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sábado, 1 de março de 2014

A revolução tem que ser da pele para dentro



Observando-se o que está acontecendo no mundo, o caos, o desnorteamento  e a brutalidade do homem para com o homem, a qual nem a religião, nem a ordem social (nem a desordem) nunca conseguiram impedir; observando-se as atividades dos políticos, dos economistas, dos reformadores sociais, em todas as partes do universo, vê-se que eles estão causando cada vez mais confusão, crescente angústia. As religiões, isto é, as crenças organizadas, não concorreram, a nenhum respeito, para proporcionar ao homem um estado de ordem e felicidade duradoura, de profundas raízes. E tampouco as utopias — dos comunistas ou dos grupos menores que se constituíram em comunidades — trouxeram ao homem uma perene clareza. E necessita-se de uma tremenda revolução, no mundo inteiro, de uma mudança de inaudita magnitude. Não temos em mente uma revolução externa, mas, sim, uma revolução interior, no nível psicológico, a qual, como é perfeitamente óbvio, representa para o homem a única esperança de salvação. As ideologias carrearam a brutalidade, o assassinato em várias formas, as guerras. As ideologias, por mais nobres que se afigurem, são, em verdade, ignóbeis. É de toda necessidade uma mudança total na própria estrutura de nossas células cerebrais, na estrutura mesma do pensamento. E, para promover-se essa profunda e duradoura mutação, revolução ou mudança, requer-se uma enorme soma de energia. Requer-se um “ímpeto”, uma intensidade constante e inalterável, e não o interesse fortuito ou passageiro entusiasmo, geradores de certa qualidade de energia, que depressa se dissipa. 

Para efetuar essa mudança nos entes humanos, no nível psicológico, “da pele para dentro”, por assim dizer, necessitamos de energia, eficiência, intensidade, ímpeto. E o homem sempre esperou alcançar tal força por meio da resistência, de constante disciplina, imitação, ajustamento. Esse é um fato observável nas ordens religiosas, em todo o mundo, ou nas pessoas que se ligaram a uma determinada ideologia. Esperam essas pessoas que, crendo em alguma coisa, atuando em conformidade com uma ideologia, ou dedicando-se a uma determinada crença, doutrina, dogma, adquirirão aquela intensa energia, necessária para se promover uma radical mutação na mente e no coração humanos. Entretanto, essa resistência, essa disciplina, esse mero ajustamento a uma ideia, não deram ao homem aquela indispensável força e eficiência. Cumpre, pois, descobrir uma ação de espécie diferente, capaz de produzir a energia indispensável.

Na presente estrutura social, em nossas relações humanas, quanto mais agimos, menos energia temos. Isso porque em nossa ação há contradição, fragmentação e, por conseguinte, tal ação gera conflito e, com isso, desperdício de energia. Cabe-nos encontrar aquela energia inalterável, constante, que nunca esmorece. E, para mim, existe essa ação produtiva daquela força vital necessária à revolução radical da mente.

[...] Necessitamos de uma enorme quantidade de energia para efetuarmos uma transformação psicológica em nós mesmos, como entes humanos, porque já vivemos demais num mundo de hipocrisia, num mundo de brutalidade, violência, desespero, ansiedade. Para vivermos humanamente, com sanidade, temos de transformar-nos. Para operar uma mutação em si próprio e, portanto, na sociedade, necessita o indivíduo daquela energia vital, porque ele não difere da sociedade; a sociedade é o indivíduo, e o indivíduo é a sociedade. E para operar a mudança radical, essencial, que se faz necessária, na estrutura da sociedade — que é corrupta, imoral — requer-se mudança na mente e no coração humanos. Para efetuarmos essa mudança necessitamos de abundante energia, e essa energia é negada e pervertida, ou deturpada, quando atuamos em conformidade com um conceito; e é isso o que fazemos no cotidiano viver. O conceito se baseia no passado, na História, ou numa conlusão e, portanto, não há ação verdadeira, porém, tão só, "aproximação de uma fórmula".

Assim, perguntamos se há uma ação não baseada na ideia, numa conclusão formada com coisas mortas, passadas.[...] Essa ação existe. Dizer que ela existe não é criar uma ideia. E para descobrirdes individualmente essa ação, tendes de iniciar exatamente do começo, ou seja partindo de vosso comportamento pessoal, de vossa própria estrutura mental humana.  

Krishnamurti — Amsterdã — V — Onde está a Bem-aventurança

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill