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domingo, 30 de agosto de 2015

Como pode haver união baseada na falsidade?

Pergunta: Você diz que pela identificação causamos a separação, a divisão. Para alguns de nós, seu modo de vida parece "separativo", isolante, e parece também ter trazido a desunião de muitos que antes estavam unidos. Com o que você se identificou?

Krishnamurti: Procuremos, em primeiro lugar, averiguar a asserção de que a identificação divide, separa. Tenho afirmado isso muitas vezes. É ou não um fato? 

Que entendemos por identificação? Não devem simplesmente ceder à identificação num nível verbal, mas, sim, encará-la diretamente. Se identificam com a nação de vocês, não é verdade? Quando o fazem, o que acontece? Imediatamente, por causa dessa identificação com um determinado grupo, vocês se fecham. Isso é um fato, não acham? Quando se dizem hinduístas, vocês se identificaram com determinadas crenças, tradições, esperanças, ideais; e justamente essa identificação os isola. Isso é um fato, não? Se perceberem essa verdade, deixarão de se identificar, e por isso não serão mais budista, nem cristão, política ou religiosamente. A identificação, pois, é fator de separação, fator de deterioração, em nossa vida. Eis o fato; eis a verdade sobre a identificação, quer lhes agrade, quer não. 

Pergunta, a seguir, o interrogante se eu, com minha ação, causei separação no seio daqueles que antes estavam unidos. Exatamente. Quando percebemos uma verdade, não temos o dever de proclamá-la? Como pode haver união baseada na falsidade? Vocês se identificam com uma ideia, uma crença; e quando alguém impugna essa crença, essa ideia, vocês o repelem — não o atraem, e, sim, o repelem. Vocês o isolaram; o homem que diz que o que vocês fazem está errado, não os isolou. Assim, é a reação de vocês que é isolante e não a ação dele, a ação da pessoa que aponta onde está a verdade. Vocês não querem encarar o fato de que a identificação é um fator de separação. 

A identificação com uma família, com uma ideia, uma crença, com uma organização qualquer, tem força separativa. Se alguém acaba com ela diretamente ou lhes chama a atenção para ela, lhes apresentando um desafio, então vocês, que desejam a identificação, que desejam ser separativos, que desejam repelir tal pessoa, dizem que esse home é um fator de isolamento. 

O modo da existência e o modo de vida de vocês, é separativo; por conseguinte, são responsáveis pela separação. Eu, não. Vocês me expulsaram; não fui eu que saí. Naturalmente, começam a sentir que eu estou fomentando o isolamento, estou causando divisão, que minhas ideias e minhas expressões estão destruindo, são destrutivas. Elas tem de ser destrutivas, tem de ser revolucionárias. Do contrário, que valor tem uma coisa nova? 

Com efeito, Senhores, se faz necessária uma revolução, não de acordo com qualquer ideologia ou padrão. Se for de acordo com qualquer ideologia ou padrão, não é revolução, mas, sim, mera continuação do passado; é identificação com uma nova ideia, emprestando, portanto, continuidade a uma determinada convenção; e isso, naturalmente, não é revolução de espécie alguma. A revolução se realiza, quando, interiormente, cessa toda e qualquer identificação; e isso só se consegue quando vocês são capazes de olhar diretamente o fato, sem enganarem a si mesmos, e sem dar ao intérprete nenhuma oportunidade de lhes dizer o que pensa a respeito dele.

Se percebo a verdade sobre a identificação, então, evidentemente, não estou identificado com coisa alguma. Senhor, quando percebo a verdade de que uma coisa é nociva, não existe problema. Cesso de me identificar com ela, onde quer que seja. Compreendam que todo processo de identificação é destrutivo, separativo; quer ele funcione em relação a crenças religiosas, quer em relação à concepção dialética, ele é exclusivamente separativo. Quando reconhecerem esse fato, quando estiverem plenamente conscientes do mesmo, estarão, então, sem dúvida nenhuma, libertos; por essa razão, não haverá identificação com coisa alguma. Não estar identificado significa estar só, mas não como uma entidade superior, perante o mundo. Isso nada tem a ver com a união. Vocês, no entanto, temem a desunião. 

Diz o interrogante que eu trouxe a desunião. Eu? Duvido muito! Descobrirão por si mesmos, a verdade a respeito. Se vocês se deixam persuadir por mim e, consequentemente, se identificam comigo, não fizeram então uma coisa nova, apenas trocaram um mal por outro mal. Senhores, vocês precisam romper com tudo, para descobrirem. A verdadeira revolução é a revolução interior; é uma revolução que vê as coisas em toda a claridade; e essa é a revolução do amor. Nesse estado não temos identificação com coisa alguma. 

Krishnamurti em, Quando o pensamento cessa.
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill