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domingo, 21 de setembro de 2014

O sofrimento é resultado do pensamento

Tratemos de averiguar o que é viver. A realidade do viver é a fadiga diária, a rotina, com as respectivas lutas e conflitos; é a dor da solidão, a aflição e sujeira da pobreza e da riqueza, a ambição, a busca de preenchimento, o êxito e a tristeza — que abarcam toda a esfera de nossa vida. Eis o que chamamos viver — ganhar e perder batalhas, e a interminável busca de prazer. 

Contrastando com isso ou como seu oposto há o que se chama "viver religioso" ou "vida espiritual". Mas todo oposto contém decerto a semente de seu próprio oposto e, por conseguinte, ainda que pareça diferente, na realidade não o é. Podem-se mudar as roupas externas, mas a essência íntima do que foi e do que deverá ser é a mesma. Essa dualidade é produto do pensamento, e, portanto, gera mais conflito; esse conflito é uma galeria interminável. Sabemos de tudo isso; outros nos têm dito ou nós mesmos o temos experimentado. Isso é o que se chama viver. 

A vida religiosa não está na outra margem do rio; está neste lado — onde se acham todas as agonias do homem. É este lado que temos de compreender, e a ação da compreensão é o ato religioso — e não cobrir-se de cinzas, cingir os quadris com uma tanga ou a cabeça com uma mitra, ocupar o trono dos poderosos ou ser transportado no dorso de um elefante. 

Ver inteiramente a condição do homem, seus prazeres e aflições, é de primeira importância, e não o especular sobre o que deveria ser uma vida religiosa. "O que deveria ser" é um mito; é a moralidade criada pelo pensamento e a fantasia, moralidade que devemos rejeitar — social, religiosa, profissionalmente. Essa rejeição não vem do intelecto, mas é, com efeito, um sereno abandono do padrão dessa imoral moralidade. 

Portanto, a questão realmente é esta: Temos possibilidade de sair desse padrão? Foi o pensamento quem criou essa medonha desordem e angústia, e ele é que está impedindo tanto a religião como a vida religiosa. O pensamento se julga capaz de sair do padrão, mas, se o faz, isso será ainda um ato de pensamento, porque o pensamento não tem realidade e, por conseguinte, só pode criar outra ilusão. 

Ultrapassar tal padrão não é um ato do pensamento. Isso precisa ser compreendido claramente porque, de contrário, você se verá novamente encerrado na prisão do pensamento. O "você", afinal de contas, é um feixe de memórias, de tradição e do conhecimento acumulado em milhares de dias passados. Assim, só com a terminação do sofrimento — pois o sofrimento é resultado do pensamento — pode-se sair do mundo da guerra, do ódio e da violência. Esse ato de sair é a vida religiosa. Essa vida religiosa não tem crença nenhuma, porque não tem amanhã. 

"Você não está exigindo o impossível, senhor? Não está querendo um milagre? Como posso sair de tudo isso sem o pensamento? O pensamento é meu próprio ser!"

Exatamente! Esse "seu próprio Ser", que é pensamento, tem de acabar. Esse egocentrismo com todas as suas atividades tem de morrer, sem esforço, naturalmente. Só nessa morte se encontra o começo da vida religiosa.

Krishnamurti em, A OUTRA MARGEM DO CAMINHO

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill