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quinta-feira, 3 de março de 2016

Sem base emocional, não há real maturidade

[...]As pessoas não sabem, mas deveriam ser instruídas nesse sentido, que tudo o que acontece em todo o mundo é um quadro, em tons exagerados, do que está acontecendo no interior delas mesmas, em grau variável. Alguns mais, outros muito menos, entregaram suas vidas interiores ao domínio da animalidade e do materialismo conjugado e, todavia, não o sabem. Dessa forma, a mesma regra, porém de modo mais espetaculoso e mais cruel, está tentando desapiedadamente tomar conta de suas vidas exteriores. Trouxeram consigo os remanescentes de vigorosas propensões do estado animal da sua existência, e aduziram a isto um intelecto astuto, mal dirigido e egoísta, derivado do estado humano presente. Os animais matam porque têm fome, mas os homens são piores, na medida em que a posse da qualidade da astúcia os leva a matar ou torturar por outros motivos também. Violentas energias e paixões explosivas fazem muito barulho em seus corações. Desejos que arrastam para baixo prendem-nos entre presas aguçadas. Instintos agressivos perambulam como tigres e suspeitas tenebrosas rojam como víboras no interior das suas mentes conscientes ou subconscientes. Cobiças egoístas têm um firme habitat em suas atitudes. Ódios, acrimônias e lascívias agitam-se por dentro e são fomentados por fora. 

Inevitável e inescapavelmente esses pensamentos bestiais assumem a forma exterior e surgem as lutas históricas. Como poderá a verdadeira paz entrar no mundo enquanto a mentalidade da luta feroz não o tiver deixado? Nenhuma lei, nenhum governo, poderão colocar freio, até certo ponto, às suas expressões em ação. O estadista poderá regulá-los dentro de certos limites, mas não passará disto. Sempre que essa mentalidade puder dominar, não somente envenenará o ser interior, mas também contribuirá para a experiência exterior. A cólera sentida hoje poderá manifestar-se amanhã no plano físico como um acidente em que o seu portador, caindo, se machucará — este é apenas um incidentezinho que ilustra a importância do autocontrole e o valor do pensamento correto. 

Onde quer que as pessoas tenham de viver juntas num lar, ou trabalhar juntas num campo, numa fábrica, num escritório ou numa firma, a presença de uma única personalidade agressiva e indisciplinada entre elas bastará a criar dificuldades ou a provocar brigas. Por aí podemos perceber os benefícios que a insistência de todos os guias espirituais no autotreinamento e no auto-aperfeiçoamento pode acarretar ao viver social. Isto ensina os homens a alçar-se à sua natureza superior e a manter sujeita a sua natureza inferior. Na medida em que eles forem capazes de fazer uma coisa dessas, a sociedade se beneficiará com eles. Mas na medida em que as advertências dos profetas são menosprezadas e a sabedoria dos filósofos é posta de lado, manifestam-se a discórdia, as lutas e as guerras. 

Quando a emoção descontrolada se precipita na direção errada, seja na cólera, na lascívia, no ódio ou no orgulho, ela tende também a fugir com a paz e a felicidade. Torna-se um perigo para a pessoa e para a propriedade. Os que mais preponderam entre os complexos maus, que, sob a lei da recompensa, acarretam o sofrimento quando ativados, são os agressivos, os violentos, os explosivos e os egoisticamente passionais. As pessoas que querem conservar essas causas das suas dificuldades simplesmente porque são naturais ou familiares, mas não querem experimentar as próprias dificuldades, que a elas se seguem, inexoráveis, adotam uma atitude ilógica. Enquanto as iras e as concupiscências, os ódios e as lubricidades não morrerem no coração dos homens, os conflitos e as contenções persistirão em suas vidas. E essa morte das paixões primitivas só se verificará com a entrega total do ego ao Eu Supremo. Os que o procuram não são muitos: os que o conseguem, pouquíssimos. A paz na terra é um nobre sonho; a sua plena realização está muito distante (se bem a sua realização limitada não esteja) enquanto um número maior de pessoas não vier a procurá-lo neste, que é o único caminho verdadeiro e duradouro. Cada indivíduo precisa lidar com a sua natureza inferior por si mesmo e em si mesmo, precisa opor-lhe o intelecto, em lugar de fazer que o intelecto se sujeite a ela. Isto feito, não somente ele aproveitará, mas também todo o seu povo. 

A humanidade precisa aprender a governar as suas violentas paixões negativas, as suas emoções agressivas e os seus hostis pensamentos destruidores, precisa começar a lutar contra si mesma se quiser, um dia, abster-se de lutar contra os outros, precisa crescer, perder a sua maturidade emocional adolescente e elevar-se, deixando de lado as suas atitudes infantis, totalmente egocêntricas. A busca da paz dentro de si mesma deve preceder e, assim, inevitavelmente, criar a paz no mundo sem paz. O desequilíbrio universal, em parte, é o resultado da incapacidade de reconhecer que não basta ser fisicamente maduro, que ainda é necessário ser emocional, intelectual e espiritualmente maduro.

É um fato de que a vida espiritual está fora da visão e além do poder de muita gente hoje em dia. Se perquirirmos as causas disso, chegaremos à conclusão de que essa gente se escravizou por tanta maneira à sua natureza inferior, tornou-se tão suscetível às sugestões e aos ambientes externos materialistas, que só as coisas que ela pode tocar, sentir e ver com os seus corpos têm para ela alguma realidade ou algum significado. Só essas coisas atraem essa gente, e não as coisas mais belas da mente e da intuição, nem os ideais mais sublimes da intuição. 

O que a sabedoria dita e a experiência endossa é que, para a humanidade poder conhecer um mundo melhor será preciso que melhores pensamentos e melhores sentimentos da humanidade sejam o prelúdio dessa desejável condição. A noção de que ela poderá ter uma ordem melhor de sociedade sem se preocupar em melhorar-se primeiro, é uma noção ociosa. E para que o começo seja real e não um começo simulado, a reforma há de começar com o caráter humano. Pois do seu longo passado, ela trouxe um resíduo de qualidades e sentimentos que pertencem naturalmente ao reino sub-humano, às feras selvagens e vorazes do jângal. Foi a sua combinação com o intelecto frio e impiedoso que deu em resultado os homens megalomaníacos, desordenadamente ambiciosos, os quais, por seu turno, conduziram tantos outros pelas estradas da discórdia, do egoísmo e do ateísmo para o que, afinal, só pode ser o desastre e a condenação.[...]

Paul Brunton
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill