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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A liberdade do medo é mais importante que qualquer diploma acadêmico


Não é extremamente importante, enquanto somos jovens, sermos amados e também sabermos o que significa amar? Mas tenho a impressão que a maioria de nós não ama e nem é amado. E acho que é essencial, enquanto somos jovens, entrarmos nesse problema de forma muito séria e entende-lo; pois aí talvez possamos ser bastante sensíveis para sentirmos amor, para reconhecermos sua qualidade, seu perfume, para que quando ficarmos mais velhos isso não seja inteiramente destruído. Então, vamos considerar essa questão.

O que significa amar? Isso é um ideal, algo distante, inatingível? Ou o amor pode ser sentido por cada um de nós em momentos esporádicos do dia? Ter a capacidade da compaixão, do entendimento, de ajudar alguém naturalmente, sem qualquer motivo, de ser espontaneamente bondoso, de cuidar de uma planta ou de um cão, de ser solidário com o aldeão, generoso com seu amigo, com seu vizinho — não é isso que queremos dizer por amor? O amor não é um estado em que não existe sentimento de ressentimento e sim de uma benevolência permanente? E não é possível, enquanto somos jovens, sentirmos isso?

Enquanto somos jovens, muitos de nós experimentam esse sentimento — uma súbita compaixão cordial pelo aldeão, por um cachorro, por aqueles que são pequenos ou indefesos. E isso não deveria ser constantemente assim? Vocês não deveriam sempre dedicar parte do dia para ajudar os outros, para cuidar de uma árvore ou jardim, para ajudar na casa, para que, quando chegarem à maturidade, saibam o que significa ser naturalmente atencioso, sem imposição, sem motivação? Vocês não deveriam ter essa capacidade de afeição verdadeira?

A afeição verdadeira não deve ser induzida a existir artificialmente, vocês têm que senti-la; e seus tutores, seus pais, seus professores também precisam senti-la. A maioria não tem afeição verdadeira; está preocupada demais com suas realizações, seus anseios, seu conhecimento, seu sucesso. Eles dão importância tão colossal ao que fizeram  e ao que querem fazer que isso no fim acaba os destruindo.

Por isso é muito importante, enquanto vocês são jovens, que ajudem a cuidar de seus quartos, de árvores que vocês mesmos tenham plantado, ou prestar ajuda a algum amigo doente, para que haja um sutil sentimento de solidariedade, de preocupação, de generosidade — a generosidade verdadeira, a que não é somente da mente e que faz com que vocês queiram compartilhar com alguém o que quer que vocês tenham, por menor que isso seja. Se vocês não tiverem esse sentimento de amor, de generosidade, de bondade, de cortesia, enquanto forem jovens, será muito difícil de tê-lo quando forem mais velhos; mas se vocês começarem a sentir isso agora, então talvez consigam despertar isso em outras pessoas.

Ser solidário e ter afeição implica a libertação do medo, não é? Mas vejam, é muito difícil crescer neste mundo sem medo. As pessoas mais velhas nunca pensaram sobre esse problema do medo, ou só pensaram nisso de forma abstrata, sem ação prática na existência diária. Vocês ainda são muito jovens, estão observando, indagando, aprendendo, mas se não virem e entenderem o que causa o medo, se tornarão iguais a eles. Como uma erva daninha escondida, o medo crescerá, se espalhará e deformará suas mentes. Vocês devem, portanto, estar conscientes de tudo o que está acontecendo em torno de vocês e dentro de si mesmos — como os professores falam, como seus pais se comportam e como vocês reagem — para que essa questão do medo seja percebida e entendida.

A maioria das pessoas adultas pensa que ter algum tipo de disciplina é necessário. Vocês sabem o que é disciplina? É um processo de fazer vocês realizarem algo que vocês não querem. Onde há disciplina, há medo. Então, a disciplina não é o caminho do amor. É por isso que a disciplina a qualquer preço deve ser evitada — disciplina como coerção, oposição, compulsão, forçando vocês a fazerem algo que realmente não entendem ou persuadindo vocês a fazê-lo em troca de uma recompensa. Se vocês não entenderem algo, não o façam, e não sejam forçados a fazê-lo. Peçam uma explicação. Não sejam apenas obstinados, mas tentem descobrir a verdade da questão para que nenhum medo esteja envolvido e suas mentes se tornem bastante flexíveis.

Quando vocês não entendem e são simplesmente forçados pela autoridade do adulto, estão reprimindo suas próprias mentes, e aí aparece o medo; e esse medo lhes perseguirá como uma sombra pela vida toda. É por isso que é tão importante não ser disciplinado com qualquer tipo de pensamento ou padrão de ação. Mas a maioria das pessoas mais velhas só consegue pensar a partir dessa lógica. Elas querem força-los a fazer algo para o suposto bem de vocês. Esse processo destrói a sensibilidade, a capacidade de entender e, portanto, o amor em vocês. Recusarem-se a ser coagidos ou forçados é muito difícil, porque o mundo em torno de nós é muito forte; mas se nós simplesmente cedermos e fizermos as coisas sem entender, cairemos no hábito da desatenção e, assim, será ainda mais difícil de escaparmos disso.

Então vocês devem ter autoridade e disciplina na escola? Ou vocês devem ser estimulados pelos professores a discutirem essas questões, entrarem nelas, entende-las, para que quando forem adultos e saírem para o mundo, sejam indivíduos maduros e capazes de enfrentar de forma inteligente os problemas do mundo? Vocês não poderão ter inteligência profunda se houver qualquer tipo de medo. O medo apenas os torna insensíveis, ele reprime a iniciativa, destrói aquela chama que chamamos de solidariedade, generosidade, afeição, amor. Então, não permitam ser disciplinados para um padrão de ação, mas descubram — o que significa que vocês precisam ter o tempo para perguntar, para indagar. E os professores também precisam ter tempo. Se não houver essa disponibilidade, então, deverá ser criada. O medo é uma fonte de corrupção, é o início da degeneração, e estar livre do medo é mais importante que qualquer prova ou qualquer diploma acadêmico. 

Krishnamurti
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill