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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Adiais a realização por falta de intenso desejo

Pergunta: Meu desejo é estar sempre convosco. Eu o tenho conscientemente suprimido e inconscientemente reprimido. Como aprender a dominá-lo?

Krishnamurti: Eu penso que isto deveria ser posto em forma de poesia. Dominar o que? O desejo de estar em companhia de alguém? Quando tornais o vosso amor pessoal, manifesta-se a tristeza, a dor, luta, limitação imposta a essa eternidade que é o próprio Amor. Enquanto estiverdes separados e vos aperceberdes dessa separação, a tristeza vos aguarda. Esta coisa que me personaliza, o “eu”, morre, e se sobre este repousardes, haverá tristeza. Se, porém, realizardes a vida, em si, a qual se acha corporificada em tudo, em todo o ser humano, e amardes essa vida então a mudança de formas, a mudança de manifestações, de expressões, não vos embaraçará em sua tristeza.

Pergunta: Dizeis que “em um momento todo o tempo se acha contido” e que “para o homem liberto não existe tempo”. Este último enunciado, tomado em conjunto com o primeiro, implica que é possível lançar uma ponte sobre a falta de experiência por meio da realização intuitiva indiretamente? E como se há de fazer isto desde que nos é dito também que “o verdadeiro valor exige experiência?”

Krishnamurti: Eu disse que para o homem liberto não existe o tempo; porém, para o homem triste, o tempo existe. Vós tendes em conta o futuro em busca desta realização — a ideia de que algum dia atingireis, este dia é adiado indefinidamente em virtude da preguiça obtusa, da tardia energia. Adiais a realização por não haver um intenso desejo. Se, porém, tiverdes intenso desejo, não tereis mais o desejo de postergar. Com esse intenso desejo vivereis cada experiência com a qual vos deparardes, assimilá-la-eis e assim estareis vos libertando de vós mesmos de toda experiência. Para viverdes nesse momento, no qual se acha incluída toda a eternidade, (cada momento é toda a eternidade), é preciso que exista essa elevada concentração, essa realização do ser introspectivo, ao qual chegareis por meio da incessante resistência. Então existirá esse ser sem esforço — não no sentido de adormecimento ou de condição estática. Vós sois. Sois o Todo. Então, para vós, todo o momento é eternidade, pois que jamais saireis desse momento. Não vos preocupareis com o futuro nem com o passado, pois que nesse momento todo o tempo existe. Esforçai-vos, de vez, por viverdes nessa concentração que exige ser impessoal, libertar-se desse esforço individual autoconsciente para serdes bons. Este esforço é possível a todos, simplesmente desde que exista esse desejo impulsionador por detrás dele. Portanto, não busqueis disciplinas, não busqueis guias externos que vos forcem a essa concentração; examinai, antes, toda a experiência, todo o pensamento. O desejo, em seu movimento ansioso, compulsivo para frente, na busca da felicidade, firmará em vós a disciplina da concentração a qual é pura conduta.

Pergunta: Se dominar a mim próprio com aquilo que penso ser disciplina autoimposta, com entendimento, e apesar disso verificar que o resultado é azedume, irreflexão, dureza, onde reside a causa disso? Será o entendimento defeituoso?

Krishnamurti: Por “entendimento” significo eu o entendimento do propósito da existência individual, que é o não aperceber-se da separatividade. Enquanto vos aperceberdes da separatividade haverá azedume, inconsideração, desmazelo, crueldade, cobiça, ciúme e inveja. Se, porém, compreenderdes o propósito desta existência individual autoconsciente, a qual é realizar a unidade da vida, então, esse entendimento, quando houver disciplina, não dará lugar ao azedume, à inconsideração ou à dureza. Impondes disciplina a vós mesmos em virtude da tristeza; e então, pelo fato de ela não resultar na consecução ou realização sobrevém a amargura. Se, porém, vossa percepção for todo-integrativa e não conhecer separação, não haverá azedume.      
           

Krishnamurti em Reunião de Verão, 24 de julho de 1930 
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill