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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Que acontece quando o ego é dissipado?


Pergunta: Quando o ego está dissipado, quando o sentimento de separação não mais existe e somente existe o Uno, quando a Vida justamente é, o que é que de tal se apercebe?

Krishnamurti: Quando o ego estiver dissipado, sabereis o que acontece. Quando houverdes dissolvido o sentimento de separatividade, quando vos houverdes liberto de todo o desejo, sabereis que não existe “o Uno”. Existe qualquer outra coisa. Estais mais uma vez tentando imaginar o que seja a Verdade. Dizeis que a Vida é ou não é; que ela é unidade, que é “O Uno”. Eu vos asseguro que não é possível conceber o que seja este êxtase, ou ao que ele se assemelha; não vos é possível cogitar acerca de tal, por que aquilo em que pensardes estará fora da vossa mente e vossa mente será mera observadora. A mente torna-se desapercebida e por isso não pode formar concepções. Quando a mente houver perdido a capacidade de estar apercebida de si própria, então saberá. Intelectualmente pensais acerca do que seja  a Verdade; pelo que ledes e pelo que ouvis formais uma concepção a seu respeito e tentais amoldar a vossa vida a essa concepção, coloca-la de acordo com essa imagem.

Se me é permitido falar de mim, dir-vos-ei que jamais imaginei o que a Verdade fosse. Jamais ansiei por possui-la. Como se pode desejar uma coisa que não se sabe o que seja? Porém, eu sabia as coisas que me ligavam, que emaranhavam meu pensamento e emoção, desperdiçando a minha energia. Sabia aquilo que é facílimo saber-se. Assim, pelo processo de me libertar do desejo, da causa de muitos empecilhos, soube o que é a Verdade; se, porém, alguém me viesse dizer o que era, e eu a houvesse imaginado e amoldado minha vida a tal ideia, isso não seria a Verdade, seria uma cosia morta, uma consecução volvida em cinzas. E é isto que vós estais tentando fazer. Toda a estrutura de vosso pensamento se baseia na aquisição e na imitação e, por isso, vossas consecuções mais não são que cinzas, nada mais que vazio, e poucos enxergam a desgraça disso.

Não busqueis saber o que seja a Verdade, não o busqueis saber ouvindo-me, nem tampouco vos esforceis por sentir o que seja. Tal esforço é vão. Ainda mesmo que ocasionalmente o possais sentir, não tenteis apegar-vos a sensação, removei, antes, a causa da resistência e então sabereis. Por esta maneira estareis libertando-vos e não tornando-vos uma máquina, um objeto padronizado. Esta é a maneira única, natural e humana. Apercebidos de vós mesmos, ficareis conscientes de vossas limitações; no ato de apercebimento, verificareis tudo a que vos apegais e, somente por esse movimento, vos libertareis, esta é a segurança da verdadeira inteligência, do discernimento.

Portanto, não vos esforceis por imaginar o que seria a Verdade, dizendo que é uma chama com muitas labaredas e que todos nos uniremos no futuro. Isto nada mais é do que desejo, coisas que representam a uniformidade, a padronização do pensamento, pelo qual esperais não haver esforço, e sim uma paz que nada mais é que a morte. Ao passo que, se a vossa mente estiver livre da ideia do futuro, sem tentar imaginar o inconcebível, porém, vivendo no presente, então, pela penetração das múltiplas camadas do desejo, encontrareis a realização do êxtase da Vida. Por esta maneira sereis portadores de ordem a um mundo de caos. Embora vos torneis um indivíduo supremo, em vossa solidão, tereis perdido toda a particularidade e sereis semelhantes aos ventos que se movem, e que não têm lugar de repouso; sereis como as águas que se adaptam a qualquer vaso. Se, porém, vossa mente estiver sobrecarregada com o futuro, com ideias, morrereis, vossa paz mais não será que estagnação.   
    

Krishnamurti, perguntas e respostas em 6 de junho de 1932 
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill