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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A maioria de nós não tem amor

[...] Se desejo participar numa corrida, tenho de me submeter ao necessário regime alimentar; se desejo executar qualquer coisa com toda eficiência, tenho de me alimentar convenientemente, não devo sobrecarregar o estomago, tenho de me exercitar adequadamente, etc. Minha mente e meu corpo têm de estar alertados no mais alto grau possível. 

[...] Uma pessoa pode assumira postura correta do corpo, respirar corretamente, e tudo o mais, mas isso tem relativamente pouca importância em relação ao percebimento direto da realidade.

Deixe-me expressá-lo de outra maneira. Se percebo que odeio, me é possível amar imediatamente, ou o ódio tem de ser removido pouco a pouco, a fim de que, eventualmente, eu seja capaz de amar? Este é o problema. Estão entendendo? É possível a mente se transformar imediatamente e ficar num "estado de amor"? 

[...] percebo que sou ambicioso e, se estou suficientemente alertado, se sou inteligente e me conservo vigilante, percebo também quanto é absurdo e destrutivo esse estado. A ambição, inclusive a ambição espiritual, implica um estado em que não existe amor. O desejo de ser alguém, espiritualmente, o desejo de ser não-violento, é sempre ambição. Percebendo-se bem isso, é possível apagar instantaneamente a ambição, abandonando essa luta perene, de inquirição, de análise, disciplina, "idealização", e tudo o mais? Pode a mente apagar prontamente a ambição e se ver no "outro estado"? É possível isso? Não concordem, senhores, pois não é questão de concordar ou discordar. Já pensaram nisso? 

[...] Sou ambicioso e desejo me ver num estado de amor; me cumpre, por conseguinte, afastar a ambição, e como fazer isso?[...] A questão, em si mesma, envolve tempo, não? No momento em que perguntam "como?", está criado o problema do tempo — tempo para lançar uma ponte sobre o intervalo, tempo para atingir o estado chamado "amor"; por essa razão, nunca podem atingi-lo. Compreendem , senhores? 

[...] "É possível para mim abandonar completamente a ambição e me achar naquele estado que se pode chamar "amor"? Não vou descrever o que é aquele estado. O problema é que sou violento e, tenho alguma possibilidade de abandonar completamente, imediatamente, a violência? 

[...] Eu sou agressivo, ambicioso, e vejo que toda a sociedade corrupta que me circunda é também ambiciosa e agressiva em diferentes graus. Tudo nela é de aparências, estúpido, vão e, no entanto, me vejo preso nas suas malhas; é possível para mim largar completamente a ambição, abandoná-la e nunca mais ter contato com ela?[...] Ou preferem dizer: "Sou ambicioso e me libertarei da ambição aos poucos, amanhã ou na próxima vida, à força de disciplina, pela prática de um mantra adequado, da adequada vigilância — enfim, toda lista de absurdos? 

[...] Veja, senhor, a maioria de nós não tem amor, o que quer que seja essa qualidade. Podemos ter um temporário sentimento que chamamos "amor", o qual, entretanto, é muito semelhante ao ódio, e não pode ser aquela coisa extraordinária. É possível que uns poucos possuam essa florescência, essa coisa alentadora, criadora, mas em geral nos achamos num estado de confusão e aflição. Ora, pode uma pessoa abandonar, simplesmente, tudo isso e se tornar "a outra coisa", sem passar pelas tremendas complicações inerentes ao "tentar vir a ser alguma coisa", sem discussões sobre se o sujeito que percebe está separado do objeto percebido, etc.?

[...] estamos em presença de um problema muito grave e que envolve uma completa revolução no pensar; dele decorre que temos de nos livrar de todos os guias, de todos os gurus, de todos os métodos, não é verdade? E que acontece, quando nos é proposto um problema desta natureza? 

Isto é, quando estamos conscientes de que odiamos, e desejamos ficar livres do ódio, que fazemos, em geral? procuramos um método de nos livrarmos ele, e esperamos achar esse método num livro, num guru, etc. Ora, percebemos que a prática de qualquer método é uma ilusão ou dizemos que o método é necessário? Esta é a primeira questão, evidentemente. O que vocês sentem, senhores? Não desejo lhes forçar a dizer que não há necessidade de método; isso seria uma nova ilusão, mera repetição de palavras, uma atitude artificial, inteiramente destituída de significação. Mas se percebem realmente que a prática de qualquer método para nos libertarmos do ódio é uma ilusão e portanto sem validade alguma, neste caso a maneira de considerarem o ódio terá sofrido uma transformação total, não? 

[...] Se sabemos considerar o ódio sem o "como", teremos então uma reação completamente diferente, diante daquilo que percebemos.[...] não perguntem como ficarem livres do ódio. Esta é uma questão muito trivial. O problema é este: estando conscientes de que odiamos, dizemos, agora: "Como me livrar do ódio?"[...] No momento em que nos surge esta reação — como ficar livre? — colocamos em ação vários fatores sem validade alguma. Um desses fatores é o processo de gradual desgaste do ódio, através de um certo período de tempo; outro é o fazer esforço para conseguir um resultado; e outro, ainda, é o de dependermos de alguém, para nos ensinar como proceder. Tudo isso são atividades egocêntricas, e também uma forma de ódio.

[...]o ódio pode ser dissolvido por meio do tempo? Os iogues, os swamis, o Gita, os Mahatmas — todos dizem que o ódio tem de ser dissolvido com o tempo; mas talvez eles não tenham razão, e provavelmente não a têm. E porque haveriam de tê-la? Mas eu desejo averiguar se há uma maneira diferente de considerar este problema, em vez de aceitar a maneira tradicional, a qual vejo que invariavelmente degenera em mediocridade. A simples aceitação da tradição é uma coisa estúpida. Ainda que dez mil pessoas afirmem que uma coisa é verdadeira, isso não significa que ela têm razão. Meu problema, pois, é este: é possível ficarmos livres do ódio agora, e não no futuro? 

Jiddu Krishnamurti em, Da solidão à plenitude humana
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill