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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Sobre o que não é simplicidade

Pergunta: Que é simplicidade? Significa ver muito claramente as coisas essenciais e abandonar todas as outras? 

Krishnamurti: Vejamos o que a simplicidade não é. Não digais que isso é negação. Nada se pode dizer de maneira positiva, que é uma maneira imatura e irrefletida de nos expressarmos. Os que os fazem são exploradores, porque têm algo para dar-vos, algo que desejais e que lhes serve de meio de explorar-vos. Não estamos fazendo nada disso. Estamos tentando descobrir a verdade a respeito da simplicidade. Consequentemente, tendes de rejeitar umas tantas coisas e observar. O homem que muito possui teme a revolução interior e exterior. Averiguemos, pois, o que não é simplicidade. A mente complicada, não é simples, é? A mente engenhosa não é simples; a mente que tem um fim em vista e trabalha pela consecução do mesmo, como recompensa, como punição, não é uma mente simples, é? Senhores, não concordeis comigo. Não se trata de concordar. Trata-se de nossa vida. A mente que está pejada de saber, não é uma mente simples; a mente paralisada pela crença, não é uma mente simples, é? Pensamos, porém, que vida simples é possuir só uma tanga, ou talvez duas; queremos a ostentação externa da simplicidade, e facilmente nos iludimos com ela. Eis porque o homem muito rico venera o homem que renuncia. 

Que é simplicidade? Pode a simplicidade consistir em rejeitar as coisas não essenciais e visar as coisas essenciais — o que implica escolha? Notai bem: não é isso escolha, não significa escolher? Escolho as coisas essenciais e rejeito as não-essenciais. Em que consiste esse processo de escolha? Pensai profundamente. Qual é a entidade que escolhe? A mente, não é verdade? Não importa como a chameis. Dizeis: "Escolherei esta coisa essencial". Como sabeis o que é essencial? Isso significa, ou que tendes um padrão estabelecido por outras pessoas, ou a vossa própria experiência vos indica o que é essencial. Podeis confiar na vossa experiência? Porque, quando escolheis, a vossa escolha está baseada no desejo; o que chamais essencial é aquilo que vos dá satisfação. E voltais, assim, ao mesmo processo, não é verdade? Pode a mente confusa escolher? Se ela escolhe, a sua escolha será também confusa. 

Por conseguinte, a escolha entre essencial e não-essencial não é simplicidade. É conflito. A mente que está em conflito, em confusão, nunca pode ser simples. Assim, quando rejeitardes, quando perceberdes todas as coisas falsas e todos os artifícios da mente, observando-os, examinando-os, sabereis, então, o que é simplicidade. A mente que está vinculada plea crença, nunca é uma mente simples. A mente sobrecarregada de saber não é simples. A mente que se distrai com Deus, com mulheres e música, não é uma mente simples. A mente aprisionada na rotina da profissão, dos ritos, dos mantras, não é simples. Simplicidade é ação sem ideia, coisa raríssima, que significa criação. Enquanto não há criação, somos centros de malefícios, sofrimento e destruição. A simplicidade não é coisa que se possa cultivar e experimentar. A simplicidade, tal como uma flor que desabrocha, surge no momento exato em que cada um de nós compreende todo o processo da existência e das relações. Porque não costumamos pensar nela, porque não costumamos observá-la, não sabemos o que ela é. Apreciamos de certa maneira todas as formas exteriores da simplicidade: raspar a cabeça, vestir-se ou despir-se de certa maneira. Essas coisas não são simplicidade. Não se acha a simplicidade. A simplicidade não está entre o que é essencial e o que não é essencial. Ela nasce quando não há "eu", quando o "eu" não está envolvido em especulações, conclusões, crenças, ideações. Só a mente assim pode achar a verdade. Só essa mente pode receber o que é imensurável, aquilo que se não pode dar nome. Isso é que é simplicidade.

Krishnamurti em, Quando o pensamento cessa
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill