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sábado, 1 de abril de 2017

Será que conhecemos o real coração de nosso ser?


No contexto de nossa experiência pessoal, sabemos que a consciência é mais do que a mente racional. Possuímos todo um undo interior de reações e respostas; vivenciamos amor e apreciação, e sentimos alegria quando abrimos nosso coração para os outros. Os nossos sentimentos de bem-estar brotam de uma fonte interior que não entendemos completamente. Sabemos da existência da intuição e da inspiração, mas não temos meios de explicá-las; conhecemos a criatividade mas não conseguimos despertá-la por um ato racional ou volitivo. Somos sensíveis a uma sensação de admiração e poder que transcende o nosso senso de eu, e podemos manifestar compaixão pelos nossos semelhantes.

Estas parecem ser respostas humanas universais ao fato de vivermos em um mundo intrinsecamente belo, que se altera de momento para momento, em um desdobrar que é sempre novo. Porém, nossas reações a este mundo vivo e cambiante são interpretadas e julgadas pela parte da nossa mente que nos diz o que desejar, o que rejeitar, e o que irá nos "fazer" felizes, como se não tivéssemos, dentro de nós, meios para "ser" felizes. Aplicamos rótulos que são inteiramente nossos, mas que derivam do nosso condicionamento cultural. Como este aspecto condicionado da mente não consegue penetrar as barreiras do processo da percepção, ele não consegue conhecer o coração do nosso ser, a parte nossa que responde ao verdadeiro e ao real. 

Quando o conhecimento do ser humano não passa além da fisiologia e dos aspectos mais visíveis da consciência, como é que podemos sequer pensar sobre todas as coisas que o homem possui como direito inato, ou pensar em abrir novas possibilidades de crescimento? 

Nossa consciência é receptiva por natureza, e pode se sustentar a partir de influxos de apreciação e alegria. Porém, como um grande lago, ela pode se exaurir quando sua energia corre apenas para fora. Quando a consciência fica continuamente preocupada e pressionada, cheia de pensamentos, desejos e expectativas, não abrimos espaço algum para revitalização. Com o tempo, nossa consciência fica cansada. Os sentidos, inadequadamente sustentados por nossa percepção, tornam-se amortecidos e embotados, exigindo formas cada vez mais intensas de estimulação externa. 

O nosso modo atual de viver e de estar no mundo não consegue impedir que isto aconteça. Por maior que seja o número de fatos que tenhamos sob nosso comando, e por melhor que aprendamos a manipular informações, o uso que fazemos da mente não é suficientemente dinâmico para despertar o poder pleno da nossa consciência. 

Apesar de todo o nosso esforço para satisfazer o desejo natural do homem de uma vida mais saudável e feliz, há sinais de que uma form profunda está crescendo no seio das mais prósperas sociedades. Necessidades e desejos parecem estar aumentando, em vez de diminuir. À medida que ingressamos no futuro, inventando novas aplicações para o nosso conhecimento e produzindo uma torrente infindável de novos produtos, parecemos forçados a andar mais depressa, impelidos por um querer inquieto que não se deixa serenar. Sob certo aspecto, nossa criatividade está sendo canalizada no sentido de conceber e dar forma a novos produtos, para que possamos, então, desejar novas criações. 

Nossas vidas hoje caminham rapidamente, transportando-nos em uma onda de desejos, e permitindo-nos pouco tempo para desfrutar em profundidade qualquer experiência. Enquanto uma festa de produtos e prazeres se estende à nossa frente, temos tempo apenas para provar e passar adiante, seguindo as imagens dos nossos desejos de um lugar para outro. Estamos sempre em movimento; levados por pensamentos e imagens para longe de nosso centro vital, ficamos sem lugar de descanso, sem uma verdadeira morada.

Tarthang Tulku em, Conhecimento da Liberdade              
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill