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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O medo é um dos maiores problemas da vida


Reunião pelo Paltalk na noite de 19/10/2012

O medo é um dos maiores problemas da vida. A mente tomada pelo medo vive em confusão, em conflito e, portanto, acaba sendo violenta, distorcida e agressiva. Ela não ousa sair dos próprios padrões de pensamento, e isso gera hipocrisia. Escalar a montanha mais alta, inventar todo tipo de deuses, nada disso adianta: enquanto não nos libertarmos do medo permaneceremos na escuridão.

Vivendo numa sociedade corrompida e estúpida e recebendo uma educação competitiva que engendra o medo, estamos sobrecarregados com medos de diversos tipos, e o medo é uma coisa horrível e que deforma, distorce e obscurece os nossos dias.

Existe o medo físico, mas esse é uma reação que herdamos dos animais. É com os medos psicológicos que estamos preocupados, pois se compreendermos os medos psicológicos, de raízes profundas, poderemos lidar com os medos animais, ao passo que, se nos ocuparmos primeiro com os medos animais, isso jamais nos ajudará a compreender os medos psicológicos.

O medo é sempre medo de alguma coisa; não existe medo abstrato, ele está sempre relacionado com alguma coisa. Você conhece seus medos? Medo de perder o emprego, de não ter dinheiro ou comida suficiente, ou do que  os vizinhos ou o público pensarão a seu respeito, de ser desprezado ou ridicularizado; medo da dor e da doença, da dominação, de nunca saber o que é o amor ou de não ser amado, de perder a sua esposa ou os seus filhos, da morte, de viver num mundo que lembra a morte, da incrível monotonia, de não viver de acordo com a imagem que os outros construíram de você, de perder a sua fé. Todos esses e os inúmeros outros medos — porventura você sabe quais são os seus medos? E o que é que geralmente você faz em relação a eles? Você foge, não é mesmo? Ou inventa idéias e imagens para encobri-los. Mas fugir do medo só faz aumenta-lo.

Uma das maiores causas do medo é o fato de não querermos ver-nos tal como somos. Portanto, não basta examinar os medos, é preciso examinar também a rede de meios de fuga que desenvolvemos para nos livrar dos medos. Se a mente, em que se inclui o cérebro, tenta superar o medo, reprimi-lo, disciplina-lo, controla-lo, traduzi-lo em algo diferente, há atrito, há conflito, e esse conflito produz grande desperdício de energia.

A primeira pergunta que devemos fazer a nós mesmos é o que vem a ser o medo e como ele surge. O que significa a palavra medo? Estou-me perguntando o que vem a ser o medo, e não de que eu tenho medo.

Vivo um certo tipo de vida; tenho um certo padrão de pensamento; cultivo certas crenças e dogmas e não quero que esses padrões de existência sejam perturbados, porque neles se acham minhas raízes. Não quero que eles sejam perturbados, porque a perturbação produz um estado de desconhecimento, e isso não me agrada. Se me sentir arrancado de tudo aquilo que sei e em que acredito, quero, tanto quanto possível, estar seguro da situação para a qual me dirijo. Assim, as células se recusam a criar outro padrão, que talvez seja incerto. Dou o nome do medo ao movimento da certeza para a incerteza.

Neste exato momento, aqui sentado, não tenho medo algum; não estou com medo no momento presente, não há nada acontecendo comigo, não há ninguém ameaçando-me ou tirando algo de mim. Mas, para além do momento presente, há uma profunda camada na mente que, consciente ou inconscientemente, vive pensando sobre o que poderia acontecer no futuro ou preocupando-se com a possibilidade de eu ser dominado por algo do meu passado. Assim, tenho medo do passado e do futuro. O pensamento surge e diz: “Tome cuidado para que isso não aconteça de novo”, ou: “Prepare-se para o futuro. O futuro pode ser perigoso para você. Você tem algo agora, mas pode vir a perdê-lo. Você pode morrer amanhã, sua esposa pode fugir, você pode perder o emprego. Talvez você jamais venha a ser famoso. Você pode ficar sozinho. Você precisa garantir o seu futuro.”

Agora examine a sua forma particular de medo. Olhe para ele. Observe suas reações a ele. Você é capaz de olhar para ele sem sentir qualquer impulso de fugir, de justificar, condenar ou reprimir? Você pode olhar para o medo sem a palavra que provoca o seu medo? Você é capaz de olhar para a morte, por exemplo, sem a palavra que suscita o medo da morte? A própria palavra provoca um tremor, não é verdade? O mesmo ocorre com a palavra amor, que tem o seu próprio tremor, a sua própria imagem. Mas, porventura, não é a imagem da morte que você possui na mente, a lembrança das muitas mortes que você viu e a associação que faz entre você próprio e esses incidentes, não é essa imagem que cria o medo? Ou você tem mesmo medo de chegar ao seu fim, e não da imagem que cria esse fim? Será a palavra morte que provoca o medo em você ou será o fim, propriamente dito? Se for a palavra ou a recordação que provoca o medo, isso, então, não é medo, absolutamente.

Você esteve doente dois anos atrás, digamos, e a lembrança dessa dor ou doença permanece, e agora essa lembrança diz: “Tome cuidado, não fique doente de novo.” Assim, a lembrança, com suas associações, cria o medo, e isso não é medo, porque neste momento você, na verdade, goza de boa saúde. O pensamento, que é sempre velho, porque o pensamento é a resposta da memória e as recordações são sempre velhas — o pensamento cria, com o tempo, a sensação de que você tem medo, o que não é o fato em si. O fato em si é que você se encontra bem. Mas a experiência, que permaneceu na mente como recordação, faz brotar o pensamento: “Tome cuidado, não fique doente de novo.”

Vemos, então, que o pensamento provoca certo tipo de medo. Mas existe, por acaso, algum tipo de medo a não ser esse?  Será o medo sempre o resultado do pensamento e, se for, haverá algum tipo de medo? Temos medo da morte — ou seja, de algo que irá ocorrer amanhã ou depois de amanhã no tempo. Há uma distância entre a realidade e o que irá ocorrer. Mas o pensamento já experimentou esse estado; e observando a morte ele diz: “Eu vou morrer.” O pensamento cria o medo da morte — e, se não o fizer, haverá algum tipo de medo?

Será o medo resultado do pensamento? Se for, sendo o pensamento sempre velho, o medo é sempre velho. Como já dissemos, não existe pensamento novo. Se o reconhecermos, ele já será velho. Então, do que temos medo é da repetição do velho — o pensamento sobre o que vem se projetando no futuro. Portanto, o pensamento é o responsável pelo medo. Isso é assim, e você pode constatar isso por você mesmo. Quando você se acha diante de algo, não existe, de imediato, o medo. O medo surge apenas quando o pensamento intervém.

Portanto, nossa pergunta agora é: será possível para a mente viver no presente, de forma completa e total? Só uma mente assim não tem medo. Mas, para compreender isso, você precisa compreender a estrutura do pensamento, das recordações, do tempo. E ao compreender isso — compreender não de modo intelectual, ou verbal, mas de verdade, com o coração, com a mente, com as entranhas — você ficará livre do medo; a mente, então, poderá usar o pensamento sem criar o medo.

Krishnamurti — Sobre o medo
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill