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sábado, 14 de março de 2015

Sobre o estado de consciência do homem plenamente desenvolvido

Um homem plenamente desenvolvido, o que chamo de 'homem no sentido pleno da palavra', deve possuir quatro estados de consciência. O homem comum, isto é, o homem número um, número dois e número três, vive apenas em dois estados de consciência. Ele sabe, ou pelo menos pode saber, da existência do quarto estado de consciência. Todos esses 'estados místicos' e assim por diante são definições inexatas mas, quando se tratam de simulações ou imitações, tornam-se vislumbres do que chamamos de um estado objetivo da consciência. 

Mas o home não tem conhecimento do terceiro estado de consciência ou nem mesmo suspeita de sua existência. E nem poderia suspeitar porque se você lhe explicasse o que é o terceiro estado de consciência, ou seja, em que consiste, ele diria que se trata de seu estado habitual. Ele se considera um ser consciente que governa sua própria vida. Os fatos que contradizem isso são, em sua opinião, acidentais ou temporários e mudarão por si mesmos. Ao julgar que possui, por assim dizer, naturalmente a autoconsciência, um homem não tentará, é claro, aproximar-se dela ou obtê-la. E, no entanto, sem a autoconsciência, ou terceiro estado vírgula, o quarto estado, é impossível, salvo em raros vislumbres. O conhecimento, contudo, o conhecimento real objetivo, pelo qual o homem, como ele afirma, tem-se esforçado, só é possível no quarto estado de consciência, ou seja, tem como requisito a plena posse do quarto estado de consciência. O conhecimento que se adquire no estado comum de consciência encontra-se mesclado de sonhos. Temos assim um quadro completo do ser do homem número um, dois e três.

'Consciência' é um termo que, uma vez mais precisa de explicação. 

Na vida comum, o conceito de 'consciência' é adotado de um modo bastante simples. Como se tivéssemos uma consciência. Na verdade, o conceito 'consciência', na esfera das emoções, é equivalente ao conceito 'consciência', na esfera do intelecto. E, como não temos a segunda, não temos a primeira. 

A consciência, no sentido intelectual, é o estado no qual o homem conhece de repente tudo aquilo que, em geral, ele conhece e no qual pode perceber como ele conhece tão pouco e quantas contradições existem em seu conhecimento. 

A consciência, no sentido emocional, é um estado no qual um homem sente de repente tudo aquilo que, em geral, ele sente, ou pode sentir. E como cada indivíduo tem dentro de si milhares de sentimentos contraditórios, que podem variar desde uma compreensão profundamente oculta de sua própria insignificância e medos de todos os tipos até a mais estúpida variedade de presunção, autoconfiança, vaidade e autoelogio, sentir tudo isso simultaneamente seria não só doloroso, mas, literalmente, insuportável. 

Se um homem, cujo mundo interior, em sua totalidade, fosse constituído de contradições, sentisse, de súbito e simultaneamente, todas essas contradições dentro de si, se sentisse de repente que ama tudo aquilo que ele odeia e odeia tudo aquilo que ele ama; que mente quando diz a verdade e que diz a verdade quando mente; e se pudesse sentir a vergonha e o horror disso tudo, teríamos então o estado que é chamado de 'consciência'. O homem não pode viver nesse estado; ele precisa ou destruir as contradições ou destruir a consciência. Ele não pode destruir a consciência mas, se não pode destruí-la, pode pô-la a dormir, isto é, pode separar, através de barreiras intransponíveis, um sentimento do eu de um outro sentimento do eu, nunca vê-los juntos, nunca sentir sua incompatibilidade, a absurdidade da existência de um ao lado do outro. 

Felizmente, porém, para o homem, isto é, para sua paz e para seu sono, esse estado de consciência é muito raro. Desde a primeira infância, os 'amortecedores' começam a crescer e a tornar-se resistentes dentro dele, tirando-lhe a possibilidade de ver suas contradições internas e, por conseguinte, ele não corre nenhum perigo de um despertar repentino. O despertar só é possível para aqueles que o buscam e o desejam, para aqueles que estão dispostos a lutar consigo mesmos e a trabalhar consigo mesmos durante longo tempo e com muita persistência a fim de alcançá-lo. Para tanto, é necessário destruir os 'amortecedores', ou seja, sair ao encontro de todos aqueles sofrimentos interiores que estão relacionados com as sensações das contradições. Além disso, a própria destruição dos 'amortecedores' requer um trabalho muito longo e o homem tem de estar de acordo com esse trabalho, compreendendo que o resultado de seus trabalho será cada desconforto e sofrimento possíveis do despertar de sua consciência. 

A consciência, porém, é o único fogo que pode fundir todos os pós na retorta de vidro que mencionamos anteriormente e criar a unidade que homem necessita naquele estado em que começa a estudar a si mesmo. 

O conceito 'consciência' não tem nada em comum com o conceito 'moralidade'. 

A consciência é um fenômeno geral e permanente. A consciência é a mesma para todos os homens e a consciência só é possível na ausência dos 'amortecedores'. Do ponto de vista da compreensão das diferentes categorias do homem, podemos dizer que existe a consciência de um homem no qual não há contradições. Essa consciência não é sofrimento; ao contrário, é alegria de um caráter totalmente novo, o qual somos incapazes de compreender. Mas mesmo um despertar momentâneo da consciência em um homem que possui milhares de eus diferentes há de acarretar sofrimento. E se esses momentos de consciência tornaram-se mais longos e se o homem não tiver medo deles mas, ao contrário, cooperar com eles e tentar conservá-los e prolongá-los, um elemento de alegria muito sutil, um antegozo da 'consciência límpida' futura gradualmente se infiltrará nesses momentos. 

Gurdjieff em, In Search of the Miraculous, de P.D. Ouspensky
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill