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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O descondicionamento está no colapso cerebral


Nós dissemos que o conhecido é a consciência — que o conteúdo da consciência é o conhecido. Ora, há algo fora disto, algo que não é conhecido, que é totalmente novo e que ainda não existe nas células do cérebro? E se está fora do conhecido, é reconhecível? — porque, se for reconhecível, ainda está no âmbito do conhecido. E está disponível só quando o processo de reconhecimento e da vivência chega ao fim. Eu quero me limitar a isso. Pupul perguntou: Isso existe no que é conhecido ou no que está fora do conhecido e, se está fora do conhecido, já se encontra nas células do cérebro? Se está nas células do cérebro, já é conhecido, porque as células do cérebro não podem conter algo novo. No momento em que está nas células cerebrais, já é tradição.

Eu gosto de pesquisar a fundo. Há algo mais do lado de fora do cérebro? Isso é tudo. EU DIGO QUE HÁ. Porém, todo processo de reconhecimento, de experiência, está sempre dentro do campo do conhecido e qualquer atividade das células cerebrais, afastando-se do conhecido, tentando examinar algum outro campo, está no âmbito do que já se conhece.

Como se sabe que existe alguma coisa?

Você não pode saber. Há um estado em que a mente não conhece nada. Há um estado no qual o reconhecimento e a experiência, que são a atividade do conhecido, CHEGAM TOTALMENTE AO FIM.

Repare: o organismo, as células do cérebro, chegam a um fim. Tudo sucumbe; HÁ UM ESTADO TOTALMENTE DIFERENTE... Os sentidos estão em inatividade temporária...

Quando o conteúdo da consciência, com suas experiências, suas buscas, seu desejo por algo novo, INCLUSIVE SUA ÂNSIA POR SE LIBERTAR DO CONHECIDO, chega a um fim, SÓ ENTÃO A OUTRA QUALIDADE DE SER PASSA A EXISTIR. A qualidade anterior tem um motivo; a mais recente não tem. A mente não pode chegar nessa desconhecida qualidade de ser através de um motivo. O motivo é o conhecido. Portanto, a mente pode chegar a uma conclusão que diga: "Não vale a pena investigá-la; eu sei como fazê-la chegar a um fim, a ignorância é parte desta necessidade de experimentar mais?" Quando essa mente chega a uma conclusão — a uma conclusão que não seja causada pelo esforço consciente, em que há motivo, vontade, direção — então, A COISA EXISTE...

Quando não há movimento de reconhecimento, de vivência, de motivo, acontece a liberdade em relação ao conhecido... Essa atividade chegou temporariamente a um fim: isso é tudo.

[...] O cérebro funciona dentro do âmbito do que se conhece; nesta operação, há reconhecimento. Mas, quando o cérebro, quando a sua mente está COMPLETAMENTE QUIETA, você não vê a sua mente quieta. Não há conhecimento de que a sua mente esteja quieta. Se você sabe disso, ela não está quieta, porque nesse caso existe um observador que diz: "Eu sei". A quietude sobre a qual estamos falando é não-reconhecível, não-experienciável. Em seguida, surge uma entidade que quer lhe dizer isso através da comunicação verbal. No momento em que ela, a entidade, passa a se comunicar, a mente, em repouso, não está mais presente. APENAS OLHE PARA A MENTE. Algo advém além dela. Ela existe para o homem. Não estou dizendo que ela existe sempre. Ela existe para o homem que entendeu o conhecido. Ela existe e nunca desapareceu e, embora, o homem se comunique, ele sente que a mente nunca se foi; ela existe.

[..] Comecemos de novo. É por acaso que ESSE OUTRO ESTADO DE SER pode acontecer a nós, ou se trata de uma exceção? Isso é o que estamos discutindo agora. Se é um milagre, pode acontecer com você? NÃO É UM MILAGRE; NÃO É ALGO DADO DO ALTO, de modo que alguém pode perguntar: Como isso aconteceu com esta pessoa e não a outra — certo?

O que podemos fazer?

Eu digo que vocês não podem fazer nada — o que não significa não fazer!...

Isso faz com que a iluminação entre em ação.

Você tem de atingir ESSA COISA com muita clareza. Você tem de atingi-la muito iluminadamente — em toda atividade — e, à medida que o corpo e os sentidos ficam iluminados, os dias e as noites passam facilmente. Você vê que se morre a todo minuto.

Para expressar tudo isso de uma forma diferente, chamaremos nesta ocasião de "ESSA" a energia infinita e, de a outra, a energia criada pelo medo e pelo conflito, totalmente diferente de "ESSA". Quando não há conflito, ESSA energia infinita está sempre se renovando. A energia que é falha é a que nós conhecemos. Qual é a relação da energia que falga com "ESSA"? Não existe nenhuma relação.

Krishnamurti
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill