Krishnamurti: Meu padrão não se aplica ao vosso pelo fato de ainda estardes brincando com coisas não-essenciais e, assim, tudo que disser, será desfigurado para adaptar-se às vossas conveniências. Tentarei, porém, explicar o que entendo. Enquanto as limitações criarem uma barreira, haverá tristeza. E daí, muitos direitos e deveres — uso destas palavras muito cautelosamente, do meu ponto de vista, porém sei que vou ser desentendido — que criam barreiras e tristeza; porquanto eu não quero ter direitos alguns ou deveres quaisquer que me criem limitação. Agora, não vos podereis furtar às responsabilidades que já haveis tomado. Porque não? Eu vo-lo direi. Porque vossos amigos, vossos filhos podem ficar famintos. Vosso dever, porém, é não tomar responsabilidades novas se o puderdes evitar — do meu ponto de vista. Vós estais fazendo estas perguntas de um ponto de vista inteiramente errado, porque deveres, direitos e outras coisas que tais, vistas do ponto de vista do eterno, são somente meios para chegar a um fim, são degraus. Porém tendes que aperceber-vos que são degraus, e continuar para diante, não vos detendo amarrados por esses deveres e esses direitos.
Se continuamente vos esforçardes por encontrar a Verdade e tiverdes isto como vosso padrão, julgai tudo mais por ele. Não julgueis pelos velhos padrões ou pelos padrões que vos são apresentados, por deveres e direitos, porém pelo padrão que estabelecerdes por meio da busca, por meio do cuidadoso discernir entre o essencial e o não-essencial, pois isto é inteligência. A capacidade de escolher o essencial é a mais alta forma de inteligência, pois que o essencial é aquilo que torna o homem eternamente livre. Se tiverdes isto como vosso eterno padrão, por ele podereis medir tudo quanto surja.
