Uma mente silenciosa é tudo o que você precisa. Tudo o mais acontece corretamente, uma vez que sua mente esteja quieta. Assim como o sol ao se levantar ativa o mundo, da mesma maneira a auto-consciência afeta as mudanças na mente. Sob a luz da auto-consciência calma e estável, energias internas despertam e fazem milagres, sem qualquer esforço da sua parte.
Compreenda primeiro que você não é a pessoa que acredita ser. O que você pensa ser é uma mera sugestão ou imaginação. Você não tem pais, não nasceu e nem vai morrer. Ou você confia em mim quando eu lhe digo isso, ou chega até isso pelo estudo e investigação. O caminho da fé total é rápido, o outro é lento, mas estável.
Quando a mente está engajada a serviço do corpo, a felicidade é perdida. Para reconsquistá-la, a mente busca o prazer. A urgência em ser feliz está correta, mas os meios de consegui-la iludem, não são confiáveis e destróem a verdadeira felicidade.
Não há esforço no testemunhar. Você apenas compreende que você é a testemunha, e a compreensão age. Você não precisa de nada mais, apenas se lembrar de que você é a testemunha.
O mundo não lucra por mudar. Por sua própria natureza, é doloroso e transitório. Veja [o mundo] como [ele] é, e dispa-se de todos os desejos e medos. Quando o mundo não o prender mais, ele se torna um lar de alegria e beleza. Você só pode ser feliz no mundo quando está livre dele.
Na paz e no silêncio, a pele do 'Eu' se dissolve, e o interior e o exterior se tornam um.
A experiência deixa apenas memórias para trás e acrescenta peso ao fardo que já é pesado o suficiente. Você não precisa de mais experiências. As experiências passadas já são o suficiente. E se você sente que precisa de mais, olhe dentro do coração das pessoas a sua volta. Você encontrará uma variedade de experiências que não seria capaz de ter em mil anos. Aprenda das tristezas dos outros e poupe-se. Não é de experiência que você precisa, mas da liberdade de toda a experiência.
Enquanto houver o corpo e um sentimento de identidade com êle, a frustração é inevitável. Apenas quando você conhece a si mesmo como inteiramente estranho ao corpo e diferente dele, você encontrará um alívio da mistura de medos e dos desejos que lhe consomem, [e que são] inseparáveis da idéia 'Eu-sou-o-corpo'.
Se eu lhe perguntar qual o sabor de sua boca, tudo o que você pode dizer é: não é nem doce nem amargo, nem azedo nem adstringente. Ele [o gosto da minha boca] é o que resta quando todos estes sabores não estão lá. De maneira semelhante, quando todas as distinções e reações não existem mais, o que sobra é a realidade, simples e sólida.
A partir do momento que você conhece o seu ser Real, você não tem mais medo de nada. A morte dá poder e liberdade. Para ser livre no mundo, você deve morrer para o mundo. Então o universo é seu, se torna seu corpo, uma expressão e uma ferramenta. A felicidade de ser absolutamente livre está além [de qualquer] descrição.
[A conSciência-testemunha] é o reflexo do Real na mente. A testemunha é a porta através da qual você passa para mais além.
Simples conhecimento não é o suficiente; o conhecedor deve ser conhecido. Os professores ou eruditos, principalmente aos versados em sânscrito, ciências, leis e religião e os yogues podem saber muitas coisas, mas qual é o uso só do conhecimento, quando o Self não é conhecido? Ele pode certamente ser mal utilizado. Sem o conhecimento do conhecedor não pode haver paz.
O remédio está na clareza e na integridade do pensar. Tente compreender que você vive num mundo de ilusões, examine-as e descubra suas raízes. A própria tentativa o fará uma pessoa séria, pois há bem-aventurança no empreendimento correto.
Quando a ignorância, a mãe do pecado, se dissolve, o destino, a compulsão de pecar de novo, cessa. Com a ignorância terminando, tudo termina. As coisas são vistas como são, e elas são boas.
A liberdade vem pela renúncia. Toda posse prende. Se você não tem a sabedoria e a força para abrir mão, apenas olhe para as suas posses. Apenas o seu olhar irá reduzi-las a cinzas. Se você puder ficar 'fora' da sua mente, logo descobrirá que a renúncia total a suas posses e desejos é a coisa mais obviamente razoável a ser feita. Você cria o mundo e depois se preocupa com ele. Tornar-se egoísta o enfraquece. Se você pensa que tem a força e a coragem para desejar, é porque você é jovem e inexperiente. Invariavelmente, o objeto do desejo destrói os meios de se conquistá-lo, e então enfraquece. Tudo acontece para o melhor, porque lhe ensina a evitar o desejo como [se fosse] veneno. Não há necessidade de qualquer ato de renúncia. Apenas vire sua mente [para o outro lado], isso é tudo. O desejo é apenas a fixação da mente em uma idéia. Saia desse sulco por negar-lhe atenção. Qualquer que seja o desejo ou medo, não se fixe nele. Aqui ou ali você vai esquecê-lo, não importa. Continue suas tentativas, até que a remoção de cada desejo e medo, de cada reação, se torne automática.
A Consciência é pura no começo e pura no final; no intervalo ela é contaminada pela imaginação, a qual é a raiz da criação. Em qualquer tempo, a Consciência permanece a mesma. Conhecê-la como ela é, é a realização e a paz intemporal.
No fim das contas, você sabe que não há pecado, não há culpa, nem retribuição, há apenas vida, nas suas transformações sem fim. Com a dissolução do 'eu' pessoal, o sofrimento pessoal desaparece. O que permanece é a grande tristeza da compaixão, o horror da dor desnecessária.
Desenvolva a atitude do testemunhar, e você descobrirá, pela sua própria experiência, que o desapego traz o controle. O estado do testemunhar é cheio de poder, não há nada de passivo nele.
No fim das contas, você sabe que não há pecado, não há culpa, nem retribuição, há apenas vida, nas suas transformações sem fim. Com a dissolução do 'eu' pessoal, o sofrimento pessoal desaparece. O que permanece é a grande tristeza da compaixão, o horror da dor desnecessária.
Desenvolva a atitude do testemunhar, e você descobrirá, pela sua própria experiência, que o desapego traz o controle. O estado do testemunhar é cheio de poder, não há nada de passivo nele.
Nisargadatta Maharaj