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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Retomar o Sopro, retomar o ritmo

Quem houver praticado este método de auto-indagação durante um espaço de tempo suficiente e feito um progresso apreciável na arte, precisa então aprender a manejar os pensamentos durante seu exercício diário de meditação de uma forma diferente. Nos estágios mais elementares a pessoa esteve formulando uma análise da sua estrutura íntima. Esteve empenhada numa dissecação de si mesma por meio de um pensamento concentrado adestrado. Porém, com o passar do tempo, deverá desenvolver uma atitude que ao menos intelectualmente compreenda que a alma ou o eu não se limita ao corpo. Conseguida essa atitude, não será preciso prosseguir numa repetição estéril e detalhada da análise e, na verdade, a pessoa não se sentirá inclinada a fazê-lo. Pelo contrário, suas meditações poderão sofrer uma guinada e, com rápidas generalizações, ela poderá superar em pouco tempo as fases que antes eram assaz demoradas.

Que se deve fazer a seguir? O Eu Superior, conquanto perceptível pela cognição intelectual, continua impossível de ser descoberto através da experiência, embora a pessoa compreenda agora onde ele não se encontra, ou melhor, onde não deve procura-lo.

Agora pode a pessoa entrar numa nova e adiantada fase do seu trabalho, em que, com auxílio do controle da respiração, da fixação visual e do adestramento da imaginação, ficará capacitada a fazer progressos nesse reino mais profundo. Trata-se de fato de uma fase crítica que precede a grande e gloriosa chegada do Eu Superior.

É chegada a época em que a própria função do raciocínio que tão bem serviu ao homem durante detalhadas autoanálises feitas tem de ser inteiramente suspensa porque aprisiona o homem ao tempo!

Não devemos tomar tal providência, porém, antes que surja finalmente um sentimento interior dizendo-nos que estamos deveras preparados; se cedermos à impaciência, esperando resultados rápidos, nada conseguiremos e acabaremos desapontados. A busca intelectual precisa agora ser sucedida por uma busca intuitiva, mas o ponto em que devemos passar de uma para outra deve ser determinado com grande cuidado. Se a tentativa for feita demasiado cedo, nossos esforços serão inúteis e se for tardia, teremos perdido muito tempo valioso e um sentimento de medo terá tomado conta de nós. Enquanto nada deve ser forçado, nada deve, por outro lado, ser esquecido.

Tentar suspender o pensamento cedo demais no caminho é roubar a nossa personalidade humana do enriquecimento a que tem direito. Determinar quanto tal ponto foi realmente atingido não é fácil. Precisamos ser orientados por uma espécie de sentido íntimo; tal sexto sentido começa na verdade a despertar e fazer-se progressivamente sentido dentro do homem, depois que este persistiu algum tempo nestes exercícios mentais. O homem não pode cria-lo por si próprio; pode apenas dizer que o sentido está lhe vindo. Uma vez porém manifestado, deve o homem entregar-lhe toda a sua confiança e permitir-se guia para onde for.

A maior dificuldade neste processo é agora libertar a atenção do fluxo constante dos pensamentos indesejáveis. Somente quando tentamos fazê-lo é que descobrimos até que ponto nos encontramos escravizados, até que ponto somos incapazes de manter à distância essas ondas de pensamento que de contínuo batem às praias do nosso ser. Fazê-las cessar, parecerá a princípio a coisa mais difícil do mundo, contudo pode ser conseguido por um esforço lento e firme.

Colocar-se de lado e observar os nossos pensamentos durante algum tempo todos os dias é constatar que tão logo um dos nossos pensamentos se vai, outro se apressa em tomar-lhe o lugar no nosso cérebro. Isto se repete sem cessar. As rodas do cérebro não param de girar até que o sono sobrevenha afinal e lhes proporcione uma trégua temporária.

Para os orientais a dificuldade de deter os pensamentos não é tão formidável como para os ocidentais e aqueles nem sempre compreendem que estes últimos precisam desenvolver um esforço muito maior para alcançarem à região da calma abstração. A ajuda que o europeu e o americano médio precisam nesse sentido tem de ser ao menos em parte física; eles precisam de algum método indireto envolvendo um ato físico para fortalece-los na tarefa da autodisciplina. Ademais, os orientais estão acostumados a recorrer à presença e assistência de guias espirituais cuja atmosfera ajuda espontaneamente os outros a subjugar os pensamentos, ao passo que os ocidentais raramente encontram tais guias em seus países.

A ajuda está bem próxima; fica na regulagem da respiração. Principalmente para as pessoas que estão sempre ocupadas com assuntos prementes ou que estão fortemente vinculadas ao mundo material pelos desejos e ambições, este exercício presta-se admiravelmente para lhes proporcionar o controle da mente.

Nossos sábios ocidentais acumularam um acervo de conhecimentos que deve impressionar todas as mentes em virtude das suas proporções colossais, contudo existem algumas coisas que estancam aos seus olhos perspicazes — coisas, porém, da máxima importância para a humanidade. Por exemplo, a respiração ocupa uma posição algo peculiar. Seus efeitos mais imediatos são claramente visíveis e fisicamente registráveis, mas, declaram os videntes do Oriente, existem efeitos remotos não facilmente identificáveis. Assim é que fazemos nossos maiores esforços com a respiração contida e os de pouca monta com a respiração curta. Existe também uma inter-relação especial entre a respiração e o pensamento. Ambos possuem uma ascendência comum, uma origem familiar.

[...] Podemos agora provar a ligação que existe entre a respiração e o pensamento de maneira bem simples. Tome-se o caso de um homem que se tenha deixado enfurecer — observe-se a sua respiração pesada e se constatará que ela se tornou tão agitada como os seus pensamentos e paixões. A respiração vai bem, arquejos curtos e apressados, e quanto mais violenta for a conduta do homem tanto mais violenta será a sua respiração. Tome-se agora o caso de um poeta cismando, sonhador, em algum poema ainda em embrião e percebemos que, muito ao contrário, sua respiração é plácida, leve, calma e lenta. Tome-se a seguir um homem refletindo sobre algum intrincado problema matemático. Automaticamente, ele respira mais devagar e mais suavemente. A corrente da vida do homem, tal qual uma árvore, desenvolveu dois ramos: um é a mente e outro é a respiração.

[...] A força vital imanente na respiração e a força mental que ativa o cérebro provém de uma fonte comum. Tal fonte é a Única Corrente de Vida que impregna o universo e, em cada ser humano, transforma-se no seu Eu Divino, seu Eu Superior. “A respiração é a marca da vida” é uma frase cuja significação é bem mais profunda do que imaginam os muitos que a empregam.

Como resultado dessa íntima correlação, as modificações na respiração trazem modificações na mente, e vice-versa.


Paul Brunton em, A Busca do Eu Superior   
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill