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quinta-feira, 23 de julho de 2015

A função da educação

Eu me pergunto se alguma vez já pensamos no que significa educação. Por que vamos para a escola, por que aprendemos várias matérias, por eu fazemos provas e competimos pelas melhores notas? O que significa aquilo que denominamos educação, e a que ela se destina? Esta é, na verdade, uma pergunta muito importante, não somente para os estudantes, mas também para os pais, professores e todos que amam essa Terra. Por que enfrentamos a luta para recebermos educação? Será apenas para sermos aprovados nas provas e conseguir um emprego? Ou será a função da educação nos preparar ainda jovens para compreender todo o processo da vida? Ter um emprego e ganhar o próprio sustento é necessário — mas será tudo? Recebemos educação somente com esse fim? Certamente, a vida não é apenas o emprego, a ocupação; ela é algo extraordinariamente amplo e profundo, é o grande mistério, o vasto reino no qual funcionamos como seres humanos. Se simplesmente nos capacitarmos para ganhar nosso sustento, perderemos todo o objetivo da vida; e compreender a vida é muito mais importante do que apenas nos prepararmos para os exames e nos tronarmos especialistas em matemática, física ou naquilo que desejarmos.

Portanto, independentemente de sermos professores ou alunos, não será importante nos perguntarmos por que estamos educando ou sendo educados? E qual o significado da vida? A vida não é algo extraordinário? Os pássaros, as flores, as árvores crescendo, os céus, as estrelas, os rios e os peixes que vivem ali — tudo isso é vida. A vida é pobre e é rica; é a batalha constante entre grupos, raças e nações; a vida é meditação; é o que chamamos de religião, bem como as coisas sutis e ocultas da mente — inveja, ambições, paixões, medos, realizações e ansiedades. Tudo isso e muito mais. Mas geralmente nos preparamos para compreender somente um pequeno pedaço dela. Somos aprovados em certos exames, conseguimos empregos, nos casamos, temos filhos e ficamos cada vez mais parecidos com máquinas. Permanecemos assustados, ansiosos, amedrontados com a vida. Portanto, será função da educação nos ajudar a resolver todo o processo da vida ou apenas no preparar para uma vocação, para o melhor emprego que pudermos alcançar?

O que acontecerá com todos nós quando os tornarmos homens e mulheres? Já se perguntaram o que irão fazer quando se tornarem adultos? Com toda a probabilidade se casarão, e antes de se darem conta de onde estão, já serão pais e mães, e então ficarão atados a um emprego ou ao lar, no qual, aos poucos, definharão. Será nisso em que consistirá a sua vida? Já se fizeram esta pergunta? Não deveriam faze-la? Se sua família for rica, você terá uma posição bastante satisfatória garantida, seu pai poderá conseguir um bom emprego para você, ou ficará rico por meio do casamento, mas também haverá decadência e deterioração. Compreendem?

Certamente, a educação não tem significado, a menos que ela os auxilie a compreender a vasta expansão da vida com todas as suas sutilezas, com sua extraordinária beleza, tristezas e alegrias. Poderão obter diplomas, acrescentar títulos ao nome e ter um bom emprego. Mas e depois? Qual o objetivo se durante o processo sua mente ficar embotada, esgotada, limitada? Portanto, enquanto são jovens não deveriam descobrir o que é a vida? E não será a verdadeira função da educação cultivar em vocês a inteligência que os auxiliará a descobrir a resposta para todas essas questões? Vocês sabem o que é inteligência? Certamente, é a capacidade de pensar livremente, sem medo, sem formula, para que comecem a descobrir o que é real, o que é verdadeiro; mas se estiverem amedrontados nunca serão inteligentes. Qualquer forma de ambição, espiritual ou mundana, gera ansiedade, medo. Portanto, não ajuda a formar uma mente clara, simples, direta e, portanto, inteligente.

É realmente muito importante, enquanto são jovens, que vocês vivam em um ambiente em que não haja medo. Muitos de nós, quando envelhecemos, nos sentimos amedrontados; temos medo de viver, de perder o emprego, da tradição, do que os vizinhos, marido ou esposa vao dizer, medo da morte. A maioria de nós sofre de algum tipo de medo, e onde existe medo não há inteligência. E não será possível para todos nós, ainda na juventude, viver não em um ambiente onde exista medo, e sim em uma atmosfera de liberdade — não somente para fazer o que queremos, mas para compreender todo o processo da vida? A vida é realmente muito bela, não essa coisa feia na qual a transformamos; e vocês poderão apreciar sua riqueza, sua profundidade, seu encanto extraordinário. Somente quando se revoltarem contra tudo — a religião estabelecida, a tradição, a atual sociedade apodrecida — é que poderão, como seres humanos, descobrir o que é verdadeiro. Não imitar, mas descobrir — isso é educação, não é? É muito fácil se conformar com o que a sociedade ou seus pais e professores dizem a vocês. É uma forma segura e fácil de existir, mas isso não é viver, porque aí existe medo, decadência, morte. Viver é descobrir por si mesmo o que é verdadeiro, e vocês só podem fazê-lo quando há liberdade, quando existe uma revolução interna contínua dentro de vocês.

Mas vocês não são encorajados a fazer isso; ninguém diz a vocês para questionar, para descobrir o que é Deus, porque, se se rebelarem, representarão um perigo para tudo o que é falso. Seus pais e a sociedade desejam que vocês vivam com segurança, e vocês também desejam viver seguros. Viver com segurança geralmente significa vivem uma imitação e, portanto, no medo. Certamente, a função da educação é ajudar cada um de nós a viver livremente e sem medo, não é? E criar uma atmosfera na qual não existe medo requer de vocês muita reflexão, bem como do professor e do educador.

Vocês sabem o que isso significa — que extraordinário seria criar uma atmosfera na qual não existe medo. E nós devemos cria-la porque estamos vendo o mundo aprisionado em uma sucessão de guerras; é um mundo de advogados, policiais e soldados, homens e mulheres ambiciosos, todos desejando determinada posição e lutando entre si para consegui-la. Então, temos os chamados santos, os gurus religiosos com seus seguidores; eles também desejam o poder, uma posição, aqui ou na próxima vida. É um mundo ruim, completamente confuso, no qual os comunistas lutam contra os capitalistas, o socialista resiste a ambos e todos estão contra alguém, batalhando para chegar a um lugar seguro, a uma posição de poder ou de conforto. O mundo é dilacerado por crenças conflitantes, por distinções de castas e classes, por nacionalidades separatistas, por todas as formas de estupidez e crueldade —este é o mundo no qual vocês estão sendo educados para se adaptarem. São encorajados a se ajustar à estrutura dessa sociedade desastrosa; seus pais querem que vocês façam isso, e vocês também desejam se acomodar.
Então, será função da educação apenas ajuda-los a se conformar com o padrão da ordem social apodrecida ou dar liberdade a vocês—a liberdade completa para crescer e criar uma sociedade diferente, um mundo novo? Queremos ter essa liberdade, não no futuro, mas agora, senão poderemos ser todos destruídos. Precisamos criar imediatamente uma atmosfera de liberdade para que vocês possam viver e descobrir o que consideram verdadeiro, para que se tornem inteligentes e sejam capazes de encarar o mundo e compreendê-lo. Não somente se conformar, mas permanecer interna, profunda e psicologicamente em constante revolta; porque são somente aqueles que estão em constante revolta que descobrem o que é verdadeiro, não o homem que se conforma, que segue alguma tradição. Será somente quando estiverem em questionamento, observação, aprendizado contínuos que descobrirão a verdade, Deus, o amor. E vocês não podem questionar, observar, aprender, não poderão estar profundamente conscientes se estiverem com medo. Portanto, a função da educação é certamente erradicar, tanto no interior como no exterior, o medo que destrói o pensamento, o relacionamento humano e o amor.


Krishnamurti — Pense Nisso
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill