoso, cordial, solícito; a crença proporciona certa força, certa vitalidade, um falso sentimento de segurança. 
Assim, examinando bem a coisa, o que você encontra? Só palavras, só memória. A verdade é algo que deve achar-se além dos limites da imaginação, além do processo da mente. Ela tem de ser eternamente nova, uma coisa não suscetível de reconhecer-se, de descrever-se. Se você cita Sankara, Buda, XYZ, já começou a comparar — o que demonstra que, pela comparação, você desistiu de pensar, de sentir, de experimentar. Esse é um dos artifícios da mente. Seu saber está destruído a percepção imediata daquilo que é a verdade
Eis porque importa compreender, no seu todo, o processo do saber e da crença, para o abandonarmos. Seja simples, veja as coisas com simplicidade e não com uma mente ardilosa. Você verá, assim, que a mente, que amontoou experiência, tantas explicações, que está limitada por tantas crenças, começa a renovar-se. Ela já não está à procura do novo, já não está reconhecendo, deixou de reconhecer; acha-se, por conseguinte, em estado de constante experimentar, não relacionado com o passado; há um movimento novo, que não é susceptível de repetir-se. 
Importa, por esta razão, que todo saber, toda crença sejam devidamente compreendidos. Você não pode suprimir o saber; precisa compreende-lo; não pode fechar a porta ao saber. Qual é, agora, a sua reação? Sairá daqui e continuará a proceder da maneira habitual, porque têm medo de afastar-se do velho padrão. 
Para achar a verdade, não há guru, não há exemplo, não há caminho; a virtude não conduzirá á verdade; a prática da virtude é auto-perpetuação. O saber, evidentemente, só nos dá respeitabilidade. O homem "respeitável" e fechado dentro de sua própria importância, nunca encontrará a verdade. A mente precisa estar de todo vazia, não procurar, não "projetar". Só quando a mente está totalmente tranquila, apresenta-se a possibilidade daquilo que é imensurável. 

Krishnamurti - Quando o pensamento cessa
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill