“Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta.” — Eckhart Tolle em, A Prática do Poder do Agora, pág. 118
"A primeira coisa que nos cumpre fazer é observar com atenção, todas as murmurações, todos os temores, ilusões e desesperos de nosso próprio ser. E verão então, por vocês mesmos – e para isso não se necessita de provas, nem de gurus, nem de livros sagrados – se a Realidade existe. E encontrarão, então, um extraordinário sentimento de libertação do sofrimento. Aí existe a claridade, a beleza e aquela coisa que está faltando hoje à mente humana: o amor, a afeição”. — Krishnamuti
"O objetivo de nosso trabalho é a revelação da consciência mística até o ponto em que possamos aprender espiritualmente a verdade sobre nós mesmos e em relação uns com os outros." — Joel S. Goldsmith em, O Despertar da Consciência Mística
“Nós não estamos trabalhando por uma raça ou um continente ou para uma realização de que apenas indianos ou apenas orientais são capazes. Nosso objetivo não é fundar uma religião ou uma escola de filosofia ou uma escola de yoga, mas criar um fundamento de crescimento e experiência espiritual e um caminho, que trará para baixo uma Verdade maior além da mente mas não inacessível à alma e consciência humanas. Todos que são atraídos por esta Verdade podem tomar o este caminho, sejam eles da Índia ou de qualquer outro lugar, do Leste ou do Oeste.” — Aurobindo em, Em direção à Nova Consciência
“A mente do homem está repleta de pensamento e, por isso, o indivíduo é extremamente fraco. Se, em algum lugar desses inúmeros pensamentos inúteis, permanecer um único, ele será o poder em si mesmo e terá grande influência." - Ramana Maharshi
"Ouça-me. Se você está aqui apenas por curiosidade, não poderá ir muito fundo. Se a sua curiosidade é apenas intelectual; se você está interessado apenas em saber o que estou dizendo, não poderá ir muito a fundo; não será capaz de compreender o que estou dizendo. Mas, se a vida lhe deu muito sofrimento e você está aqui por causa disso: para compreender como transcendê-lo, então o que direi poderá ir até lá dentro. O sofrimento lhe dá profundidade, o conduz em direção ao centro." – Osho
"Considero necessário fazermos a nós mesmos perguntas fundamentais, sem esperamos as respostas de outrem. Tais interrogações devem ser respondidas por cada um de nós, sem dependermos de teóricos, por mais sagazes, eruditos, letrados e experientes que sejam.(...) Em geral, dependemos das explicações de outros e com elas nos satisfazemos; mas todas as explicações são naturalmente verbais e, por conseguinte, de pouco valor. O mais importante é fazermos a nós mesmos essas perguntas básicas e assumirmos a responsabilidade, não só de achar a resposta, mas também de AGIR simultaneamente com ela.(...) Ora, de certo, no ato de fazermos essas perguntas fundamentais e de descobrimos, por nós mesmos, as respostas, esse próprio descobrimento deve expressar-se em ação. O perguntar, o responder e o agir são simultâneos, e não separados(...) espero não só que sejamos capazes de fazer a nós mesmos tais perguntas, mas também de compreendê-las não intelectualmente ou verbalmente, mas com nosso coração e nossa mente. Nesse processo de compreensão, verifica-se a ação."- Krishnamurti — Onde está a bem-aventurança
"Nós, videntes e místicos, temos de extrair a última gota da fonte cristalina da visão inspirada, porém aqui começa o nosso dever, severo e estrito, de oferecer esta bebida pouco usada ao primeiro viajante sedento que queira aceitá-la. Não é para nós somente, mas para todos por igual que Netuno lança o seu tridente mágico nos recônditos da alma para nos mostrar as imagens mais fascinantes ali existentes." - Paul Brunton - O Caminho Secreto
"O Ego não sabe o que está tentando ensinar. Está tentando te ensinar o que tu és SEM SABER O QUE ÉS. Só é perito em confusão. Não entende de nenhuma outra coisa. Como professor, então, o ego é totalmente confuso e confunde totalmente(...) O ego nunca te deu uma resposta razoável para coisa alguma. Baseando-te apenas na tua própria experiência do seu ensinamento, só isso não deveria bastar para desqualificá-lo como teu futuro professor?". — Um Curso em Milagres
A percepção da atividade do pensamento compulsivo com todas as suas capacidades, sutilezas, sagacidade, sugestões, e sua extraordinária e incessante atividade desprovida de inteligência, só é possível através da observação sem escolhas.
O pensamento nunca é original, é sempre um resultado do coletivo, da tradição. O pensamento não consegue abordar os acontecimentos da vida, com todos os seus relacionamentos, de forma limpa, depurada, não contaminada pelas experiências do passado contidas na memória. As recordações das experiências do passado impedem a manifestação de um estado de mente aberta, inocente e, portanto, não preconceituada. As memórias, as recordações, formam imagens que atrapalham a visão da realidade causando assim, uma interminável fonte de conflitos. Para a manifestação de um modo de vida sóbrio, sereno, equilibrado e feliz, torna-se de extrema urgência a percepção visceral da natureza exata dos nossos conflitos: o pensamento compulsivo com todo seu processo psicológico, sua manifestação, uma vez que toda reação condicionada parte do processo do pensamento. Esta percepção do pensamento e todo seu processo tem que ser livre de qualquer tipo de julgamento ou escolha, pois toda escolha e julgamento alimentam o processo de análise, que em sua origem é pensamento. O pensamento precisa “morrer de morte natural”, de inanição causada pela falta de identificação. Quando observamos o pensamento, sem qualquer tipo de esforço, de escolha ou julgamento, não ocorre a identificação com o mesmo, e sem essa identificação, não há a manifestação de qualquer forma de reação condicionada. Todo ato compulsivo é precedido de um pensamento compulsivo e da não observação do processo do pensamento. Através da observação do processo do pensamento, torna-se possível, sem qualquer tipo de esforço, a percepção do falso e da insanidade contida em sua promessa de prazer imediato.
Após uma minuciosa reflexão torna-se fácil a percepção de que não somos dependentes de um determinado tipo de comportamento compulsivo, mas sim, impotentes perante a ação do processo do pensamento compulsivo. Somos impotentes perante o pensamento, uma vez que nunca podemos saber de antemão qual será o seu próximo conteúdo, sua carga e manifestação. O pensamento se manifesta independente da nossa vontade, do nosso convite, trazendo consigo o conteúdo e a energia que quiser. Querer brigar, tentar silenciá-lo a força, seja através de um método, seja através de uma droga de escolha ou através do abuso da vontade própria, só pode resultar em mais conflito aos já instalados.
Através da observação sem escolha da natureza exata dos nossos conflitos, que é o pensamento com todo seu processo divisor, é que podemos chegar a conhecer um estado de unidade interna, através do qual, torna-se possível a visão das coisas como realmente são e não como é traduzido pelo nosso condicionamento, de acordo com as nossas experiências do passado, com as nossas imagens, preconceitos e acumulo de conhecimento.
A natureza exata dos nossos conflitos – o pensamento - é uma resposta irrefletida do acúmulo das nossas experiências armazenadas na memória, tanto individual como coletiva, particular ou racial, consciente ou inconsciente, por isso que a doença é física, por afetar as células da memória. Portanto, nosso pensamento nunca está no só por hoje, no agora; ele é fruto do passado projetando-se num futuro imaginário. Não pode haver uma nova maneira de viver através da ação do pensamento condicionado, uma vez que o pensamento é uma resultante do “velho”, do “conhecido”. O pensamento é sempre resposta do passado com todos os seus condicionamentos, tradições, crenças, moral, experiências e acúmulos pessoais e coletivos. O pensamento nunca poderá renovar a si mesmo e é aí que reside a nossa verdadeira impotência. Sem a admissão da total impotência e futilidade do uso do pensamento como um meio de solucionar os nossos conflitos, torna-se impossível a ação do despertar da inteligência criativa, a qual é capaz de ver o falso no falso. O pensamento pode apenas descobrir a sua própria projeção, não pode, portanto, descobrir uma nova maneira de viver. O pensamento pode se identificar apenas com aquilo que já vivenciou; não pode se manifestar com o que não vivenciou. Não se trata aqui de nada filosófico, espiritual ou metafísico. Basta uma minuciosa reflexão para mostrar que enquanto o “eu” – com todas as suas recordações, compulsões e condicionamentos – estiver na ativa, não pode haver nunca o despertar da inteligência criativa e com ela, a manifestação de uma nova e saudável maneira de viver, repleta de equilíbrio, serenidade, sobriedade, felicidade e amor. O pensamento jamais poderá vivenciar o novo, ele só poderá vivenciar o que lhe é conhecido, só pode operar nos domínios do conhecido, ele é totalmente impotente para ir além desses domínios. Basta surgir uma situação desconhecida, que a mente logo se agita e prontamente se instala o conflito.
O pensamento tenta modificar a realidade, aquilo que por si mesmo não pode modificar. O pensamento procura sempre trazer o desconhecido para os domínios do conhecido. Mas o desconhecido nunca poderá ser trazido para o conhecido, e essa é a natureza exata dos nossos conflitos: tentar modificar através do pensamento aquilo que não está no alcance do pensamento.
Sem a admissão incondicionada do pensamento como a natureza exata dos nossos conflitos, torna-se impossível o despertar da inteligência criativa, da Percepção Pura, com todo seu bem-estar comum, unidade interna, autonomia e auto-suficiência psicológica.