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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Percepções de Nisargadatta Maharaj

Uma mente silenciosa é tudo o que você precisa. Tudo o mais acontece corretamente, uma vez que sua mente esteja quieta. Assim como o sol ao se levantar ativa o mundo, da mesma maneira a auto-consciência afeta as mudanças na mente. Sob a luz da auto-consciência calma e estável, energias internas despertam e fazem milagres, sem qualquer esforço da sua parte.

Compreenda primeiro que você não é a pessoa que acredita ser. O que você pensa ser é uma mera sugestão ou imaginação. Você não tem pais, não nasceu e nem vai morrer. Ou você confia em mim quando eu lhe digo isso, ou chega até isso pelo estudo e investigação. O caminho da fé total é rápido, o outro é lento, mas estável.

Quando a mente está engajada a serviço do corpo, a felicidade é perdida. Para reconsquistá-la, a mente busca o prazer. A urgência em ser feliz está correta, mas os meios de consegui-la iludem, não são confiáveis e destróem a verdadeira felicidade.

Não há esforço no testemunhar. Você apenas compreende que você é a testemunha, e a compreensão age. Você não precisa de nada mais, apenas se lembrar de que você é a testemunha.

O mundo não lucra por mudar. Por sua própria natureza, é doloroso e transitório. Veja [o mundo] como [ele] é, e dispa-se de todos os desejos e medos. Quando o mundo não o prender mais, ele se torna um lar de alegria e beleza. Você só pode ser feliz no mundo quando está livre dele.

Na paz e no silêncio, a pele do 'Eu' se dissolve, e o interior e o exterior se tornam um.

A experiência deixa apenas memórias para trás e acrescenta peso ao fardo que já é pesado o suficiente. Você não precisa de mais experiências. As experiências passadas já são o suficiente. E se você sente que precisa de mais, olhe dentro do coração das pessoas a sua volta. Você encontrará uma variedade de experiências que não seria capaz de ter em mil anos. Aprenda das tristezas dos outros e poupe-se. Não é de experiência que você precisa, mas da liberdade de toda a experiência.

Enquanto houver o corpo e um sentimento de identidade com êle, a frustração é inevitável. Apenas quando você conhece a si mesmo como inteiramente estranho ao corpo e diferente dele, você encontrará um alívio da mistura de medos e dos desejos que lhe consomem, [e que são] inseparáveis da idéia 'Eu-sou-o-corpo'.

Se eu lhe perguntar qual o sabor de sua boca, tudo o que você pode dizer é: não é nem doce nem amargo, nem azedo nem adstringente. Ele [o gosto da minha boca] é o que resta quando todos estes sabores não estão lá. De maneira semelhante, quando todas as distinções e reações não existem mais, o que sobra é a realidade, simples e sólida.

A partir do momento que você conhece o seu ser Real, você não tem mais medo de nada. A morte dá poder e liberdade. Para ser livre no mundo, você deve morrer para o mundo. Então o universo é seu, se torna seu corpo, uma expressão e uma ferramenta. A felicidade de ser absolutamente livre está além [de qualquer] descrição.

[A conSciência-testemunha] é o reflexo do Real na mente. A testemunha é a porta através da qual você passa para mais além.

Simples conhecimento não é o suficiente; o conhecedor deve ser conhecido. Os professores ou eruditos, principalmente aos versados em sânscrito, ciências, leis e religião e os yogues podem saber muitas coisas, mas qual é o uso só do conhecimento, quando o Self não é conhecido? Ele pode certamente ser mal utilizado. Sem o conhecimento do conhecedor não pode haver paz.

O remédio está na clareza e na integridade do pensar. Tente compreender que você vive num mundo de ilusões, examine-as e descubra suas raízes. A própria tentativa o fará uma pessoa séria, pois há bem-aventurança no empreendimento correto.

Quando a ignorância, a mãe do pecado, se dissolve, o destino, a compulsão de pecar de novo, cessa. Com a ignorância terminando, tudo termina. As coisas são vistas como são, e elas são boas.

A liberdade vem pela renúncia. Toda posse prende. Se você não tem a sabedoria e a força para abrir mão, apenas olhe para as suas posses. Apenas o seu olhar irá reduzi-las a cinzas. Se você puder ficar 'fora' da sua mente, logo descobrirá que a renúncia total a suas posses e desejos é a coisa mais obviamente razoável a ser feita. Você cria o mundo e depois se preocupa com ele. Tornar-se egoísta o enfraquece. Se você pensa que tem a força e a coragem para desejar, é porque você é jovem e inexperiente. Invariavelmente, o objeto do desejo destrói os meios de se conquistá-lo, e então enfraquece. Tudo acontece para o melhor, porque lhe ensina a evitar o desejo como [se fosse] veneno. Não há necessidade de qualquer ato de renúncia. Apenas vire sua mente [para o outro lado], isso é tudo. O desejo é apenas a fixação da mente em uma idéia. Saia desse sulco por negar-lhe atenção. Qualquer que seja o desejo ou medo, não se fixe nele. Aqui ou ali você vai esquecê-lo, não importa. Continue suas tentativas, até que a remoção de cada desejo e medo, de cada reação, se torne automática.

A Consciência é pura no começo e pura no final; no intervalo ela é contaminada pela imaginação, a qual é a raiz da criação. Em qualquer tempo, a Consciência permanece a mesma. Conhecê-la como ela é, é a realização e a paz intemporal.

No fim das contas, você sabe que não há pecado, não há culpa, nem retribuição, há apenas vida, nas suas transformações sem fim. Com a dissolução do 'eu' pessoal, o sofrimento pessoal desaparece. O que permanece é a grande tristeza da compaixão, o horror da dor desnecessária.


Desenvolva a atitude do testemunhar, e você descobrirá, pela sua própria experiência, que o desapego traz o controle. O estado do testemunhar é cheio de poder, não há nada de passivo nele.

Nisargadatta Maharaj

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Percepções de Nisargadatta Maharaj

Auto-entrega é a de toda auto-preocupação. Não pode ser feita, acontece quando você compreende sua verdadeira natureza.

Conheça a si mesmo como sendo a testemunha imutável da mente mutável. Isto é suficiente.

Observe seus pensamentos como você observa as pessoas na rua. As pessoas vão e vêm; você registra isso sem resposta. Pode não ser fácil no começo, mas com alguma prática você descobrirá que sua mente pode funcionar em muitos níveis ao mesmo tempo, e que você pode ser Ciente de todos eles ao mesmo tempo. É apenas quando você tem um interesse específico em um nível em particular, que a sua atenção fica presa nele e você bloqueia os outros.

A transitoriedade é a melhor prova da irrealidade.

Ambas fé e razão lhe dizem que você não é nem o corpo, nem seus desejos e medos, nem você é a sua mente com suas idéias fantásticas, nem o seu papel social lhe compele a representar a pessoa que você supõe que é. Abandone o falso e o verdadeiro aparecerá por si mesmo.

Este é o ponto central do assunto. Enquanto você acreditar que apenas o mundo externo é real, você continua seu escravo.

A menos que você conheça a si mesmo, como você pode conhecer o outro? E quando você conhece a si mesmo, você é o outro.

Seja Ciente de ser consciente e busque a fonte da Consciência. Isso é tudo.

Não tenha medo de um mundo que você mesmo criou. Deixe de procurar pela bem-aventurança e pela realidade em um sonho e você acordará.

[A causa do sofrimento] é a auto-identificação com o limitado. As sensações em si mesmas, não importa o quão fortes, não causam sofrimento. É a mente, confundida por idéias erradas, viciada em pensar 'Eu sou isso, eu sou aquilo', que teme a perda, deseja o ganho e sofre quando frustrada.

Auto-interesse e auto-preocupação são os pontos focais do falso. O seu dia-a-dia vibra entre o desejo e o medo. Observe [esse dia-a-dia] intensamente e você verá como a mente assume inumeráveis nomes e formas, como um rio espumando entre as pedras. Trace cada ação até seu motivo egoísta e olhe intensamente para esse motivo até que ele se dissolva. Descarte cada motivo egoísta tão logo ele apareça e você não precisará procurar pela verdade; a verdade te encontrará.

A vida em si mesma não tem desejos. Mas o eu falso quer continuar - prazeirosamente. Por essa razão, está sempre trabalhando para garantir a sua continuidade. A vida é destemida e livre. Enquanto você tiver a idéia de estar influenciando os eventos, a libertação não é para você; a própria noção de ser o autor, de ser uma causa, é um laço que prende.

Quando você se senta silenciosamente e observa a si mesmo, todo o tipo de coisas vem à superfície. Não faça nada sobre elas, não reaja a elas; assim como elas vieram elas irão, por si mesmas. Tudo o que importa é a atenção total, a Ciência total de si mesmo, ou melhor, da própria mente.

Há apenas imaginação. Ela o absorveu tão completamente, que você simplesmente não consegue perceber o quanto você já se afastou da realidade. Não há dúvidas de que a imaginação seja altamente criativa. Universos sobre universos são construídos sobre ela. Todos eles estão no espaço e no tempo, passado e futuro, os quais simplesmente não existem.

Todos os desejos devem ser abandonados, porque, ao desejar, você toma a forma de seus desejos. Quando não restar nenhum desejo, você se reverte a seu estado natural.

Nisargadatta Maharaj

terça-feira, 7 de maio de 2013

Toda busca de felicidade é miséria

...Pergunta: Uma vez que tenha decidido encontrar a Realidade, o que farei depois?

Mararaj: Depende de seu temperamento. Se você for sério, qualquer caminho que escolher o levará a sua meta. É a seriedade o fator decisivo.

P: E o que me amadurecerá? Necessito de experiência?

M: Você já teve toda a experiência de que necessita. Você não precisa acumular mais, em vez disto você deverá ir além da experiência. Qualquer esforço que fizer, qualquer método que seguir, meramente gerará mais experiência, mas não o levará além. Nem a leitura de livros o ajudará. Eles enriquecerão sua mente, mas a pessoa que você é permanecerá intacta. Se esperar qualquer benefício de sua busca material, mental ou espiritual, você errará o alvo. A verdade não dá nenhuma vantagem. Não lhe dá um status mais elevado, nenhum poder sobre os outros; tudo o que você obtém é a verdade e a liberdade do falso.

P: Seguramente, a verdade me dará o poder para ajudar outros.

M: Isto é mera imaginação, de qualquer forma nobre! Na verdade, você não ajuda outros porque não há outros. Você divide as pessoas em nobres e ignóbeis e você pede ao nobre que ajude o ignóbil. Você separa, avalia, julga e condena – em nome da verdade você a destrói. Seu próprio desejo de formular a verdade a nega, porque ela não pode ser contida em palavras. A verdade só pode ser expressa pela negação do falso – em ação. Para isto você deve ver o falso como falso e rejeitá-lo. A renúncia do falso é libertadora e dá energia. Abre o caminho para a perfeição.

P: Quando saberei que descobri a verdade?

M: Quando a ideia “isto é verdadeiro”, “aquilo é verdadeiro”, não surgir. A verdade não afirma a si mesma, ela está na visão do falso como falso e em rejeitá-lo. É inútil buscar a verdade quando a mente estiver cega ao falso. Deverá ser purificada completamente do falso antes que a verdade possa despontar em você.

P: Mas o que é falso?

M: Certamente, o que não tem nenhum ser é falso.

P: O que você quer dizer por não ter nenhum ser? O falso existe, duro como um prego.

M: O que se contradiz não tem ser. Ou só o tem momentaneamente, o que vêm a ser o mesmo. Pois o que não tem um princípio e um fim não tem nenhum meio. É um oco. Só tem um nome e uma forma dados pela mente, mas não tem nem substância nem essência.

P: Se tudo que passar não tem ser, então o universo não terá nenhum ser tampouco.

M: Quem o negou? Certamente, o universo não tem ser.

P: O que tem?

M:Aquilo que não depende de nada para sua existência, que não surge quando surge o universo nem se põe quando o universo se põe, que não necessita de qualquer prova, mas dá realidade a tudo que toca. A natureza do falso é parecer real por um momento. Pode-se dizer que a verdade torna-se o pai do falso. Mas o falso está limitado no tempo e no espaço e é produzido pelas circunstâncias.

P: Como me liberto do falso e obtenho o real?

M: Com que propósito?

P: Para viver uma vida melhor, mais satisfatória, integrada e feliz.

M: O que quer que seja concebido pela mente deve ser falso, pois é obrigado a ser relativo e limitado. O real é inconcebível e não pode ser aparelhado para um propósito. Deve ser desejado por si mesmo.

P: Como posso querer o inconcebível?

M: O que mais é digno de desejo? Concordo, o real não pode ser desejado como uma coisa é desejada. Mas você pode ver o irreal como irreal e descartá-lo. É o descarte do falso que abre o caminho para o verdadeiro.

P: Entendo, mas como se parece na vida diária atual?

M: O interesse próprio e o egocentrismo são os pontos focais do falso. Sua vida diária vibra entre o desejo e o medo. Observe-a atentamente e verá como a mente assume inumeráveis nomes e formas, como um rio espumante entre as pedras. Siga o motivo egoísta em cada ação e olhe-o atentamente até que se dissolva.

P: Para viver se deve cuidar de si mesmo, deve-se ganhar dinheiro para si mesmo.

M: Não necessita ganhá-lo para si mesmo, mas pode ter que ganhá-lo para uma esposa ou um filho. Pode ser que deva seguir trabalhando para os outros. Mesmo só manter-se vivo pode ser um sacrifício. Não há nenhuma necessidade de ser egoísta. Descarte todo motivo egoísta logo que o veja e não necessitará buscar a verdade; a verdade o encontrará.

P: Há um mínimo de necessidades.

M: Não foram satisfeitas desde que você foi concebido? Abandone a escravidão do egoísmo e seja o que é – inteligência e amor em ação.

P: Mas se deve sobreviver!

M: Você não pode contribuir para a sobrevivência! Seu ser real é eterno e está além do nascimento e da morte. E o corpo sobreviverá enquanto for necessário. Não é importante uma vida longa. Uma vida plena é melhor que uma longa vida.

P: Quem vai dizer que é uma vida plena? Depende de meu fundo cultural.

M: Se você buscar a realidade, deverá se libertar de todos os antecedentes, de todas as culturas, de todos os padrões de pensamento e sentimento. Mesmo a ideia de ser um homem ou uma mulher, ou mesmo humano, deve ser descartada. O oceano da vida contém tudo, não apenas os humanos. Assim, em primeiro lugar abandone a auto-identificação, pare de pensar de si mesmo como assim e assado, esse e aquele, isto ou aquilo.

Abandone todo interesse próprio, não se preocupe com seu bem-estar, material ou espiritual, abandone todo desejo grosseiro ou sutil, deixe de pensar em avanços de qualquer tipo. Você é completo aqui e agora, não necessita absolutamente de nada. Isto não quer dizer que deva ser tolo e imprudente, imprevidente ou indiferente; apenas a ansiedade básica por si mesmo deve cessar. Você necessita algum alimento, roupa e abrigo para você e para os seus, mas este desejo não cria problemas enquanto a ambição não passar por necessidade. Viva em sintonia com as coisas como elas são e não como são imaginadas.

P: O que sou eu se não um ser humano?

M: Aquilo que o faz pensar que você é humano não é humano. Não é senão um ponto de consciência sem dimensão, um nada consciente; tudo o que pode dizer sobre si mesmo é: “eu sou”. Você é puro ser – Consciência – bem-aventurança. Compreenda que este é o fim de toda busca. Você chega a ele quando vir que tudo o que pensa sobre si mesmo é mera imaginação, é permanecer distante, na pura consciência do transitório como transitório, do imaginário como imaginário, do irreal como irreal. Isto não é de forma alguma difícil, mas o desapego é necessário. É o apego ao falso que faz tão difícil a visão do verdadeiro. Uma vez que entenda que o falso precisa de tempo e que necessitar de tempo é falso, você estará mais próximo da Realidade, a qual é eterna, sempre no agora. A eternidade no tempo é mera repetição, como o movimento de um relógio. Flui do passado para o futuro interminavelmente, uma perpetuidade vazia. A Realidade é que faz o presente tão vivo, tão diferente do passado e do futuro, os quais são meramente mentais. Se você precisar de tempo para alcançar algo, deverá ser falso. O real está sempre com você; não precisa esperar para ser o que você é. Apenas não deve permitir que sua mente saia de você mesmo na busca. Quando quiser algo, pergunte a si mesmo: realmente necessito disto? E, se a resposta for não, então meramente o abandone.

P: Não devo ser feliz? Posso não necessitar de algo, mas se puder me fazer feliz não deverei pegá-lo?

M: Nada pode lhe fazer feliz mais do que é. Toda busca de felicidade é miséria e leva a mais miséria. A única felicidade digna do nome é a felicidade natural de ser consciente.

P: Quer dizer que devo abandonar toda ideia de uma vida ativa?

M: Não, de forma alguma. Haverá casamento, filhos, ganhar dinheiro para manter a família; tudo isto acontecerá no curso natural dos eventos porque o destino deve cumprir-se; você passará por isto sem resistência, confrontando as tarefas como vierem – interessada e completamente –, nas pequenas e grandes coisas. Mas a atitude geral será de carinhoso desapego, enorme boa vontade, sem esperar retorno, dando constantemente sem nada pedir. No casamento, você não é nem o marido nem a esposa; você é o amor entre os dois. Você é a clareza e a bondade que tornam tudo ordenado e feliz. Pode parecer vago para você, mas, se pensar um pouco, descobrirá que o místico é o mais prático, pois faz com que sua vida seja criativamente feliz. Sua consciência é elevada a uma dimensão superior, da qual se vê tudo muito mais claramente e com maior intensidade. Você compreenderá que a pessoa que você se tornou no nascimento, e que cessará de ser na morte, é temporária e falsa. Você não é a pessoa sensual, emocional e intelectual, oprimida por desejos e temores. Descubra seu ser real. O “que sou eu?” é a questão fundamental de toda filosofia e psicologia. Vá profundamente para dentro dela.

 – Nisargadatta Maharaj

domingo, 21 de abril de 2013

Percepções de Nisargadatta Maharaj

Observe seus pensamentos como você observa as pessoas na rua. As pessoas vão e vêm; você registra isso sem resposta. Pode não ser fácil no começo, mas com alguma prática você descobrirá que sua mente pode funcionar em muitos níveis ao mesmo tempo, e que você pode ser Ciente de todos eles ao mesmo tempo. É apenas quando você tem um interesse específico em um nível em particular, que a sua atenção fica presa nele e você bloqueia os outros.

O 'Eu' que você quer conhecer, existe algum segundo 'Eu'? Você é feito de muitos 'Eus'? Seguramente há apenas um 'Eu', e você é esse 'Eu'. O 'Eu' que você é, é o único 'Eu' que existe. Remova e abandone suas idéias erradas sobre si mesmo, e ali está ele, em toda sua glória.

O seu Eu Real é intemporal e além do nascimento e da morte. O corpo sobreviverá tanto quanto necessário. Não é importante que ele deva viver muito.

Antes que o mundo fosse, a Consciência era. Na Consciência, ele vem a ser, na Consciência ele ele dura, e na pura Consciência ele se dissolve. Na raiz de tudo está o sentimento de 'Eu Sou.' O estado mental de 'há um mundo' é secundário, pois, para existir, eu não necessito do mundo, o mundo precisa de mim.

Nenhum estado mental pode ser mais real que a mente em si mesma. Mas, a mente é real? Ela é apenas uma coleção de estados, cada um deles transitório. Como pode uma coleção de estados transitórios ser considerada real? A ilusão de ser o corpo-mente existe apenas porque não foi investigada. A não-investigação é o fio no qual os estados mentais estão pendurados. É como a escuridão em um quarto escuro. [Ela] Está ali - aparentemente. Mas, quando se abre a sala, para onde vai a escuridão? Não vai a lugar nenhum, pois não estava lá. Todos os estado mentais, todos os nomes e formas de existência estão enraizados na falta de questionamento, na não-investigação, na imaginação e na credulidade. É correto dizer 'Eu Sou',mas dizer 'Eu Sou isso', 'Eu Sou aquilo' é um sinal de não-questionamento, não-exame, de fraqueza mental ou letargia. A Sadhana (prática) consiste em lembrar-se à força da própria pureza de ser, de não ser nada em particular, nem uma soma de particulares, que fazem o universo. Tudo existe na mente, mesmo o corpo é a integração na mente de um vasto número de percepções sensoriais, sendo também cada percepção um estado mental. Pense sobre você mesmo. Apenas não traga a idéia de um corpo nesse pensamento. Há apenas uma corrente de sensações, percepções, memórias e ideações. O corpo é uma abstração criada pela sua tendência de buscar a unidade na diversidade.

Olhe para você mesmo continuamente - é o suficiente. A porta que o mantém preso é também a porta que o liberta. O 'Eu Sou' é a porta. Fique nela até que ela se abra. Na verdade, ela está aberta, apenas você não está nela. Você está esperando na frente de portas pintadas que não existem, e que nunca se abrirão.

Dê toda a sua atenção à questão: 'O que é que me faz conSciente?', até que sua mente se torne a questão em si mesma, e não possa pensar em qualquer outra coisa.

A testemunha é apenas um ponto na Sciência. Não tem nome e nem forma. É como o reflexo do sol em uma gota de orvalho. A gota de orvalho tem nome e forma, mas o pequeno ponto de luz é causado pelo sol.

Este é o ponto central da discussão: enquanto você acreditar que apenas o mundo externo é real, você permanecerá seu escravo.

Enquanto você se identificar* com eles [a mente e o corpo], você está condenado a sofrer; compreenda a sua independência, e você ficará feliz. Eu lhe digo: esse é o segredo da felicidade. A crença de que você depende de coisas e pessoas para ser feliz é devido à sua ignorância de sua verdadeira natureza; saber que você não precisa de nada para ser feliz, exceto seu auto-conhecimento, é sabedoria.

A liberdade vem pela renúncia. Toda posse prende. Se você não tem a sabedoria e a força para abrir mão, apenas olhe para as suas posses. Apenas o seu olhar irá reduzi-las a cinzas. Se você puder ficar 'fora' da sua mente, logo descobrirá que a renúncia total a suas posses e desejos é a coisa mais obviamente razoável a ser feita. Você cria o mundo e depois se preocupa com ele. Tornar-se egoísta o enfraquece. Se você pensa que tem a força e a coragem para desejar, é porque você é jovem e inexperiente. Invariavelmente, o objeto do desejo destrói os meios de se conquistá-lo, e então enfraquece. Tudo acontece para o melhor, porque lhe ensina a evitar o desejo como [se fosse] veneno. Não há necessidade de qualquer ato de renúncia. Apenas vire sua mente [para o outro lado], isso é tudo. O desejo é apenas a fixação da mente em uma idéia. Saia desse sulco por negar-lhe atenção. Qualquer que seja o desejo ou medo, não se fixe nele. Aqui ou ali você vai esquecê-lo, não importa. Continue suas tentativas, até que a remoção de cada desejo e medo, de cada reação, se torne automática.

Algo lhe impede de ver que não há nada de que você necessite. Descubra [o que é] e veja a sua falsidade. É como ter engolido algum veneno e estar sofrendo de uma sede insaciável. Ao invés de beber além de qualquer medida, porque não eliminar o veneno e se libertar dessa sede ardente? O sentimento 'Eu sou uma pessoa no tempo e no espaço' é o veneno. De uma certa maneira, o tempo em si mesmo é o veneno. No tempo, todas as coisas têm um fim, e nascem novas, para serem devoradas por sua vez. Não se identifique com o tempo, não pergunte ansiosamente: 'E agora? E agora?' Caia fora do tempo e veja-o devorar o mundo. Diga: 'Bom, é da natureza do tempo pôr um fim a tudo. Deixe estar. Não diz respeito a mim. Eu não sou e nem preciso procurar combustível.'

Nisargadatta Maharaj

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Percepções de Nisargadatta Maharaj

Se você quiser viver uma vida sadia, criativa e feliz, e ter infinitas riquezas para compartilhar, busque por quem você é.

Você está acostumado a lidar com coisas, físicas e mentais. Eu não sou uma coisa, [e] nem você é. Não somos nem matéria nem energia, nem corpo nem mente. O caminho para a verdade passa pela destruição do falso. Para destruir o falso você deve questionar suas crenças mais inveteradas. Dessas, a ideia de que você é o corpo é a pior.

Ambas fé e razão lhe dizem que você não é nem o corpo, nem seus desejos e medos, nem você é a sua mente com suas idéias fantásticas, nem o seu papel social lhe compele a representar a pessoa que você supõe que é. Abandone o falso e o verdadeiro aparecerá por si mesmo.

Tenha o seu ser fora deste corpo que nasce e morre, e todos os seus problemas se resolverão. Eles existem porque você acredita que nasceu para morrer. Elimine o engano e seja livre. Você não é uma pessoa.

Permaneça aberto e em silêncio, isso é tudo. O que você procura está tão perto, que não há um espaço para um caminho.

Vire sua mente do avesso. Veja por cima daquilo que muda, e você descobrirá a si mesmo como sendo o sempre presente, a realidade imutável, inexprimível, mas sólida como uma rocha.

A menos que você conheça a si mesmo, como você pode conhecer o outro? E quando você conhece a si mesmo, você é o outro.

Antes de ir em frente, você deve aceitar, pelo menos como uma hipótese de trabalho, que você não é o que aparenta ser, que você está sob a influência de uma droga. Apenas então você terá a urgência e a paciência de examinar os sintomas e buscar pela sua causa comum. Tudo o que um guru pode lhe dizer é: 'Meu querido senhor, você está muito enganado sobre si mesmo. Você não é a pessoa que pensa ser.'. Não confie em ninguém, nem em si mesmo. Busque, descubra, remova e rejeite todas as certezas, até alcançar a água viva e a rocha da verdade. Até que você esteja livre da droga, todas as suas religiões e ciências, preces e yogas não têm utilidade para você, pois, baseadas em um equívoco, elas o reforçam.

A fonte da Consciência não pode ser um objeto na Consciência. Conhecer a fonte é ser a fonte. Quando você compreende que você não é a pessoa, mas a pura e calma testemunha, e que a Ciência destemida é o seu próprio ser, você é o ser. É a fonte, a possibilidade inexaurível.

Um sábio comanda uma forma de percepção espontânea, não sensorial, a qual o faz conhecer as coisas diretamente, sem a intermediação dos sentidos. Ele está além do perceptual e do conceitual, além das categorias de tempo e espaço, nomes e formas. Ele não é nem o percebido nem o percebedor, mas o fator simples e universal que torna a percepção possível.

Você pode se tornar um vigia noturno e viver uma vida feliz. É o que você é interiormente que importa. A sua alegria e paz interiores você tem de merecer. É muito mais difícil do que merecer dinheiro. Nenhuma universidade pode lhe ensinar a ser você mesmo.

Você reconhecerá que voltou ao seu estado natural pela completa ausência de todo desejo e medo. Além do mais, na raiz de todo desejo e medo, está o sentimento de não ser o que você é. Assim como uma junta deslocada dói enquanto está fora do lugar, e é esquecida tão logo volte à sua posição correta, assim toda auto-preocupação é [também] um sintoma de uma distorção mental, que desaparece tão logo se volte ao estado natural.

O que é religião? Uma nuvem no céu. Eu vivo no céu, não nas nuvens, as quais tantas palavras mantém unidas. Tire o palavreado, e o que permanece? A verdade permanece.

Você em Si mesmo é Deus, a Realidade Suprema.

Nisargadatta Maharaj

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Percepções de Nisargadatta Maharaj

Você não é o corpo. Você é a imensidão e o infinito da Consciência.

Há o corpo. Dentro do corpo parece haver um observador, e do lado de fora um mundo sob observação. O observador e sua observação, assim como o mundo observado, aparecem e desaparecem juntos. Além disso tudo, está o vazio. O vazio é um [o mesmo] para todos.

O corpo é feito de alimentos, assim como a mente é feita de pensamentos. Veja-os como são. A não-identificação, quando natural e espontânea, é libertação.

Como corpo, você está no espaço. Como mente, está no tempo. Mas, você é um mero corpo com uma mente dentro? Alguma vez você já investigou [isso]?

Você observa o coração sentindo, a mente pensando e o corpo agindo; o próprio ato da percepção mostra que você não é o que percebe.

Mesmo o experimentador é secundário. Primário é a infinita expansão da Consciência, a eterna possibilidade, o potencial imensurável de tudo que era, é e será.

O homem sábio não considera nada como sendo seu. Quando, em algum tempo e lugar, algum milagre é atribuído a alguma pessoa, ele não estabelece nenhum elo causal entre eventos e pessoas, nem permite que quaisquer conclusões sejam tiradas. Tudo aconteceu como aconteceu porque tinha de acontecer; tudo acontece como acontece, porque o universo é como é.

Observe-se bem de perto, e você verá que qualquer que seja o conteúdo da Consciência, o ato de testemunhá-lo não depende dele [do conteúdo]. A Ciência existe por si mesma e não muda com o evento [observado]. O evento pode ser agradável ou desagradável, desprezível ou importante; a Ciência é a mesma. Observe a natureza peculiar da pura Ciência, sua natural auto-identidade, sem o menor traço de auto-consciência; vá até a sua raiz, e você logo compreenderá que a Ciência é a sua verdadeira natureza, e que nada do que você possa estar Ciente, você pode chamar de seu. Quando o conteúdo é visto sem gostos e não-gostos, a Consciência [do que é visto] é Ciência. Mas ainda há uma diferença entre Ciência, como refletida na Consciência e [a] pura Ciência além da Consciência. A Ciência refletida, o sentimento 'Eu estou Ciente', é a testemunha, enquanto a pura Ciência é a essência da realidade. O reflexo do sol em uma gota d'água é um reflexo do sol, sem dúvida, mas não o sol em si mesmo. Entre a Ciência, refletida na Consciência como testemunha, e a Ciência, há um espaço, o qual a mente não pode cruzar.

A testemunha é aquela que diz 'Eu sei.' A pessoa diz: 'Eu faço.' Agora, dizer 'Eu sei' não é uma inverdade, é apenas limitado. Mas dizer 'Eu faço' é, no geral, falso, porque não há ninguém que faça; tudo acontece por si mesmo, incluindo a ideia de ser alguém que faz. O Universo é cheio de ação, mas não há ator. Há um número incontável de pessoas pequenas, grandes e muito grandes, as quais, através da identificação, imaginam a si mesmas agindo. Mas isso não muda o fato de que o mundo da ação é um todo único, no qual tudo é dependente, e afeta a tudo. As estrelas nos afetam profundamente e nós afetamos a elas. Retroceda da ação para a Consciência. Deixe a ação para o corpo e a mente; é o domínio deles. Permaneça como testemunha pura, até que mesmo o testemunhar dissolva-se no Supremo.

Você não precisa parar de pensar. Apenas deixe de estar interessado. É o desinteresse que liberta. Não se apegue, isso é tudo.

Você já experimentou tantas coisas - todas deram em nada. Apenas o sentimento 'Eu sou'persistiu, imutável. Fique com o imutável entre o mutável, até que você seja capaz de ir além.

Você é [solitário] como pessoa. No seu ser real, você é o todo.

O que contradiz a si mesmo não tem existência. Ou tem uma existência momentânea , o que dá no mesmo. Porque o que tem um começo e um fim, não tem um meio. É vazio. Tem apenas nome e forma dados pela mente, mas não tem substância, nem essência.

Nem ignorância nem ilusão jamais aconteceram a você. Encontre o Self ao qual você atribui ignorância e ilusão, e sua pergunta será respondida. Você fala como se conhecesse o Self, e o vê sob o poder da ignorância e ilusão. Mas, na verdade, você não conhece o Self, e nem está Ciente da ignorância. De todas as maneiras, torne-se Ciente, isto o levará ao Self, e você compreenderá que nele não há nem ignorância e nem ilusão. É como dizer: se há sol, como pode haver escuridão? Assim como embaixo de uma pedra pode haver escuridão, não importa quão forte esteja o sol, assim na sombra da ideia 'eu-sou-o-corpo' deve haver ignorância e ilusão. Não pergunte 'porque' e 'como'. Está na natureza da imaginação criativa identificar-se com suas criações. Você pode parar com isso [com a imaginação criativa] a qualquer momento, desligando a atenção. Ou pela investigação.

Experiência, não importa quão sublime, não é a coisa real. Por sua própria natureza, ela vem e vai. A Auto-realização não é uma aquisição. Está mais para a compreensão. Uma vez que se chega lá, [ela, a compreensão] não pode ser perdida. Por outro lado, a Consciência é mutável, fluindo, subjacente, de momento a momento. Não se fixe na Consciência e nos seus conteúdos. A Consciência [te] segura, [te] pára. Tentar perpetuar um lampejo de insight ou um surto de felicidade destrói o que se quer preservar. O que vem deve ir. O permanente está além de todas as indas e vindas. Vá até a raiz de toda a experiência, ao sentimento de ser. Além do ser e do não-ser jaz a imensidão do real. Tente e tente de novo.

A descoberta da verdade está no discernimento do falso. Você pode conhecer o que não é. O que é - você pode apenas ser. O conhecimento é relativo ao conhecido. De uma certa maneira, é o contrário da ignorância. Onde não há ignorância, onde está a necessidade do conhecimento? Por si mesmas, nem a ignorância nem o conhecimento tem existência própria. Eles são apenas estados da mente a qual é apenas uma aparência de movimento na Consciência.

Como todas as ondas estão no oceano, assim também todas as coisas - físicas e mentais [estão] na Ciência. Por essa razão, a Ciência é o mais importante, não o seu conteúdo.

Análises demais não o levarão a lugar nenhum. Existe dentro de você o núcleo do Ser [existir] o qual está além das análises, além da mente. Você só o pode conhecer em ação. A função legítima da mente é lhe dizer o que você não é. Mas se você quer conhecimento positivo, você deve ir além da mente.

Quando todas as distinções e reações não existem mais, o que sobra é a realidade, simples e sólida.

Minha intenção para acordá-lo é o elo [entre nossos sonhos respectivos]. Meu coração quer que você acorde. Eu vejo você sofrer no seu sonho, e sei que você tem de acordar para acabar com suas tristezas profundas. Quando você vir o seu sonho como um sonho, você acordará. Mas, no seu sonho em si mesmo, não estou interessado. Já é suficiente para mim saber que você tem de acordar. Você não precisa levar o seu sonho a uma conclusão definitiva, nem fazê-lo nobre ou feliz, ou belo; tudo o que você precisa é compreender que está sonhando. Pare de imaginar, pare de acreditar. Veja as contradições, as incongruências, as falsidades e a tristeza do estado humano, a necessidade de ir além. No sonho, você ama a alguns, e a outros não. Ao despertar você descobrirá que [você] é o amor em si mesmo, abarcando tudo. O amor pessoal, não importa quão sublime ou intenso, invariavelmente ata; amor em liberdade é o amor de tudo.

O mal é a sobra da desatenção. Sob a luz da auto-consciência [ele] irá secar e cair.

[O Absoluto] é único, simples, indivisível e imperceptível, exceto nas suas manifestações. Não desconhecível, mas imperceptível, não-objetivável, inseparável. Nem material nem mental, nem objetivo nem subjetivo, é a raiz da matéria e a fonte da Consciência. Além do mero viver e morrer, é a Vida toda-inclusiva, toda-exclusiva, na qual nascimento é morte e morte é nascimento.

Nada o impede de se tornar um sábio aqui e agora, exceto o medo. Você tem medo de ser impessoal, do Ser impessoal. É tudo muito simples. Dê as costas aos seus desejos e medos, dos pensamentos que eles criam, e você estará imediatamente no seu estado natural.

A transitoriedade é a melhor prova da irrealidade.

A liberdade vem pela renúncia. Toda posse prende. Se você não tem a sabedoria e a força para abrir mão, apenas olhe para as suas posses. Apenas o seu olhar irá reduzi-las a cinzas. Se você puder ficar 'fora' da sua mente, logo descobrirá que a renúncia total a suas posses e desejos é a coisa mais obviamente razoável a ser feita. Você cria o mundo e depois se preocupa com ele. Tornar-se egoísta o enfraquece. Se você pensa que tem a força e a coragem para desejar, é porque você é jovem e inexperiente. Invariavelmente, o objeto do desejo destrói os meios de se conquistá-lo, e então enfraquece. Tudo acontece para o melhor, porque lhe ensina a evitar o desejo como [se fosse] veneno. Não há necessidade de qualquer ato de renúncia. Apenas vire sua mente [para o outro lado], isso é tudo. O desejo é apenas a fixação da mente em uma idéia. Saia desse sulco por negar-lhe atenção. Qualquer que seja o desejo ou medo, não se fixe nele. Aqui ou ali você vai esquecê-lo, não importa. Continue suas tentativas, até que a remoção de cada desejo e medo, de cada reação, se torne automática.

As palavras podem levá-lo até seu próprio limite; para ir além, você deve abandoná-las. Permaneça apenas como a testemunha silenciosa.

Você não precisa saber o que você é. Já é suficiente saber o que você não é. O que você é você nunca vai saber, pois cada descoberta revela novas dimensões a conquistar. O desconhecido não tem limites.

Todo pensamento está na dualidade. Na identidade, nenhum pensamento sobrevive.

O mundo não tem existência separada de você. A cada momento, [ele] é apenas um reflexo de você mesmo. Você o cria, você o destrói. O seu universo pessoal não existe por si mesmo. Ele é apenas uma visão limitada e distorcida do real.

[A pessoa e a testemunha] - ambos são modos de Consciência. Em um, você deseja e teme; em outro, você não é afetado pelo prazer e pela dor, você não é abalado pelos eventos. Você os deixa ir e vir.

O conhecimento geral desenvolve a mente, sem dúvida. Mas se você está indo gastar sua vida acumulando conhecimento, você construirá um muro a sua volta. Para ir além da mente, uma mente bem dotada não é necessária.


Nisargadatta Maharaj 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Percepções de Nisargadatta Maharaj

Seriedade não é o fruto da dedicação. É uma expressão de uma mudança interna de interesse, para longe do falso, no não-essencial, do pessoal.
(...)
Quando você se senta silenciosamente e observa a si mesmo, todo o tipo de coisas vem à superfície. Não faça nada sobre elas, não reaja a elas; assim como elas vieram elas irão, por si mesmas. Tudo o que importa é a atenção total, a Ciência total de si mesmo, ou melhor, da própria mente.
(...)
Você é como uma criança com um pirulito na boca. Você pode se sentir feliz por alguns momentos por estar totalmente auto-centrado, mas basta dar uma boa olhada no rosto das pessoas para perceber a universalidade do sofrimento. Mesmo a sua própria felicidade é tão vulnerável e de curta duração, à mercê de uma falência bancária, ou de uma úlcera. É apenas um momento de alívio, um mero intervalo entre dois sofrimentos. A verdadeira felicidade não é vulnerável, porque não depende das circunstâncias.
(...)
Você não sabe o que você é e por isso imagina ser o que você não é. Esse é o motivo dos desejos, medos e da atividade febril para escapar [dessa incógnita].
(...)
Uma vez que você tenha compreendido que o mundo está cheio de sofrimentos, que nascer é uma calamidade, você encontrará a urgência e a energia para ir além. O prazer o adormece e a dor o acorda. Se você não quer sofrer, não durma. Você não pode conhecer a si mesmo somente através da bem-aventurança, pois a bem-aventurança é a sua própria natureza. Você tem de encarar o oposto, o que você não é, para encontrar a iluminação.
(...)
Quando eu olho através da mente, eu vejo inúmeras pessoas. Quando eu olho além da mente, eu vejo a testemunha. Além da testemunha, há a infinita intensidade do vazio e do silêncio.
(...)
O que eu pareço ser para você existe apenas na sua mente. Eu sou um sonho que pode lhe acordar. Você terá a prova disso no momento em que despertar.
(...)
Pode haver progresso na preparação. A Realização é súbita. O fruto amadurece devagar, mas cai repentinamente, e sem retorno.
(...)
A liberdade une. A união liberta.
(...)
A partir do momento que você conhece o seu ser Real, você não tem mais medo de nada. A morte dá poder e liberdade. Para ser livre no mundo, você deve morrer para o mundo. Então o universo é seu, se torna seu corpo, uma expressão e uma ferramenta. A felicidade de ser absolutamente livre está além [de qualquer] descrição.
(...)

Nisargadatta Maharaj

sexta-feira, 29 de março de 2013

Percepções de Nisargadatta Maharaj

Antes que você possa conhecer qualquer coisa diretamente, não-verbalmente, você deve conhecer o conhecedor [aquele que conhece]. Até aqui, você achava que a mente era o conhecedor, mas não é assim. A mente o obstrui com imagens e idéias, as quais deixam cicatrizes na memória. Você toma a lembrança por conhecimento. O verdadeiro conhecimento é sempre fresco, novo, inesperado. Ele brota de dentro. Quando você sabe quem você é, você também é o que conhece. Entre o saber e o ser, não há diferença.
(...)
Além do mais, quem é o Guru? [É] Aquele que conhece o estado no qual não há nem mundo nem o pensamento sobre ele [o mundo], ele [o Guru] é o Mestre Supremo. Encontrá-lo significa alcançar o estado no qual a imaginação não é mais tomada por realidade, pela verdade, pelo que existe [pelo que é]. Ele é um realista no mais alto sentido do termo. Ele não pode e não discute com a mente e suas ilusões. Ele vem para lhe levar ao real; não espere dele nada além disso. O Guru que você tem em mente, aquele que lhe dá informações e instruções, não é o Guru real. O guru real é aquele que conhece o real, além do glamour das aparências. O que existe para você não existe para ele. O que você toma por certo, ele nega absolutamente. Ele quer que você veja a si mesmo como ele o vê. Aí [então] você não precisará de um guru para obedecer e seguir, porque você obedecerá e seguirá sua própria realidade.
(...)
Seu corpo dura pouco no tempo. Tempo e espaço estão apenas na mente. Você não está preso. Apenas compreenda a si próprio - isso, em si mesmo, é a eternidade.
(...)
Aquiete-se. Faça seu trabalho no mundo, mas interiormente aquiete-se. Então, tudo virá a você. Não confie em seu trabalho para sua realização. Ele pode trazer lucros para os outros, mas não para você. Sua esperança jaz em fazer silêncio na sua mente e no seu coração. Pessoas realizadas são muito quietas.
(...)
Como em um cinema tudo é luz, assim também a Consciência se torna o vasto mundo. Olhe atentamente e você verá que todos os nomes [palavras] e formas [geométricas ou não] são apenas ondas transitórias no oceano da Consciência, [e] que apenas a Consciência pode ser dita como existindo, não suas transformações. Na imensidão da Consciência, uma luz aparece, um pequeno ponto se move rapidamente e traça formas, pensamentos e sentimentos, conceitos e idéias, como uma pena escrevendo em um papel. A tinta que deixa o traço, é a memória. Você é esse pequeno ponto, e por seu movimento o mundo é sempre recriado. Pare de se mover e não haverá mundo. Olhe para dentro e você descobrirá que o ponto de luz é o reflexo da imensidão da luz no corpo, aparecendo como o sentimento de 'Eu Sou'. Há apenas luz, tudo o mais apenas aparece. Para a mente, ela [essa luz] aparece como escuridão. Ela pode ser conhecida apenas pelos seus reflexos. Tudo é visto à luz do dia, exceto a luz do dia em si mesma. A Suprema Ciência [a união definitiva entre criatura e criador] é ser o ponto de luz traçando o mundo. A luz, em si mesma, é a própria união. Mas para que servem os nomes, se a realidade está tão perto?
(...)
Eu Sou o que Eu Sou, nem com forma nem sem forma, nem consciente nem inconsciente. Eu Sou/Estou fora de todas essa categorias. Você não pode me encontrar pela simples negação. Eu Sou tanto tudo como nada. Nem ambos e nem nenhum dos dois. Estas distinções se aplicam ao Senhor do universo, não a mim. Eu Sou/Estou completo e perfeito. Eu Sou a existência do existir, o Saber do saber, a Plenitude da felicidade.
(...)
Nada o impede de se tornar um sábio aqui e agora, exceto o medo. Você tem medo de ser impessoal, do Ser impessoal. É tudo muito simples. Dê as costas aos seus desejos e medos, dos pensamentos que eles criam, e você estará imediatamente no seu estado natural.
(...)
Eu existo além do tempo. Não importa quão longa uma vida possa ser, é apenas um momento e um sonho. Da mesma maneira, eu existo além de todos os atributos. Eles aparecem e desaparecem na minha luz, mas não podem me descrever. O universo é todo nomes e formas, baseados em qualidades e diferenças, enquanto eu existo além. O mundo está lá porque eu sou, mas eu não sou o mundo. Eu sei que há um mundo, o qual inclui este corpo e esta mente, mas eu não os considero mais 'meus' do que outros corpos e mentes. Eles estão ali, no tempo e no espaço, mas eu sou intemporal e sem medidas.
(...)
Primeiro realize seu próprio ser. Isto é fácil, porque o sentimento de 'Eu Sou' está sempre com você. Então, encontre a si mesmo como o conhecedor [aquele que conhece], separado do conhecido. Uma vez que você [re]conhece a si mesmo como puro Ser, o êxtase da liberdade é [o] seu.
(...)
O valor definitivo do corpo é que ele serve para descobrir o corpo cósmico, o qual é o universo na sua totalidade. Na medida em que você se descobre se manifestando, você continua a descobrir que é sempre mais do que tinha imaginado.
(...)
Aquele que acredita que nasceu tem muito medo da morte. Por outro lado, para aquele que conhece a si mesmo verdadeiramente, a morte é um evento feliz.
(...)
Uma vez que você compreenda que a estrada é a meta, e que você está sempre na estrada, não para alcançar a meta, mas para aproveitar sua beleza e sua sabedoria, a vida cessa de ser uma tarefa e se torna natural e simples, um êxtase em si mesmo.
(...)
Uma coisa é bem clara para mim: tudo o que vive e se move tem seu Ser na Consciência, e Eu Sou/Estou dentro e além da Consciência. Eu Sou/Estou dentro como testemunha. Eu Sou/Estou além como Ser.
(...)
Dor e prazer sempre andam juntos. Liberdade de um significa liberdade de ambos. Se você não se importa com o prazer, não terá medo da dor. Mas há a felicidade, a qual não é nenhum dos dois, a qual está completamente além.
(...)
Identificar-se com o particular é todo o pecado que existe. O impessoal é real, o pessoal aparece e desaparece. 'Eu Sou' é o Ser impessoal, 'Eu sou isto' é a pessoa. A pessoa é relativa, e o puro Ser [é] fundamental.
(...)
Você fala sobre o fluxo do tempo como se você fosse estacionário. Mas os eventos que você testemunhou ontem, alguém mais pode ver amanhã. É você que está se movendo e não o tempo. Pare de se mover e o tempo cessa. Passado e futuro se fundem em no eterno agora. 
(...)
Enquanto se for consciente, haverá dor e prazer. Você não pode lutar contra a dor e o prazer no nível da Consciência. Para ir além deles, você tem de ir além da Consciência, o que é possível apenas quando você olha a Consciência como algo que acontece a você, e não em você, como algo externo, alienígena, superimposto. Então, subitamente, você está livre da Consciência, realmente sozinho, sem nada se intrometendo. E esse é o seu estado verdadeiro. A Consciência é uma irritação que faz você se coçar. Claro, você não pode escapar da Consciência , porque o próprio [ato de] escapar está dentro da Consciência. Mas se você aprender a olhar para a sua Consciência como um tipo de febre, pessoal e particular, na qual você está preso como um pintinho no seu ovo, dessa atitude virá a crise, a qual quebrará o ovo.
(...)
Não tente ser feliz, ao invés disso, questione a sua própria busca por bem-aventurança. É porque você não é feliz que você quer ser feliz. Descubra porque você é infeliz. Porque você não é feliz, você busca a bem-aventurança no prazer; o prazer traz a dor, e por isso você o chama de mundano; você então anseia por algum outro prazer, sem dor, ao qual chama de divino. Na realidade, o prazer é apenas uma folga da dor.
(...)
A Consciência em você e a Consciência em mim, aparentemente duas, [mas] realmente uma, buscam a unidade e isso é Amor.
(...)
Aquilo que você é, seu verdadeiro Self, você o ama, e o que quer que você faça, você faz para sua própria felicidade. Encontrar seu verdadeiro Self, conhecê-lo, amá-lo é sua urgência básica. Seja verdadeiro com você mesmo, ame a si mesmo absolutamente. Não finja que você ama os outros como a si mesmo. Você não pode amar o outro a menos que você tenha compreendido que ele [o outro] é um com você. Não finja ser o que você não é, não se recuse a ser o que você é. O seu amor pelos outros é o resultado do seu auto-conhecimento, não a sua causa. Sem a auto- realização, nenhuma virtude é genuína. Quando você sabe além de qualquer dúvida que a mesma vida flui através de tudo que é, e que você é essa vida, você irá amar tudo natural e espontaneamente. Quando você compreende a profundidade e a amplitude do seu amor por você mesmo, você sabe que cada ser vivo e o universo inteiro estão incluídos no seu afeto. Mas quando você olha para qualquer coisa como separada de você, você não pode amá-la porque você a teme. A alienação causa medo, e o medo aumenta a alienação. É um circulo vicioso. Apenas a auto-realização pode quebrá-lo.
(...)
Você reconhecerá que voltou ao seu estado natural pela completa ausência de todo desejo e medo. Além do mais, na raiz de todo desejo e medo, está o sentimento de não ser o que você é. Assim como uma junta deslocada dói enquanto está fora do lugar, e é esquecida tão logo volte à sua posição correta, assim toda auto-preocupação é [também] um sintoma de uma distorção mental, que desaparece tão logo se volte ao estado natural.
(...)
O que é religião? Uma nuvem no céu. Eu vivo no céu, não nas nuvens, as quais tantas palavras mantém unidas. Tire o palavreado, e o que permanece? A verdade permanece.

Nisargadatta Maharaj

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tudo existe na mente; mas, a mente, é real?

Nenhum estado mental pode ser mais real que a mente em si mesma. Mas, a mente é real? Ela é apenas uma coleção de estados, cada um deles transitório. Como pode uma coleção de estados transitórios ser considerada real? A ilusão de ser o corpo-mente existe apenas porque não foi investigada. A não-investigação é o fio no qual os estados mentais estão pendurados. É como a escuridão em um quarto escuro. [Ela] Está ali - aparentemente. Mas, quando se abre a sala, para onde vai a escuridão? Não vai a lugar nenhum, pois não estava lá. Todos os estado mentais, todos os nomes e formas de existência estão enraizados na falta de questionamento, na não-investigação, na imaginação e na credulidade. É correto dizer 'Eu Sou', mas dizer 'Eu Sou isso', 'Eu Sou aquilo' é um sinal de não-questionamento, não-exame, de fraqueza mental ou letargia. A Sadhana (prática) consiste em lembrar-se à força da própria pureza de ser, de não ser nada em particular, nem uma soma de particulares, que fazem o universo. Tudo existe na mente, mesmo o corpo é a integração na mente de um vasto número de percepções sensoriais, sendo também cada percepção um estado mental. Pense sobre você mesmo. Apenas não traga a idéia de um corpo nesse pensamento. Há apenas uma corrente de sensações, percepções, memórias e ideações. O corpo é uma abstração criada pela sua tendência de buscar a unidade na diversidade.

Nisargadatta Maharaj

domingo, 15 de julho de 2012

Curtas do dia

"Antes que você possa conhecer qualquer coisa diretamente, não-verbalmente, você deve conhecer o conhecedor [aquele que conhece]. Até aqui, você achava que a mente era o conhecedor, mas não é assim. A mente o obstrui com imagens e idéias, as quais deixam cicatrizes na memória. Você toma a lembrança por conhecimento. O verdadeiro conhecimento é sempre fresco, novo, inesperado. Ele brota de dentro. Quando você sabe quem você é, você também é o que conhece. Entre o saber e o ser, não há diferença." - Nisargadatta Maharaj 


"Sempre recomendei àqueles que se sentem fortes o bastante para serem capazes de fazê-lo que se abstivessem de se juntar a qualquer organização, a manter sua liberdade, enquanto que, ao mesmo tempo estudando as doutrinas de quaisquer organizações que lhes interessem, quaisquer religiões que prendam um pouco de sua atenção. Este liberdade os habilita a olhar para qualquer lugar, a estudar tudo, a questionar com coragem, a manter amplitude de vista, profundidade de pensamento." - Paul Brunton
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill