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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Nossa sociedade, o outsider e o “eu” renegado

Você imaginava que os primeiros hippies da costa californiana no Pacífico eram taoístas? Estas pessoas levavam a sério a rejeição do condicionamento por parte da sociedade – mas quando a contra-cultura se espalhou, a idéia do wu wei se diluiu. Isto degenerou e passou a significar “não fazer nada”. Desta forma cada vez mais vadios uniram-se ao círculo dos hippies, dos preguiçosos e das pessoas que se desligavam da sociedade por causa dos próprios delitos. Este tipo de pessoas reduziam a sabedoria do Tao a um álibi para uma vida boêmia. Certamente surge a pergunta sobre nossa posição nos mecanismos da sociedade, na vida profissional, quando interiormente nos libertamos da autoridade estranha e enxergamos livremente e sem distorções a verdadeira realidade de nossa vida. Por isto quero ocupar-me neste capítulo com outsiders, com a ideia de uma vida alternativa. Vamos averiguar se “alternativa” não é apenas um outro nome, um sinônimo para um método mais secundário de estar comprometido. Toda ideia, nobre e liberal pôr mais que pareça, requer uma classificação em suas regras ou não-regras. Não-regras significa seguir a renegação, ou seja, a exigência de não fazer isto ou aquilo (por exemplo, de fazer a barba ou vestir-se bem). Quem reconhecer como foi posto sob tutela por todos os lados, como a sua existência é condicionada, como se tornou corrupto – pois aceitou por interesse coisas que repugna – este certamente tem o desejo de dar as costas a esta limitação e regulamentações. Esta pessoa se rebela e procura caminhos para sair deste estado. Naturalmente aqui a situação política mundial é atrapalhada, a separação das pessoas por raças e nações, o ódio, a falta de paz, as ideologias sem sentido, o fanatismo, e o horror global têm um papel muito importante. E ainda mais o contraste com toda esta miséria: o bem-estar dos países economicamente ricos que se intrometem nos acontecimentos mundiais com frases vazias sem realmente contribuir para a melhora. Diante de todas estas carências algumas pessoas procuram um buraco para poder se esconder até que toda esta confusão feia, que se chama vida, tenha passado.

Pessoas isoladas, ou grupos inteiros, procuraram e acharam tais “buracos”. Eles se isolaram externamente da sociedade, mudaram para o campo, e desenvolveram lá o que imaginavam para uma vida cotidiana. Nestes grupos, podemos constatar os mais diversos motivos básicos filosóficos e religiosos. A devastação do meio ambiente foi um motivo forte também, e o fato de quase não serem mais produzidos alimentos industriais que não sejam mais ou menos envenenados. Este movimento para fora da sociedade deve ser considerado absolutamente honesto, e esta saída é autêntica – pelas suas conseqüências exteriores. Libertar-se de normas, seguramente facilita a vida. Basta pensar na roupa e na vida profissional. Não dá para imaginar um caixa de banco usando uma roupagem árabe em um dia de verão muito quente, se bem que isto é o mais razoável, como os habitantes de regiões muito quentes já reconheceram. O pobre homem que fizesse isto teria de contar com as conseqüências, das quais uma dispensa ou férias obrigatórias seria a mais suave. Pode-se indagar: quem tem a coragem de andar descalço pela cidade?! As pessoas modernas perderam todos os modelos de conduta natural, e mesmo quando vão procurar a natureza em seus passeios já perderam a relação com ela. Neste ponto a vida alternativa no campo oferece estímulos e oferece um retorno a costumes de vida de velhos tempos.

Porém a saída da sociedade, a volta à vida mais simples continuam sendo obras mal-acabadas enquanto forem apenas um processo exterior de desligamento do modo de vida atual. Todos que saem levam toda a sua bagagem interior. Seja lá para onde for, levarão junto as cargas e traumas empurrados para o inconsciente, o amor não correspondido de sua infância, e a raiva desapercebida por si mesma por causa da submissão que praticaram na época para não perder o amor dos pais. E assim chegamos ao cerne do problema. Posso encontrar inúmeros caminhos de fuga dos compromissos com as convenções sociais, mas enquanto eu não me libertar, ao mesmo tempo, do próprio compromisso da minha monstruosa adaptação à autoridade exterior (e interiores aprendidas neste meio tempo), e não compreender a sua origem, nenhum lugar no mundo me servirá como espaço livre para a fuga do meu próprio eu. Sair da sociedade e viver uma vida alternativa só tem sentido se eu procurar a liberdade de dentro para fora, em vez de um ato externo de mudança. Se eu alcançar a liberdade interior, o nível exterior tem uma importância bem menor para o meu bem-estar, enquanto que este nível é muito importante para uma saída apenas exterior.

Existem poucas pessoas em nossa sociedade, nestes tempos, que podem dizer que a sua infância se passou sem conflitos emocionais e que tiveram uma mesma educação psiquicamente saudável. A maioria pode afirmá-lo pois não conhecem nada melhor e se convencem disto, mas a realidade é diferente. Praticamente a Humanidade toda desde a infância se separa do seu próprio “eu”. Aquilo que vive aqui, age e pensa, é uma formação artificial criada em um longo processo de adaptação às regras do jogo – o ego ou o eu. O “eu” existe apenas em nível de pensamento. As pessoas estão totalmente separadas de seus sentimentos. O que elas consideram hoje sentimentos, são os pensamentos sobre sentimentos, não são mais os próprios sentimentos. Não estamos mais em condições de reconhecer a relatividade de nossos pensamentos e sentimentos, eis que não possuímos mais parâmetros de comparação para o autêntico. Nem nossos pais e nem nós tivemos sentimentos autênticos. Isto soa muito duro, mas infelizmente é a realidade. Quero citar-lhes um único exemplo: se você escuta no noticiário do rádio ou da televisão que na Etiópia imperam novamente a fome e a miséria e que inúmeras pessoas estão condenadas à morte, a miséria teria de acabar. O que você sente? Logo após a notícia você sente um choque e um certo espanto que, ao mesmo tempo, está emparelhado com um sentimento de gratidão por você não estar passando por isto. Mais tarde, ao assistir o filme da noite, você já esqueceu aqueles esqueletos famintos que um dia foram crianças. Isto é possível, pois você desenvolve a compaixão apenas no pensamento: a verdadeira compaixão é estranha para você por causa dos mais diferentes motivos (que realmente não são culpa sua). Assim ocorre não apenas com a compaixão, mas com o amor, com a dedicação, com a benevolência, com a amizade, que você só conhece em forma de pensamento. Os sentimentos contrários, como ciúmes, ódio, inveja, raiva, surgem por causa da falta de verdadeiras virtudes como acima as enumerei. Ódio e violência, infelizmente são sentimentos autênticos em nós, eles existem nas pessoas por causa de um processo que retorna à infância e são um sintoma de raiva por si mesmo. Mas quero falar aqui sobre o Tao e não entrar na psicologia profunda, uma vez que existem caminhos para sair deste dilema sem ser o divã do psicanalista. O caminho do Tao é também um caminho da cura psíquica, é o caminho de volta para o “eu” isolado.

Esse “eu” é a verdadeira pessoa autêntica dentro de nós, e que renegamos, pois não o conhecemos e nem conseguimos perceber a sua existência. Por causa desta renegação que praticamos com nossa maneira de pensar e de viver estamos totalmente separados de nossos sentimentos autênticos, já que estes existem apenas dentro deste eu. Um passo ousado para a saída deste esquema é a separação rigorosa e total de nossos pseudo-sentimentos do tipo intelectual – e assim são quase todos, e doravante confiamos neles. Neste contexto só nos resta a alternativa de colocar-nos à disposição dos sentimentos autênticos ao invés de reprimi-los. Assim que pararmos de pensar sobre nossos sentimentos, e tentarmos senti-los, observá-los e dar-lhes atenção, sentiremos a sua existência. Pois eles existem, mas não nos alcançam nestas condições. É muito doloroso usarmos sentimentos autênticos, pois não conhecemos esta confrontação e sempre fugimos dela. A maioria das pessoas têm medo de seus sentimentos. Elas preferem esconder-se atrás de seus pensamentos, constroem uma parede protetora contra a aparente ameaça emocional. Mas para tornar-se livre nenhum caminho passa por nossos sentimentos, por mais doloroso e insuportável que seja no início. Assim que você decidir deixar vir à tona todos os sentimentos existentes em você, contemplá-los intensivamente, vivê-los, crescerá uma força colossal de cuja existência você não tinha noção. E nesta mudança de sentimentos vividos e aceitos, e força crescente, você consegue resgatar uma relação com o seu “eu”, achar o caminho de volta para o seu ser original, do qual você se distanciou tanto. A pessoa tornou-se estranha para si mesma. Características de caráter do seu próprio eu esta pessoa considera fraqueza, e as rejeita pois não conhece a sua força. Você não deve concluir por estas afirmações que os sentimentos têm conteúdos apenas negativos: estou falando na mesma proporção de compaixão, amor, alegria, etc. Mesmo soando como um paradoxo, as pessoas dos nossos tempos se fecham também para sentimentos tão positivos como amor e compaixão. Elas têm medo de todo tipo de sentimento, tanto faz qual é o seu conteúdo, sendo que estas pessoas não conhecem esta dimensão, pois elas são características de caráter de seu eu ocultadas desde a sua infância. O ego, o eu, nunca é capaz de sentimentos autênticos, ele interpreta apenas as reações intelectuais sobre acontecimentos de uma maneira determinada e aprendida.

A receita da arte do Tao é a seguinte: deixe espaço para todos os seus sentimentos, permita-lhes desenvolver-se totalmente dentro de você. No futuro não fuja de nenhuma emoção que venha de dentro de você. Este é um passo muito duro, pois no início estará ligado com medo. É o medo da realidade, do “eu”, da identificação que o seu ego tem de enfrentar como seu adversário, seu maior inimigo. Mas esse medo deve diminuir logo, dar espaço para aquela força da qual falei. Esta energia liberada vai aumentando na medida em que você se abrir para os seus sentimentos e permitir que este medo inicial aumente em si. Se você agir assim seguramente este medo desaparecerá, não apenas naquele instante, mas diminuirá cada vez mais e em pouco tempo não terá mais espaço em sua vida.

Sair da sociedade significa, na sua verdadeira função, em primeiro lugar o rompimento consciente de sua ligação a falsos sentimentos, ao vazio e à falta de conteúdo de processos intelectuais emocionalmente decisivos, e a dedicação a sentimentos verdadeiros que surgem em você. Assim você entra em contato consigo mesmo e a partir daí resulta uma enorme energia. Se além disso você tem condições de rever seus compromissos, a maneira como está preso à sua condição de vida, observar e sentir tudo isto, conseguirá bastante liberdade e autonomia. Mas aqui não carece nenhuma rebelião que se expresse em traje diferente ou fantasia estranha. Você então é bem diferente dos seus semelhantes, mas este ser diferente vem do seu interior, é autêntico, e não é imposto como uma filosofia de vida puramente voltada para o exterior. Aí então você pode mudar para o campo, plantar a sua própria verdura, tornar-se vegetariano e filiar-se ao movimento da paz – ou também não. Onde você está, e o que você faz não é mais importante. Assim que começar a sentir, a partir do seu “eu”, viver a cada dia no presente, você estará no caminho da auto-realização: o próprio caminho e o seu cotidiano são esta realização.

Theo Fischer

sábado, 30 de março de 2013

Inventariando uma moral de segredos e mentiras

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Reflexões sobre um estado sobrenatural de ser


Parece-me um fato que, o homem não tem como se ver livre dos constantes ataques da ansiedade, do medo e dos desejos — ataques estes que dão margem a uma enorme quantidade de outros sentimentos torturantes, tais como o vazio, o tédio, a insatisfação e a falta de sentido — enquanto não tem um encontro consigo mesmo, um encontro com sua real natureza, natureza essa que nada tem em comum com essa imagem criada, idealizada e sustentada por décadas através da constante prática forçada da imitação e do ajustamento limitante. Parece-me que, sem a ocorrência de algo “sobrenatural”, ou seja, algo que transcenda os limites dessa natureza que o faz se identificar e dar vazão a uma enorme gama de atitudes anti-naturais — e que por muitos são tidas por normais —, não há como o homem se ver livre desse constante estado de ansiedade que o aprisiona num modo de existência sem vida, forçando-o à uma constante e compulsiva busca por plenitude de vida, sempre na esfera das coisas mortas, como por exemplo, a palavra, o livro e o mundo das imagens. Sem esse “toque sobrenatural”, vê-se o homem numa dolorosa rotina sem sentido, rotina essa da qual não pode abrir mão, devido os forçados compromissos referentes ao seu custo de vida — ainda que este seja bem limitado por meio de um modo de vida pautado na simplicidade voluntária (refiro-me aqui ao limitado número de homens semi-conscientes, uma vez que, a maioria por estar dormindo, por estar num estado de sonambulismo crônico, nem se apercebe de sua triste situação de servidão escravagista). Assim, em nome de atender as exigências dos compromissos referentes ao forçado custo de vida, paga o homem com alto custo: o custo da possibilidade de saber por experiência direta, o que vem a ser a realidade do que é Vida. Parece-me que, sem esse “toque sobrenatural”, toque esse que transpassa a natureza de todos os esforços humanos, seja por meio da lógica, da razão ou de seu limitado acúmulo de conhecimento, no que diz respeito a manifestação da vivência de um estado de ser que é pura liberdade e felicidade, esse estado de ser fica apenas nos limites da idéia, nos limites da mente, nos limites do pensamento, nos limites da imaginação. Para o homem plenamente identificado com a mente, identificado com o endeusamento do intelecto, tal estado de ser é visto como algo utópico, algo fora da realidade e, segundo sua visão, todo aquele que coloca seus esforços no sentido de saber se há ou não essa realidade, sofre de algum tipo de insanidade mental, insanidade essa que deve ser nomeada, classificada, rotulada e devidamente tradada com os últimos experimentos resultantes das pesquisas dos laboratórios da indústria dos rentáveis psicotrópicos. Por lhe faltar esse estado de ser “sobrenatural”, a genuína, a verdadeira capacidade criativa, o frescor da novidade, que é o agora, o eterno, escapam-lhe das mãos, fazendo com que sua existência fique sempre nos limites da imitação, do plágio. Pergunto-me: sem a manifestação desse estado criativo de ser, como pode o homem, ver-se livre dos constantes ataques dos sentimentos de rotina, de tédio, insatisfação e falta de sentido? Deixo ao confrade, o espaço para reflexão. 

Out

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Áudio: A questão da mediocridade

domingo, 16 de setembro de 2012

Áudio: Poderosas observações para uma ovelha sem rebanho

Áudio: Como pode a mente compreender a si mesma - parte 1

Como pode a mente compreender a si mesma - parte 1

sábado, 15 de setembro de 2012

Áudio: Observando o conflito

reunião pelo Paltalk em 09-09-2012

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Áudio: Compreendendo a anatomia da fundamental transformação interior


Reunião de estudos realizada em 12-09-2012 pelo Paltalk

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Existe um método de como ficar com o conflito e observá-lo?

C.J. diz: Bom dia Out!

Outsider diz: Bom dia!

C.J. diz: Estou investigando uma situação e queria seu ponto de vista, me avise quando tiver um tempo, por favor.

Outsider diz: Diga lá!

C.J. diz: De acordo com nossas conversas, toda vez que surge o sofrimento, a dica de K é ficar com isso, observar. Você me falou em observar o conflito, ficar com ele. Percebo que você tem clareza quando se expressa em palavras, então me ocorreu de pedir para — didaticamente — colocar em palavras essa coisa que é ficar com o conflito e observá-lo. Quando alguém está sofrendo, em crise, com medo, pânico, enfim em sofrimento, portanto com ansiedade, como conseguir juntar todos essas confusões, se aquietar e observar?

Outsider diz: Muito bem!... Isso me parece como a busca de um "como", de um "método"... Será possível isso?

C.J. diz: Creio que não, mas deve ter um jeito!

Outsider diz: Será possível, o modo como me reporto a isso, funcionar também para outro ser humano? Essa me parece uma boa pergunta...

C.J. diz: Deve ser possível, porque K ajudou muitas pessoas.

Outsider diz: No caso aqui do freguês, o que tenho percebido é que é muito difícil romper a, digamos assim, "barreira inicial" que abre um caminho para a possibilidade dessa prática da solitária observação do sofrimento; o consciente enfrentamento, pela primeira vez, do ataque conflituoso é profundamente delirante e desgastante, algo em que parece que o corpo vai se desintegrar... Você precisa mesmo "se agarrar" na cadeira para superar o impulso de buscar por respostas externas que silenciem — mesmo que momentaneamente — a dolorosa força de tal ataque conflituoso; a impressão que se tem é a de que, literalmente, acabaremos em estado de loucura total, num surto psicótico sem volta... Isto é algo muito, mas muito difícil mesmo de relatar através das palavras. No entanto, uma vez que se consegue isso, há posteriormente ao período de dor, a instalação de um estado de ser em que você sente que "algo" ocorreu, que uma "etapa" foi atravessada; há a instalação de um "estado de presença", uma presença que traz a segurança de que é possível fazer frente a tudo aquilo que se apresentar. A partir daí, o ato de fazer frente, fica mais fácil, apesar de ainda, por vezes, se manter "doloroso" e também "desgastante", se bem que não mais na mesma intensidade de outrora. Mas o importante aqui, é que começa a ocorrer aquilo que chamo de "ego-conhecimento"... Porque é o conhecimento do movimento do ego, do eu, do movimento do pensamento. A partir desse movimento, QUEM SABE, possamos chegar ao verdadeiro AUTO-conhecimento: o conhecimento da realidade que somos, quando não mais identificados com essa entidade, a qual denominamos "eu", "ego", "pensamento". Costumo brincar que isso é somente para homens e mulheres de saco roxo, visto que — inicialmente — se mostra algo realmente assustador. Uma vez que estamos por décadas condicionados a fugir de algum modo, daquilo que se manifesta em nosso corpo emocional, psíquico — e olha que são inúmeras as formas de fuga — é claro que fazer frente à tal conteúdo, acaba se mostrando algo assustador, quando não, algo parecido como uma atitude masoquista, destituída de sentido prático. Se tiver que simplificar a "prática", o "método", seria: obter a disposição de, aconteça o que acontecer, só sentar e olhar; olhar tudo, sem ajuda de nada, nem lápis, caneta e papel... Só olhar, olhar, olhar, olhar... É isso! Ser uma testemunha inativa. Penso que, ao invés de tentar dissertar "didaticamente" sobre esta questão, quem sabe, melhor que uma visão isolada, seria marcarmos algo parecido como tema de uma de nossas reuniões on-line. Ok?

C.J. diz: Olha, estive pensando... Com tantos mestres promovendo satsangs que acentuam o ego, por que você não faz reunião tipo Paltak ao vivo, mas, presencial?

Outsider diz: Por que penso que o princípio está acima da personalidade que relata, através da limitação das palavras, uma ínfima fração desse principio; sinto força na ação do anonimato, na não "organização da mensagem". O importante é a mensagem e não o mensageiro. Bem, agora preciso sair; trabalharemos esse tema numa reunião on-line, assim, mais confrades poderão compartilhar de suas observações.

C.J. diz: Ok!

Outsider diz: Vou nessa! Como diz um Confrade: Vida que segue!

C.J. diz: Ok!

Outsider diz: Tenha um ótimo dia!

C.J. diz: Ótimo dia para você também!

Outsider diz: Um fraterabraço e um chute nas canelas!

C.J. diz: OUtro!

sábado, 8 de setembro de 2012

Àudio: A mente invejosa nunca pode estar tranquila




Reunião feita pelo Paltalk em 07-09-2012.
Para participar, acesse:

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Testemunhando aquele que testemunha


C.J: Bom dia Out!

Outsider: Bom dia, C.J.

C.J: em paz né?

Outsider: sempre observando a mente; paz real, ainda não! A paz ainda é uma idéia!

C.J: sim, é isso mesmo!

Outsider: há momentos desprovidos de ataques mentais, isso sim, mas eles ocorrem quando menos se espera; no entanto, a observação dos mesmos impede a antiga identificação reativa inconsciente e inconsequente, que por fim, acaba dando continuidade a mais confusão e a mais alimento para o movimento mental.

C.J: gostaria de lhe colocar algo que estive meditando; é sobre os mestres; gosto de pesquisá-los! Out, vejo verdade nisso que coloca, porém os mestres que dizem terem vivido um momento de luz que os transformaram. Como você percebe isso? Todos dizem que estavam no caminho da busca e, de repente, sentiram algo inexplicavel...

Outsider: Veja, quase todos apontaram a mente como o fator que impede esse estado de "uma mente silenciosa". Aqui não tem ninguém realizado, no entanto, aos 24 anos, vivi uma experiência desse "algo inexplicavel", experiência essa que transformou radicalmente o direcionamento da minha existência. Quase todos nós vivemos o que chamo de uma "amostra grátis do Sagrado"; há um trabalho posterior de reconhecimento dos condicionamentos. Talvez, pelo que me parece, através dessa "meditação consciente", a qual deve ser SEM ESFORÇO, SEM DESEJO DE ALTERAR O QUE SE VÊ, isso a que se referem os mestres, possa se manifestar. Nosso conflito está em ação contínua porque não conseguimos ficar com o que é, com o que se apresenta, momento a momento, sem que a mente julgue, rotule, analise, compare, com bases no que viveu, no que leu, no que viu, no que escutou, no que vivenciou, enfim, naquilo que é seu FUNDO PSICOLÓGICO. Todos esses mestres apontam que esse fundo psicológico — que é o conhecido — precisa sumir para que o desconhecido possa se fazer manifesto. Isso me parece muito lógico!

C.J: sim! Não operar na percepção do AGORA.

Outsider: Então, para mim, penso que isso que eles dizem, só pode se manifestar pela meditação, momento a momento daquilo que se apresenta em nosso interior e também no exterior, sempre percebendo como nosso interior reage ao que vê no exterior. Observar, observar, observar... Absorver, absorver, absorver... Absolver-se, absolver-se, absolver-se!

C.J: honestidade!

Outsider: sim! PARA CONSIGO MESMO!

C.J: ser honesto é difícil!

Outsider: pois bem! O que é que torna essa honestidade dificil?... Qual é a entidade que resiste à honestidade?... Então, observar essa resistência.

C.J: o ego, condicionamentos!

Outsider: muito mais do que, com uma resposta rápida — que é sempre resultante do conhecido — como por exemplo, a sua: "O ego", será possivel, observar isso tudo ocorrendo, SEM NOMEAR, SEM ROTULAR, SEM SE BASEAR EM RÓTULOS LIDOS? Estou me fazendo compreender?

C.J: sim; continue, por favor.

Outsider: Veja, mesmo quando dizemos, "eu", o "ego", isso não foi uma PERCEPÇÃO DIRETA NOSSA; ainda é resultante do fundo psicológico, percebe?... Sendo assim, podemos ver, só ver, sem nomear tudo que sentimos, percebemos e vemos?... Isso sem nomear, sem comparar com o passado, sem comparar com o nosso arquivo de conhecimento, seja ele pessoal, ou literário, institucional? Compreende? Esses mestres tiveram A SUA PRÓPRIA VISÃO DO REAL e, todos eles, pela limitação da palavra, tentaram deixar "pistas"; "setas" neste caminho sem caminho.

C.J: vou colocar o que acontece comigo: quando compreendo algo, sinto que só o silêncio é bom. Parece que, quando algo real se manifesta, nos calamos... falar parece que complica.... Mas, ao mesmo tempo, é bom falar, compartilhar... Parece que vivemos em contradição!

Outsider: isso! Veja, essa palavra, "CONTRADIÇÃO"... Não seria isso, a fonte de toda nossa ausência do que você chamou de paz? Nossa mente diz uma coisa em um segundo, dois segundos depois, diz outra, três segundos após, diz outra ainda! E isso nos causa conflito e, na vontade de fugir do conflito, tomamos uma postura qualquer baseada em uma das sugestões da mente, em uma de suas falas e imagens, que são sempre produto do passado; não temos a coragem de VIVER O CONFLITO, VIVER A CONTRADIÇÃO — HOLISTICAMENTE — VÊ-LA OCORRER EM NÓS, tão só COMO TESTEMUNHAS, SEM AÇÃO... A única ação é a de ser TESTEMUNHA do movimento da mente na ponte do tempo "passado e futuro"; testemunha da mente que pede por ações com base no arquivo dessa ponte para que possamos fugir da dor.... Assim, quase sempre, fugimos da dor, fugimos de vivê-la, de observá-la e, MUITO MAIS IMPORTANTE QUE ISSO: deixamos de chegar àquele ponto em que começamos a observar "aquele" que está OBSERVANDO tudo isso; observar "esse" que está sempre preso na trama da contradição... Não damos o tempo necessário para nos aprofundarmos nisso e, assim, permanecemos num ciclo vicioso de pensamentos; ficamos só na trama da contradição. No entanto, PENSO EU, que o grande lance, o eureka, o insight, só pode ocorrer, quando vamos além da trama da contradição, que ocorre na mente, somatizando sensações dolorosas em nosso corpo fisico. E, ao ir além da trama da contradição, ao ir além dos sintomas fisicos e emocionais, sem fugir, sem correr para nenhum lugar, sem palavrear o que se sente para ninguém, é que conseguimos perceber a "entidade" que observa, que sente tudo isso e que está CONDICIONADA a FUGIR DE TUDO ISSO, seja pela droga, pelo sexo, pelos mestres, ou por outra forma qualquer, ou pelo que se convencionou chamar de DEUS.

C.J: sim!... Fugir! A palavra não é a coisa mesmo!

Outsider: Sabemos o quanto que isso é difícil, não fugir do conflito, da dor, ficar ali, como testemunha... Estamos condicionados... Somos partidários do "Tomou Doril, a dor sumiu"...

C.J: Out, vou tentar te passar minha compreensão para verificar a sua em relação ao meu momento. Sinto que todos os caminhos para o autoconhecimento, tambem são criações da mente; a mente é o unico que temos nessa existência; parece que é "impossivel" compreender o desconhecido e, ao mesmo tempo, queremos saber, porque sentimos que há algo mais. Mas, sinto que essa paz e amor que queremos, também é criação mental. Como disse a você, pesquiso os mestres e, esses dias, quis participar de um Satsang de um dos Mestres da atualidade... Custo: R$1.800,00...

Outsider: ahahahahah

C.J: Então, vejo que esse caminho é muito, mas muito caro! (risos)

Outsider: A graça custa caro quando vem de quem diz que tem a graça...

C.J: Então, compreendo bem o valor do dinheiro; acho que é uma luz neutra; nós é que damos valor a ela conforme queremos. No entanto, não é caro? Estou errada pensando assim?

Outsider: É absurdamente caro! Elitização da espiritualidade; comércio puro! Organização! Mas, a verdade, a graça, não podem ser organizadas!

C.J: Ainda acho que devem cobrar! Na verdade, não é Satsang; são dois dias de curso!

Outsider: "curso?"

C.J: Sim! É o ABC da espiritualidade!

Outsider: Mas, alguém pode lhe dar o curso certo para se encontrar?

C.J: Claro, que não! Ninguém pode! Mas, de verdade, tinha gostado do jeito desse guru brasileiro; ele diz que só o amor resolve; eu concordo com isso!

Outsider: É um velho e desgastado chavão espiritualista! Por causa da imaturidade espiritual, muitos são atraídos para as mãos exploradoras de verdadeiros "lobos com pele de cordeiro" e, em meio da sua dor e confusão, pagam muito caro, pagam o que for pedido diante da promessa de se verem livres de tamanha dor, sem ter que ser responsavel, POR SI MESMO, de observar aquilo que é.

C.J: Mas, quando estamos no caminho de busca, precisamos de dicas de alguém que já experimentou o "Click".

Outsider: vejo isso como condicionamento!

C.J: Acho que é correto seu modo de perceber. Penso, Out, que o Amor pode ser mesmo a solução; não adiantam muitos argumentos.

Outsider: Veja, me ocorreu algo aqui... Seus pais, de certo, lhe falaram o que é a vida, não foi?

C.J: sim, mais ou menos!

Outsider: Eles lhe falaram, segundo seus condicionamentos.

C.J: Sim!

Outsider: Você, então, sai para a vida, com um pouco do entendimento daquilo que eles lhe falaram sobre a vida. No entanto, descobre, POR SI MESMA, que a vida, não tem nada a ver com aquilo que lhe falaram, ou que, em algumas poucas nuances, se assemelha com o que eles disseram. Mas, o importante, foi sua DECISÃO DE IR PARA A VIDA e VIVÊ-LA, senti-la e aprender por si. Então, penso que na nossa "jornada espiritual" — se é que podemos chama-la assim — precisamos, a principio de "pais espirituais", com seus condicionamentos e interesses velados, mas, chega um momento, isso se você for realmente sério, vai sentir que precisa jogar tudo isso fora, deixar isso tudo de lado, todas as palavras, todos os cursos, todos os livros, todos os gurus, tudo que viu, tudo que viveu, tudo que aprendeu de fora e, perceber por si mesma, se questionar, se é possível uma mente silenciosa, uma mente "virgem", uma mente inocente, se isso é possível mesmo. Mas, veja bem, sem o uso de qualquer tipo de condicionamento e para isso, contrariando um pouco sua visão, não creio que o instrumento que temos seja a mente, pois a mente É O PASSADO, o que temos é o SER QUE SOMOS, A CONSCIÊNCIA QUE SOMOS, QUE VAI SE TORNANDO CADA VEZ MAIS COINSCIENTE DE SI MESMA, NA OBSERVAÇÃO DE TUDO ISSO QUE OCORRE NA MENTE CONDICIONADA. Compreende?

C.J: Olha Out, acho que na verdade não tenho nenhuma visão; estou tateando, percebendo, tentando seriamente, honestamente, como posso sentir conforto interior, que é o mais importante para mim no momento. Estou em conflito, não consigo no momento conviver com ninguém; os amigos me "criticam"; nada está bom! Já te falei que quero sair do emprego e não consigo e, por outro lado, nessa minha busca, encontro mestres que a princípio me sinto bem em ler o que escrevem mas, logo não me atraem mais. Tenho um amigo que se diz iluminado e tenta me ajudar. Mas é muito duro; acha que tudo é ilusão; resume demais... Ele diz que só Deus É e pronto! Não critico ninguém, apenas direciono minha busca para quem tem amor, generosidade...

Outsider: Olha só, uma das coisas que vivenciei em mim mesmo e também percebi em outras pessoas, é a AUTO-MISTIFICAÇÃO; isso é um auto-engano fantástico, muito poderoso, um narcótico fortissimo! Muita gente parece cair nisso - não afirmo ser o caso de seu amigo. No entanto, deixemos isso para lá, pois isso não ajuda na compreensão daquilo que você acabou de me colocar; fiquemos com sua colocação, ok?... Se me permite, Por que insistimos em buscar "como posso, sentir conforto interior?"... Por que, ao invés de querer fugir do DESCONFORTO, ou como brinco DEUSCONFORTO (É SEU CHAMADO), por que não dedicamos nossa energia para, ao invés de tentar achar algo externo para aliviar tal desconforto (seja um livro, um guru, um video, uma ação) — o que implica perda de energia vital e movimento no tempo —, não usamos essa mesma energia, que usariamos para fugir do desconforto, para nos sentarmos, como você mesma mencionou, em silêncio, para observar, SEM QUALQUER TIPO DE JULGAMENTO, SEM QUALQUER TIPO DE COMPARAÇÃO - O QUE IMPLICARIA NA CONTINUIDADE DO PASSADO E TODO SEU ARQUIVO — SEM QUALQUER TIPO DE JUSTIFICAÇÃO, SEM QUALQUER TIPO DE ROTULAÇÃO? Só se sentar em silêncio e TESTEMUNHAR O DESCONFORTO. E, sendo mais sério, ousando adentrar pelo portal que separa os adultos dos adolescentes espirituais, TESTEMUNHAR AQUELE QUE TESTEMUNHA O DESCONFORTO?... Sei que isso pode soar um tanto estranho; mas, como pensei outro dia, em todo nascimento, o que vem à luz primeiro é a cabeça; depois é que passa a região do coração, e, por último o corpo todo. No enatnto, só se torna humano, quando se corta o cordão umbilical, quando não mais somos uma extensão de outro. Então, aqui, isso pode começar pela tentativa de compreensão mental do que venha a ser A TESTEMUNHA TESTEMUNHANDO AQUELE QUE TESTEMUNHA. Mas, como pode findar o desconforto testemunhado, enquanto aquele que testemunha não desaparecer do jogo? Então, me parece que o problema, não está no desconforto, mas sim, naquele que se sente desconfortado. Quando se ultrapassa a testemunha, pela ação da consciência — o que não é fruto da vontade —, talvez, então, surja isso que você chamou de paz, de amor, e que, em sua graça, TORNA NOVA TODAS AS COISAS que outrora causavam DESCONFORTO, pois talvez ocorra o conforto do que chamam "Deus". Isso é o que sinto ser verdade. O momento que vivo é de testemunhar, é de jogar fora todo conteúdo do passado como fator de base para mudança, visto que, mudança, NÃO É TRANSFORMAÇÃO; é preciso "algo que transpasse" todo conhecimento e isso está além dos limites da TESTEMUNHA QUE PENSO SER

C.J: Sim.

Outsider: Outra coisa, você colocou acima: "Estou em conflito, não consigo conviver com ninguém no momento, os amigos me "criticam", nada está bom!"

C.J: E isso que coloquei é meu "deserto"!

Outsider: Ok, me identifico, pois também já vivenciei esse desconforto e sei muito bem como é bastante doloroso; mas, já está atravessado. Ele é básico e, profundamente, fundamental! faz parte de um processo de parto de novos homens, claro que, desde que compreendido sua função.

C.J: Sim!

Outsider: O grande lance, você já sabe... OBSERVAR, EM SILÊNCIO, TUDO QUE SENTE E VÊ e, por silêncio, me refiro a NÃO INTERFERÊNCIA DA MENTE COM SEU CONTEÚDO DO PASSADO. Sabe, falar sobre isso é difícil, uma vez que as palavras limitam mesmo.

C.J: Sim, eu sei muito bem!

Outsider: Volto a falar que, penso que a grande sacada que estou vivendo é ir ALÉM DO CONFLITO, DO DESCONFORTO, DO MAL ESTAR E PERCEBER A AÇÃO DA MENTE - COM O PASSADO - COM O CONHECIDO - SEMPRE PEDINDO POR REAÇÃO e ficar na inação, a qual mantém o conflito como se o mesmo estivesse numa tela de cinema e a TESTEMUNHA AQUI, TUDO TESTEMUNHANDO, PERCEBENDO, COMPREENDENDO, VENDO O FALSO, VENDO O VERDADEIRO. Não tenho uma conclusão final; estou em 'PROCESSO; processo é NÃO QUERER FAZER CESSAR,  é DEIXAR OCORRER, DEIXAR VIR. Posso usar aqui uma metáfora: estou vivendo um "PURGATÓRIO"; não estou no céu, nem no inferno, estou testemunhando o PURGAR DO CONTEÚDO DA MENTE, o PURGAR DO CONTEÚDO DAQUELE QUE TESTEMUNHA... Penso que se todo o conteúdo da mente, se todo o conteúdo daquele que testemunha, CESSAR, então, quem sabe, o "PRO" possa se manifestar... O "TRANS" possa se manifestar... A transcendência...

C.J: Bem, você me passou que sua esposa também passou por momentos de depressão no passado... E então, eu estava pensando que é preciso estar sem depressão , estar bem fisicamente ao menos para buscar, para ver. Sabe Out, acho que avancei um pouco; estou vendo que todas as situações que passo na empresa onde trabalho, o ciúme profissional que há em relação a mim, está tudo em mim mesma! O jeito que me tratam, sou eu mesma que sinalizo; estou vendo isso. Vou te contar algo que me aconteceu essa semana no item relacionamento; desculpe mas vou te contar porque acho que você vai poder me dar uma dica. Bem, um amigo que já conheço há algum tempo, quer ter um relacionamento comigo... (risos)... Veja, eu mesma dou abertura, e depois, quando há chance, eu relato para ele todos os meus defeitos, faço ele compreender que não sou suficiente pra ele... Ainda bem que estou vendo essa loucura! É como um jogo, Out! Estou sendo muito sincera ao lhe contar isso!

Outsider: Olha só, não sei se é seu caso, mas, pela minha vivência, pela vivência de minha esposa e de alguns confrades que vieram de lares disfuncionais, nossa base, nosso fundo psicológico, é o MEDO e o medo, cria toda forma de autoboicote, cria toda impossibilidade de intimidade e, a principal delas, é a INTIMIDADE COM NÓS MESMOS, COM AQUILO QUE SENTIMOS, portanto, uma vez que fugimos de uma intimidade com aquilo que se apresenta em nós (MUITO ALÉM DO QUE PENSAMOS SER) como será possível a manifestação de um estado de ser relaxado que se permita qualquer tipo de intimidade com outro ser humano e com a natureza que nos cerca? Portanto, vejo como falso, olhar para fora como o foco de nosso desconforto, pois, a base do desconforto, pelo que tenho testemunhado, está no medo que trazemos conosco, o qual tem suas raizes no passado, em nosso arquivo morto, mas que insiste em se fazer vivo devido a nossa falta de vivacidade na observação do conteúdo de nossa mente, sem que haja qualquer tipo de "nomeação" do que se vê. A própria palavra é tempo, é passado e, palavrear aquilo que se vê, mesmo que apenas para nós mesmos, é dar continuidade ao passado e nisso, impedir a vivência direta daquilo que tantos Mestres vivenciaram e que tentaram, pela limitação das palavras, deixar como pistas. Então, o que vejo ser de profunda importância no agora que vivencio é, em todas as relações em que me encontro, estar atento, testemunhando muito mais do que as ocorrências externas, mas sim, como elas REVERBERAM AQUI NO FREGUES, como elas agitam o sal do passado que acaba sempre turva a água pura do SER QUE SOU... Ficar ali, olhando tudo... A mente, de fato, vai dizer que isso tudo é bobeira, que é perda de tempo, que é babaquice, que não é funcional, que com isso se está deixando a vida passar, apenas assistindo... Mas, se formos bem honestos, não é exatamente isso que estivemos fazendo até aqui?... Deixando a vida passar, sem ao menos vivencia-la? O que mais vivenciamos não é conflito?

C.J: Sim, é isso que sinto!

Outsider: Acho interessante a gente olhar mais uma coisa... Você se reportou a depressão... Alguma vez você já parou para olhar o que foi sua experiência de depressão?

C.J: Sim!

Outsider: No meu caso, a depressão ocorreu pela NÃO ACEITAÇÃO E TAMBÉM PELA IDENTIFICAÇÃO TOTAL COMO, EU SENDO O CONTEÚDO DO QUE SE PASSAVA EM MINHA MENTE E EMOÇÕES, ALIANDO-SE A UMA FUGA FRENÉTICA PARA ENCONTRAR RESPOSTAS NO EXTERNO PARA TUDO AQUILO QUE ME ASSUSTAVA INTERIORMENTE. A depressão sumiu depois que parei de correr, depois que parei de me identificar como sendo o conteúdo do que passa na mente, do que ocorre no corpo emocional, no corpo físico. Quando ocorreu a compreensão de que não sou a mente, que não sou as emoções, que não sou o corpo físico, mas sim que sou ISSO que testemunha; quando ocorreu a compreensão de que é possível testemunhar sem o antigo vício de sair correndo por aí, visto que ISSO QUE SE EXPRESSA MOMENTANEAMENTE, SEJA NA MENTE COMO NO EMOCIONAL, TAMBÉM PASSA, deu-se a capacidade de uma nova maneira de enfrentar essas situações, podendo sentar comigo e observar tudo... Essa disposição de não correr, essa disposição de sentar com aquilo que se apresenta, consciente de que aquilo não está ai para me destruir mas sim para destruir aquilo que chamam de ego, não pelo esforço, mas pela compreensão, o que chamam de depressão, sumiu. A pressão que roubava a energia, sumiu! A energia passou a ser usada para fazer frente aquilo que se manifesta, momento a momento, EM TODAS AS ATIVIDADES. A dor é original, o sofrimento passou a ser opcional; a dor tem se mostrado uma pedra de toque para a manifestação de um estado cada vez mais alterado, mais qualitativo da consciência que sou; essa dor é um chamado, um aviso que me aponta para situações em que a persona tenta tomar o espaço que não lhe cabe, espaço esse que é consciência — a consciência, apresenta, a persona tenta minar essa apresentação, nisso ocorre a dor; se há identificação com esse "minar" — o que é uma forma de resistência — dá-se o sofrimento e a ampliação da dor. A resistência, que é uma forma de fuga, é a fonte do conflito, portanto, tenho procurado observar a "entidade" que procura resistir ao conteúdo que a consciência faz consciente, complicado isso?

C.J: Não é complicado; a chave é compreender. Estou verificando que a base é a  busca honesta, ser honesto, sem jogos. A entidade que você se refere é um "eu" resistente, condicionado é isso? Não sei bem a palavra mas é algo ilusório

Outsider: Se quiser usar a palavra "eu", tudo bem! Veja, há um estado de consciência aqui, tornando-se consciente de tudo, seja internamente ou externamente; esse estado de consciência, toma consciência, momento a momento, de tudo que essa "entidade" que tem vida própria, que age, fala, projeta imagens, sem a participação ativa dessa consciência. Esse estado de consciência, toma consciência de que, essa entidade, com sua atividade mecânica, acelerada e autônoma, tenta criar um estado de "torpor hipnótico", um estado de transe inconsciente, onde, nesse estado de transe inconsciente, nesse estado de torpor, a possibilidade de uma vivência 100% holística do que ocorre no agora, deixe de acontecer; é esse estado de torpor, esse estado de transe - QUE ACONTECE COM UMA RAPIDEZ INCRIVEL - é que impede a escuta, a intimidade, a partilha, a comunhão.

C.J: Acontece porque é inconsciente, como um cavalo sem rédeas!

Outsider: Este estado de consciência que está testemunhando tudo e que, nesse testemunhar, está se tornando cada vez mais consciência, cada vez mais percebe a manifestação, SEMPRE NA PONTE DO TEMPO PASSADO/FUTURO, da ação dessa entidade. Estou usando a palavra entidade para não usar o peso do passado da palavra "eu" e "ego".

C.J: Você acha que a entidade em algum momento ficará vazia? Quando, através da observação, passarmos tudo o que é inconsciente, portanto autônomo, para o consciente, estaremos livres, liberados?

Outsider: Veja, isso são apenas conjecturas, as quais me parece ser um vicio da própria entidade, que acaba fazendo uso delas para minar nossa observação da própria ação da entidade; além do que, isso demonstra o condicionamento de nossa busca, a qual é desejo de por fim a algo e, onde há desejo, haverá de fato, conflito, continuidade do medo, movimento no tempo pela ação da esperança e, com isso, uma perda de energia na compreensão do que se apresenta AQUI E AGORA. Isso, essa coisa de se "será possível" — que me soa como uma necessidade de se ter segurança no tempo —, me parece um meio de fuga criado pela própria entidade. Vejo como fundamental — e também EXTREMAMENTE DIFÍCIL — se manter no aqui e agora; Já ouvimos isso mil e uma vezes, mas quantas vezes, de fato, o conseguimos? NUNCA! A entidade não permitiu até aqui, visto que, se isso ocorre, não há mais entidade, pois essa entidade precisa de tempo e por isso ela cria esse movimento constante.

C.J: A entidade tem vida própria, então, não somos livres!

Outsider: Penso que o inicio da liberdade daquilo que realmente somos, tem seu inicio quando começamos a perceber que NÃO SOMOS A ENTIDADE, mas que somos A TESTEMUNHA SEM NOME, que toma consciência da ação da entidade; isso cria um espaço que impede a instalação do estado de "transe hipnótico" constantemente lançado pela entidade.

C.J: Então quando nos tornamos conscientes do jeito que a entidade opera, quando conhecemos as características dessa entidade, enxergando de fato sua operação, podemos quem sabe estarmos livres da atuação dela?

Outsider: Olha só, isso pode as vezes parecer um pouco de "intelectualismo", mas, as coisas estão no meio das próprias palavras, o modo como estamos condicionados pode ser visto em meio de nossas falas... Leia por favor, novamente o que você acabou de escrever...

C.J: Ok!

Outsider: Você escreveu: "quando nos tornamos conscientes"...

C.J: hummm, isso mesmo, não se torna consciente!

Outsider: Estamos condicionados de que realmente existe uma entidade que se torna consciente e não que somos Consciência tornando-se cada vez mais livre dessa identificação ilusória como sendo essa entidade que diz ter consciência... Pescou?

C.J: Sim! (risos)

Outsider: Então, a própria busca, percebo como uma ação da própria entidade, para, através dela, ter sua continuidade garantida como um buscador.

C.J: É o condicionamento de "vir a ser algo"...

Outsider: É como um cachorro correndo atrás do próprio rabo...

C.J: Buscar é ilusão! Isso mesmo!

Outsider: Se o cachorro para de girar em círculos, pode perceber que ele já é o rabo e que não faz sentido correr atrás dele... Se conseguirmos parar, em silêncio, ou seja, sem a ação do passado, talvez, possamos perceber que já somos isso que externamente buscamos, ou então, perceber a falsidade daquilo com que nos identificamos e que dá continuidade a um estado de eterno conflito. Então, tenho ficado com o testemunhar da entidade, percebendo sempre seu movimento no tempo, suas projeções, seus links, sua rede de relacionamentos, seu book de faces, como ele usa tudo, tudo, tudo... Veja, aqui mesmo... Enquanto lhe escrevo, enquanto troco figurinhas com você, a entidade diz: "Nossa como você está vendo longe!"... "Falta pouco para você ser mais um iluminado!"... (risos)

C.J: Me ocorreu algo agora. Meu amigo que se diz iluminado, afirma: "Fique em silêncio; a luz cuida de tudo". Então, para ele, já aconteceu a compreensão. O fato é que parece que ninguém pode ensinar nada, a não ser, compartilhar.

Outsider: Eu até concordo com ele; só mudaria uma coisa: tiraria a palavra "luz", pois ela condiciona; em seu lugar, ficaria com as palavras "o que é".

C.J: Sim, boa colocação!...  O que É!

Outsider: Então, aqui, surge a pergunta: "O que é então, "aquilo que É"?... Lançar a pergunta e sem buscar a resposta, deixar reverberar, deixar fecundar...

C.J: O que é,  eu chamo de paz, porque na paz podemos executar tudo de maneira autêntica.

Outsider: Quem sabe, quando o solo da consciência que somos estiver apto, não mais estiver encapsulado pela mente, possa então, dar seus frutos.

C.J: Out, quando há compreensão, o que É se manifesta; quando não há cobrança, o que É se manifesta. O que É parece que está disponível, nós, por colocarmos limitação, de maneira inconsciente, congelamos a manifestação. Ocorreu-me agora de verificar minha existência desde meu nascimento. Eu vejo que tive experiências limitadoras e conflituosas demais... Não tive oportunidade de casar, ter filhos, enfim experimentar o que a maioria faz. Minha busca pela verdade é de muito tempo, tenho escritos desde 11 anos de idade. A entidade me sugere pensar que sou diferente no sentido que me faz ser especial... Imagina! Sempre vi relacionamentos como sendo algo não inteligente... Imagina! Sempre desejei algo especial... Imagina! Que contradição!!!! Estou vendo a entidade no comando de minha vida, Out.

Outsider: Isso é que importa! E, o que me parece ser o mais importante é se perguntar: quem é esse que vê a entidade em suas ações?

C.J: Esse que vê a entidade pode ser algo novo ou mesmo um braço dela mesma, porque a entidade é inteligente, faz manobras! Percebo assim por vezes!

Outsider: Não digo inteligente, mas sim, profundamente sagaz! A entidade vai querer dar a resposta para essa pergunta e, com essa resposta, criar o tal estado de "transe hipnótico" que impede a manifestação da verdade.

C.J: Você pode observar que os mestres que tiveram seu momento de insight, logo após, o querem passar a todos... Não lhe contei sobre o tal guru brasileiro e o preço que cobra pela passar de seu insight? Não seria isso também a entidade dizendo: "Olha, eu sei viu!!!! Descobri a verdade!!!!!" Isso não seria a entidade travestida de consciência?

Outsider: Penso ser pura auto-mistificação!... Uma nova roupagem, agora espiritual, faz a entidade
muito mais poderosíssima, ao ponto de hipnotizar vários dolorosos desatentos para pagarem isso que eles pedem e que dão o nome de "pequena contribuição para o trabalho". Isso está em todo lugar, basta você ligar sua televisão para confirmar. Tem gente descaradamente pedindo 300.000 mil pessoas doando R$1.000,00...

C.J: E outra, como pesquiso, vejo que eles usam nomes sânscritos para complicar ainda mais... Estou tentando não criticar Out, mas estou vendo o falso e, ainda assim, me percebi simpatizante dos ensinamentos desse guru! Veja se não é difícil o caminho!

Outsider: Olha só... Eles tem uma poética maravilhosa! Fantástica! Profundamente envolvente, juntamente com aquele olhar angelical!... Verdadeiros atores!

C.J: Sim tem, são sedutores!

Outsider: Você chegou neles porque eles tem aquilo que você, no momento, pensa precisar e por isso se identifica. Mas, se fica de olhos e mente bem abertos, logo vê o falso, o que não é difícil, basta olhar para o preço cobrado pela venda da graça. Veja, essa auto-mistificação ilusória, isso é muito fácil de ocorrer até com você mesma... A entidade é doida para expressar ao mundo: "agora eu também sei!"...

C.J: Sim!

Outsider: Você que também já leu de tudo, que já frequentou muitas instituições... Tem um fundo literário e institucionalizado amplo; de repente, tem um "pequeno insight"...

C.J: Não frequentei Out; não pude, só li mesmo...

Outsider: Ok! Continuemos! Esse insight amplia sua visão, sua percepção de mundo...

C.J: Sim, amplia.
Outsider: Então, a entidade, que não foi dissolvida pela ação dessa "amostra grátis", rapidamente faz uso do material apresentado pela ação da amostra grátis e, com ele, com a ajuda de imaturos e desavisados adolescentes, ou de adultos infantis, logo passa a se ORGANIZAR COMO TAL!

C.J: Acho que tenho um botãozinho interno que me ajuda a não me envolver.

Outsider: A maioria desses pseudos-mestres, como não conseguiram "sucesso e respeitabilidade na esfera da horizontalidade material", então, fazem uso da espiritualidade para obter "sucesso, validação e reconhecimento social" tentando com isso acobertar seu idealismo falido.

C.J: Sempre questionei os nomes que usam em Sânscrito; isso só confunde!

Outsider: Eles sustentam a imagem idealizada de si mesmos com palavreados em sânscrito, com fotos de seus gurus, com a manifestação de suas "linhagens", uma espécie de "curriculum espiritual". É muito engraçado isso! Gostam de ser adulado como "Mestres, Bába, Braghavan"... Isso já mostra o quanto não perceberam a ilusão dos rótulos e da hierarquia.

C.J: Isso!

Outsider: Tudo isso para assim, VALIDAR, sua psudo-originalidade.

C.J: De fato, parecem cópias!

Outsider: São papagaios espiritualistas.

C.J: Como é bom enxergar!

Outsider: sabe, tem papagaio que também canta o hino do Brasil, mas não sabe aquilo que canta! O mesmo ocorre com esses mestres de segunda mão: cantam, mas, aos de mente e coração abertos, não encantam! No entanto, na terra de cegos de si mesmos, quem tem um olho, logo vira facilitador de satsang, ou então, de "cursinhos avançados de alfabetização espiritual". Tem até um nome bonitinho para isso: "Satsang Intensivo", o qual ocorre num final de semana, sempre com aquelas carinhas de paisagem celeste.

C.J: Olha, eu nunca fui em Satsang; sempre questionei muito.

Outsider: Esses "auto-proclamados gurus", fazem parte do que chamo de o "Novo Vaticano", ou se preferir de "o novo clero". Esse "novo Vaticano", assim como o antigo, faz um enorme número de sonâmbulos, literalmente, entrarem pelo cano do auto-engano!

C.J: O único que vejo são as palestras de Krishnamurti no Youtube; isso eu gosto muito mesmo. Você tem lembrança onde está um texto de K, sobre o Falso e o Verdadeiro? Em qual livro?

Outsider: Você pode pegar uma coletânea sobre neste link: http://www.krishnamurti.org.br/?q=book/export/html/538

C.J.: Bem, Out, o que queria te colocar é que, embora eu esteja na busca, mesmo tendo as crises que eu chamo de "Medo" (os médicos dizem pânico, depressão) evito tomar remédios e também recebo a graça de não me envolver com qualquer pessoa, digo, pessoas que poderiam me anestesiar. E quero agradecer de coração mesmo, por você ser tão amigo e conversar comigo sobre tudo isso.

Outsider: Estamos ai, sempre trocando figurinhas sem colar.

C.J: Sim! Que bom!

Outsider: Sabe, Carol, eu não curto muito um tal de Trigueirinho, no entanto, há dois vídeos desse senhor, que tem se mostrado muito esclarecedor para muitos confrades; um se chama "Como reconhecer o eu interno" e o outro "a experiência do deserto". Neles, ele coloca algo que faz muito sentido.

C.J: Sim.

Outsider: As pessoas e situações estão cumprindo seu papel para que possamos nos aperceber de qual realmente é a nossa pedra de tropeço: a entidade! Se quiser, posso pegar o link desses áudios para você.

C.J: Quero sim!

Outsider: Um momento...

C.J: Certo!

Outsider: A importância da vivência do deserto do real para o estado de prontificação à um novo paradigma: http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/p/o-deserto.html

C.J: Nelson sou sincera em dizer que devido a estar ocupando um cargo de chefia na empresa, talvez me falte humildade no momento, mas me custa receber ordens de quem não sabe nada!

Outsider: Então, sugiro que observe "essa entidade" que resiste a receber "ordens"... Como reconhecer o Eu interno: http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/06/como-reconhecer-o-eu-interno.html

C.J: Não entendi essa frase. Observe "essa entidade" que resiste a receber "ordens"... Ah! Entendi sim! OK!

Outsider: Assista esse vídeo depois da conversa! "Como reconhecer o eu interno": http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br/2012/06/como-reconhecer-o-eu-interno.html

C.J: Out, vou ver o vídeo agora, ok?

Outsider: Beleza! Valeu pela conversa! Vou transformar nossa conversa num texto. Acho que talvez possa ser esclarecedora para demais confrades.

C.J: Legal! Depois quero ler!

Outsider: Certo! Então, um fraterabraço e um chute nas canelas... E vê se não passa gelo e nem Gelol!

C.J: Nossa!!!!! (risos)

Outsider: É para cair os condicionamentos dos ossos!

C.J: Ah! sim! Alguém já falou que os condicionamentos ficam armazenados até nas células! Depois te falo sobre o que senti ao ver o vídeo!

Outsider: Beleza! Vai lá fui!

C.J: Um abraço!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Áudio: Como observar o medo?


Reunião feita pelo Paltalk em 28-08-2012.
Para participar, acesse:

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Áudio: Sobre a Liberdade do medo e da dependência psicológica



PARTE 2

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Áudio: A importância de um cérebro completamente quieto


Reunião de estudo on-line feita pelo Paltalk, na noite de 20/08/2012.

Áudio: Qual a base do pensamento?


Reunião de estudo on-line feita pelo Paltalk, na noite de 17/08/2012.
Para saber como participar das reuniões, clique aqui.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Solve et Coagula - (Dissolva e Transforme)


"Não é um trabalho de um artista dar ao público o que o público quer.
Se o público soubesse o que quer, eles não seriam o público, e sim seriam o artista.
É o trabalho de um artista dar ao público o que ele necessita."
– Alan Moore

Primeiro Ato

Chega!
Mil vezes um varredor de rua feliz, do que um normótico de sucesso... Mil vezes um rebelde insatisfeito do que um morno satisfeito; um Sócrates insatisfeito do que um tolo satisfeito.

Recuso-me de vez à padronização cultural que me força a este estado de constante mediocridade.

Sim! Estou ciente de que não é fácil ser do grupo diferente e arriscado demais resistir ao ambiente...

Mesmo assim... Serei persistente!

Não quero com o avançar da idade, ter num corpo decadente, coração e mente dormentes, na poltrona retraído, distraindo-me com o débil movimento frenético de um controle remoto.

Chega!

Não dá mais para disfarçar este constante medo da vida, este medo da luta e das experiências novas, que aos poucos me rouba o espírito de aventura e o frescor da novidade.

Quero de vez me sentir livre do medo de ser e pensar diferente, ainda que em total desacordo com o padrão socialmente vigente.

Na verdade, farto estou desse falso respeito à arcaica e disfuncional tradição e autoridade...

Quero bradar por todos os cantos deste imenso palco da vida, a beleza deste espírito de descontentamento e de revolta, que agora, me toma por completo...

E não me venha com tuas frases prontas ou com teus arcaicos sistemas de crença organizada, pois os mesmos... Não conseguem mais me iludir... Tudo isso pode ser muito eficaz para distrair um infeliz iludido, mas não a um feliz insatisfeito consciente.

E tem mais: recuso terminantemente essa ilusória felicidade de segunda mão; quero descobrir algo original, pois até aqui, no que diz respeito à verdadeira felicidade, nada do que me foi dito teve valor.

Cansei de acreditar em políticos, governos e em sistemas de crença organizada, a qual erroneamente, muitos chamam de religião. Nenhuma destas instituições me quer psicologicamente autônomo e auto-suficiente: sei que isso me tornaria um problema para eles.

Mesmo assim: quero deixar de ser ajustado, mecânico e desprovido de surtos criadores.

Já não há mais como aceitar, como a grande maioria, sem a mínima reflexão, aos poucos me consumir consumindo as idiotices criadas por um idiota qualquer.

Pois bem: não sei onde, não sei quando e muito menos quem, disse que ousar é o preço do sucesso... Então, aqui expresso: ouso pelo Supremo, ouso pela Excelência de Ser, pois farto estou desse público e estagnante vicio pelo óbvio!

E não me olhe com teus olhos travados de ideologias, pois quero ser livre de toda influência... Já não tens como me reformar.

E o que será de mim? Não demoro a te responder: serei um desajustado, um nada, um anônimo, um ser livre da doentia expressão da vontade coletiva, secularmente imposta por uma minoria desconhecida...

O que será de mim?... Digo já: serei um imoral diante de teus olhos condicionados. Tudo bem! Não faz mal! Não me importa!

E pode ficar com teus usos, costumes, templos e livros sagrados, pois nada disso me serviu para viver a vida em toda a sua plenitude; muito ao contrário, me mantiveram por anos e anos apenas existindo feito um humanóide...

Sim um humanóide... Um escravo livre, preso na falsa segurança de uma carteira de trabalho assinada e na possibilidade de consumir em suaves prestações, numa importada loja de departamento qualquer...

Chega!

Nunca mais negarei minha liberdade de expressão, minha originalidade em nome das migalhas da aceitação parental e social...

A partir de agora, de todas as minhas células expurgo os tóxicos e familiares "você tem que" - os quais durante anos me mantiveram preso num ciclo vicioso de medo, culpa e vergonha e que por pouco não fragmentaram por completo meu canal com a Suprema Criatividade.

Chega, pois a partir de agora, Eu decido: serei um artista, um ator, um cantor, um poeta, um dançarino!

O que?... Achas que estou ficando louco?... Ora, ora! Que beleza!... Levam-se anos para chegar nesta santa loucura que a tudo cura.

Portanto, chegue mais perto e olhe... Olhe bem fundo em meus olhos – se é que consegues não desviar os teus dos meus - e veja o que agora ocorre: o velho homem está em seu leito de morte... E não ouse tentar ressuscitá-lo! Deixe que morra!...

Deixe que morra, feito que a morte do antigo é o nascimento do novo!...

Como sei que a estúpida maioria abomina a tristeza e vive a fugir da dor, ainda que doloroso, digo: deixe-me aqui insatisfeito, descontente... Porque debaixo da superfície prospera de minha vida passada, só rotina, frustração, ansiedade, desespero e ilusão eu experimentava.

Portanto, é com seriedade que imploro: deixe que o velho morra!...

Deixe-me ser por livre e espontânea vontade um ser humano dolorosamente sensível...

Chega!

Cansei de fazer parte da enorme massa de manobra sobre a qual, os poucos espertos inconscientemente prosperam materialmente num compasso espiritual decadente. Deixe-me só...

(fim do primeiro ato)
..................................

Segundo Ato

Sim!...

Programado...

Não passo de um computador ambulante. Um ser biológica, física, mental e intelectualmente programado...

É triste constatar, mas, desde criança, programado para ser funcional... FUNCIONAL!...

Para ser um especialista, para ter uma vida em compartimentos, dos quais boa parte deve ficar sempre hermeticamente fechada numa vida de fachada... Um especialista, um mísero ser limitado numa limitada área...

Não passo de uma diabólica e formidável propaganda religiosa, política e cultural, um ser humano de segunda-mão que a tudo aceitou sem a mínima indagação.

Pudera, tanto em casa como na escola sempre proibido me era qualquer tipo de indagação...

É assim e pronto!... Cala a boca e vai pro quarto!... E se falar mais, apanha!... Quer ir para a Diretoria?...

Veja só: um descartável processador de informações de terceiros movido por mouses sem fios... Como não vês: isso é ótico!

Diga-me logo: que fizeram da minha originalidade? Onde está a minha autenticidade? Por que me conformei a repetir crenças feito cativo papagaio sobre o olhar de seu senhor?

Agora vejo que essa programação que "funcionou" por muitos anos, por pouco não me desintegrou. E agora? Como formatar de vez esta HD cerebral? Como liberar a pesada carga que mais que temporariamente mantenho em minha memória? Como ser novamente um indivíduo?...

Sinto medo...

Só de pensar em me abster de tudo que venho tendo como certo há tantos anos...

Meu corpo já começa a dar sinais...

Devo estar ficando louco...

Isso não pode ser real!...

Mas como negar de forma consciente, isso que nas entranhas sinto visceralmente?...

Não!... Nada disso tem a ver com o ser que nasci para ser.

O pior é essa mente que não silencia, com esse acumulo de palavras, esse monólogo de incessante agressividade...

Palavras, palavras e mais palavras... Sou um enorme arquivo de palavras de terceiros que nunca silencia...

Não vês que elas são parte de processos egocêntricos a serviço de interesses egoístas que precisam urgentemente ser colocadas de lado? Consciente que uma mente repleta de palavras não passa de uma mente vulgar e estúpida, digo já: preciso de silêncio... No entanto, onde encontrá-lo?... Como consegui-lo?...

Como posso aspirar pela Suprema Criatividade, pela Excelência de ser, se feito um ser programado, caminho com uma mente amontoada de símbolos?...

Chega! Não há mais como viver de símbolos, pois os mesmos nunca me fizeram alcançar o simbolizado! O símbolo é algo morto, como um enorme e pesado elefante morto no meio da sala, um enorme empecilho.

Preciso da Verdade, pois tudo isto fede... No entanto, como encontrá-la?...

Chega!

Digo adeus às palavras, símbolos e frases de impacto, pois de nada me servem! Quero sentir-me livre! Livre!...

Palavras, palavras e mais palavras!... No tempo em que eu acreditava em palavras era como outros tantos que falam demais por não ter nada a dizer...

Mas agora, nego-as de vez, pois isso que sinto necessitar pressinto não poder ser descrito em palavras...

Só o que não mais necessito pode ser descrito em palavras. Não percebes a inutilidade de tentar expressar esta coisa verbalmente? Não vês que o fato de que as palavras por mais acuradas e precisas, não tem o poder de transmitir a Realidade?

E não te ofendas, mas, de agora em diante, nego todas as receitas que chamam espiritualidade e que na verdade para mim não passam de uma forma doentia de negar a experiência da completude do Ser. Preciso daquilo que está além das receitas e palavras...

Portanto, chega das palavras de terceiros! Não mais!...

Afinal, não deve um homem sujeito a tamanho sofrimento saltar para fora do seu mundo, em vez de procurar valer-se das histórias de quem "talvez" um dia se achou livre de tamanha angústia?

Decido de vez romper com esse emaranhado de palavras e viver de acordo com a fala mansa e suave que quando em silêncio ouço brotar de meu coração.

Pode te parecer loucura, mas sinto que essa é a única esperança de futuro que me resta... Os demais caminhos, já sei onde vão dar, já estive lá mil vezes antes!

Assim sendo, Deixe-me só...

Não há mais como me contentar com a transitoriedade das paixões, a insuficiência das atividades mercantilistas e triviais e a incerteza da afeição humana...

Preciso de silencio... O silêncio profundo do espírito, onde toda palavra se cala e o Supremo se conhece....

Claro está para mim, que somente uma silenciosa mente inocente, é capaz de absorver o Inimaginável.

(fim do segundo ato)

................................

Terceiro Ato

Espelho, espelho meu:... Será que algum dia já vivi?

Será que faz sentido a vida humana e as atividades sociais terem como único objetivo a conquista da expansão material?

Será que devo me conformar a isso e permitir que tal expansão seja promovida em detrimento da minha integridade espiritual?

Não sei!...

Para onde quer que eu olhe só vejo o culto ao sucesso. Não é a toa que o medo do fracasso seja o maior fantasma que trago há anos em meus sonhos. E poderia ser diferente?

Claro que não!...

Toda minha educação me instruiu à adoração do êxito aquisitivo. Sempre me induziu ao consumismo irrefletido, desde os tempos de menino com Carrinhos de Ferro e o Forte Apache, depois os tênis de borracha com algumas poucas listrinhas e as calças com etiquetas coloridas que custavam os olhos da cara... Acho que começou tudo ali! E ainda vejo o quanto que tantos se consomem por um carrinho de ferro, erroneamente chamado de popular...

Mas se o sucesso é a verdade, por que tantos, apesar da riqueza, da educação e do sucesso profissional que alcançaram, estão tão insatisfeitos com suas vidas?...

Por que essa profunda fome interior que não sabem como saciar pelos corredores dos novos templos chamados de Shopping Centers?...

Ah!... Se ao menos um desses grandes "mortos de sucesso", pudesse voltar para falar através das letras de suas músicas, sobre a crônica incompletude do ser que existindo, sem vida, experimentava...

E, em solidão, são tantos os questionamentos que surgem, quando pelas ruas caminho observando o mundo que se apresenta lá fora...

São nesses momentos, que sempre me surgem os bons questionamentos...

Onde está a simplicidade?

Por que é sempre tão difícil manter-se vivo de forma simples e clara?...

Será que as pessoas de sucesso estão preocupadas com a construção de um mundo melhor?...

Será que isso que chamam de amor é realmente Amor?

Não sei!...

Será que o objetivo da vida é o momentâneo sucesso exterior ou seria o permanente desabrochar do espírito que nos torna realmente humanos?...

O que realmente vale a pena perseguir?... Ter uma mente de valor que ultrapassa as barreiras do espaço/tempo, para além de sete gerações, ou ser uma fragmentada pessoa de sucesso momentâneo?...

Quais as conseqüências de ambas as opções?

Não!...

Decido já: o sucesso não me interessa!

Ele pode ser útil para os macacos do circo, mas não a mim...

O que quero mesmo é saber se é possível ou não viver aqui e agora sem essa doentia, separatista e destruidora ambição, apenas sendo o que nasci para ser.

Quero saber se é possível ser intensamente feliz... Sim! Intensamente feliz, vivendo anonimamente neste mundo, como um completo desconhecido, sem ser famoso, ambicioso e cruel.

E para saber.... Sigo pela estrada menos percorrida, uma vez que o mundo inteiro adora o êxito!...

Deixo de lado a mundanidade e, separado da massa, desse turbilhão inconsciente, sigo ao encontro de mim mesmo.

E resoluto, diante de teus olhos, declaro aqui e agora: serei um artista de verdade...

O que? Não sabes o que é um artista de verdade?

Digo-lhe já, citando-lhe feito um poeta da vida:

O artista é aquele que escolheu como profissão e estilo de vida, o estar em contato constante com sua bem-aventurança. Por isso, aconteça o que acontecer, siga a sua bem-aventurança, e não deixe que ninguém o desvie dela. Há uma voz dentro de nós que diz sempre se estamos na direção certa ou fora dela. E se abandonarmos essa direção para ganhar dinheiro... Perdestes
tua vida... Se estiveres no centro e não conseguires dinheiro.... Ainda terás a tua bem-aventurança...

O que?... Não murmures! Fale mais alto... Queres saber o que sinto ser sucesso?...

Pois bem, sem retrocesso , digo-lhe já e ainda em tom poético:

Sucesso é a compreensão e a dissolução dessa incompletude e sofrimento que não me deixam um só momento...

..............................................

Senhores:
apesar de ainda poder ouvir ecos do constante monólogo de muitas mentes, chegamos ao final do monólogo presente!...

Por favor, por favor... Suplico: nada de palmas!

Acenando digo: tudo bem!... Se assim persistem...

Façam-no com uma só mão!

.................................................
nj.ro@hotmail.com

PS - Não me é possível precisar até onde vai a minha paternidade literária nesta obra, pois muito do seu conteúdo, é uma mescla das idéias de tantos espiritualistas que fizeram eco, em meu interior, entre eles, Paul Brunton, Osho, Krishnamurti, Joseph Campebell, Tartang Tulku, Alan Moore e outros. De certa forma, acredito que todos os nossos pensamentos são também alheios, pois fazemos parte de uma imensa Rede Universal de idéias, sentimentos e, também, condicionamentos. Uma Rede é uma Rede, mesmo que seja vista em momentos e por ângulos diferentes. Sou uma parte desta Rede de idéias, esta Rede, que para mim, nos mantém distanciados do Imensurável. Acredito que juntos, compomos esta rede.


(axioma hermético: "Solve et Coagula" ou "Dissolve e Reforma" através dos Ritos Sagrados.)
O que pode ser dissolvido e transformado no ser humano?

O Ego, essa ilusória identificação personal, essa coleção de máscaras, alimentada de modo inconsciente e inconsequente por anos, na qual nos agarramos, defendemos e atendemos suas descabidas exigências. Essa coleção de máscaras, encobre o verdadeiro ser que somos, a Pura Consciência que somos, ainda enredada na rede dos condicionamentos.
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill