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domingo, 24 de dezembro de 2017

É possível se ver livre do nosso pacote de memória psicológica?

sábado, 23 de dezembro de 2017

O ponto de boa vontade para o abrir mão da vontade própria

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

A mente quer a liberdade mas tem profundo medo da liberdade

A vida real só se apresenta quando o pensamento cessa

Sobre a dependência de pessoas, circunstâncias e conteúdo livresco

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Da medrosa consciência ordinária à Transconsciência libertária

É possível nunca ser magoado?

O que significa ser ofendido? O que é que se ofende? J.Krishnamurti

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Existe alguma dimensão onde a mente funcione totalmente livre do medo?

Por que as redes sociais se tornaram tão importantes?

Um olhar sobre a nossa inquietude básica

Cultura, moda e adulteração da natureza que somos

O corpo é o mata-borrão do nosso adulterado modo de ser

domingo, 17 de dezembro de 2017

Da consciência medrosa separatista á Consciência Amorosa Integrativa

Conjecturar sobre iluminação não produz iluminação

sábado, 16 de dezembro de 2017

O medo é fruto da nossa não naturalidade

A escolha é o alimento do ego

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Abrindo mão das nossas velhas capas de medo

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

É possível o resgate do estado original de confiança na vida?

É possível se abrir ao colapsar do fundo psicológico?

O medo da solidão é a trave da conquista da autonomia espiritual

O medo da solidão é a trave da conquista da autonomia espiritual

Um breve olhar sobre algumas pedras de tropeço

domingo, 10 de dezembro de 2017

A Percepção Libertária e a depuração do fundo psicológico

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Esvazie-se do seu ego ilusório e espere pelo contato do Real

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Na Sombra

Um breve mapear da psicológica desestrutura familiar

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Só por hoje serei paciente comigo

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Nos relacionamos antes de estarmos prontos, antes de ser Amor

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Confrade, você não está só!

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O passado é uma roupa que não nos serve mais

terça-feira, 31 de outubro de 2017

O condicionamento de que, "uma vez doente, sempre doente"

Compreendendo a desordem dentro de nós mesmos

O conformismo social é um suicídio a longo prazo

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A Consciência é o antídoto para as Invasões Bárbaras

Só a Consciência Integrativa pode dar real sentido ao trabalho

Só a Consciência Integrativa pode dar real sentido ao trabalho

Em busca da depuração total da estrutura dependente

A dimensão do coração e o novo olhar às relações

Sobre simplicidade voluntária e a riqueza do tempo

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A dificuldade com Aurobindo e a questão do "deixar ser"

A dificuldade com Aurobindo e a questão do "deixar ser"

sábado, 21 de outubro de 2017

Será que, de fato, buscamos pela Verdade?

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Na escuta do chamado, a purificadora Chama do Amado

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Sobre liderança, autoritarismo e vivência da Graça

sábado, 14 de outubro de 2017

Permita-se um período sabático de ego-esvaziamento

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O resgate da sensibilidade e a percepção dos sinais

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O xeque-mate do Ser que somos

sábado, 7 de outubro de 2017

Sobre a normose esquizofrênica, sexo e relacionamento

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Somente o transcendental pode nos tirar do mental

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

A comunhão dos sanos e a remissão da mente aquirida

terça-feira, 3 de outubro de 2017

A relação entre amor humano e amor Divino


O amor é uma das grandes forças universais; existe por si mesmo e seu movimento é livre e independente dos objetos nos quais e através dos quais se manifesta. Manifesta-se em qualquer lugar onde encontre uma possibilidade de manifestação, onde quer que haja receptividade, onde quer que haja alguma abertura para ele. O que você chama de amor, e pensa ser uma coisa individual e pessoal, é apenas a sua capacidade de receber e manifestar esta força universal. Entretanto, apesar de universal, não é uma força inconsciente; é um Poder sumamente consciente. Conscientemente, ele procura sua manifestação na terra; conscientemente escolhe seus instrumentos, desperta para suas vibrações aqueles que são capazes de uma resposta, esforça-se para realizar neles aquilo que é sua meta eterna, e quando o instrumento não é adequado, deixa-o e volta-se para procurar outros. Os homens pensam que, de repente, se apaixonam; veem seu amor chegar e crescer e gradualmente desaparecer — ou, talvez, durar um pouco mais naqueles que são especialmente capacitados para seu movimento mais durável. Mas a sensação de ser uma experiência pessoal toda sua era uma ilusão. Nada mais era do que uma onda do mar sem fim do amor universal.

O Amor é universal e eterno; está sempre se manifestando e é sempre idêntico na sua essência. É uma Força Divina; porque as deformações que vemos nas suas aparentes expressões pertencem a seus instrumentos. O amor não se manifesta apenas em seres humanos; está em todo lugar. Seu movimento está nas plantas, talvez nas próprias pedras; nos animais é fácil notar sua presença. Todas as deformações deste grande Poder Divino vêm da obscuridade e ignorância e egoísmo do instrumento limitado. O amor, a força eterna, não tem apego ou desejo, não tem fome de posse nem ligação egoística; é no seu movimento puro, a procura da união do ser com o Divino, uma procura absoluta, indiferente a todas as outras coisas. O Amor Divino dá-se e não pede nada. O que os seres humanos fizeram dele não é preciso dizer — transformaram-no em algo feio e repulsivo. E, entretanto, mesmo nos seres humanos, o primeiro contato com o amor traz para baixo algo da sua substância mais pura; por um momento eles se tornam capazes de esquecer de si mesmos, por um momento seu toque divino desperta e amplia tudo que é bom e bonito. Mas depois vem à tona a natureza humana, cheia de suas exigências impuras, pedindo alguma coisa em troca, negociando com o que dá, clamando por suas próprias satisfações inferiores, distorcendo e denegrindo o que era divino.

Para manifestar o Amor Divino você deve ser capaz de receber o Amor Divino, pois somente podem manifestá-lo aqueles que por sua natureza são abertos a seu movimento natural. Quanto mais vasta e clara a abertura, mais eles manifestam o Amor Divino na sua pureza original; quanto mais misturado com os baixos sentimentos humanos, maior será sua deformação. Aquele que não é aberto ao amor na sua essência e na sua verdade, não pode se aproximar do Divino. Mesmo aqueles que buscam, através do caminho do conhecimento, chegar a um ponto além do qual, se quiserem avançar mais longe, são obrigados a entrar ao mesmo tempo no amor e sentir os dois como um só: o conhecimento, a luz da união divina e o amor, o próprio cerne do conhecimento. Existe um momento no progresso da alma em que eles se encontram e você não pode distinguir um do outro. A divisão, a distinção que você faz entre os dois, a princípio é uma criação da mente: no momento que você se eleva a um plano mais alto, elas desaparecerão.

Entre aqueles que vieram a este mundo procurando revelar o Divino aqui e transformar a vida terrena, alguns há que manifestaram o Amor Divino em uma plenitude mais vasta. Em alguns a pureza da manifestação é tão grande que são mal compreendidos por toda a humanidade e até mesmo são acusados de ser duros e sem coração, embora o Amor Divino esteja lá. Porque neles, esse amor é divino e não humana em sua forma e em sua substância. Pois quando o homem fala de amor, ele o associa a uma fraqueza emocional e sentimental. Mas a intensidade divina de auto-esquecimento, esta capacidade de se dar inteiramente, sem nenhuma restrição ou reserva, como uma doação, não pedindo nada em troca, é muito pouco conhecida dos seres humanos. E quando não está misturado com emoções fracas e sentimentais, acham-no duro e frio; não podem reconhecer nele o mais alto grau e intensidade do poder de amor.

O grande holocausto, a suprema doação, foi a manifestação do amor do Divino no mundo. A Consciência Perfeita aceitou mergulhar e ser absorvida na inconsciência da matéria, para que a consciência pudesse ser despertada nas profundezas de sua obscuridade e pouco a pouco um Poder Divino crescer nela e fazer de todo este universo manifestado a mais alta expressão da Consciência Divina e do Amor Divino. Este foi o amor supremo: aceitar a perda da condição perfeita da divindade suprema, de sua consciência absoluta, de seu conhecimento infinito, para unir-se à inconsciência, co-habitar no mundo com a ignorância e a escuridão. E no entanto, ninguém talvez chamaria a isto de amor; porque não se reveste de um sentimento superficial; não faz exigências em troca do que fez, não demonstra seu sacrifício. A força do amor no mundo está tentando encontrar consciências que sejam capazes de receber este movimento divino na sua pureza, e de expressá-lo. Esta corrida de todos os seres em busca de amor, este empurrão irresistível e a procura no coração do mundo e em todos os corações é o impulso dado pelo Amor Divino, que se esconde atrás do anseio e busca dos homens. Ele experimenta milhões de instrumentos, tentando sempre e sempre falhando; mas este toque constante prepara esses instrumentos e subitamente acordará neles um dia a capacidade de autodoação, a capacidade de amar.

O movimento do amor não é limitado aos seres humanos e é talvez menos distorcido em outros mundos. Olhe para as flores e árvores. Quando o sol se põe e tudo se torna silencioso, sente-se por um momento e coloque-se em comunhão com a natureza: você sentirá, subindo da terra, de debaixo das raízes das árvores, ascendendo e caminhando através de suas fibras até os mais altos galhos espalhados, a aspiração de um amor intenso e saudade — saudade de algo que traz luz e dá felicidade, pela luz que se foi e que você gostaria de ter de volta. Há um anseio tão puro e intenso que se você puder sentir o movimento nas árvores, seu próprio ser também se elevará numa prece ardente pela paz e luz e amor que ainda não são manifestados aqui. Se você entrar em contato com este verdadeiro amor divino, vasto e puro, se você o tiver sentido mesmo por um momento e na sua forma mais íntima, tomará consciência da coisa abjeta na qual o desejo humano o transformou. Tornou-se, na natureza humana, algo baixo, brutal, egoísta, violento, feio, ou então, algo fraco e sentimental, formado de sentimentos mesquinhos, frágeis, superficiais e exigentes. E a esta torpeza e brutalidade ou a esta fraqueza egoísta chamam-na de amor!


A Mãe 

Como lidar com a força dos condicionamentos?


Muito depende do estágio de desenvolvimento de sua consciência. No começo, se você não tiver nenhum poder ou conhecimento oculto especial, o melhor que você pode fazer é permanecer tão quieto e tranquilo quanto possível. Se o ataque tomar a forma de sugestões adversas, tente afastá-las tranquilamente, como faria com algum objeto material. Quanto mais quieto você ficar, mais forte se tornará. A base firme de todo poder espiritual é equanimidade. Você não deve deixar que nada perturbe seu equilíbrio: então você pode resistir a qualquer espécie de ataque. Se, além disso, você possuir discernimento suficiente e puder ver e apanhar as más sugestões quando elas chegarem a você, tornar-se-á muito mais fácil afastá-las; mas algumas vezes elas vêm desapercebidas e então é mais difícil combatê-las. Quando isto acontece, você deve sentar-se quieto, fazer descer a paz e uma profunda quietude interior. Mantenha-se firme e invoque com confiança e fé: se sua aspiração for pura e firme, você certamente receberá ajuda.

Os ataques das focas adversas são inevitáveis: você deve aceitá-los como testes no caminho e prosseguir corajosamente através da provação. A luta pode ser dura, mas quando você sair dela, terá ganho alguma coisa, terá avançado um passo. Há mesmo uma necessidade da existência das forças hostis. Elas tornam a sua determinação mais forte, sua aspiração mais clara.

É verdade, entretanto, que elas existem porque você lhes deu razão de existir. Enquanto houver algo em você que responda a elas, sua intervenção é perfeitamente legítima. Se nada em você respondesse, e não tivessem apoio em nenhuma parte de sua natureza, elas se retirariam e o deixariam. De qualquer forma, elas não devem parar ou entravar seu progresso espiritual. O único meio de perder a batalha contra as forças hostis é não ter verdadeira confiança no auxílio Divino. Sinceridade na aspiração sempre traz o socorro requerido. Um chamado quieto, uma convicção de que, nesta ascensão em direção à realização, você nunca caminha sozinho e uma fé de que toda vez que o auxílio for necessário ele aparecerá, hão de conduzi-lo fácil e seguramente pelo caminho.

Se você pensa ou sente que as forças hostis vêm de dentro, possivelmente você se abriu a elas e elas se instalaram sem você percebê-las. A verdadeira natureza das coisas é de harmonia; mas há uma distorção em certos mundos que produzem perversão e hostilidade. Se você tiver uma forte afinidade com estes mundos de distorção, você pode fazer amizade com os seres que vivem lá e responder plenamente às suas sugestões. Isso acontece, mas não é uma condição muito feliz. A consciência torna-se imediatamente obscurecida e não pode distinguir entre o verdadeiro e o falso; você não pode nem mesmo dizer o que é mentira e o que não é.

De qualquer jeito, quando um ataque vier, a atitude mais sábia é considerar que ele veio de fora, e dizer: “Isso não sou eu e não tenho nada a ver com isto”. Você deve lidar, da mesma forma, com todos os impulsos e desejos inferiores e todas as dúvidas e indagações da mente. Se você se identificar com elas, a dificuldade em lutar contra elas tornar-se-á muito maior; pois então você tem a sensação de que está enfrentando a sempre difícil tarefa de superar sua própria natureza. Mas desde que você possa dizer =, “Não, isto não sou eu, não tenho nada com isto”, será muito mais fácil dispensá-las.


A Mãe

domingo, 1 de outubro de 2017

Sobre o medo de entrar em contato com a verdade de nossas mentiras

sábado, 30 de setembro de 2017

Cozinheiro que é cozinheiro respeita a cozinha alheia

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A trave de tropeço chamada automistificação

terça-feira, 26 de setembro de 2017

A mente adquirida desconhece a realidade do Amor

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Educação Sentimental 44

Do limitado olhar sensorial ao ilimitado Olhar Espiritual

domingo, 24 de setembro de 2017

Estar no mundo da mente adquirida, sem ser da mente adquirida

sábado, 23 de setembro de 2017

Fomos criados para sermos seres inseguros e dependentes

Conversa sobre arte, vocação e o sentido da vida

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A sociedade não incentiva a transcendência do ego

domingo, 17 de setembro de 2017

A pergunta que não se cala: o que estamos buscando?

sábado, 16 de setembro de 2017

Compreendendo a emergência que nos tira da inconsciência

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

sábado, 9 de setembro de 2017

Decifrando a ansiedade da dependência emocional

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Em busca da Sabedoria para além do egoconhecimento

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A mente adquirida desqualifica a expressão de si mesma

sábado, 2 de setembro de 2017

Observando a poderosa dinâmica do ego

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A mente adquirida e a ilusão de uma vida pessoal

domingo, 27 de agosto de 2017

Recado aos Confrades em Crise Iniciática

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Diálogo sobre as manifestações da mente adquirida

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Diálogo sobre a importância da escuta atenta

sábado, 19 de agosto de 2017

Da prisão da mente à liberdade do Espírito que somos

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A instituição "Família" e o "Pecado Original"

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Recado aos confrades que vivenciam um estado de conflito

Não confunda egoassociação com o relacionamento real

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Sobre o vazio e a dependência de relacionamentos

domingo, 13 de agosto de 2017

A importância da fidelidade e do comprometimento

sábado, 12 de agosto de 2017

O que motiva a não aceitação do mundo espiritual?


[...] Deve haver um determinado clima, uma imponderável atmosfera em certas pessoas; e neste ambiente germina com facilidade a semente da certeza espiritual, sem nenhuma argumentação violenta. Em outras pessoas, a mesma semente não brota. 

Será que A é de natureza crédula, emocional, ao passo que B é naturalmente incrédulo, cético? 

Entretanto, a mais profunda razão dessa diferença é outra. 

Um vive habitualmente num clima propício à aceitação do mundo espiritual, e por isso enxerga facilmente os fatos que têm afinidade com a sua atitude positiva; toda a moralidade do seu ser interno, mesmo inconsciente, é favorável à aceitação do fato. O que na verdade, determina o assentimento do homem não é este ou aquele argumento analítico — que não passa de um catalisador, de uma espoleta de ignição, que lança a faísca na massa explosiva preexistente. O interno Eu do homem espiritual é como a lenha seca que pega fogo com a aproximação de uma pequenina chama de fósforo — ao passo que em outra alma essa lenha está muito úmida, e não reage facilmente à ignição da chama. 

Em nossos cursos de filosofia cósmica tenho feito, através de muitos anos, a observação que "compreender" não quer dizer ter ouvido ou lido; "compreender" não é um ato isolado, desconexo, mas supõe uma longa série de atos, até que esses atos formem uma atitude, uma longa cadeia de elos concatenados. Finalmente, quando todo o ambiente está saturado de atitude propícia, surge essa coisa misteriosa e indescritível que se chama "compreensão". 

Essa compreensão não vem de provas, demonstrações, argumentos analíticos — que podem servir de lenha, mas a lenha, por mais seca, não ateia fogo em si mesma. Todos esses preliminares conscientes são necessáriosmas nenhum deles é suficiente para a ignição ou compreensão final. Algo do extraconsciente deve acontecer para que o consciente pegue fogo.

É, pois, de suma importância essa creação de ambiente, porque "quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece"...
(Clique no nome do autor para adquirir original do livro deste texto)      

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O chute psíquico e o mistério da compreensão


Compreender — que é isto?

Não é apenas inteligir, entender, pensar, analisar. 

É "com-preender" — prender totalmente. 

Compreender é uma tremenda experiência — mortal e vital ao mesmo tempo. 

É um misterioso morrer e nascer. 

É um sofrimento redentor — porque morrer e nascer são sofrimento. 

Sofrimento rumo a uma vida maior...

Ninguém compreende algo de grande sem passar por um grande sofrimento — por um morrer e por um nascer.

Quem não é crucificado, morto e sepultado não pode ressuscitar para uma páscoa de compreensão. 

Quantas vezes defrontamos com esse tenebroso enigma: queremos fazer alguém compreender uma grande verdade, e não o conseguimos; essa verdade o poderia preservar de uma tragédia existencial — mas ele não nos compreende...

Por que não?

Porque ainda não sofreu devidamente as dores de parto — e por isto não pode dar à luz a prole da Verdade redentora. Falta-lhe ainda um fator preliminar — quiçá um grande terremoto, uma tempestade, um incêndio de Pentecostes. E ninguém lhe pode dar esse abalo redentor; terá de vir de dentro dele mesmo...

Para que o homem possa ver as estrelas do céu, tem de descer primeiro às profundezas do inferno, de um inferno de sofrimento, aceito e compreendido... 

Só pelo terrível contraste das trevas é que o homem enxergará a luz. 

Tudo quanto o egoísmo creou de terrífico sobre a face da terra — guerras, devastação, tragédia, miséria, angústias, morte — por tudo isto tem de o homem passar antes que o filho pródigo amadureça para a grande eclosão do reino de Deus. 

Na verdade, o homem só aceita aquilo que ele mesmo sofre e experimenta nas mais profundas profundezas do seu ser; ninguém se converte com bons conselhos de amigos; só o trágico dilema de ser ou não-ser o fará mudar de rumo.

É a crise redentora...

O homem só compreende realmente aquilo que ele mesmo sofreu em angústias mortíferas e salutíferas...

Quando me encontro com um homem assim, redimido pelo sofrimento aceito e compreendido, sinto que estou diante de um novo mundo, de inaudita grandeza e formosura. E não tenho a menor vontade de falar, de analisar, de pensar — só tenho vontade de calar, admirar, gozar, adorar... Vontade de ser deliciosamente...

Um homem assim é um redentor. O seu silencioso ser é muito mais poderoso que todo ruidoso dizer ou fazer de outros. Ninguém se converte por causa de belas palavras, ou elevados pensamentos — só se converte aquele que entrou no campo imantado de um homem divinizado por uma compreensão da Verdade libertadora. 

Ao Tabor — só através do Getsêmane e do Gólgota...

(Clique no nome do autor para adquirir original do livro deste texto)   

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Da impotência do ego à onipotência do Ser


Toda verdadeira YOGA, meditação, contemplação, ou que outro nome tenha, visa essencialmente a isto: remover de dentro do homem todos os impedimentos e entraves creados pelo seu ego e que lhe vedam realizar a experiência do seu Eu central. O homem que não realiza essa experiência de profundidade, mas se limita ao círculo vicioso das suas periferias, está radicalmente desviado da sua órbita, do seu verdadeiro destino, entregue à tirania do mundo objetivo e às potências do caos, por mais próspera que talvez seja a sua vida terrestre. Abriu falência no plano central da sua verdadeira razão-de-ser. Vitorioso talvez nos secundários, é derrotado no primário.

Somente pela experiência vital do seu centro entra o homem na sua órbita cósmica, que lhe garante harmonia existencial e imortalidade.

De dentro dessa experiência vital do seu Eu central pode o homem crear, também aqui na terra e em todos os setores da vida, um destino feliz e harmonioso; deixa de ser joguete da tirania da causalidade mecânica que rege o mundo inferior, e tornar-se autor e ator da causalidade dinâmica, da auto-determinação do seu livre-arbítrio; passa da velha escravidão da heteronomia para a nova liberdade da autonomia. Verifica que tudo é possível àquele que tem fides, fidelidade a seu verdadeiro Ser, e nada lhe é impossível. Quem liga os seus canais com a Fonte da Onipotência torna-se onipotente por participação.

Nesta nova dimensão da sua vida, experimenta o homem, pela primeira vez, a sua total alteridade em face de todas as coisas do mundo circunjacente; verifica, talvez com jubilosa surpresa, que ele não é uma peça na máquina do mundo objetivo e impessoal que o rodeia; mas que, pelo poder do seu livre-arbítrio, ele está desligado do automatismo escravizante dos objetos externos; nasceu, finalmente, para a onipotência do seu Eu central e morreu para todas as impotências ou semi-potências do seu ego periférico. Verifica que essa onipotência estava sempre dentro dele, mas ele a ignorava — e uma onipotência ignorada funciona como impotência. O que redime o homem de todas as suas misérias tradicionais não é o fato da sua onipotência central, mas é somente a consciência desse fato; não é o fato dormente, mas é o fato plenamente acordado, que é a consciência do fato. A Verdade é universal e onipotente — mas somente o conhecimento consciente da verdade é que liberta o homem de todas as suas escravidões.

E esse conhecimento consciente não é apenas uma análise mental, mas sim uma realização vital. É necessário que o Verbo mental se faça carne vital, cheio de graça e de verdade.

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Ninguém escolhe ter um espírito Outsider

sábado, 5 de agosto de 2017

A importância do silêncio e da solidão

[...] A alma desta terapia (cosmoteparia) só pode ser conscientizada em período de profundo silêncio e solidão. Enquanto o homem não tomar a sério o sentido desse silêncio e dessa solidão não haverá cosmoterapia. Todos os grandes iluminados e iniciados, de todos os tempos e países, viveram dias, semanas, meses, e alguns até anos, em profundo e dinâmico silêncio, permitindo que a plenitude cristo-cósmica fluísse para dentro da sua ego-vacuidade. 

Enquanto o nosso pequeno ego pensa, fala e ouve falar, consegue ele sobreviver – mas, quando deixa de pensar, de falar e de ouvir falar, começa a agonizar e, se persistir no silêncio, acabará por se afogar nesse Oceano Pacífico do silêncio redentor. E então, após esse egocídio, pode nascer o Eu crístico, e esse homem pode dizer:

“Eu morri, e é por isto que eu vivo, mas já não sou eu (ego) que vivo, o Cristo (Eu) é que vive em mim”. Eu não sou mais ego-vivente – eu sou Cristo-vivido”...

O ego vive no barulho e do barulho – e morre no silêncio. 

O Eu, sendo Deus no homem, vive no silêncio como a Divindade. Mas esse silêncio é mil vezes mais fecundo que todos os ruídos. Não é um silêncio-vacuidade, é um silêncio-plenitude. Não é um silêncio de ausência, é um silêncio de presença – é a mais poderosa presença, a onipresença cósmica da Infinita Realidade.  

Somente esta poderosa presença da Realidade é que pode realizar o homem. Nunca nenhum homem se realizou a não ser nas profundezas do Silêncio-Realidade. 

Huberto Rohden em, Cosmoterapia

Não faz sentido investir no que chamam de normalidade

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O intelecto condicionado é o vírus da pensamentose

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Fechar os olhos, cair pra dentro e buscar pelo Contato

domingo, 30 de julho de 2017

O ego e o momento santo

sábado, 29 de julho de 2017

Chester Bennington e a pensamentose

quinta-feira, 27 de julho de 2017

A mente adquirida e o idealista falido

A mente adquirida é neurose pura

A mente é apenas um pálido reflexo da Perene Consciência

terça-feira, 25 de julho de 2017

Paliativos momentâneos não é sinal de cura real

sábado, 22 de julho de 2017

É possível se libertar dos defeitos e virtudes do ego?

Um recado aos materialistas espirituais

terça-feira, 18 de julho de 2017

O Equilíbrio está no Agora

Da consciência sensorial à Consciência Contemplativa

sexta-feira, 14 de julho de 2017

A Voz do Silêncio e a Verdade que liberta

quinta-feira, 13 de julho de 2017

quarta-feira, 12 de julho de 2017

O amor como condicionamento social

terça-feira, 11 de julho de 2017

A mente adquirida é um poço de interesses velados

O caminho longo é realmente necessário?

A mente adquirida é um saco sem fundo de condicionamentos

O caminho longo, o curto ou o caminho do meio?

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Sobre a cultura disfuncional, o medo e a incapacidade de amar

Pra saber o que é amor, só um Poder Superior

Não é mais fácil aceitar uma ideia pessoal de Deus e viver a vida?

Arrancando o véu do conceito pessoal de Deus

Doze Passos: poderosas ferramentas de unidade interna

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Não narcotize sua santa melancolia

terça-feira, 4 de julho de 2017

O bem-estar comum e a união consciente com Deus

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Ego é igual a medo

quarta-feira, 28 de junho de 2017

O ego é apenas o reflexo da Consciência Real que somos

domingo, 25 de junho de 2017

É só na dor que encaramos nosso débil modo de ser

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Só a Consciência nos tira do estado mental finito

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Café com observador e coisa observada

domingo, 18 de junho de 2017

Vivendo sem conflito e serm amoldamento

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Atire a primeira pedra quem nunca adulterou a realidade alheia

Ela também estava perdida e eu me agarrava a ela

sábado, 10 de junho de 2017

O vício dos sinais e os melindres da pessoalidade

sexta-feira, 9 de junho de 2017

A Ansiedade do Pensar Compulsivo

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Indícios que pressagiam a vinda da Graça


Não é preciso que façamos qualquer gesto exterior de renúncia ao mundo — embora o destino talvez o ordene — a fim de chegar a esse ponto de total auto-sujeição. Pois não somos instados a nos render a um determinado assunto ou pessoa, MAS NO SENTIDO PESSOAL INTERIOR QUE NOS MANTÊM CATIVOS. Esse SENTIDO DO EGO não pode ser banido por nenhuma força nossa, da mesma forma pela qual um homem não pode erguer-se com a ajuda dos cordões dos próprios sapatos. Conquanto durante a fase adiantada todo o objetivo do nosso esforço dirija-se para o ESVAZIAMENTO DA MENTE DE TODOS OS SEUS PENSAMENTOS e para possibilitar ao incontestável Eu Superior responder á nossa pergunta, não devemos, contudo, imaginar que seremos capazes de parar de pensar à custa dos nossos próprios esforços. O pensamento só cessará quando um poder superior se impuser a ele. Tal poder pertence ao Eu Superior e, assim sendo, aquilo que realmente fazemos é CONVIDAR, ROGAR e PERMITIR ao Eu Superior que torne o turbulento intelecto silencioso e calmo. O que pode ser feito é PREPARAR o caminho e REMOVER os obstáculos ao advento de um Poder Maior, que não é senão a Graça do Eu Superior. A Graça é o guardião do tempo. É a comunicação da Graça, essa manifestação de uma autoridade maior do que a nossa, que acaba por EXTINGUIR A NOSSA VINCULAÇÃO COM O EGO e dar-nos a inimaginável paz da liberação. Talvez haja uma grande distância a percorrer até chegar a esse ponto, mas isso não nos deve impedir de fazer a tentativa. "Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos" são as palavras do Mestre Cristão, embora a mera manifestação de interesses ligados a este caminho possa ser um sinal de que a pessoa se inclua entre aqueles poucos felizardos. E mesmo que esse ponto elevado não seja atingido, OS ESFORÇOS JAMAIS SERÃO DESPERDIÇADOS. Um pouco de paz, um pouco de iluminação com certeza serão conseguidos em troca. 

A atuação desse poder da Graça é misteriosa. O nosso dever é PREPARAR AS CONDIÇÕES ADEQUADAS, a atmosfera conveniente dentro da qual o Eu Superior possa conceder sua revelação, pois não somos capazes de prever o momento exato em que tal revelação irá ocorrer, mesmo depois de preparada as condições. 

A Graça é considerada como um movimento definido do ser interior do aspirante, um movimento que tende a apossar-se dele e introvertê-lo ainda mais. A GRAÇA É SEMPRE EXPERIMENTADA COMO UMA MANIFESTAÇÃO INTERIOR À REGIÃO DO CORAÇÃO. 

Ela surge no interior do aspirante com tal força e se apossa de tal forma dos seus sentimentos e pensamentos que ele não apenas percebe ser inútil qualquer resistência como também não sente nenhuma inclinação a resistir, pois sua consciência está como que sob efeito de um encantamento. Tudo começa com a sensação de que algo SE ESTÁ DERRETENDO DENTRO DO CORAÇÃO. A seguir acontece uma revolução de todos os primitivos pontos de vista acerca da vida, durante a qual o orgulho, o preconceito, as ideias arraigadas, os desejos e as aversões são todos atirados a um canto e desaparecem por algum tempo. O desfecho é uma maior ou menor RENDIÇÃO DO EGO AO DIVINO GOVERNANTE recém-aparecido. Esta experiência poderá repetir-se amiúde ou não voltar a acontecer por muito tempo. Se se der a primeira hipótese, então o aspirante é um homem de sorte e o progresso da sua iluminação será deveras rápido; espantosas transformações irão ocorrer em sua vida, até que ele chegue a uma REVELAÇÃO não mesmo certa, precisa e definitiva do que sublime. A Graça poderá baixar tão apenas por cinco minutos, como poderá também persistir durante cinco horas. Nesta eventualidade o aspirante será um grande felizardo e, em consequência, passará por uma grande modificação. Foi através dessas generosas manifestações da Graça que ocorreram notáveis conversões na história religiosa da humanidade, tanto no Leste como no Oeste. 

Há indícios que pressagiam a vinda da Graça. O principal dentre eles é um forte desejo de luz espiritual que mais e mais toma CONTA DO CORAÇÃO, que atormenta o homem com frequência e que faz o resto parecer insatisfatório. A vida comum parece tornar-se insípida, estúpida, oca, mecânica e opressiva. A rotina diária torna-se espectral e despropositada. Quando essa aspiração intensa transforma-se como que numa poderosa corrente na vida emocional de um homem, ele poderá começar a pensar então que a sua gratificação não está muito distante. E quanto maior a intensidade do desejo, maior será a manifestação da Graça concedida. 

Entre os arautos da vinda da Graça encontra-se logo a seguir o ato de chorar, seja em virtude da ausência dessa luz espiritual, seja em virtude de alguma palavra, acontecimento, pessoa ou retrato que recorde a existência do Eu Superior. Tal pranto nem sempre será visível e exterior; poderá ocorrer SILENCIOSAMENTE NO FUNDO DO CORAÇÃO. Quando, porém, as lágrimas fizerem a sua aparição, não deveremos lhes resistir, mas ceder à sua pungente emoção, até mesmo ao ponto de derramá-las com frequência, tanto quanto o permitam as circunstâncias externas. ESSAS LÁGRIMAS SÃO ALIADOS DE VALOR NA CAUSA DO ASPIRANTE; ELAS TRAZEM CONSIGO UMA MISTERIOSA INFLUÊNCIA QUE TENDE A DISSOLVER AS DURAS INCRUSTAÇÕES CONSTITUÍDAS PELO EGO QUE BARRAM A ENTRADA DA GRAÇA. Através de sua ajuda suave porém poderosa muita coisa é conseguida, às vezes tanto quanto seria conseguido através do esforço da meditação. 

Por essa razão recebamos de braços abertos essas visitantes, quando elas vierem e choremos franca e deliberadamente se nos for possível estar a sós, ou silenciosa e ocultamente se for o caso, permitindo desta forma que as nossas deficiências auto-engendradas desapareçam. Tais anseios e tal pranto para serem eficazes deverão abalar o aspirante até as profundezas do seu ser. Na verdade, as lágrimas devem decorrer de uma compulsão interior. Somente aquele que sabe como chorar pelo mais Alto e como abster-se de chorar pelos desenganos mundanos está apto a conhecer a Verdade. 

Outros sintomas também poderão manifestar-se; o aspirante poderá ter um único e profético sonho, o qual será capaz de traduzir intuitivamente como uma mensagem do Eu Superior. Tal sonho será extraordinariamente vívido e inesquecível. Ademais, poderá ocorrer alguma modificação nas circunstâncias da sua vida terrena ou até mesmo alguma crise nos seus negócios indicando que é chegada a hora — ou que chegará dentro em breve — de mudar-se para novas vizinhanças, portadoras de novas influências. Desta e de outras maneiras, bem como em função dos seus sentimentos interiores, poderá o aspirante saber que se aproxima um período de luz espiritual. 

Um canal importante através do qual a Graça poderá atuar quando, finalmente, vier, é aquele que a ligue com alguma atividade externa do homem. Não raro a separação ou a morte de uma pessoa muito querida acarreta tal coisa, e como consequência do intenso sofrimento resultante, a vida do aspirante poderá receber uma orientação inteiramente nova em que a Graça poderá vir como uma espécie de compensação pela perda sofrida. A princípio ele terá contudo que passar por TODAS AS FASES DA AGONIA da sua perda e quando, por fim, a Graça começar a bafejá-lo, o aspirante irá descobrindo gradualmente que é capaz de suportar a dor com resignação. Já não terá um fardo a esmagá-lo, pois perceberá que o desaparecimento da outra pessoa da sua vida encerra um significado espiritual. O sacrifício que lhe foi imposto poderá fazer nascer em sua alma, primeiro um sentimento de resignação e depois a aceitação da vontade de Deus, o que afinal lhe trará a compensação da paz interior. O próprio ato da aceitação transferirá para Deus o seu ônus e em boa parte o libertará de novos sofrimentos nesse sentido. O sofrimento numa forma tão aguda poderá em última instância ser o arauto de uma serenidade compensadora ainda por vir. Não devemos, contudo, imaginar a partir disto que a Graça sempre nos magoa onde somos mais passíveis de nos magoar. Ela pode vir sem o concurso de um arauto tão pouco auspicioso. 

A outra forma humana através da qual a Graça pode vir inicialmente a um aspirante é a de um sábio ou iniciado — ou mesmo um discípulo especial de qualquer um destes — que via de regra poderá ser usado como um instrumento adequado para transmiti-la. Mas isto supõe alguns fatores incomuns, e tais homens raramente surgem no nosso caminho neste século vinte, embora alguns iniciados autopromividos continuem a enganar aos outros ou a si mesmos. 

Paul Brunton - A Busca do Eu Superior

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Descobrindo a Beleza no Vazio

terça-feira, 6 de junho de 2017

É possível ser 100% sensível?

domingo, 4 de junho de 2017

Reparando a comunicação nas relações

sábado, 3 de junho de 2017

O processo começa somente a partir da rendição

Sintomas da travessia do pessoal ao Impessoal

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Sem a consciência da Graça a vida é só confusão

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Breve recado

Meu amigo tudo que é preciso, a única coisa necessária, a pérola de maior valor, o grande peixe, não será descoberto pela mente e suas limitadas racionalizações.... Isso encontra-se bem no centro do seu peito cansado, bem na dimensão de seu sofrido coração. Sei que isto soa como mais um clichê, mas lhe garanto que não é.

É preciso meditar na nossa respiração, observar sua presença, entrar em seu compasso, retomar nosso ritmo e sair da disritmia.

Quando vamos fazendo isso, começamos a ter um CONTATO CONSCIENTE COM O SOPRO QUE NOS HABITA E QUE NOS ANIMA.

Não fomos educados espiritualmente para perceber o Sopro do Espírito Único que tudo permeia, o qual, em última análise, É O SI MESMO, EM SI MESMO E POR SI MESMO.

Nossa mente, como vive de agitação, tudo sugere para que não sentemos com ISSO que somos. Ela diz que ISSO, vai estar em qualquer outro lugar, numa prática qualquer ainda por nós desconhecida.

E assim passamos anos e anos feito um pequeno e assustado Hamster em sua roda condicionante.

Tudo é muito simples...

Sente-se... Aquiete-se... Observe... Absorva o ritmo Sopro... E absolva-se das ilusões mentais e emocionais que alimentam a disritmia egóica...

Permita-se contemplar a Sagrada Presença e Seu Criativo Pensamento Puro.

Por mais que sua mente duvide, lhe garanto:

É simples assim!

Out

terça-feira, 30 de maio de 2017

O vazio e a dependência de relacionamento

sábado, 27 de maio de 2017

Melhora externa não é sinal de real transformação

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Palestra sobre Paul Brunton

Palestra realizada em 18/03/2007
Série:
Estudos com Alan Berkowitz
Inglês com tradução consecutiva para Português
Duração:
1 h
Lembranças de Paul Brunton e idéias de seus Notebooks
Insights, filosofia comparada, vegetarianismo, papel de um mensageiro cósmico e informações sobre Wisdom's Goldenro

A retomada da consciência de nossa Real Natureza

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Variadas formas de fuga da solidão

A mente adquirida é egocentrismo em ação

terça-feira, 23 de maio de 2017

Sobre a solidão e a Voz do Silêncio

sábado, 20 de maio de 2017

Pensamentose: a doença de querer ser servido

O medo é o fruto amargo do imaginal

quinta-feira, 18 de maio de 2017

O desconhecimento místico da maioria

O fato é que a maioria das pessoas não está familiarizada com o ponto de vista místico, está desinformada sobre os ensinamentos místicos e não se sente atraída pelas práticas místicas. Isso, em parte, se deve a que existem poucos místicos no mundo e à ausência de suficiente informação confiável sobre misticismo; em outra parte, porque as tendências predominantes na maioria das pessoas são materialistas e pelos valores que consideram como os mais importantes serem sensuais.

Assim, prevalece o desprezo ao misticismo entre aqueles que nem sabem o que de fato ele significa.

Enquanto os seres humanos não vierem a conhecer e sentir seu ser real – que existe dentro do ser de Deus – a fricção e a hostilidade prevalecerão entre eles.

Visivelmente está ausente a beleza em suas mentes, em suas atitudes e em seus lares; a verdade não é uma ideia cuja descoberta seria excitante para eles; a bondade é tida como certa, mas só em um nível burguês comum.

Todas as suas ideias sobre a verdade estão limitadas pelas ilusões, falsidades, feiuras e fraquezas que limitam e sustentam suas próprias mentes.

A maioria das pessoas vive na superfície de suas consciências sem terem conhecimento do grande Poder e Inteligência que as sustenta.

Todos aqueles que estão demasiado imersos em atividades externas ao ponto de não terem nenhuma vida interna, morrem antes mesmo de estarem mortos.

Em um extremo, estão aqueles que permanecem cativos à convenção; em outro, os que se regozijam em ridicularizar a opinião pública.

A atitude comum considera aquilo que está além da compreensão humana como algo que não lhes concerne.

Todas essas pessoas procuram fugir das responsabilidades próprias ao tentarem encontrar alguém mais que tome as decisões por elas e que seja o responsável pelos resultados subsequentes; alguém que possam se ocultar por trás, diante dos estresses do mundo, e cuja proteção as permita evitar a necessidade de pensar, de terem vontade própria e de viverem suas experiências por elas mesmas.

Não existe um propósito interno, nenhuma significância espiritual e nenhum objeto de valor real em suas vidas. Elas passam através dos anos na direção de coisa alguma. Movem-se de uma ação a outra sem terem qualquer consistência ou princípio. Tateiam através da vida como se fossem jogadores em um jogo de cabra-cega. Ou não sabem como conduzir suas vidas ou falham ao conduzi-la na direção errada. Elas necessitam de ajuda, de orientação e de terem uma direção em suas vidas. Contudo, o conselho que não é solicitado não é bem-vindo.

Sua necessidade é a de ideias definitivas e revigorantes que as liberem da extenuante perplexidade e de uma fé iluminadora que as permita viver nesse mundo de sombras.

Mas, para isso, seus interesses não deveriam girar somente ao redor de si mesmas ou ao redor de seus interesses ampliados representados pela família.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Sobre a segunda vinda do Cristo

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Cinco minutos sobre o sentido da vida

terça-feira, 9 de maio de 2017

Observando a zumbilândia mental emocional

sábado, 6 de maio de 2017

Um pequeno sopro de gratidão

sábado, 29 de abril de 2017

Que papo é esse de "sua Real Natureza"?

quinta-feira, 27 de abril de 2017

A Era da Anemia Espiritual

terça-feira, 25 de abril de 2017

Como parar de pensar

É absolutamente inevitável que um Buda seja sempre mal entendido? - Osho

Educação, meditação e morte - 1977 - Jiddu Krishnamurti

Vivendo a consciência da Presença Amorosa Integrativa

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Tudo tem graça quando a Graça é percebida

sábado, 22 de abril de 2017

A crosta dos condicionamentos e a Broca do Ser que somos

Sobre guardar silêncio e o falar


Nós índios sabemos do silêncio. Não o tememos.

De fato, para nós é mais poderoso que as palavras…

Nossos anciãos foram educados nas maneiras do silêncio, e eles nos transmitiram esse conhecimento. Observa, escuta, e logo atua, nos diziam. Essa é a maneira de viver.

Observa os animais para ver como cuidam de suas crias. 

Observa aos anciãos para ver como se comportam.

Observa o homem branco para ver o que quer...

Sempre observa primeiro, com coração e mente quietos, e então aprenderás. 

Quando tenhas observado o suficiente, então poderás atuar. 

Com vocês é o contrário. Vocês aprendem falando. 

Premiam as crianças que falam mais na escola. 

Em suas festas todos tratam de falar. 

No trabalho sempre estão tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez ou cem vezes... e o chamam "resolver um problema". 

Quando estão numa residência e há silêncio, tornam-se nervosos. Têm que encher o espaço com sons. 

Assim, falam impulsivamente, inclusive antes de saber o que vão dizer. 

O povo branco gosta de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine a sua frase. Para os índios, isto é muito desrespeitoso e, inclusive, muito estúpido...

Sempre interrompem.

Se começas a falar, eu não vou lhe interromper. O escutarei.  

Quem sabe deixe de lhe escutar se for desagradável o que estejas dizendo. 

Porém, não vou lhe interromper... Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que dissestes, porém, não lhe direi nada se não estiver de acordo, a menos que seja importante... Ao contrário, simplesmente me manterei calado e me afastarei.

Me dissestes o que necessito saber...

Não há nada mais a dizer.

Porém, isso não é o suficiente para a maioria da gente branca. 

A gente deveria pensar em suas palavras como se fossem sementes.

Deveriam plantá-las, e logo lhes permitir cresceeme em silêncio. 

Nossos anciãos nos ensinaram que a terra sempre nos está falando, mas que devemos guardar silêncio para lhe escutar. 

Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes...

"Guarda tua língua na juventude", disse o velho chefe Wabashaw, “e na maturidade, quem sabe, firmes um pensamento que seja de utilidade a teu povo”.

(Ohiyesa/Dr.Charles A. Estman, Dakota santee, 1902)



Extratos do livro "Nem lobo nem cão. Por caminhamos esquecidos com um índio ancião" de Kent Nerburn.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

O último encontro com K - 1986 - Jiddu Krishnamurti

terça-feira, 18 de abril de 2017

A cura está na Percepção Libertária

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Da crença cega à crença científica

Em busca da Fonte da Lucidez

sábado, 15 de abril de 2017

O vazio existencial e a Prática da Presença

quinta-feira, 13 de abril de 2017

A regeneração da sensibilidade primal

terça-feira, 11 de abril de 2017

Claudio Naranjo: a diferença entre egoísmo e amor próprio

Conferência Claudio Naranjo São Paulo

Claudio Naranjo: uma aula sobre a vida

Egoísmo, educação e liberdade

A Solidão do Deserto do Real

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Sobre a negação e a busca da Integridade do Ser

Sobre a negação e a busca da Integridade do Ser

sábado, 8 de abril de 2017

Sobre a rendição e a dificuldade de escuta

Sobre a overdose de conteúdo livresco

A Dimensão Espiritual é o Eterno Agora

Por que você não muda - Jiddu Krishnamurti

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Sobre o desejo de transcendência Parte 3

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Sobre o desejo de transcendência — Parte 2

Sobre o desejo de transcendência

Breve diálogo sobre a questão do Samadhi

domingo, 2 de abril de 2017

Palestra "Liderança Emergente" com Roberto Crema - Getap UnB

O conformismo social como trave na percepção do que somos

sábado, 1 de abril de 2017

Das artimanhas do ego


O que ele fez foi transferir o ego, com sua ganância autocentrada, sua complacência arrogante e sua colossal ignorância sobre sua própria origem, das atividades no mundo para as atividades espirituais. O ego fará qualquer coisa possível para preservar sua existência e arquitetará todo recurso possível para assegurar seu futuro. É por isso que, raramente, o indivíduo desperta para o que está acontecendo e, assim, o destino poderá vir a esmagá-lo no chão, destruindo seu sono. Se tal situação ocorrer enquanto ele for comparativamente jovem, quando seus poderes ainda estiverem fortes, e não no fim da vida, quando eles estarão mais débeis e menos eficazes, ele em verdade será afortunado, embora, com certeza, não pensará desta forma nessa idade.

É tanto um ironia como uma tragédia na vida que utilizemos nossa cota estrita e limitada de anos de vida em propósitos que, posteriormente, perceberemos que foram inúteis e em desejos que nos trazem sofrimentos quando realizados. Um moribundo, que vê o filme de sua vida passada lhe ser revisionada através de flashes diante de seus olhos, descobrirá essa ironia e sentirá essa tragédia.

Quando vier a descobrir que vinha seguindo sua própria vontade mesmo quando acreditava que estava seguindo a vontade do eu mais elevado, é que realizará a extensão do poder do ego, o prolongado tempo que será necessário para subjugá-lo e o que terá de sofrer antes que isso seja alcançado. 

Um dia o aspirante se sentirá completamente cansado do ego; verá então quão astuta e insidiosamente ele se imiscuiu em todas as suas atividades; como, mesmo nas atividades supostamente espirituais ou altruístas, esteve apenas trabalhando para o ego. Nessa aversão pelo seu eu terreno, o aspirante irá orar para libertar-se. Verá como esse ego o enganou no passado, como todos os seus anos foram monopolizados pelos desejos dele, como sustentou, alimentou e cuidou dele, mesmo quando pensava estar espiritualizando a si próprio ou servindo a outros. Orará então fervorosamente para ser libertado do ego, procurará avidamente desidentificar-se e desejará ardentemente ser tragado no nada de Deus. 

O impulso que compele o ser humano a buscar a verdade ou a encontrar a Deus vem de algo que é mais elevado do que seu ego. 

O pecado do orgulho espiritual é o do indivíduo se sentir orgulhoso por ser um aspirante espiritual. Ele não percebe que quase sempre é ele que está no centro de sua busca, enquanto que seria SUA relação com Deus que importaria. Ele está sempre apegado ao ego!

Será necessária uma real humildade para que ele reconheça que está errado. Tal sentimento o beneficiará de duas formas: corrigirá sua tendência errada e diluirá a inflação do ego.

Quando puder perdoar a Deus por toda a angústia de suas calamidades passadas e aos outros homens e mulheres pelos erros cometidos, ele chegará à paz interna. Pois é justo isso que seu ego não pode fazer.

Lao Tzu louvava a modéstia no comportamento social e o mínimo de conversa entre os outros. Tais sugestões tinham a intenção de pôr o ego no seu lugar e torná-lo humilde.

Oito minutos de prosa sobre família funcional

Será que conhecemos o real coração de nosso ser?


No contexto de nossa experiência pessoal, sabemos que a consciência é mais do que a mente racional. Possuímos todo um undo interior de reações e respostas; vivenciamos amor e apreciação, e sentimos alegria quando abrimos nosso coração para os outros. Os nossos sentimentos de bem-estar brotam de uma fonte interior que não entendemos completamente. Sabemos da existência da intuição e da inspiração, mas não temos meios de explicá-las; conhecemos a criatividade mas não conseguimos despertá-la por um ato racional ou volitivo. Somos sensíveis a uma sensação de admiração e poder que transcende o nosso senso de eu, e podemos manifestar compaixão pelos nossos semelhantes.

Estas parecem ser respostas humanas universais ao fato de vivermos em um mundo intrinsecamente belo, que se altera de momento para momento, em um desdobrar que é sempre novo. Porém, nossas reações a este mundo vivo e cambiante são interpretadas e julgadas pela parte da nossa mente que nos diz o que desejar, o que rejeitar, e o que irá nos "fazer" felizes, como se não tivéssemos, dentro de nós, meios para "ser" felizes. Aplicamos rótulos que são inteiramente nossos, mas que derivam do nosso condicionamento cultural. Como este aspecto condicionado da mente não consegue penetrar as barreiras do processo da percepção, ele não consegue conhecer o coração do nosso ser, a parte nossa que responde ao verdadeiro e ao real. 

Quando o conhecimento do ser humano não passa além da fisiologia e dos aspectos mais visíveis da consciência, como é que podemos sequer pensar sobre todas as coisas que o homem possui como direito inato, ou pensar em abrir novas possibilidades de crescimento? 

Nossa consciência é receptiva por natureza, e pode se sustentar a partir de influxos de apreciação e alegria. Porém, como um grande lago, ela pode se exaurir quando sua energia corre apenas para fora. Quando a consciência fica continuamente preocupada e pressionada, cheia de pensamentos, desejos e expectativas, não abrimos espaço algum para revitalização. Com o tempo, nossa consciência fica cansada. Os sentidos, inadequadamente sustentados por nossa percepção, tornam-se amortecidos e embotados, exigindo formas cada vez mais intensas de estimulação externa. 

O nosso modo atual de viver e de estar no mundo não consegue impedir que isto aconteça. Por maior que seja o número de fatos que tenhamos sob nosso comando, e por melhor que aprendamos a manipular informações, o uso que fazemos da mente não é suficientemente dinâmico para despertar o poder pleno da nossa consciência. 

Apesar de todo o nosso esforço para satisfazer o desejo natural do homem de uma vida mais saudável e feliz, há sinais de que uma form profunda está crescendo no seio das mais prósperas sociedades. Necessidades e desejos parecem estar aumentando, em vez de diminuir. À medida que ingressamos no futuro, inventando novas aplicações para o nosso conhecimento e produzindo uma torrente infindável de novos produtos, parecemos forçados a andar mais depressa, impelidos por um querer inquieto que não se deixa serenar. Sob certo aspecto, nossa criatividade está sendo canalizada no sentido de conceber e dar forma a novos produtos, para que possamos, então, desejar novas criações. 

Nossas vidas hoje caminham rapidamente, transportando-nos em uma onda de desejos, e permitindo-nos pouco tempo para desfrutar em profundidade qualquer experiência. Enquanto uma festa de produtos e prazeres se estende à nossa frente, temos tempo apenas para provar e passar adiante, seguindo as imagens dos nossos desejos de um lugar para outro. Estamos sempre em movimento; levados por pensamentos e imagens para longe de nosso centro vital, ficamos sem lugar de descanso, sem uma verdadeira morada.

Tarthang Tulku em, Conhecimento da Liberdade              

Será que a mente racional, de fato, comanda o nosso ser?


Ao refletir sobre as complexidades da mente, pode ser útil pensarmos em nossa consciência comum como um navio, tendo como capitão a mente racional e valorativa, que mapeia o curso que nossa vida irá seguir. Nossos sentidos e sistema nervoso, bem como os centros cognitivos da mente, possuem todos suas próprias redes que distribuem força para todo o navio. No entanto, eles também trabalham em conjunto, coordenados pela mente. 

O intrincado sistema de alimentação de força do nosso navio-mente inclui incontáveis interações que estimulam a energia da consciência, evocando correntes de força que entram em nossa cognição com grande ímpeto, à medida que pensamentos explodem em imagens. Estas imagens multiplicam-se, refletem-se, fundem-se e dividem-se em mais imagens, que dão continuidade aos mesmos processos. Interagindo umas com as outras e criando de volta inúmeras réplicas, estas imagens cambiantes estruturam-se em padrões definidos. Os padrões de imagens encontram-se também em movimento, dividindo-se em reformando-se em um sem-número de combinações, Toda esta atividade transcorre dentro do pensamento, como se o pensamento em si fosse uma esfera de prismas facetados, cada qual tendo a oportunidade e o brilho de um diamante. 

Pensamentos isolados giram para fora desta esfera, para se disporem em progressão linear, dentro de uma cadeia de pensamentos correlatos. Estes, por sua vez, interagem entre si e se proliferam numa complexa dinâmica interna, que inclui surtos de impressões sensoriais, percepções, lembranças, associações e interpretações, que jorram juntas e respondem umas às outras sem cessar.

Mesmo antes que consigamos vislumbrar um pensamento que vem surgindo, o processo está quase que concluído, despertando sentimentos e emoções que canalizam mais energia para ciclos padronizados. O sistema inteiro está pré-programado para disparar automaticamente, com o início do processo de percepção. 

Nosso navio-mente navega num oceano de emoções, algumas vezes encontrando bom tempo, outras atravessando tempestades. O oceano, em movimento com as correntes alternadas dos desejos, raramente é calmo; guiando o navio através de águas incertas, o capitão toma decisões que determinam o nosso curso. 

Mas será que podemos confiar em nosso capitão para nos guiar com sabedoria? Em um nível, pensamos que conhecemos a nossa mente. Treinamos suas capacidades racionais e as utilizamos e as utilizamos para conferir uma ordem coerente à nossa vida. Podemos testar a sensibilidade dos nossos sentidos e localizar, em nosso cérebro, os centros que a eles correspondem; podemos acompanhar a trajetória do processo da percepção, definir nossas faculdades integrativas e analíticas, e mensurá-las de acordo com uma escala de definições. Mas será que estes métodos conseguem revelar toda a extensão da capacidade humana? 

Quanto mais de perto olhamos para a natureza da mente, menos confiantes ficamos. Consideramos a mente o árbitro do nosso conhecimento. Tudo aquilo que constitui a nossa realidade é percebido pela mente. A mente nos diz o que é conhecível e o que é inconhecível; nossas perguntas surgem dentro da mente e são respondidas pela mente. A mente mede, a mente interpreta, a mente desenvolve diálogos com a mente, a mente avalia e julga, a mente decide. 

Quando investigamos a natureza do nosso mundo interior de sentimentos, emoções, pensamentos, lembranças, associações e conceitos, vemos que a mente é, igualmente, o árbitro da nossa experiência. Porém, se tentamos investigar o campo que está por trás das nossas percepções e pensamentos, a mente se mostra curiosamente silenciosa. Parece que a mente consegue apenas fazer mensurações dentro de padrões de pensamentos e de conceitos; a mente não tem medidas para ela mesma. 

Será que a mente racional comanda verdadeiramente o nosso ser? Como é ela influenciada por emoções, por sentimentos e pelas flutuações na receptibilidade dos nossos sentidos? Qual é a verdadeira natureza do pensamento? Existiriam outros aspectos da nossa consciência que não entendemos por inteiro? Se existissem, como é que ficaríamos sabendo? O que acontece com a nossa consciência quando dormimos, quando passamos horas sem consciência de que estávamos pensando? Será que realmente sabemos quem somos, e, em caso negativo, será que podemos saber para onde estamos indo? 

Podemos nós confiar na capacidade da nossa mente discernir entre o verdadeiro e o aparente, ou distinguir entre valores reais e superficiais? Mesmo quando pensamos que estamos sendo racionais ou razoáveis, será que este é sempre o caso? Nossa posição pode parecer razoável na superfície e, no entanto, estar fundamentada em suposições falsas. Se somos hábeis, conseguimos justificar quase que qualquer posição que tenhamos interesse em assumir. Mesmo inconsequentemente, podemos mudar de uma posição para outra, em diferentes ocasiões, automaticamente ajustando os "fatos" de modo a se encaixarem nos nossos propósitos. Da mesma forma que tendemos a ser enganados por aparências externas, tendemos a aceitar argumentos lógicos como convincentes, sem examinar muito de perto as suposições que estão apoiados. É possível que vejamos a palavra escrita de maneira ainda menos crítica do que a falada. Como os pensamentos que as precederam, as palavras tendem a ser "verossímeis" quando apresentadas "racionalmente" — esquecendo-nos de que tanto as palavras quanto a lógica são produtos da mente humana. 

As percepções são instantaneamente nomeadas e rotuladas pela mente, dando origem ao pensamento e ideias que criam uma determinada versão da realidade. Nosso senso de "realidade" é especialmente acentuado quando estamos envolvidos por uma forte emoção, como por exemplo, a raiva. Aí, afirmamos, negamos, rejeitamos, tudo com a base no que "sabemos" ser o correto. No entanto, daí a instantes, podemos estar nos sentindo ternos e carinhosos. Então, pode ser que a nossa realidade seja diferente; os motivos da nossa raiva talvez não sejam mais contundentes; mais tarde, podemos até negar a nossa raiva passada. Será que uma "realidade" era menos real do que a outra? Que tipo de fio une estas duas "realidades"? Nós poderíamos, provavelmente, estabelecer uma ligação que soasse muito plausível. Será que estas ligações são válidas, ou será que são suposições? Será que são verdadeiras em si mesmas, ou será que são aquilo que gostaríamos de acreditar que fosse verdade? Como é que podemos saber?

A "construção" da nossa realidade pode ser vista mais claramente em circunstâncias em que sentimos necessidade de nos "acobertar". Raramente precisamos mentir — geralmente existem muitas "meias verdades" que servem para nos proteger. Em um certo sentido, nenhuma das nossas respostas precisa estar errada, embora todas possam ser enganosas. Facilmente perdemos de vista as formas sutis pelas quais escondemos a verdade pura de nós mesmos e dos outros. Uma vez que tenhamos explicado nosso comportamento e a outra pessoa tenha aceito nossas razões, nossa mente pode tomá-las como sendo toda a verdade. As palavras conferem solidez às nossas razões; depois que as palavras são pronunciadas, podemos facilmente nos convencer de que são verdadeiras. Não temos proteção alguma contra tais enganos, que nascem da qualidade oscilante de nossa própria mente. É possível que a nossa "realidade" seja mais "flexível" e instável dos que nos damos conta.

Esta qualidade oscilante parece permear todas as nossas experiências. Por exemplo, valorizamos nosso direito de "mudar de ideia", mas será que esta "mudança" toma por base conhecimentos novos que investigamos a fundo? Ou será que ela reflete apenas uma alteração de interesse ou de motivação? Até que ponto é estável a nossa ligação com as coisas que possuem valor e valem a pena buscar? Como é que podemos confiar em nossas ideias, quando elas podem "mudar", ser mudadas ou influenciadas tão facilmente?

Não dispondo de um maior conhecimento sobre o funcionamento da mente, alimentamos nossa consciência com uma dieta mista de coisas verdadeiras e falsas, reais e artificiais, a começar dos pensamentos que surgem em nossa mente. Quando acreditamos na realidade dos pensamentos e imagens criados pelo impulso arrebatador da cognição, fundimos nossa consciência a ilusões, e plantamos as sementes do auto-engano. A cada vez que surgem percepções mais pensamentos são criados, repetindo-se o processo de fusão da nossa consciência a ilusões. 

Nossa consciência fica sintonizada neste processo contínuo; as sementes anteriormente plantadas deitam raízes e se desenvolvem. A qualidade de pureza original da percepção diminui; uma qualidade de inquietação permeia todas as nossas experiências, condicionando nossa visão de nós mesmos e do nosso meio. Ao buscar contato com o real, encontramos o superficial, o provisório e o artificial.

Dado que a nossa consciência tem uma fixação tão forte no polo objetivo das nossas experiências, fica muito difícil olharmos para dentro e nos estudarmos de perto. Apesar de todos os nossos conhecimentos a respeito do mundo observável, e da nossa engenhosidade em manipular o nosso meio ambiente, pouco sabemos sobre a nossa própria natureza.

Tarthang Tulku em, Conhecimento da Liberdade        

A formação da limitada e separatista mente dual


Em algum ponto no passado, os seres humanos começaram a reconhecer contrastes de luz e sombra como formas isoladas às quais podiam dar nomes. Contrastando, identificando e nomeando formas, eles criaram um mundo de polaridades interdependentes (dualidade): grande e pequeno, duro e macio, macho e fêmea. Embora todas estas distinções, bem como os rótulos aplicados a elas, foram criação da mente humana e variassem em caráter de cultura para cultura, com o tempo adquiriram maior substância e passaram a ser vistas como efetivamente sólidas e reais.  

A partir desta única semente, com raiz no processo da percepção, os seres humanos criaram o "eu" e o seu mundo. Eles se transformaram em espectadores que vivenciavam seu meio comum como um mundo objetivo. Ao olhar para dentro, podiam refletir sobre os contrastes que percebiam em seus próprios estados interiores, e dar nomes a sentimentos e emoções. Assim, foi-lhes possível distinguir entre gostos e aversões, prazer e dor; podiam recordar e refletir sobre suas sensações. Empregando nomes, os seres humanos podiam avaliar sua experiência e expressar preferências e opiniões. 

Gradativamente, os nomes foram adquirindo maior significado, através de associações com outros nomes; conceitos se tornaram mais complexos. Mais tarde, criou-se uma base que viria possibilitar pensamentos mais abstratos e sofisticados. Derivados desta longa cadeia de desenvolvimentos, moldados pela linguagem, pela cultura e pelo meio ambiente, nossos atuais padrões mentais evoluíram ao longo de muitos milhares de anos. 

Durante toda a história da humanidade, a parte da nossa consciência que se liga a objetos recebeu contínuos reforços. Canais profundos foram entalhados em nossa mente, direcionando nossa energia mental para o plano dos objetos, e distanciando-a da dimensão aberta da consciência. A cada pensamento ou sensação, nossa mente agora ágil com a velocidade de uma corrente elétrica para absorver o mundo aparentemente objetivo. Desde o nascimento, somos condicionados a estes padrões de percepção, pensamento e reação

Automaticamente, empregamos estes padrões para interpretar objetos e situações, e responder a eles. Esta forma única de reagir é tudo o que conhecemos: como um trem segue seus trilhos, parecemos predestinados a seguir o caminho demarcado pelo curso da nossa evolução. Embora possamos estar convencidos de que estamos pensando e agindo de acordo com nossas próprias escolhas, na verdade vivemos condicionados por um sentido de separação e pelo jogo de atração e repulsão das polaridades. Estamos fadados a avaliar e reagir a todas as coisas em termos de agradável e desagradável, desejável e não-desejável, bom e ruim. 

Comprometidos com uma visão baseada na dualidade, e confinados às estruturas conceituais que emergem a partir desta visão, não conseguimos conceber a possibilidade de uma estrutura mais aberta para os nossos pensamentos e ações. Quase nada existe em nosso modo de vida que nos leve a qualquer indagação sobre os nossos padrões de percepção e pensamento, ou a qualquer reflexão sobre as inclinações mais profundas da nossa maneira de ver a nós mesmos e ao nosso mundo. 

Ao mesmo tempo, a força atrativa do mundo objetivo tornou-se mais intensa do que em qualquer outra época. As sociedades modernas deram luz a inúmeras tecnologias novas, colocando em movimento um tipo moderno de evolução, alimentado pela inventividade da mente racional. Embora nossa evolução científica e tecnológica seja um desenvolvimento recente na história do planeta, sua força fez crescer de forma significativa o impulso natural das mudanças. 

[...] À medida que o mundo se torna mais caótico e confuso, será que estaremos sendo mais e mais atraídos pela previsibilidade racional do computador? Será que alguns de nós poderão chegar até a se identificar mais com a inteligência computadorizada do que com seus semelhantes? (o aparelho celular como exemplo). Será que com o tempo vamos começar a avaliar nossa própria inteligência por comparação aos computadores?
[...] As respostas a estas perguntas precisam estar fundadas em um conhecimento do ser humano que seja o mais completo possível. Antes que sejamos arrastados na direção de um futuro que talvez não se apresente da maneira como desejamos, precisamos olhar de perto para a nossa situação atual, e começar um processo de exame da base mesma do nosso conhecimento — nossa consciência humana e a natureza da nossa mente. 

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill