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sábado, 25 de junho de 2016

Para entender a Verdade, é preciso mergulhar

5 – Pergunta: Se a Verdade é um país sem caminho, pode existir um caminho de discipulado que a ela conduza ou a existência de um tal caminho tornar-se-á uma barreira?

Krishnamurti: Digo-vos que vos não molesteis acerca destas coisas. Voltais atrás continuamente, às velhas concepções, lançando-as à minha face para formardes vossas verdades incertas. Digo que a Verdade é uma terra sem caminhos, que não pode ser abordada por um caminho qualquer, por nenhuma estrada ou por intermédio de outrem. Não podeis interpretar isto mais que de um modo. Achais tudo isto muito difícil, porque não abandonais vossos velhos modos de pensar. Quereis que vos deixem em paz em vossas águas tranquilas e estagnantes. Se assim for, não venhais aqui; se, porém, quiserdes o que é novo, abandonai o antigo, não brinqueis com as coisas. Isto não é uma luta de egoísmo. Falo acentuadamente porque há miséria, tristeza na face de todos — por favor, não vos torneis sentimentais — existe o caos, a luta continua, e por ela sois colhidos, e não a abandonais porque vos atemorizais. Quereis antes morar nessa tristeza, nessa sufocação, do que abandonar o antigo e lutar pelo novo. Assim, ao ver a tristeza, dor, sofrimento, regozijo, prazeres que são limitados pelas lágrimas, quero libertar o homem. Porém, como não posso libertá-lo — ele próprio tem que se libertar — meu papel é despertá-lo, impeli-lo para essa liberdade — não por meio do sentimentalismo, por meio do êxtase, ou por meio da autoridade, porém, por meio de cuidadosa análise, pela sensatez, pelo apercebimento, pela autovigilância. Não penseis que para entender-me precisais haver estudado durante trinta anos. Outro dia narrei-vos a história do pobre da estação ferroviária, que não sabia quem eu era ou o que quer que fosse acerca de mim, porém que compreendeu a coisa única que podia torná-lo imenso e que, portanto, teve a coragem de pular para a frente e deixar o antigo para traz.  Assim como em cada primavera toda a árvore emite novas folhas, assim também deve haver em vós mudança contínua — e vós vos atemorizais de mudar. Quereis que a Verdade vos seja dada exatamente pelos velhos métodos, afim de poderdes ficar tranquilos, felizes e por esse modo degenerar para a estagnação. Não vos falo com rudeza, porém isto é o que está acontecendo por todo o mundo. Para entenderdes a Verdade, precisais mergulhar. Oh, deveríeis achar-vos tão ansiosos que quisésseis deixar tudo para um lado e pular — não insensatamente, não sem discernimento, porém, com cuidado, com sensatez, com a inteligência que escolhe entre as coisas essenciais e não-essenciais   e então, compreendereis.


Krishnamurti, 5 de agosto de 1929, Acampamento de Ommen
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill