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sábado, 7 de março de 2015

Desprograme-se!

“A vida não observada, não examinada, não vale a pena ser vivida, porque não é vida” dizia Sócrates.
É contraproducente fazer esforço para mudar, pois o que vai nos transformar é a verdade: temos de observar a verdade para compreender que nossa programação não permite que sejamos nós mesmos.

É preciso reconhecer todas as reações que surgem quando se olha para uma pessoa, para uma paisagem ou para si mesmo. É necessário observar como se costuma reagir ante determinadas situações.

Deve-se olhar com objetividade, como se fosse outra pessoa observando, tomando consciência do que acontece dentro e fora de si mesmo, com toda a atenção (como ao dirigir um carro). Isso deve ser feito sem julgamento qualitativo, porque, se dermos rótulos às coisas, não as veremos como elas são. É necessário entender as coisas, sem qualquer tipo de pré-julga­mento.

Precisamos compreender que, com a palavra, ou com o pensamento, temos o costume de rotular as coisas e as pessoas, e depois, como conseqüência disso, passamos a viver o personagem do rótulo, e não a pessoa em si.

Pôr-se em contato com a realidade é olhar para ela sem querer interpretá-la nem mudar nada, deixando que a realidade modifique a ordem das coisas, brilhando por si mesma.

Se não mudamos espontaneamente, é porque resistimos a isso. No momento em que descobrirmos os motivos da resistência, sem reprimi-la nem rejeitá-la, ela desaparecerá sozinha. Quando existe sensibilidade em nós, não é preciso violência para conseguir as coisas de que necessitamos, pois tudo é resolvido através do entendimento e da compreensão. E seremos até surpreendidos ao ver como as coisas se resolvem de acordo com a nossa compreensão da realidade, sem que tenhamos de lutar contra ela.

O reconhecimento da realidade é um convite ao crescimento pessoal e à mudança.

“Mudar é impossível. Permaneçam como estão. Ame a si mesmo tal como são. Não queiram mudar. Se a mudança de alguma coisa for possível, ela ocorrerá por si mesma, quando e se quiser.

Deixem-se a si mesmos em paz”.

Desprograme-se!

É muito importante você reconhecer que até agora foi um ioiô, subindo e descendo de acordo com os problemas, os desgostos ou depressões que enfrenta; que foi incapaz de manter um nível de estabilidade. É preciso aceitar que passa a vida à mercê de outras pessoas, de coisas ou de situações. Que está sendo manipulado ou que pode manipular os outros, as coisas e as situações. Que não é dono de si mesmo, nem consegue olhar as situações com sossego, sem pressa nem ansiedade.

Toda essa atitude depende apenas de nossa programação. Nós somos programados desde a infância pelas conveniências sociais, pelo que chamam de educação, ou cultura. Assim, vivemos dentro de uma programação, e damos as respostas esperadas, diante de determinadas situações, sem parar para pensar o que existe de correto na situação e se ela está de acordo com o que nós somos de verdade. Damos uma resposta habitual e mecânica.

Somos programados conforme um conjunto de idéias convencionais e culturais, que tomamos como verdades, quando não o são. Por exemplo, a ideia de pátria, de fronteiras e de hábitos culturais, que inclusive nos levam a conflitos bélicos, quando nada têm a ver com a realidade.

Quando somos produtos de nossa cultura sem questionar coisa alguma, nós nos transformamos em robôs. A cultura, a religiosidade e as diferenças raciais, nacionais ou regionais foram impressas na nossa mente, e nós as interpretamos como se fossem reais.

Fácil e Difícil

Precisamos nos libertar de nossa história e da programação a que fomos submetidos para poder responder por nós mesmos. Só o que nasce de dentro para fora é autentico e pode nos libertar. Só podemos assumir e considerar como nosso, alcançando assim a liberdade, aquilo que vem de dentro.

“Conta-se que existia um grande professor chamado Buso, que era casado e tinha uma filha. Todos da família eram conhecidos por sua grande sabedoria e santidade. Um dia, um homem aproximou-se do professor e perguntou: ‘A iluminação é fácil ou difícil? E Buso respondeu: ‘É tão difícil quanto chegar à Lua’. Inconformado, o homem foi falar com a mulher de Buso e lhe fez a mesma pergunta. Ela respondeu: ‘É muito fácil. Tão fácil quanto tomar um copo d’água’. O homem ficou intrigado e, para livrar-­se das dúvidas, fez a mesma pergunta à filha do professor, que lhe respondeu:’Ora, se o senhor torna as coisas difíceis, é difícil, mas se facilita tudo…

Difícil mesmo é a capacidade de ver, isto é, de ver com simplicidade, com sinceridade, sem nos enganar porque ver significa mudar, ficar sem nada a que se agarrar. E nós estamos acostumados a procurar apoio, a andar com muletas. Quando chegamos a ver com clareza, temos de voar. E voar significa nada temer, andar sem se agarrar a coisa alguma. Precisamos desmontar a tenda em que nos refugiamos e continuar pelo caminho que está adiante de nós, sem procurar apoio.

O pavor maior reside justamente na aniquilação de todo tipo de medo, já que ele sempre é o manto no qual nos envolvemos para não ver e não sermos vistos. É duro deixar tudo para trás e enfrentar a felicidade, quando não queremos ser felizes a esse preço. Neste caso, trata-se de uma felicidade que deve ser expressada por nós mesmos, sem esperar que nos seja entregue já pronta e embrulhada para presente. Embora todos digamos que procuramos pela felicidade, na verdade não queremos. Preferimos voltar ao ninho ao invés de voar, porque temos medo. E o medo é uma sensação que todos conhecemos, enquanto a felicidades é desconhecida.

A primeira coisa que o bom terapeuta deve entender é que as pessoas que a ele recorrem não procuram a cura, mas o alívio; elas não querem mudar, porque a mudança nos expõe e compromete.

É como aquele que estava mergulhado numa fossa, com sujeira até a altura do queixo, cuja única preocupação era que ninguém aparecesse para fazer chacotas, não se importando em ser ou não tirado dali. O problema, portanto, é que a grande maioria das pessoas compara a felicidade com a conquista dos objetos que desejam, quando, ao contrário, a felicidade reside precisamente na ausência dos desejos, e no fato de pessoa alguma ter poder sobre nós.

Anthony de Mello
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill