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Perguntas


Você acredita mesmo, ter poder sobre o pensamento psicológico? Então, por uma hora, tente não pensar em alguém segurando uma banana...

Preâmbulo aos Leitores Inteligentes

Estas páginas não se dirigem às multidões. Visam tão somente um confraria de despertos pensadores, de espíritos inteligentes, de homens que tenham problemas a resolver. A imensa maioria dos homens do nosso século não se preocupa com problemas referentes ao autoconhecimento. Comem, bebem, gozam, praticam esportes, ouvem música, frequentam casas noturnas, casinos e praias; casam, criam filhos, fazem negócios — e estão plenamente satisfeitos consigo e com todo o mundo.

Vivem e morrem e deixam o mundo quase tão pobres de espirito como nele entraram.

Não é a esses homens sem problemas e dolorosos enigmas que se dirige a presente coletânea. Estas páginas foram escritas para espíritos pensantes, para almas inquietas, para inteligências revolucionadas por alguma ideia, sublime ou absurda, para seres racionais feridos pelo tormento do Infinito, pelo mistério da Divindade, pelas tenebrosas esfinges do próprio Eu... É nessas incógnitas regiões que estas páginas pretendem penetrar, ainda que ás apalpadelas, porque essas regiões veem envoltas em trevas ou penumbras...

Prevenimos expressamente que certos textos desta coletânea não devem ser lidos pelas seguintes classes de pessoas:
  1. por leitores habituados a encampar cegamente opiniões alheias, incapazes de critério pessoal, autônomo;
  2. por leitores míopes ou pilhados de preconceitos que condenam como falso ou imoral tudo quanto ultrapassa as páginas do seu devocionário;
  3. pelos que não possuem ao menos um pouco da liberdade de espírito e largueza de vistas dos Grandes Homens, que não excluíam da senda do autoconhecimento e sabedoria a nenhum espírito reto e bem intencionado.

Os representantes dessas três categorias de leitores perderiam, com o estudo desta coletânea, o seu tempo e, quiçá, a tranquilidade da sua consciência.

O conteúdo desta coletânea não deve ser lido, mas estudado.

Os organizadores desta coletânea não se arrogam a paternidade de todos os pensamentos aqui expostos. A grande maioria deles são de outros mestres, que não vêm citados, por não se tratar de reprodução literal.

Lembre-se, leitor inteligente, que não propomos dogmas, mas que expomos ideias; agitamos questões, aventamos teorias, revolvemos problemas, sugerimos hipóteses, rasgamos perspectivas — e nada mais.

Se os seus pensamentos sobre estes problemas do espírito coincidirem com os nossos, enviamos-lhe, um fraterabraço de irmãos buscadores. Se forem outras as suas ideias, conceda-nos o mesmo direito á liberdade de pensamento que reclama para si.

"Ubi libertas — ibi spiritus Dei".

(Texto parafraseado)

A D V E R T Ê N C I A

A reflexão nesses escritos de alto grau, promove o descondicionamento mental do leitor; a absorção do espírito desses textos eleva-o por um período ao plano de percepção dos autores.

Este paradigma não pode ser transmitido numa simples frase, precisa ser lido e escutado. O simples ato da leitura e da escuta já opera um descondicionamento no leitor.

Sugerimos a substituição do pensamento pela atenção, pelo poder de observar sem escolhas. Como nos dizeres de Ernst Fischer, Paul Brunton e Lao Tsé:

"O poeta é o descobridor da experiência; através dele, outros aprendem a reconhecê-la como experiência também deles e, por meio da expressão que ela afinal encontrou, chegam a assimilá-la";
 “O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem.[...] Quem tiver a coragem e a paciência para permitir que sua mente raciocine por essa forma, "livre da ideologia convencional," será em última instância gratificado com a descoberta da verdade eterna a cerca do homem. Dar-se por satisfeito com as teorias científicas e filosóficas correntes, que podem e devem ser completamente modificadas nas próximas décadas ou então ser taxadas de errôneas e incompletas pela geração seguinte, é demonstrar inércia e covardia mental. A verdade não é para os preguiçosos ou tímidos".
"Bebe as águas da Fonte, e não dos canais. Transcende estes e vai sempre à origem daquela".
E preciso que fique claro: um verdadeiro paradigma visa a educar o homem para a integridade, a liberdade e para a maturidade, nunca para a sujeição conformista.

Desejamos que este material ajude a aumentar o interesse pela dimensão consciencial da existência e que facilite a vida dos que estão encontrando dificuldade durante sua jornada para o resgate da Perene Consciência Amorosa Integrativa que somos, tão desconsiderada em nossa cultura.

Da arte da Atenção
"O conhecimento não é a motivação para se aprender esse curso. A paz sim. (...) A meta do currículo, independentemente do professor que escolheres é: "Conhece-te a ti mesmo." Não há nada além disso a buscar. Todos estão buscando a si mesmos e ao poder e a glória que pensam ter perdido." — UCM
Num reino tão delicado e intangível como o da alma, as ideias corretas são realmente importantes. Essas páginas particulares necessitam ser estudadas de certo modo lentamente. Se você as busca a fim de as criticar por causa do preconceito que nutre contra elas, então lhes serão, de fato, inúteis. Criticar antes de investigar é um erro, e crer antes de investigar é outro erro. Você deve ler silenciosamente, nem voluntariosamente resistindo nem cegamente aceitando. Há um poder inerente nas palavras verdadeiras. A esse poder eu prontamente subordino estes textos.

Não é minha intenção fundamentar cada declaração aqui feita. Prefiro apresentar minhas ideias a um público atento e já simpatizante, para que sejam comunicadas com a maior economia de meios, evitando digressões e circunlocuções de uma argumentação desnecessária. Em suma, espero que estas páginas sejam um real serviço para aqueles que estão mental e espiritualmente preparados para recebê-las. Não desejo forçar ninguém, mesmo de maneira sutil, a aceitar uma posição à qual as circunstâncias de seu natural crescimento interno ainda não os conduziram, ou desperdiçar o tempo de todos com uma dialética que não leva a parte alguma.

Portanto, você deve adotar uma atitude de simpatia intelectual para com estes pensamentos, ao invés de uma de criticismo suspeitoso, se deseja beneficiar-se de sua leitura. São francamente apresentados como conhecimento comprovado, não como opiniões teóricas; no entanto, nada há neles que não seja razoável, desde que você aplique aquela razão impessoal que se recusa a confundir pensamentos e observações familiares com as verdadeiras. Ao pedir isto, bem sei que estou pedindo demasiado para muitos, mas esses não necessitam seguir além. Estou bem seguro de que ninguém se volta para um caminho desta espécie enquanto não houver esgotado as possibilidades dos métodos convencionais de comprovar a verdade. Com efeito, as pessoas os procuram em negro desespero, como uma espécie de último recurso. É somente as pessoas deste tipo que sentem uma imensa angústia por sua inabilidade de penetrar nas regiões espirituais, que não acham nenhum auxílio nos sistemas ortodoxos, e que talvez tenham tido uma pesada partilha de sofrimentos, que estas páginas provavelmente interessarão.

Ler estes textos sobre a auto-análise, com espírito de acre antagonismo ou determinada oposição, procurando descobrir falhas e arvorar-se de juiz do que imagina ser erros, será talvez um bom exercício para o intelecto, mas não lhe aproximará da verdade. Infelizmente, na educação moderna se tem desenvolvido a tendência para esse estilo de leitura. Daí esta advertência para suspender, temporariamente pelo menos, a faculdade crítica que tem sido altamente útil na preparação da fábrica da moderna civilização comercial é científica, porém que se torna um empecilho quando empregada às exposições emanadas daqueles que já penetraram realmente na esfera espiritual.

Não lhe é solicitado que seja desonesto para consigo em seu raciocínio, ou que destrua sua faculdade de juízo independente. Com efeito, quem quer que não se incline ao exercício de sua faculdade de raciocínio, não estará apto para este caminho. Você está plenamente credenciado para manter seu atual ponto de vista, pois a isso lhes levaram suas experiências pessoais da vida. Não lhe é exigido que alije o que deve necessariamente parecer-lhe de comprovado valor. Desejo, sim tornar-lhe claro que é tão-só quando você se sinta insatisfeito com o seu ponto de vista, que se pode esperar que tome, no momento pelo menos, o ponto de vista logicamente apresentado pelos que passaram por uma extensa ordem de experiências superiores.

Nesse caso lhe é solicitado que reflita sem suspeições frequentes contra afirmações que encontre em sua busca até que possa aprender o ponto de vista dos que as fizeram. Você é solicitado a ser imparcial e a assimilar, experimentalmente por assim dizer, uma concepção que até então você não havia nutrido e que possui um poder próprio para despertar em você a faculdade intuitiva e dar-lhe maior energia.

(...) Não é possível condensar este método numa fraseologia mais tersa ou melhor do que a que outrora adornou o gracioso pórtico do belo templo grego em Delfos: HOMEM, CONHECE-TE A TI MESMO!

PB - A Realidade Interna
Como saber se sofro do pensar compulsivo?
1.       Você consegue se livrar da sua mente quando quer; já encontrou o botão que a liga e desliga?
2.       Você já se sentiu como um prisioneiro da própria mente? Por várias vezes se viu desesperado a ponto de sentir a vontade de sair de "dentro de si mesmo"?
3.       Sente que os seus pensamentos roubam-lhe a alegria de viver, que está preso num modo de vida na qual seus pensamentos governam seu dia-a-dia?
4.       Você se sente cansado, quase destituído de sua energia vital por causa de seus pensamentos acelerados?
5.       Você acredita ser impossível interromper os processos involuntários do pensamento que se manifestam em forma de imagens e monólogos ou diálogos compulsivos?
6.       Você já se conscientizou de que são os seus pensamentos que fornecem energia para as suas emoções e que, portanto, você é impotente perante os pensamentos e não perante as emoções?
7.       Você percebe sua mente quase sempre oscilando entre o papel de vítima e o papel de supremo combatente das forças do mal?
8.       Você percebe sua mente tentando se afirmar, tentando provar para si mesma que está sempre certa e que o "outro" está sempre errado? Sente a necessidade de estar em constante defesa de seu limitado ponto de vista, mesmo que apenas internamente?
9.       Nas situações em que está envolvido, sente dificuldades de relaxar, de baixar a guarda, sem a necessidade de interpretar papéis e de recorrer à máscaras sociais? Sente um profundo mal estar por não poder ser você mesmo?
10.   Você se percebe desperdiçando sua energia vital através do ressentimento ou inveja quando não obtém — o que lhe parece ser o suficiente —, a satisfação de sua necessidade de reconhecimento, poder ou lucro pessoal?
11.   Você sente uma profunda dificuldade em manter sua mente no aqui e agora; sente que sua mente se perde entre o passado e o futuro? Sente-se exausto por causa disso?
12.   Você acredita ser impossível o cessar do pensamento?
13.   Você sente que seus pensamentos impedem o florescer da capacidade de amar, da alegria e da verdadeira paz do espírito?
14.   Você se percebe envolvido em desentendimentos e atitudes de oposição, as quais têm por objetivo, a definição de seus limites, e assim, a sustentação da própria identidade? Tem a necessidade de expressar sempre a última palavra?
15.   Em seus relacionamentos, você se percebe num constante e disfarçado estado "defensivo"? Já se questionou quanto aos fundamentos, quanto a natureza exata dessa atitude defensiva?
16.   Você percebe ocorrer em sua mente, imagens e falas de enfrentamento de inimigos ou de "ter que" ter ou ser mais do que realmente é?
17.   Você está sempre tentando chegar a algum outro lugar além daquele onde você está?
18.   Pensa tanto no futuro que o presente está reduzido a um meio de chegar “lá”? Você se sente constantemente preocupado, com a mente repleta de pensamentos do tipo “e se”?
19.   A satisfação está sempre em outro lugar ou restrita a breves prazeres como sexo, comida, bebida e drogas, ou relacionada a uma emoção ou excitação?
20.   Você acha que quanto mais bens adquirir, uma pessoa se sentirá melhor ou psicologicamente completa?
21.   Está à espera de um homem ou de uma mulher ou de alguma “experiência mística” que dê um sentido à sua vida?
22.   Você está sofrendo de estresse? Já percebeu que, quanto mais tenta solucionar seu estresse por meio da mente, mais ela o intensifica?
23.   O passado toma uma grande parte da sua atenção? Você se pega frequentemente falando ou pensado sobre ele, tanto de forma positiva quanto negativa?
24.   Você sente que sua maneira de pensar tende sempre a fugir do Agora, desviando sua atenção para o passado e futuro?
25.   Você sente que durante anos tem estado ansiosamente procurando em livros, ensinamentos, filosofias, religiões, algo que não conhecia por experiência direta?
26.   Você se sente “insuficiente” com relação a solução de seus próprios conflitos?
27.   Está quase sempre correndo atrás de alguém ou de algum método que prometa solucioná-los?
28.   Você sente que seu interior se encontra faminto, sem saber para onde se dirigir nem a quem recorrer?
29.   Você costuma ter uma sensação de descontentamento que poderia ser descrita como uma espécie de ressentimento de segundo plano? Já questionou o pensamento que o sustenta?
30.   Você se sente “só”, que “ninguém o compreende” chegando por vezes a sentir o medo de estar perdendo a sanidade?
31.   Você é capaz de ouvir alguém ou observar algo, sem que a voz na sua cabeça faça comentários, tire conclusões, interprete, rotule ou tente descobrir alguma coisa?
32.   Já percebeu que seu pensar é "emprestado", que todos seus pensamentos foram dados por outros a você? Pode encontrar um único pensamento que seja seu, autenticamente seu, que realmente tenha nascido de você?
33.   Você sente profunda "aversão" à falas carregadas de "tom professoral espiritualista", pautadas em crenças, conceitos, achismos místicos esotéricos, extraídos de conhecimento livresco institucionalizado, que em nada apontam como vivência direta do interlocutor?
34.   Você consegue sentir seu Ser essencial, o "eu sou", como pano de fundo da sua vida o tempo todo ou, ao contrário, está sempre se perdendo no que acontece na mente, no mundo?
35.   Você se rende ao fato de ser impotente perante os seus pensamentos compulsivos? Você se sente pronto para obter a ajuda contida desde sempre em seu próprio interior?

Se você respondeu SIM para boa parte destas questões e acima de tudo, se sentir suficientemente preparado para deixar de lado todos os seus condicionamentos, crenças, opiniões pessoais, resultantes da influência de terceiros; se você se sentir forte o suficiente para enfrentar o temor e a dúvida que surgirão com a “síndrome de abstinência do pensamento compulsivo psicológico” na medida em que for se aprofundando; se você sente o sincero desejo de experimentar de forma direta uma nova maneira de viver a realidade do agora, então... Saiba que, nesta terra sem caminho, onde o mapa nunca é o território, você não está só!

Dos primeiros contatos
Nossa experiência tem demonstrado ser bastante natural que, nos primeiros contatos com a proposta do Pensar Compulsivo, proposta esta alicerçada na experiência de seus membros quanto a observação e absorção do conteúdo dos textos de Krishnamurti e Osho, uma enorme confusão se apresente quase que de imediato, parecendo ao mesmo tempo ser algo totalmente ilógico, mas que também traz em si, um toque de real teor provocante.

É natural ao recém-chegado, não perceber mais do que palavras e frases sem nexo, por mais clara e simples que seja a forma como são expressas por nossos membros. Isso é muito natural, uma vez que, este tipo de palavras e frases, como por exemplo — "observador e coisa observada" — não são frases que fazem parte do script cotidiano, portanto, estando totalmente fora do arquivo de memórias, fora do fundo psicológico daquele que as ouve pela primeira vez.

Não raro, desse material, muitos nem sequer chegam a ler uma página inteira; passam seus olhos, de forma um tanto superficial, tendo diante deles as pesadas e preconceituosas lentes de suas crenças e convicções, muitas vezes rejeitando-as de imediato. Isso é muito natural pois, o próprio pensamento condicionado, se vê ali ameaçado e, mais do que depressa, trata de lançar rótulos, achismos que possam instalar a identificação com os mesmos, tendo como único objetivo, dispersar o estado de mente aberta, através do qual, uma mínima fresta de luz possa atravessar as grossas, estagnantes e torturantes camadas de seus silenciosos condicionamentos. De fato, por maior que seja a resistência dos primeiros contatos, algo ali permanece: nunca mais somos os mesmos.

Isso assim ocorre, como nos dizia o finado educador, Huberto Rohden, porque as partes não podem ser entendidas senão à luz do Todo — mas esse Todo ainda é invisível aos iniciantes; falta-lhes a visão panorâmica (holística), dentro do qual as partes e parcelas integrantes têm algum sentido e razão de ser, mas fora do qual tudo é obscuro, confuso e desconexo. É inevitável que isso assim aconteça em maior ou menor escala. Essa inicial falta de compreensão, não prova absolutamente que as pessoas não possuam capacidade necessária para enfrentar esse novo paradigma; isso prova somente o quanto que a consciência que somos, encontra-se totalmente envolta por uma enorme rede de condicionamentos, formada pela excessiva exposição à uma cultura cuja boa parte de seus códigos morais, se apresentam como mecanismos separatistas, fragmentários, incentivando a formação de uma rede de imagens, signos, conceitos, crenças, dogmas e símbolos que de modo algum são capazes de propiciar o alcance daquilo que por séculos tentam simbolizar. Nossa experiência demonstra que, aqui, se faz necessária uma boa dose de paciência e persistência — talvez num grau nunca antes praticadas — um esforço para superar a barreira inicial criada pela mente condicionada, profundamente preguiçosa, avessa a qualquer inspiração que possa abalar sua estagnante zona de conforto. Uma vez superada essa dificuldade inicial, instala-se, a "consciência do observador", o qual nos brinda com uma nova visão aos antigos olhos que pensavam ver.

Nossa experiência tem demonstrado que, quanto maior a intensidade do colapso psíquico sofrido, quanto maior a intensidade dos sentimentos de tédio, insatisfação e inconformismo diante dos padrões tidos como "normal", maior a intensidade da "Sede de Plenitude", da fome pela vivência daquilo que os grandes homens e mulheres que "deram certo", em seus legados, tentaram simbolizar como sendo um possível caminho para a prontificação de um estado de ser capaz de propiciar o terreno fértil para a potencialização de uma experiência que não pode ser traduzida pela limitação das palavras mas, que uma vez manifesta, faculta ao homem aquilo que estes antigos mestres chamaram de a verdadeira liberdade do espírito humano.

O impulso ao retrocesso estagnante
"... voltam atrás, com saudades das suas ideologias tradicionais, dos seus queridos ídolos de sempre, dos quais não podem ou não querem se divorciar, porque sentiriam esse divórcio como uma dolorosa dilaceração interior, como uma profunda hemorragia moral. À muitos deles só lhes podemos repetir as palavras do grande filósofo e curador, Jesus: "Quem lança mão ao arado e olha para trás, não é idôneo para o Reino de Deus, que é o Reino da "Verdade que Liberta" — Huberto Rohden.
Uma vez atravessada a fronteira inicial, no estágio seguinte, dá-se início a um silencioso e quase que despercebido processo de descondicionamento das células cerebrais, com seus desgastados e desfuncionais arquivos repletos de ídolos, dogmas, cultos, fetiches tradicionais, tidos e havidos por intocáveis e até mesmo, sagrados. Em alguns casos, alguns principiantes se mostraram repentinamente aterrorizados diante do início da profunda mutação consciencial, que apesar de dolorosa e não nos causar dano, faz com que desistam de prosseguir nessa jornada iniciática, optando assim por recaírem para as antigas e estagnantes zonas de conforto, influenciados pela carga de suas memórias eufóricas ritualísticas. Aqui, é preciso ter em mente as sábias palavras de Huberto Rohden:
"Convém que esses principiantes temerosos sai­bam que a verdadeira espiritualidade não destrói ne­nhum valor real da vida humana; pelo contrário, clarifica e consolida valores reais, embora deva eliminar muitos valores fictícios tidos por verdadeiros. É necessário que se realize essa impiedosa demolição ideológica, para que um edifício mais sólido e belo possa surgir, aos poucos em meio das ruínas. Não esqueça ele que não se demole por demolir, mas sim para construir. A demolição não é um fim, mas sim um meio para uma espécie de revolução. Toda evolução é precedida por uma espécie de revolução. Se nunca ninguém dissesse algo novo, nenhum progresso seria possível, e a humanidade marcaria passo, eterna­mente, no mesmo plano horizontal. É possível que a busca afaste um principiante do seu Deus — mas não de Deus; esse seu Deus não passa, talvez, de um pseudo-Deus, que tem de ser destronado para que o Deus verda­deiro, o Deus da "Verdade que Liberta", possa tomar-lhe o lugar.”
O fim de toda verdadeira busca é construir a felicidade do homem sobre uma base inabalável, sobre a rocha da Verdade absoluta e incondicional que liberta o homem de todo processo divisor, o qual impede o manifestar e um estado de unidade interna capaz de propiciar um verdadeiro estado de bem estar comum e de paz de mente e coração. Para muitos, a verdadeira busca equivale a uma grande "catarse" — uma purgação, uma purificação, uma limpeza de conceitos, crenças e códigos morais, um efeito salutar provocado pela conscientização de uma lembrança, até então reprimida que provoca o alívio, lentamente realizada; para outros, é como uma dolorosa intervenção cirúrgica nos tecidos íntimos da alma. A verdade é implacável, não negociável, não democrática, porém, amiga como o bisturi; por vezes, faz sangrar o coração, mas, depois, de removidos os elementos mórbidos do erro e da ilusão, entra o corajoso principiante sofredor numa rigorosa convalescença e começa a sentir as belezas e suavidades da verdadeira vida, muito mais intensa e conscientemente do que nunca antes. É que em última análise, só a experiência direta da verdade é que nos pode libertar e nos tornar solidamente felizes.

Pensam muitos que a verdade seja rígida, áspera e amarga; dizem que o homem necessita de certa dose de ilusões para suavizar e embelezar a sua vida, que seria, aliás, insuportável. Engano fatal! A mais grave das verdades é infinitamente mais bela e consoladora do que a mais meiga das mentiras e ilusões tradicionais. A verdade é o único fator capaz de tornar o homem profundamente tranquilo, calmo e feliz. Quem vive de ilusões, embora se sinta feliz, está sempre às vésperas de novas infelicidades, porque faz depender sua "chamada felicidade" de algo que não depende dele — e isto é o inverso de toda autêntica espiritualidade. Vale pois, a pena passarmos por um período de confusão e um período de demolição, afim de reconstruirmos nossa vida, livre da confusão e dos perigos de novas demolições.” - Trecho inspirado na obra: O Pensamento Filosófico da Antiguidade - Huberto Rohden - Ed. Martin Claret

Por que uma Confrariade Pensadores Compulsivos?

A Confraria de Pensadores Compulsivos surgiu da necessidade constatada por homens e mulheres que já vinham de um Programa de Doze Passos, baseado no modelo pioneiro de A/A - Alcoólicos Anônimos, para a solução de seus problemas específicos de um ou mais padrões de comportamento condicionado compulsivo de fundo de poço, tais como o álcool, drogas, neurose, jogo, comprar compulsivo, dependência de sexo e relacionamento e a codependência.

Estes homens e mulheres haviam constatado, por vezes amargamente que, mesmo tendo se abstido por um determinado período de tempo de seus padrões respectivos de reação condicionada, não conseguiam experimentar um modo de vida saudável, sereno, equilibrado, feliz e dotado de um real sentido; eles começaram a despertar para a busca da “natureza exata” de seus conflitos, tal como é sugerido pelas entidades anônimas, no enunciado do chamado 5º Passo do Programa de Recuperação:
"5º PASSO - Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano — a natureza exata — de nossas falhas”.
Após exaustiva observação pessoal chegaram à percepção de que havia um denominador comum que tornava irrelevante a diferença existente entre os padrões de reação condicionada compulsiva. Para estas pessoas, o denominador comuma natureza exata de seus conflitos estava na rede do pensamento psicológico compulsivo condicionado.

A finalidade desta Confraria está em facilitar o compartilhar de nossas observações pessoais, quanto as manifestações do processo do pensar compulsivo. Não consideramos este trabalho como definitivo. É nosso propósito revisá-lo sempre que se mostre necessário, a fim de tornar sua mensagem o mais livre possível das limitações causadas pelo uso das palavras, meros símbolos fonéticos.

Desejamos expressar nossa gratidão a Perene Consciência Integrativa Amorosa por ter se manifestado aos homens e mulheres citados em nosso material de apoio, os quais de forma direta ou indireta, nos proporcionaram os instrumentos necessários ao minucioso processo de ego-conhecimento, sem o qual se mostra impossível o autoconhecimento, manifesto na retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa que somos.


"Você chegou até aqui através da expressão "Pensadores Compulsivos" e se for séria sua busca, perceberá em breve, a realidade da substância que dá vida ao símbolo desta Confraria e a sua busca: a Perpétua Consciência Amorosa Integrativa, que, em última análise, sempre foi você!"















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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill