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terça-feira, 20 de maio de 2014

Vivenciando o silêncio em momentos de aridez - Trigueirinho


segunda-feira, 19 de maio de 2014

domingo, 18 de maio de 2014

sábado, 30 de junho de 2012

Necessidades básicas para a prestação de serviço evolutivo

Em um planeta onde a deterioração dos valores conduziu a vida externa a um estado de caos, a energia espiritual não pode ser condescendente com as vibrações dos níveis de personalidade. Para que os homens possam executar tarefas que contem com o auxílio direto da Hierarquia é preciso que neles haja:
  • cristalinidade de meta;
  • disponibilidade irristrita para transcender as próprias limitações;
  • capacidade de ser grato por tudo o que ocorre — a gratidão é como um rio de águas límpidas, pode desanuviar estados ilusórios;
  • capacidade de frear mecanismos da personalidade que tentam justificar atitudes que já não correspondem à necessidade da essência interior;
  • fé, que é a base do caminho interno.
Toda a existência encontra-se sintetizada no momento presente. Tudo o que pode vir a ser é nele construído.  Se o inidvíduo não tem condições de contatar a energia do momento presente, não está pronto para o toque da eternidade: seria fulminado por esse toque, já que a ilusão na qual se encontra o impede de acolher vibrações de frequências mais elevadas.

É preciso amar intensamente a verdade para que ela encontre abertura e possa retirar os véus que encobrem o caminho espiritual. É preciso coragem para assumir um processo de contínua negação do ego, e encontrar os núcleos internos de consciência que fazem pressão para estender suas energias até a vida material.




sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sobre a tensão interna diante da mudança de "moradas de consciência"

Quando a energia interna consegue tocar de modo mais firme as partículas materiais dos corpos de um ser, imprimindo-lhes serena abertura, ocorrem transformações sem que para isso ele faça qualquer esforço ou se preocupe com o processo de cura em ato.
* * *
Em geral, as grandes mudanças na consciência de um ser vêm acompanhadas de situações que exigem dele aplicação do que já foi até então compreendido. Tais situações trazem-lhe alto grau de tensão interna, a ponto de parecer impossível vivê-las corretamente. Porém, se o ser se abre para receber ajudas supra-humanas, avanços inimagináveis podem ocorrer. Ao reconhecer sua incapacidade humana e ao voltar-se para o Desconhecido, de lá recebe energias salvíficas e regeneradoras, que o marcam profundamente, engrandecendo-lhe a fé e impulsionando-o no caminho tanto quanto a inteireza de sua entrega o permita.
                                                                                    * * *
Os homens, em sua maioria, não acolhem serenamente o que os faz sofrer. Porém, vale lembrar que hoje as expressões dessa maioria pouco servem de referência como padrões de conduta a serem seguidos.
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O aprendizado de verdadeiros valores faz-se por meio de uma entrega tão plena que mantenha a consciência em equanimidade perante o deleite e a dor, perante a sublimidade da luz espiritual e a densidade da vida concreta. É, portanto necessário aprender a extrair de cada situação a Fonte de Vida nela ocultada, e a doar-se silenciosamente à sua mais perfeita expressão.
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 Um ponto a ser eliminado da consciência dos que trilham o caminho espiritual é o medo de errar. O erro é gerado por aspectos que distorcem a pureza da energia original. Porém, se existe no indivíduo uma sincera disposição para agir corretamente, o próprio erro é utilizado para romper os véus que o impedem de ver os aspectos a serem transcendidos em si mesmo. Muitas vezes, por tentar manter ocultas suas imperfeições, o indivíduo não permite que sejam removidas.
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É preciso estar disposto a deixar que a luz penetre livremente na consciência, mostrando horizontes de beleza inefável, mas também tornando visíveis facetas malformadas. Que outro motivo, além do orgulho, pode fazer com que um indivíduo que se dedica a uma vida reta e justa envergonhe-se de cometer erros?
* * *
No decorrer dos processos de sublimação das energias em um ser, de lapidação e de purificação dos seus corpos e da própria matéria que os compõe, os aspectos densos são paulatinamente removidos para cederem lugar a vibrações mais sutis.
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No futuro, a humanidade habitará corpos mais sutis e poderá expressar com maior perfeição a imanência do espírito. Vida e forma estarão mais próximas da imagem arquetípica e rumarão, com maior harmonia, à união profunda com a essência criadora.

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Todos os que aderem ao processo evolutivo invariavelmente passam por provas que os levam a confirmar seus votos internos. Quanto mais sua consciência estiver aberta a mudanças, mais poderá usufruir a renovação trazida por esses momentos. Um período de provas é, antes de tudo, um período de ensinamentos; dinamiza intensamente as energias do ser e desperta novas áreas de sua consciência externa. Aprende-se quando se cai, aprende-se quando se consegue superar obstáculos, estando presente a intensão de persistir e de transcender estágios retrógrados. 
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Muitos estão atingindo um estado de maior desligamento das coisas do mundo. No princípio a vivência desse estado traz uma espécie de vazio, que não se plenifica de imediato, mas só quando o ser permite que as energias internas assumam a regência de seus passos. Enquanto essa permissão não é dada, o vazio incomoda. Mas será depois sua própria morada, uma das expressões mais sublimes de sua entrega.
* * *
A personalidade é fruto de todo o passado do ser na superfície da Terra, desde o seu ingresso humano. Tantos são os mecanismos nela presentes, que somente a graça pode redimi-la e elevá-la, conduzindo-a à absorção em um nível superior. 
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É preciso recolhimento para que um trabalho de cura possa transcorrer na sintonia correta, principalmente nas fases em que ele está se plasmando, em que se está formando nos níveis de consciência materiais. A partir de estágios evolutivos mais avançados, quando a consciência externa do ser já se fundiu plenamente em núcleos interiores, os cuidados e precauções pertinentes às primeiras fases não são mais necessários. Todavia, nas etapas iniciais, é preciso dedicação e serena persistência para construir a ligação do que está em cima com o que está embaixo.
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A trajetória evolutiva exige constante renovação do estágio alcançado. É bela poe sua própria natureza renovadora, pois está em permanente atualização. É sábia por considerar toda a existência quando determina os rumos que levarão o ser a acercar-se de núcleos cada vez mais potentes. Enquanto no ser prevalecem aspectos da personalidade, eles ofuscam o fulgor da luz interna e o impedem de ter clareza. Qualquer estágio evolutivo alcançado, por melhor que seja, deve ser ultrapassado quando a vida interior preme por desbravar novas regiões de consciência. Portanto, a energia espiritual procura sempre atualizar todos os níveis de existência do ser. Realiza isso sem estimular os movimentos naturais dos seus corpos densos, sem criar neles ansiedades; transmite-lhe amor, propicia a entrega e também a determinação de avançar.  Em um planeta onde a deterioração do valores conduziu a vida externa a um estado de caos, a energia espiritual não pode ser condescendente com as vibrações dos níveis da personalidade.
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Toda a existência encontra-se sintetizada no momento presente. Tudo o que pode vir a ser é nele construído. Se o indivíduo não tem condições de contatar a energia do momento presente, não está pronto para o toque da eternidade: seria fulminado por esse toque, já que a ilusão na qual se encontra o impede de acolher vibrações de frequências mais elevadas. É preciso amar intensamente a verdade para que ela encontre abertura e possa retirar os véus que encobrem o caminho espiritual. É preciso coragem para assumir um processo de contínua negação do ego, e e encontrar os núcleos internos da consciência que fazem pressão para estender suas energias até a vida material.
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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Transmutando as forças negativas

Para a humanidade comum, a verdade espiritual torna-se realidade quando captada, absorvida e manifestada externamente por um ser que para isso atue como canal. A partir de então, essa verdade pode ser transmitida aos demais, por diferentes vias, sejam elas visíveis ou ocultas. 

Em princípio, a manifestação do Plano Evolutivo na Terra decorre da dinamização do potencial energético interno de alguns homens. Porém, como todo trabalho interior, essa dinamização repercute de modo potente na vida material não só deles, mas do planeta inteiro. 

Uma das singularidades da tarefa de um servidor do Plano Evolutivo é a vitalização de um desígnio da Hierarquia. Isso só é possível com o desenvolvimento e o aprofundamento da fé, e com a capacidade de manter acesa na vida manifestada a chama interior. 

Como o objetivo básico da Hierarquia é servir, o serviço tem importância fundamental na vida dos seres que são canais de manifestações espirituais. Todavia, existem muitas maneiras de servir, e ao buscador cabe descobri-las, à medida que avança em sua trajetória evolutiva, pois cada indivíduo encontra o seu modo de aproximar-se da luz. Por isso é aconselhável não determinar métodos rígidos, que possam tolher o desenvolvimento desse processo. Para que seja autêntico, é necessário que no ser exista uma sede tão grande que por nada desanime de alcançar a Fonte. Se assim não for — se ele utilizar métodos artificiais, copiados de outros  — a qualquer momento pode sair da trilha que o conduz, pois não a conhece realmente. 

O servidor do Plano Evolutivo tem de encontrar os degraus que o levarão a penetrar os níveis espirituais da existência. Tem de descobrir sua própria forma de orar e diligentemente dedicar-se a ela. Momentos de silêncio, manifestações que expressem impulsos internos, atividades em louvor à Vida Una  — todos os meios são válidos, porém ele deve descobrir o que é adequado naquela fase de sua vida. Isso é percebido com o aquietamento, com a entrega, com a devotada persistência em conhecer o sublime amor. 

Naqueles que nutrem uma firme ligação com a vida espiritual há sempre uma alegria por dedicar alguns momentos a perceber o mundo invisível, no qual nuanças sutis da realidade se revelam e de onde fluem energias renovadas e purificadoras.

À medida que a atividade externa do servidor do Plano Evolutivo se amplia, como acontece nestes tempos de caos, aumenta a necessidade de transmutação do que é gerado no decorrer dessa atividade. Assim, os momentos de repouso físico são utilizados pelo ser interno para reequilibrar e purificar energias, o que muitas vezes pode ocorrer por meio de sonhos que retratem situações de luta e de conflito. 

Durante fases intensas de transmutação de forças negativas, às vezes personificadas, o servidor encontra fortaleza e paz quando reafirma a própria entrega ao que é eterno, ao que está firmado na luz da verdade, ao que nutre e irradia o amor capaz de transfigurar a Terra. 

Muitos estão atingindo um estado de maior desligamento das coisas do mundo. No princípio a vivência desse estado traz uma espécie de vazio, que não se plenifica de imediato, mas só quando o ser permite que as energias internas assumam a regência de seus passos. Enquanto essa permissão não é dada, o vazio incomoda. Mas será depois a sua própria morada, uma das expressões mais sublimes de sua entrega. 

De qualquer modo, é verdadeira a afirmação de que a humanidade está sendo conduzida a situações nas quais pontos-chave a serem trabalhados emergirão, e os votos e as decisões internas de cada um terão de ser confirmados. Havendo abertura, pode-se perceber a existência de grupos que, em níveis internos, realizam a importante tarefa de custodiar e dinamizar a energia que estimula o avanço espiritual dos homens.

Alguns autoconvocados já participam ativamente dessa rede de serviço. Entretanto, externamente nem sempre têm consciência da existência delas e, se se distanciam da meta, afetam o grupo de que fazem parte. Os desvios nos quais incorram trazem restrições não só ao seu próprio processo individual, mas também à possibilidade de toda a humanidade ser redimida. Em outras palavras, seus desvios minam os alicerces que sustentam a fé na materialização de uma vida superior na face da Terra. 

Os integrantes dessas redes e os que estão em sintonia com elas trabalham em colaboração com a Hierarquia e podem contatar energias distintas, bem como captar partes diferentes do Plano Evolutivo. Assim, da união dos esforços e propósitos surge uma obra de maior auxílio ao planeta do que se todos estivessem conectados a uma expressão da sabedoria, a um mesmo Raio específico. Essas redes são prolongamentos dos grupos internos e permitem a existência de uma multiplicidade de manifestações. Por esse motivo, são de diferentes tipos os curadores espirituais. 

Relato de uma experiência de despertar

“Nas últimas semanas, o ataque de forças negativas foi muito intenso. Vi-me diante de situações e de envolvimentos que pensava estarem resolvidos. Na realidade, era como se os corpos estivessem sendo provados em pontos que o ser interno já havia superado. Há alguns anos vivi situações semelhantes, mas o que ocorria então era um processo da alma, que buscava imprimir nos corpos da personalidade certas determinações. Desta vez, percebia como se os corpos, eles mesmos, tivessem de superar estados negativos e atingir um nível de vibração mais elevado.

Foi um período difícil, de muitas lutas. Fiquei diante da natureza humana, com toda a sua limitação, constatando que nesse nível nada podia fazer por mim mesmo. A segurança que antes sentia com o respaldo da energia interna se esvaziara, transformando-se numa capa de orgulho a camuflar as tendências e idiossincrasias do ego. Não posso dizer que essa fase tenha sido uma “noite escura”, mas os corpos estavam entregues a si próprios. Nas quedas fazia intenção de levantar-me; nas vitórias, de prosseguir — mas caía em pensamento, em sentimento e ação.

A vigilância é necessária sempre, pois a conivência vai sutilmente se infiltrando, sugerindo pensamentos, insuflando a imaginação, estimulando desejos e, pior, justificando-os. A natureza material, por si mesma, não se eleva; por isso é preciso dar condições para que ela seja continuamente atraída para o Alto por uma energia superior.

Orava muito nesses momentos, numa intensidade que há tempos desconhecia. Conscientemente invocava a ajuda e a luz da Hierarquia. Via que cada célula dos meus corpos tinha de acender o fogo em seu interior, também eles tinham de aspirar ao Supremo.

Lembrei-me do trabalho realizado pela Mãe¹, no sentido de liberar a luz existente no âmago das células físicas.Ela dizia que seria fácil, para o seu ser interno, tornar o sadio corpo que usava; porém, não era esse o trabalho que ela tinha de fazer, mas sim o de levar cada célula a liberar a sua luz, a aspirar ao Divino.



Nas instruções deixadas pela Mãe² encontrei uma oração que me foi de auxílio:

Apodere-se dessas células,
Apodere-se desse cérebro,
Apodere-se desses nervos,
Apodere-se corpo,
Apodere-se dessa matéria,
Apodere-se desses átomos,
Om, Senhor Supremo,
Manifesta Teu Esplendor.

Nas provas que vivera, constatei profundamente a limitação dos seres, enquanto restritos ao âmbito humano e, dessa constatação, emergiu a percepção do sofrimento que paira sobre a vida de superfície. Certo dia, tendo passado o período de lutas mais veementes, estava em quietude quando de dentro de meu ser emergiu um intenso clamor, uma oferta a Deus, como nunca havia ocorrido. Não era um processo mental, era algo que fluía de dentro para fora, e me tomava por inteiro. A mente apenas observava. O meu ser ofertava-se, sem reservas, para assumir em si próprio a carga do sofrimento do mundo. Tal era a intensidade da energia naquele instante, que o consciente não apresentou temor algum a dores ou doenças. Tampouco restrições ou expectativas. Não era um desejo, era um movimento interno, pleno, diferente de situações anteriores nas quais ‘tinha a intenção de doar-me’. Naquele momento a doação aconteceu e tomou todo o meu ser. Era algo que não se podia engendrar intelectual ou emocionalmente, nem os níveis humanos podiam cercear. Apesar de incluí-los e de neles imprimir sua vibração, essa energia era independente desses níveis.

Não saberia dizer quanto tempo durou essa experiência. Parece-me ter sido rápida. Estas linhas muito parcamente retratam o que realmente se deu, pois foi algo que não pode ser descrito sem se tornar limitado.”

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Aviso aos navegantes deste mar desconhecido

O despertar da luz espiritual em um ser traz como consequência a depuração da energia dos corpos de que dispõe. Traz também a elevação da sua própria vibração e o desabrochar de virtudes que ampliam o grau em que a sua consciência reflete a vida de núcleos profundos. 

 * * *

Os contatos internos não são um privilégio de poucos, mas o caminho de todos. A mente, com o seu discernimento, foi concedida aos homens com o propósito de que com ela construíssem uma ponte com a vida interior.

 * * * 

O momento em que os contatos internos se revelam à consciência é secreto e desconhecido. É regulado por leis e ciclos que transcendem a percepção humana atual. 

 * * *

Uma das decorrências fundamentais dos contatos internos autênticos é a aproximação, à vida concreta, das energias e qualidades sublimes da consciência que despertou para o divino, e a transmissão de estímulos para a realização da parte do Plano Evolutivo que cabe à humanidade cumprir.

 * * * 

O grau evolutivo de um ser não se pode medir e, portanto, não deveria ser objeto de comparações ou de comentários. Todavia, é necessário cautela frente aos que propalam sabedoria sem que esteja firmada nos atos de sua vida. 

 * * *

A expressão externa de um indíviduo está sempre aquém do nível alcançado por seus núcleos interiores; todavia, o descompasso entre esses níveis de consciência é progressivamente reduzido à medida que o ser cresce em fidelidade e obediência ao que lhe é indicado internamente. 

 * * *

Se em sua ascensão o ser olhar para trás, desviar-se-à do rumo, afastar-se-à da meta e perderá a clareza que o guiava. 

 * * * 

Uma das provas que sucessivamente, e de modo cada vez mais sutil, é apresentada ao aspirante, ao discípulo ou ao iniciado, é a transcendência da ilusão própria do nível em que ele está polarizado. 
 
 * * *

 Com a ampliação da consciência, o homem aprende a ver com os olhos da alma. Se a esta os frutos do seu labor são oferecidos, ele torna-se um servidor do Plano Evolutivo. Deverá, então, alcançar patamares mais altos: será a ígnea percepção do nível monádico que lhe dará de maneira cristalina as chaves da sua tarefa junto à Hierarquia. Mesmo que não se encontre desperto e estável nesse elevado nível, a graça está sempre atuante e, sob a aura do Instrutor Interno, ele poderá ser tocado por energias cósmicas.

 * * *

 É essencial aderir ao que trasncende toda corporalidade e tem raízes no centro do universo.

 * * *

Na vida do ser, tudo deve estar em função da meta única, e ter o propósito de conduzí-lo pela senda do espírito.

Trigueirinho

terça-feira, 19 de junho de 2012

Crises Salutares

Se há desapego e receptividade às transformações, os estados de crises tornam-se elemento de elevação da consciência. Porém, se não há abertura, pode-se até mesmo regredir ao entrar neles. 

Uma crise pode desencadear processos intensos. Principalmente quando é hora de o ser realizar a parcela que lhe cabe no Plano Evolutivo, elas atuam no sentido de dissolver os projetos humanos que poderiam vir a impedi-lo de dar os passos necessários. Todavia, se ele insiste em vitalizar esses projetos, pouco ou nada se pode esperar de sua participação nesse Plano.

Frente a determinadas crises, o silêncio é a atitude mais indicada. Silêncio de opiniões, de pensamentos, de julgamentos e de análises. Em silêncio, o próprio indivíduo pode reconhecer, com menos interferências, o rumo que lhe cabe tomar. As percepções vão mudando, a compreensão amplia-se. O silêncio autêntico é o prenúncio de expansões de consciência que trazem mudanças no modo de se estar diante de certas tarefas e situações. 

Abençoada crise a que vos faz reconhecer a pequenez da natureza humana e a vossa aparente incapacidade diante das mais simples atividades. Tendo chegado o momento de transcenderdes as potencialidades materiais e de serdes permeados pela energia de núcleos profundos, faz-se necessário romper as estruturas do ego, os pontos nos quais ele se sustenta, e dissipar as ilusões com o que é externo, sensorial e visível.
Porém, quando vos é dada uma oportunidade ascensional, há também a possibilidade de retrocederdes. Isso é inevitável, faz parte da conjectura terrestre. Portanto, é preciso determinação em prosseguir; saber que vossa vida não é aquilatada por feitos humanos, mas pela luz que o vosso ser irradia silenciosa e ocultamente — e da qual pouco tendes consciência.
Além disso, deveis ter a meta clara, o que permitirá caminhar com retidão na estreita trilha que vosso ser escolheu. E lembrai: humildade, compreensão e serviço — três chaves, três qualidades, três atributos a serem por vós reconhecidos, aplicados e desenvolvidos.
Pode-se afirmar que é na batalha que se fica experiente. porém, o servidor logo descobre que a batalha real a ser travada é com as forças retrógradas que ainda abriga em si mesmo. Nessa luta, é um excelente princípio o indivíduo deixar que a energia interna seja o guerreiro, em vez de querer agir por conta própria. E, muitas vezes, é num insucesso aparente que a verdadeira batalha é vencida.

Trigueirinho 



segunda-feira, 18 de junho de 2012

A experiência dada a cada um

Num mecanismo de captação de realidades internas, a decodificação das impressões conta com as possibilidades do indivíduo que as recebe. Ainda que dois seres contatem as mesmas realidades, e que as descrevam em similitude de detalhes, nunca estarão vendo a mesma imagem. 

O reconhecimento dessas realidades deve ser feito mais pela vibração que pelas formas que as exprimem. Rostos, imagens, cenas ou vozes não são, em si, expressões dos níveis supramentais. 

O desenvolvimento do mecanismo de captação depende da abertura proporcionada pelos corpos e pela personalidade do indivíduo. Portanto, o exercício de entrega deve ser por ele assumido integralmente, por meio do despojamento de expectativas e projetos — mesmo que se refiram à vida espiritual. Esse é um ponto crucial para os buscadores da verdade.

Se pudésseis captar a grandeza do que vos está reservado, certamente não dispersaríeis tanta energia em pequenas idéias e circunvoluções.

A presença da pura energia, sem imagens, é uma benção para aqueles que podem percebê-la em seu próprio interior. Em muito maior grau do que podemos imaginar, ela conduz os seres, nesta época, à sua verdadeira Morada.
Essa energia é característica: absorve todo o ser num plano elevado, é onibarcante, está ali como se tivesse estado desde sempre. Simplesmente por estar presente, esvaece ilusões, dissipa brumas, leva a luz interior aos recônditos mais obscuros do ser. Transmuta, traz a vida, a certeza do caminho correto; enfim, é a energia do Reino, que se revela despida de formas. 

Se deixássemos de crucificar com a nossa arrogância essa energia, que pod abundantemente permear os que a ela estão receptivos, maiores dádivas renderíamos ao planeta. Crucificá-la significa direcioná-la, ou tentar fazê-lo, segundo nossos desejos ou aspirações, por mais elevados que nos pareçam. 

Quão silenciosa é a presença d'Aquele que guarda o Caminho do Céu, pelo qual conduz os peregrinos!... Estes, por estarem ainda imersos na soberba, retardam os próprios passos, supondo conhecer a trilha do destino. Se realmente os conhecessem, todavia, não estariam onde estão sem seriam o que são. 

A ousadia é necessária nesse caminho, assim como a coragem e o destemor; mas também o são a prudência, o sil~encio e a receptividade ao mais Alto. A ansiedade por determinar o próprio rumo deve ceder lugar à total rendição à energia que, em realidade, conduz passo a passo o viajente. 

Qualquer imaginação ou expectativa é inoportuna quando se busca a sintonia e o contato verdadeiros com os níveis supramentais. Aprofundar o próprio silêncio e amar a Deus com perfeição é o que permite reconhecer o caminho. Que cada um se concentre na própria tarefa, totalmente, sem nada querer ou esperar do futuro; que vá ao encontro daquilo que a vida lhe traz como necessidade a suprir — sabendo, contudo, que nda é fixo e que a energia que o guia também está evoluindo. 

Trigueirinho — Aos que Despertam - Ed. Pensamento

terça-feira, 5 de junho de 2012

Como reconhecer o Eu interno

A experiência do deserto


A experiência do Deserto - Trigueirinho from Paulo Santos Junior on Vimeo.

Por que é tão difícil a vivência da experiência do deserto existencial? Porque nesse fecundo momento, estamos sós, desprotegidos física e psicologicamente. Não temos onde nos segurar, onde nos apoiar, onde buscar por abrigo e proteção. Não há como buscar por identificação e isso, para o ego, que vive em busca de segurança psicológica, é um sentimento mortal. É por isso que muitos não conseguem atravessar esse paradoxal período fecundo e, num momento de desespero, recorrem a atitudes potencialmente trágicas, ou então, como nos dizeres do finado educador Huberto Rohden, "muitos principiantes, aterrorizados com essa revolução que não causa danos, desistem de prosseguir na jornada iniciada, voltam atrás, com saudades das suas ideologias tradicionais, dos seus queridos ídolos de sempre, dos quais não podem ou não querem se divorciar, porque sentiriam esse divórcio como dolorosa dilaceração interior, como uma profunda hemorragia moral". Isso ocorre porque estas pessoas se identificam com o desesperante clamor do ego que pensam ser. Em vista disso, a experiência da vivência do deserto serve tanto como um portal para a sanidade do Ser, como para o limbo da psicopatia do não-ser.

Na vivência do deserto é que toda estrutura do ego, trabalhosamente construída por anos, tem suas bases implodidas, colocando ao chão toda forma de identificação. Para o ego, de fato, este é um período de profundo terror e confusão. Não se trata aqui da demolição de uma laje específica, mas sim, da demolição completa de sua estrutura, de modo que nada de sua estrutura possa ser reaproveitado.

No deserto, a crença não serve para nada; no deserto, o simples fato de acreditar na água, não traz o saciar da sede, não traz o seu frescor. No deserto, a experiência passada do frescor da água, também não traz o saciar da sede. No deserto, a projeção da idéia da água, também não sacia a sede. Crença, experiência, projeções de nada servem quando nos encontramos assolados pelo deserto.

No deserto, a crença na possibilidade de uma mente silenciosa, de uma mente em que o pensamento cessa, de que vale? No deserto, o que vale é a vivência, a observação, o testemunhar daquilo que se apresenta, passo a passo, momento a momento, ainda que de forma vacilante. No deserto, a coisa fica difícil porque ali, já não há para onde fugir, já não há onde se pisar com segurança; o deserto é ego-enfrentamento, é a solidão que dessolidifica, apontando sempre, para a original construção, onde enfim, conhecemos o Grande Arquiteto Construtor. 

Outsider44
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill