[...] Qual é o estado da mente que não está procurando, que não está tentando alcançar, que não está desejando, que não está em busca de um resultado, que não está dando nomes, que não está reconhecendo? Essa mente está tranquila; essa mente está em silêncio; o silênico veio naturalmente, sem nenhuma espécie de constrangimento, de compulsão, de disciplina. Foi a verdade que libertou a mente. Nesse estado a mente está extraordinariamente tranquila. Então, surge aquilo que é novo, que não é reconhecível, aquilo que é criação, que é amor, ou como como vocês o queiram chamar — aquilo que não é diferente do começo. E essa mente é uma mente bem-aventurada, uma mente sagrada. Só essa mente pode ser útil. Só essa mente pode cooperar, só essa mente pode existir sem identificação, pode estar só, sem auto-mistificação de nenhuma espécie.
O que está além não é mensurável com palavras. O que não é mensurável vem; mas, se o procurarem, como o fazem os insensatos, nunca o terão. Vem, quando menos o esperam; quando estão contemplando o céu; quando estão descansando à sombra de uma árvore; quando estão observando o sorriso de uma criança ou as lágrimas de uma mãe. Nós, porém, não estamos observando, não estamos meditando. Quando meditamos é sobre alguma coisa sem beleza, alguma coisa misteriosa, que precisa ser cultivada, que precisamos praticar e viver em conformidade com ela. Um homem que pratica a meditação, nunca saberá; mas o homem que compreende a verdadeira meditação, a qual é de momento a momento, esse homem saberá. Não há experiência individual. Quando se trata da verdade, desaparece a individualidade, o "eu" deixou de existir.
Krishnamurti em, Quando o pensamento cessa
Krishnamurti em, Quando o pensamento cessa