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domingo, 31 de maio de 2015

O autoconhecimento nos faz rir daquilo que nos fez chorar

O autoconhecimento nos faz rir daquilo que nos fez chorar

Bendita crise que sacudiu meu mundo

sábado, 30 de maio de 2015

O observador compreende mas não Transcende


sexta-feira, 29 de maio de 2015

Um Buda sempre será incompreendido?

É absolutamente inevitável que um Buda seja sempre um incompreendido?

Prem Madira: Sim. É absolutamente inevitável. Não pode ser de outra maneira. Um Buda está destinado a ser incompreendido. Se um Buda não é incompreendido então ele não é um Buda de verdade.

Por que é assim? Porque o Buda vive em um estado além da mente, e nós vivemos na mente. Traduzir algo do além para a mente é a coisa mais impossível do mundo. Não pode ser feito, embora todo Buda tenha tentado fazê-lo. Isto também é inevitável. nenhum Buda pode evitá-lo. O Buda tem que dizer o que não se diz, ele tem que expressar o inexprimível, ele tem que definir o indefinível. Ele tem que fazer este ato absurdo, porque no momento que ele alcança o além da mente nasce uma grande compaixão. Ele pode ver pessoas tropeçando na escuridão, ele pode ver pessoas sofrendo sem necessidade - criando seus próprios pesadelos, criando seus próprios infernos e afundando-se em seus próprios infernos criados.

Como ele pode evitar não sentir compaixão? E no momento que nasce a compaixão ele quer comunicar-lhes que, "Isso é o seu próprio fazer." Que, "Você pode sair disso, há uma maneira fora disso, há um estado mais além disso; a vida não é o que você pensa que é." Seu pensamento sobre a vida é apenas o pensamento de um cego sobre a luz. O homem cego pode seguir pensando sobre a luz, mas ele nunca será capaz de chegar a uma conclusão verdadeira. Suas conclusões podem ser muito lógicas, mas ainda assim, elas perderão a experiência. A luz é uma experiência. Você não necessita lógica para isso, o que você necessita são olhos.

Buda tem olhos. E olhos são alcançados apenas quando você tiver ido além da mente, quando você se tornar uma testemunha da mente; quando você chegar a um estado mais além da psicologia: quando você souber que você não é os seus pensamentos, nem o seu corpo; quando souber que você é apenas o conhecer - a energia que reflete, a energia que é capaz de ver - que você é pura visão.

Uma vez Buda foi questionado, "Quem és tu?" Ele era um homem tão lindo e a irmandade de Buda estava reunida tão devotada a ele, que muitas vezes lhe era questionado, "Quem és tu?" Ele parecia um imperador ou um deus que veio dos céus, e ele viveu como um mendigo. Muitas e muitas vezes ele era questionado, "Quem és tu?" E o homem que estava perguntando era um grande erudito. Ele dizia, "És tu do mundo dos deuses? És tu um deus?" Buda disse, "Não." "Então és tu um gandharva?" Gandharvas eram os músicos dos deuses. Buda tinha uma tal música ao seu redor - a música do silêncio, o som do não som, o aplauso com uma só mão - que era natural perguntarem-lhe, "És tu um gandharva, um músico celestial?" Buda disse, "Não." E o homem continuava perguntando.

Há muitas categorias, na mitologia hindu, de deuses para os homens. Então finalmente ele pergunta, "És tu um grande rei, um chakravartin, aquele que comanda todo o mundo?" E Buda disse, "Não." Chateado, o erudito perguntou, "És tu um homem ou nem mesmo isso?" Buda disse: "Não fique chateado, mas o que eu posso fazer? Eu tenho que dizer a verdade tal como ela é. Eu não sou nem mesmo um homem." Agora o erudito está totalmente irado, furioso. Ele diz, "Então és tu um animal? " Buda disse, "Não - nem um animal, nem uma árvore, nem uma pedra." "Então quem és tu?" o homem perguntou. Buda disse, "Eu sou a consciência, apenas a pura consciência, apenas um espelho refletindo tudo aquilo que é."

Quando chega este momento ocorre uma grande compaixão. Buda disse que aqueles que sabem estão destinados a sentir compaixão por aqueles que não sabem. Eles começam tentando ajudar. E a primeira coisa que tem que ser feita é comunicar às pessoas que estão cegas que os olhos são possíveis, que elas não estão totalmente cegas, mas apenas estão mantendo seus olhos fechados. Você pode abrir seus olhos. Você não nasceu cego, apenas lhe foi ensinado a permanecer cego. A sua sociedade lhe ensina a ser cego. Sua sociedade lhe ensina a ser cego porque a sociedade precisa de pessoas cegas. Elas são bons escravos porque elas são sempre dependentes de seus líderes, políticos, pânditas, sacerdotes. Elas são pessoas muito convenientes, elas nunca criam qualquer problema. Elas nunca são rebeldes. Elas são obedientes, sempre prontas a se submeter a qualquer tipo de absurdo a qualquer político estúpido, a qualquer sacerdote estúpido. E, de fato, quem mais deseja ser um político além de pessoas estúpidas, e quem quer se tornar um sacerdote exceto pessoas estúpidas? Estas são as dimensões para o medíocre, para o inferior. Aqueles que estão sofrendo de um complexo de inferioridade, se tornam políticos - apenas para provar que eles não são inferiores, para o mundo e para eles mesmos.

A sociedade, o sistema, quer que você seja cego. Desde o começo ela ensina a cada criança: "Você é cega"; ela condiciona cada criança: "Você é cega." Todo o seu sistema educacional é nada mais do que um conspiração contra cada criança - para mantê-lo cego. Ela não lhe ensina meditação, porque meditação é a arte de abrir seus olhos. Quando alguém chega à consciência, ele naturalmente sente grande compaixão. Por toda volta, ele vê que as pessoas - que têm olhos, que têm capacidades internas de verem a verdade, que são desde o seu nascimento capazes de se tornarem Budas, seres iluminados, acordados - estão sofrendo. E todo o sofrimento é ridículo, não precisa existir. A compaixão acontece e a compaixão começa a se comunicar, mas a comunicação é difícil, impossível. Buda fala do pico e você vive nos vales escuros, aonde a luz nunca chega. Ele fala em palavras de luz; quando elas lhe alcançam seu significado muda. Quando sua mente as agarra ela as colore com sua própria cor. Não é assim apenas se tratando de Budas - mesmo a comunicação ordinária parece ser impossível. O marido não consegue se comunicar com a esposa, os pais não conseguem se comunicar com seus filhos, os professores não conseguem se comunicar com seus alunos. O que dizer a respeito de Budas? Mesmo as pessoas que vivem no mesmo nível não conseguem se comunicar, porque as palavras são coisas enganosas. Você diz uma coisa mas, no momento em que ela chega ao outro, aí está sob o poder dele como interpretá-la.

A rainha estava viajando pelo interior da Inglaterra quando ela viu um homem, sua mulher, e um bando de crianças. Impressionada, a rainha perguntou, "Estas crianças são todas suas? "Sim, vossa alteza, respondeu o homem. “Quantas crianças vocês têm?" perguntou a soberana inglesa. Dezesseis, foi a resposta. "Dezesseis crianças," repetiu Sua Majestade. "Nós deveríamos lhe dar um título de nobreza (de 'caráter')." "Ele tem um," disse a mulher, "mas ele não o usa."

Ou, se você não entendeu, outra história para você: Thor, o Deus germânico do trovão, estava se sentindo inquieto, então ele decidiu tirar uma folga no fim de semana. Levando um punhado de jóias do departamento de pequenas somas de Valhalla, ele desceu para a Terra, comprou um elegante "traje de discoteca" e algumas correntes de ouro e se dirigiu aos bares de dança de sábado a noite. Depois de uma longa noite na cidade ele finalmente levou para casa a mulher mais bonita que ele viu e passou o resto da noite e a manhã satisfazendo sua libido heroica. Quando ele saiu da cama e começou a se vestir ele percebeu que a garota exausta na cama não tinha notado o seu vigor sexual divino. Para explicar, ele inclinou-se na direção dela e sussurrou, "Querida, eu acho que você deveria saber - eu sou Thor." De olhos arregalados, a garota exclamou, "'Dor'? Seu grande filho da puta, eu não consigo nem me levantar!"

A comunicação ordinária, a comunicação essencialmente mundana, mesmo no mercado, é difícil. E um Buda quer lhe comunicar algo que ele encontrou em um estado de não-mente, que ele encontrou quando todos os pensamentos desapareceram, que ele descobriu quando mesmo ele não era mais - quando o ego evaporou, quando existe um profundo silêncio, paz absoluta, e o céu está sem nuvens. Agora, como trazer essa experiência infinita para palavras? Nenhuma palavra é suficientemente adequada - daí a má interpretação.

Sim, Madira, é absolutamente inevitável que um Buda seja sempre mal-interpretado. Apenas aquelas poucas pessoas podem entender um Buda, que são discípulos e devotos. Ser um discípulo significa ser aquele que colocou de lado todos os julgamentos antecipados, que colocou de lado todos os pensamentos, e que está pronto a ouvir - não a sua própria mente e suas interpretações mentais, mas as palavras do Buda; aquele que não está num estado de argumentar com o Buda, que não está interpretando internamente o que o Buda está dizendo que ouve um Buda como você ouve música clássica, que ouve um Buda como você ouve o som da água corrente, que ouve o Buda como você ouve o vento passando pelos pinheiros ou o pássaro chamando à distância. Este é o estado de um discípulo. Ou se você se elevar um pouco mais alto e se tornar um devoto... Um devoto é aquele que não apenas deixou sua mente cair mas que trouxe seu coração à tona, que ouve a partir do coração, não a partir da lógica, mas do amor. O discípulo está a caminho de se tornar um devoto. O discípulo está no início de se tornar um devoto, e o devoto é o preenchimento de ser um discípulo. Apenas essas poucas pessoas entendem um Buda. E ao entender um Buda elas são transformadas, transportadas para um outro mundo - o mundo da liberação, nirvana, luz, amor, benção.

Osho em, Esteja Quieto e Saiba


quinta-feira, 28 de maio de 2015

O Paradigma Holotrópico e o processo de ordenação

domingo, 24 de maio de 2015

Hoje não tento mais manipular a vida

sábado, 23 de maio de 2015

Atravessando o deserto do real

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Sobre a crença e a ânsia pelo observador relâmpago


quarta-feira, 20 de maio de 2015

Sobre o adulterante script social

Quem está na normose não sabe que sofre

Na escuta atenta as respostas se apresentam


terça-feira, 19 de maio de 2015

A pensamentose causa emoção violenta

Ame a si mesmo

O amor é o alimento da alma. Assim como a comida é para o corpo, o amor é para a alma. Sem comida o corpo enfraquece, sem amor a alma enfraquece. E nenhum estado, nenhuma igreja e nenhum interesse investido jamais quiseram que as pessoas tivessem almas fortes porque uma pessoa com energia espiritual está fadada a ser rebelde.

O amor lhe faz rebelde, revolucionário. O amor lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá insight nas coisas, assim ninguém pode lhe enganar, lhe explorar, lhe oprimir. E os padres e os políticos só sobrevivem com o seu sangue – eles só sobrevivem na exploração. Eles são parasitas, todos os sacerdotes e todos os políticos.

Para lhe tornar espiritualmente fraco eles descobriram um método seguro, cem por cento garantido, e esse é ensinar a você a não amar a si mesmo – porque se um homem não pode amar a si mesmo ele também não pode amar mais ninguém. O ensinamento é muito ardiloso. Eles dizem: Ame os outros – porque eles sabem que se você não puder amar a si mesmo você não pode amar de maneira nenhuma. Mas eles continuam dizendo: Ame os outros, ame a humanidade, ame a Deus, ame a natureza, ame sua esposa, seu marido, seus filhos e seus pais, mas não ame a si mesmo, porque, segundo eles, amar a si mesmo é egoísta.

Eles condenam o amor-próprio mais do que qualquer outra coisa – e eles fizeram seu ensinamento parecer muito lógico. Eles dizem: Se você amar a si mesmo você se tornará um egoísta, se você amar a si mesmo você se tornará um narcisista. Isso não é verdade. Um homem que ama a si mesmo descobre que não existe nenhum ego nele. É amando os outros sem amar a si próprio, é tentando amar os outros que o ego surge.


O amor nada sabe de dever. Dever é um fardo, uma formalidade. Amor é uma alegria, um compartilhar; o amor é informal. O amante nunca sente que ele fez o bastante; o amante sempre acha que mais é possível. O amante nunca sente, ‘Eu favoreci o outro’. Pelo contrário, ele sente, ’Devido a que meu amor foi recebido, estou agradecido. O outro me favoreceu por receber meu presente, não o rejeitando’. O homem do dever pensa, ‘Sou mais elevado, espiritual, extraordinário. Vejam como eu sirvo as pessoas’!

Um homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e respeita a si próprio respeita os outros também, porque ele sabe, ‘Assim como eu sou, os outros também são. Assim como gosto do amor, respeito, dignidade, os outros também gostam’. Ele se torna cônscio de que não somos diferentes, no que diz respeito ao essencial, nós somos um. Estamos debaixo da mesma lei: Es dhammo sanantano.

O homem que ama a si mesmo desfruta tanto do amor, se torna tão contente, que o amor começa a transbordar, começa a alcançar os outros. Tem que alcançar! Se você vive o amor, você começa a compartilhá-lo. Você não pode continuar a amar a si mesmo para sempre porque uma coisa ficará absolutamente clara para você: que se amando uma pessoa, você mesmo, é um êxtase tão tremendo e tão belo, tanto mais êxtase está esperando por você se você começar a compartilhar seu amor com muitas pessoas!

Lentamente as ondulações começam a se expandir cada vez mais longe."

(Osho)

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Alegria descondicionada


"Em alguns momentos, a sós conosco mesmos, experimentamos uma imensa carência interior.

É a motivação-mãe que gera as demais. A necessidade de preencher esta carência, de apagar esta sede, nos leva a pensar, a agir. Sem sequer interrogá-la, fugimos de nossa insuficiência, tratamos de preenchê-la às vezes com um objeto, às vezes com um projeto, e logo, decepcionados, corremos de uma compensação à seguinte, indo de fracasso em fracasso, de sofrimento em sofrimento, de guerra em guerra.

Este é o destino do homem comum, de todos os que aceitam com resignação esta ordem de coisas que julgam inerente à condição humana.

Observemos de mais perto. 


Enganados pela satisfação que nos proporcionam os objetos, chegamos a constatar que causam saciedade e, até mesmo, indiferença: nos preenchem num momento, nos levam à não carência, nos devolvem a nós mesmos e logo nos cansam; perderam sua magia evocadora. 

Portanto, a plenitude que experimentamos não se encontra neles, está em nós; durante um momento o objeto tem a faculdade de suscitá-la e tiramos a conclusão equivocada de que ele foi o artesão desta paz. O erro consiste em considerar este objeto como uma condição ‘sine qua non’ da dita plenitude.

Durante estes períodos de alegria, esta existe em si mesma, não há nada mais. Logo, referindo-nos a essa felicidade, a superpomos a um objeto que, segundo acreditamos, foi o que a ocasionou. 

Portanto, objetivamos a alegria (transformamos a alegria em um objeto). 

Se constatarmos que esta perspectiva na qual nos situamos só pode dar uma felicidade efêmera, incapaz de nos proporcionar aquela paz duradoura que está dentro de nós mesmos, compreendemos, por fim, que, no momento em que alcançamos o equilíbrio, nenhum objeto o causou; a última satisfação, alegria inefável, inalterável, sem motivo, está sempre presente em nós; o que ocorre é que estava velada para nossos olhos."

Jean Klein em A Alegria sem Objetos

domingo, 17 de maio de 2015

O doloroso labirinto da pensamentose

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A relação entre mestre e discípulo

“Querido Osho,

Sinto um amor carinhoso quando estou na sua presença, mas percebo que quando não estou próximo a você, não é do mesmo jeito. É verdade que espaço e tempo não fazem qualquer diferença na grande relação entre mestre e discípulo?

Deva Suria, é sempre verdade que espaço e tempo não fazem qualquer diferença na grande relação amorosa entre discípulo e mestre. Não que em algumas vezes seja verdade e em outras, não. Essa questão é eterna. Mas, na experiência real, particularmente no começo, o amor do discípulo ainda não é tão puro; ainda existem expectativas. Não é um amor sem desejos; ele está poluído por muitas coisas.

Por causa dessa poluição de desejos e expectativas, tem-se a impressão que espaço e tempo fazem alguma diferença. Eles não fazem diferença no que se refere ao amor, mas o seu amor não é apenas amor; ele tem muitas outras coisas envolvidas. Mesmo a expectativa da iluminação é suficiente para destruir a sua pureza.

O princípio se aplica ao amor puro, ao amor que é simplesmente feliz sem que haja qualquer motivo, ao amor que já juntou a dança do mestre ao coração. Então, o mestre não está mais fora, você o carrega dentro de si, onde quer que esteja. É por isto que espaço e tempo não fazem qualquer diferença. Mas se o mestre ainda estiver do lado de fora, como um objeto de amor, então o espaço fará diferença, o tempo fará diferença. A diferença vem através das impurezas e elas são quase inevitáveis no começo, porque você não consegue pensar que o desejo pela iluminação seja uma impureza.

De fato, para você, a grande relação amorosa entre o mestre e o discípulo está acontecendo somente por causa de seu anseio pela iluminação. Naturalmente, quando você está próximo, você sente mais confiança. Quanto mais próximo estiver, mais você sentirá a presença do mestre. Quanto mais longe você for, mais a sua confiança começará a estremecer porque o mestre ainda é apenas um meio para se chegar a um certo fim.

Quando Gautama Buda morreu, havia dez mil discípulos que sempre o seguiam em suas longas jornadas. Naquela grande multidão de discípulos, havia pessoas como Sariputta, Maudgalyan, Mahakashyapa, Manjushri, Vimal Kirti e muitos outros que já tinham se tornado iluminados, que já haviam cruzado a barreira entre o mestre e o discípulo, que já haviam entrado no mundo da devoção.

Quando Gautama Buda morreu foi um grande choque para todo mundo, mesmo para o seu discípulo mais próximo, Ananda, que desatou a chorar. Ele era mais velho que Gautama Buda. Buda tinha oitenta e dois anos e Ananda, cerca de oitenta e cinco ou mais. Ele desatou a chorar como uma criança que perdeu a mãe. Mas Manjushri, Vimal Kirti e Sariputta permaneceram completamente silenciosos, como se nada estivesse acontecendo, ou se o que estivesse acontecendo não lhes dissesse respeito.

Muitos discípulos ficaram chocados com a frieza de Sariputta e dos outros; eles não conseguiam entender. Eles podiam entender o Ananda desatando a chorar. Na verdade, eles pensavam que Ananda era o mais íntimo. Enquanto Sariputta, Maudgalyan e Mahakashyapa permaneciam sentados em silêncio.As pessoas lhes perguntavam, ‘Por que vocês estão em silêncio, enquanto Ananda está chorando?’

Sariputta respondeu, ‘Porque para mim, meu mestre nunca pode morrer. A morte não consegue nos separar. Ele apenas deixou o seu corpo, mas ele continua aqui; meu coração ainda está sentindo a sua presença, na verdade, sentindo mais do que nunca.’

E as respostas dos outros discípulos iluminados foram as mesmas, sem uma simples lágrima em seus olhos. Eles não eram duros nem frios. Eles simplesmente já tinham cruzado a barreira entre mestre e discípulo. Ou você pode dizer que eles entraram na consciência do mestre, ou eles permitiram que a consciência do mestre entrasse neles, o que quer dizer a mesma coisa: os dois desapareceram e agora existe apenas um.

O entendimento das pessoas estava absolutamente errado que Ananda devia ter amado mais o mestre, porque ele havia desatado a chorar. Perguntado, ele disse, ‘Eu estou chorando porque enquanto ele estava vivo, por quarenta e dois anos eu fui o seu discípulo mais íntimo, intimidade no sentido de que eu estava sempre com ele. Nestes quarenta e dois anos, nem por um simples dia eu me separei dele, mesmo à noite eu costumava dormir em seu quarto, só para estar presente, no caso dele precisar de algo. Eu não estou chorando porque eu era o mais íntimo; eu choro porque mesmo com essa prolongada intimidade, eu permaneci separado dele. Alguma coisa permanecia como uma barreira.’

Gautama Buda não estava morto ainda. Ele apenas tinha fechado os olhos e estava relaxando no eterno. Ele voltou, abriu os olhos e disse ao Ananda, ‘Não se preocupe. Era a minha presença e o seu amor para comigo que era a barreira, porque o seu amor tinha uma motivação. Você queria tornar-se iluminado antes de todos, e você sempre tinha uma inveja escondida quando os outros alcançavam o seu potencial, chegando à própria fonte. No fundo você se sentia machucado, porque você estava muito próximo, mas eram os outros que estavam se tornando iluminados antes de você. Você não conseguia alegrar-se com a iluminação deles. Você poderia ter se alegrado, poderia ter celebrado, mas o foco de sua mente era a sua própria iluminação, era muito você. E a sua inconsciência continuou desde o primeiro dia, preso à ideia de que você é meu primo-irmão, meu irmão mais velho. Ainda que desde o primeiro dia você não tenha mais mencionado isso, a memória psicológica estava ali. Conscientemente, deliberadamente você tornou-se um discípulo, mas inconscientemente você sempre sabia que era o meu irmão mais velho; você não conseguiu dissolver-se em mim. Mas não chore, vinte e quatro horas após o momento em que eu morrer, você se tornará iluminado. Sem a minha morte, você não consegue tornar-se iluminado.’

Ananda ainda não conseguia consolar-se. Ele disse, ‘Depois de vinte quatro horas você não estará aqui. Para quem eu irei perguntar se eu me tornei iluminado ou não? E, na eternidade do tempo, eu não sei quando eu encontrarei um homem como você, com uma consciência tão grande e vasta.’

Buda lhe disse, ‘Não se preocupe, isso vai acontecer. Eu estava observando continuamente. Eu mesmo estava intrigado porque não estava acontecendo com você. Você queria tanto.’

E esse é o problema: deseje demais a iluminação e você a perderá, retenha em algum lugar do seu inconsciente o desejo de alcançá-la e você não alcançará.

Relaxando, esquecendo tudo sobre iluminação, esquecendo tudo sobre o futuro, vivendo no presente, o seu amor atingirá uma pureza clara e cristalina, não poluída por qualquer desejo, nem mesmo o desejo maior pela iluminação.

Então você não sentirá a distinção entre o mestre e você mesmo, e carregará o mestre dentro do seu coração. Então, onde quer que você esteja, o mestre estará com você. A dualidade será deixada de lado; as duas chamas se tornarão uma. Não é a sua chama e não é a chama do mestre. Quando aquelas duas chamas se tornam uma, elas se tornam universal. Na separação, você é um discípulo e existe um mestre. Tornando-se um, o discípulo desaparece e o mestre desaparece; o que permanece é apenas a pura consciência.

A transformação do amor em pura consciência é a alquimia a ser aprendida quando se está próximo de um mestre. Estando próximo de um mestre, você pode desfrutar de seu carinho, da sua presença, das suas palavras, da batida de seu coração. Mas quando você se afasta, você não é capaz de ouvir a mesma batida do coração, você volta de novo à estaca zero. Você ouvirá a batida do coração, mas será do seu próprio coração. Próximo ao mestre você está sob a sua influência.

O segredo do aprendizado é a purificação de seu amor.
Abandone todas as ambições.
Nada há para ser alcançado.

Tudo que você deseja já está presente em você. O mestre não vai lhe dar algo que você ainda não tenha. Na verdade, o mestre continua tirando coisas que você pensa que tem, mas que não tem. E o mestre não pode, naturalmente, dar-lhe aquilo que você já tem. Ele só consegue retirar todas as barreiras, todos os estorvos, todos os obstáculos, de modo que só permaneça aquilo que lhe é próprio. Em tal espaço não poluído, a distinção entre o mestre e o discípulo deixa de existir. Isto não significa que você não se sinta agradecido ao mestre. Na verdade, somente depois que isto tenha acontecido, você sentirá pela primeira vez, uma tremenda gratidão.

Sariputta estava muito relutante em partir para espalhar a mensagem. Buda pediu-lhe para ir ao seu próprio reino. Ele era um príncipe, antes de se tornar um discípulo. Buda disse, ‘Agora é sua responsabilidade e sua compaixão ir até o seu povo: ao seu pai, sua mãe, a todo seu reino. Deixe que eles fiquem cientes do que você alcançou. Compartilhe, eles também têm o potencial.’

Ele estava muito relutante para partir. Buda disse, ‘Qual é a relutância? Agora eu estou dentro de você. Eu estou enviando-o para longe, sabendo perfeitamente bem que você não sentirá qualquer distância.’

Sariputta disse, ‘A distância não é o problema. Eu posso ir até a estrela mais distante e você ainda estará dentro do meu coração. O problema é que, estando aqui, eu toco os seus pés todos os dias. Você poderá estar em meu coração, mas como eu vou tocar os seus pés?’

Gautama Buda disse, ‘Você é um ser iluminado. Você não tem que tocar os meus pés.’

Sariputta disse, ‘Antes da iluminação, isto era um ritual. Eu tocava os seus pés apenas porque todo discípulo estava tocando. Mas agora não é mais um ritual. Agora é autêntica gratidão, porque sem você, eu não teria alcançado a mim mesmo. Embora isto estivesse sempre dentro de mim, eu não acho que sozinho seria capaz dessa descoberta, pelo menos, não nesta vida. A sua compaixão, o seu amor, as bênçãos que continuamente você derramou sobre mim, pouco a pouco, removeram tudo aquilo que não era eu mesmo. Agora, quando eu toco os seus pés, não é um ritual, é um alimento do coração. Eu me sinto nutrido. No dia em que eu deixo de tocar-lhe os pés, sinto um vazio. E sei que você está dentro de mim.’

Buda disse, ‘Todos vocês que se tornaram iluminados terão que aprender a estar longe de mim, e ao mesmo tempo não estarem longe de mim. É verdade que vocês não conseguirão tocar os meus pés, mas, de onde vocês estiverem, simplesmente se voltem para o lado onde vocês acham que eu estou e curvem-se até a terra. O meu corpo pertence à terra. Se vocês tocarem a terra com a mesma gratidão, estarão tocando a mim.’

Sariputta partiu. E as pessoas de seu reino não conseguiam acreditar; ele havia alcançado uma grande glória, uma grande magnificência, uma grande beleza. Tudo isto era milagroso, mas a curiosidade deles era porque todos os dias, pela manhã e ao anoitecer ele se voltava para a direção onde, longe, Buda estava morando, e tocava a terra com tremenda gratidão.

Eles diziam, ‘Você é um ser iluminado, não tem que tocar a terra.’

Ele dizia, 'Eu não estou tocando a terra. Aprendi um novo segredo, que o corpo nada mais é do que terra, e que ela contém não apenas os pés do meu Buda, meu mestre, mas todos os budas do passado, do presente e do futuro. Tocando-a, eu toco todos aqueles que tornaram-se despertos e fizeram com que o caminho ficasse claro para mim, mostraram-me o caminho.’

Mesmo depois que Buda morreu, ele continuou curvando-se, voltado para a mesma direção onde estava o corpo de Buda em seus últimos momentos. Ele nunca sentiu qualquer separação. E isto não foi apenas com ele, mas com todos os vinte e quatro discípulos que haviam se iluminado.

Ananda iluminou-se, conforme Buda predisse, vinte quatro horas após ele deixar o corpo. Na verdade, ele nem se moveu do lugar. Quando Buda morreu, ele fechou os olhos e permaneceu sem comer, sem beber, sem dormir. Aquelas vinte e quatro horas foram o tempo mais importante de sua vida, um tempo de transformação de um ser ignorante em uma alma desperta. Ele somente abriu os olhos quando as lágrimas haviam desaparecido e um sorriso havia brotado em seu rosto.

Manjushri estava próximo e disse, ‘O que aconteceu? Você esteve chorando, esteve sentado como se estivesse morto, e, de repente, você está rindo’.

Ananda disse, ‘Eu estou rindo porque a sua predição provou estar certa. O obstáculo era a impureza de meu amor. E agora que ele se foi, não há mais razão para sentir-me como seu irmão mais velho, para sentir qualquer apego. Em sua pira funerária, na medida em que o seu corpo desaparecia na fumaça, todos os meus apegos também desapareciam.’

Não será necessário, Suria, que eu tenha que estar numa pira funerária para você se tornar iluminada. Pode ser assim, se você precisar. Um dia eu estarei lá, mas será muito mais bonito se no dia em que eu estiver numa pira funerária, você estiver sem lágrimas. Quando eu desaparecer do corpo, você saberá que eu tornei-me mais profundamente envolvido dentro de você e dentro de toda a existência.”

OSHO

A verdadeira sabedoria

A verdadeira sabedoria não é caracterizada apenas pelo sentimento de eternidade, mas também pelo sentimento de pura alegria. Neste universo, mesmo aquilo que é mais doce e bonito não é nada, comparado àquilo que está contido dentro dele mesmo - nada! A menos que você tenha realmente algum insight sobre a extraordinária beleza, bondade e luz que estão no coração de tudo o que existe, não poderá entender como é insignificante este mundo superficial. Sim, há um mundo extraordinário por trás deste que conhecemos, e está dito que, assim que alguém começa a entrar nesse mundo, ele sente que há um constante festival ocorrendo, e isso é só o começo!

A condição do corpo não tem nenhuma relação com aquela alegria. Quando você começa a declinar no outro lado da infância, verá o quanto a beleza e os valores de sua vida dependeram de um corpo jovem e saudável. É claro que o jovem não sabe disso; nem mesmo acredita quando alguém lhe diz. Mas, quando a juventude se vai, o corpo é como um instrumento antigo que se tornou desafinado; não importa o quão hábil seja o artista, não conseguirá tocar boa música. Até mesmo a mente perde o seu vigor quando o corpo envelhece, porque, em nosso estado presente, nossos pensamentos são dependentes do cérebro. Contudo, a alegria que mencionei não é dependente nem deste corpo nem desta mente. Mesmo quando o corpo se desintegra e eventualmente morre, não fará diferença àquela experiência. Em nosso estado comum, até as coisas mais maravilhosas estão sujeitas à destruição; existem só por algum tempo, e depois tentamos nos apegar a ela através da memória. Não é trágico que na velhice vivamos apenas de memórias, pois é a única coisa que temos de melhor? Voltamos aos momentos mais doces de nossa vida, às pessoas maravilhosas que conhecemos e amamos - mas eles já se foram! A memória não pode nos satisfazer, assim como uma foto de um jantar suntuoso não pode satisfazer um homem que está morrendo de fome. 

Mas, saiba que naquele estado de sabedoria não há destruição. Uma vez que você o alcança, a alegria obtida nunca irá lhe deixar; será sua para sempre.

Swami Ashokananda, em Revista Vedanta

O poder de uma mente descansada

Uma mente descansada funciona de forma mais eficiente, mais inteligente. Então você e sua mente serão beneficiados. Precisa apenas aprender a fazer a mente parar de funcionar: “Já chega, vá dormir. Eu estou acordado, não se preocupe”.

Para que a mente esteja sempre renovada e cheia de energia e vigor, é preciso usá-la somente quando necessário. Dessa forma, tudo o que você disser estará cheio de autoridade, de verdade, de sinceridade e terá grande significado.

Quando se aprende a silenciar a mente, usando-a somente quando necessário, ela concentra tanta energia que cada palavra pronunciada atinge diretamente o coração.

Isso é o que ocorre com a mente. Quanto à existência, o silêncio abre um novo universo de eternidade, de imortalidade, de tudo que você entende como sendo uma bênção.

A meditação é a verdadeira essência. Ela abre as portas do seu verdadeiro eu.

Então, dê um descanso à mente. Aos poucos, devagarzinho, a mente aprende a ser silenciosa. E, assim que ela percebe que o silêncio a torna mais poderosa, suas palavras ganham uma força, uma riqueza e juma qualidade que nunca tiveram. Elas funcionam como flechas certeiras que atingem direto o coração.

A mente é um poderoso servidor nas mãos do silêncio.

(Osho)

Com o paradigma, o que cansa, some

terça-feira, 12 de maio de 2015

Hoje sou um ser não-social

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Como escapar das poderosas garras da sociedade?

Conhecer a si mesmo é a coisa mais difícil. Não deveria ser assim. Deveria ser exatamente o oposto — a coisa mais simples. Mas não é — por muitas razões. Tornou-se tão complicado, pois você investiu tanto na auto-ignorância que parece quase impossível retornar, voltar à fonte, encontrar a si mesmo.

Toda a sua vida, tal como ela é, como é aprovada pela sociedade, pelo Estado, pela Igreja, está baseada na auto-ignorância. Você vive sem se conhecer, porque a sociedade não quer que você se conheça. É perigoso para a sociedade. Um homem que conhece a si mesmo está destinado a ser rebelde.

O conhecimento é a maior das rebeldias — quer dizer, o autoconhecimento, não o conhecimento acumulado através de escrituras, não o conhecimento encontrado nas universidades, mas o conhecimento que acontece quando você encontra o seu próprio ser, quando chega a si mesmo na sua nudez total; quando você se vê como Deus o vê, não como a sociedade gostaria de vê-lo; quando você vê o seu ser natural, no seu florescimento total e selvagem — não o fenômeno civilizado, condicionado, educado, polido.

A sociedade está interessada em fazer de você um robô, não um revolucionário, porque o robô é mais útil. É fácil dominar um robô; é quase impossível dominar um homem de autoconhecimento. Como se pode dominar um Jesus? Como se pode dominar um Buda ou um Heráclito?

Ele não cederá, não obedecerá ordens. Ele se moverá. através de seu próprio ser. Será como o vento, como as nuvens; ele se moverá como os rios. Será selvagem — naturalmente belo, natural, mas perigoso para a falsa sociedade. Ele não se ajustará. A menos que criemos no mundo uma sociedade natural, um Buda continuará sendo sempre um desajustado, um Jesus certamente será crucificado.

A sociedade quer dominar; as classes privilegiadas querem dominar, oprimir, explorar. Gostaria que você permanecesse completamente inconsciente de si mesmo. Esta é a primeira dificuldade. E a pessoa tem de nascer numa sociedade. Os pais fazem parte da sociedade, os professores fazem parte da sociedade, os padres fazem parte da sociedade. A sociedade está em toda parte, à sua volta. Parece realmente impossível — como escapar? Como encontrar a porta que leva de volta à natureza? Você está cercado por todos os lados.

(Osho)

sábado, 9 de maio de 2015

O paradigma é um processo de ordenação

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Um olhar sobre a questão da morte

Sobre a percepção da limitação do conhecimento

A porta por onde entra o verdadeiro mestre

Se você tentar parar de pensar por cinco minutos, entrarão mais pensamentos do que nunca – pela simples razão de mostrar a você que você não é o mestre. Assim, primeiramente a pessoa tem de conseguir a mestria; e o meio de se tornar o mestre não é dizer aos pensamentos: “Pare!”. O meio de se tornar o mestre é observar todo o processo de pensamento. 

Seus pensamentos têm de compreender uma única coisa: que você não está interessado neles. No momento em que você tiver firmado isso, você terá alcançado uma grande vitória.

Simplesmente observe. Não diga nada aos pensamentos. Não julgue. Não condene. Não os mande embora. Deixe-os fazer o que quer que estejam fazendo, qualquer ginástica – deixe-os fazerem; você simplesmente observa e desfruta. Trata-se de um belo filme. E você se surpreenderá: simplesmente observando, chega um momento em que os pensamentos não mais estarão presentes, não haverá nada para observar. 

Essa é a porta que tenho chamado de nada, de vazio. 

Por essa porta entra o seu ser verdadeiro, o mestre.

E esse mestre é absolutamente positivo; em suas mãos, tudo se transforma em ouro.

(Osho)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O barulho do desejo de aquietar a mente

terça-feira, 5 de maio de 2015

Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa mas nada tanto assim

Observando o intelecto mais sutil

Deixando a vida mostrar o que quer

Aprendendo com as adversidades

sábado, 2 de maio de 2015

Investigando o condicionamento corporal

Se pararmos e darmos crédito às crenças do mundo apenas porque as pessoas acreditaram nelas desde o início dos tempos, então também estaremos limitados. Hoje em dia, a maioria de nós está limitada pelo sentido de corpo. Acreditamos que, onde quer que estejamos, neste momento, esse é o tamanho de nosso ser. Realmente, essa limitação tem tão pouco fundamento quanto a imposta aos que acreditaram que a Terra era plana. Poucos têm a percepção real de que não estão limitados a um corpo. Ao perceberem isto, podem estar instantaneamente em qualquer lugar do mundo: de fato, já estão lá, só que não são conscientemente sabedores disso. Nós, como consciência infinita e individual, podemos estar em todo e qualquer lugar deste mundo, mas não atingimos até agora a percepção consciente deste fato. 

Não deve levar muito tempo para se provar que não estamos NO corpo. Olhemos para os nossos pés e, então, façamo-nos duas perguntas: "Esse pé sou eu?" ou "Esse pé é meu?" esperemos até ter uma resposta precisa, dentro de nós mesmos. Não precisamos ir mais longe do que nosso pé para ver se podemos nos encontrar nos pés. Se não estivermos lá, pelo menos, teremos descoberto que não estamos limitados a algum lugar em nossos sapatos, ou nos ossos, ou na carne de nossos pés. Através deste tipo de exercício, chegaremos à percepção de que aquele pé não sou eu, mas que ele é MEU. Eu POSSUO meu pé, mas não estou EM meu pé. 

Continuemos a jornada. Vamos até as pernas. estamos nas pernas ou elas são nossas pernas? Elas não são nosso veículo, nossa posse, nosso instrumento; o instrumento que usamos, neste momento, com o propósito de andar? Estejamos certos de que entendemos que não estamos fazendo isso apenas por passatempo. estamos fazendo isto porque esta pequena ideia contém, em si mesma, o segredo da vida, como tem sido revelado por milhares de anos. O fato é que não somos o corpo e não estamos NUM corpo. 

Vamos desde as pernas e por todo corpo, através de cada membro, até chegarmos aos cabelos no topo de nossa cabeça. Ao continuarmos, não hesitemos em parar em todo e qualquer ponto para nos perguntarmos se isto sou eu ou se isto é meu: eu estou lá? Eu estou nos músculos, nos nervos, no estômago ou no plexo solar? Eu estou no coração, no fígado ou nos pulmões? Eu estou até no cérebro ou tudo isto É MEU? Tudo isto é simplesmente um instrumento para meu uso? Ao continuarmos a procura para descobrir em que parte do corpo estamos, e ao procurarmos sem descanso, a revelação finalmente chega até nós: "Eu não posso me encontrar neste corpo. Não há uma partícula ou parte deste corpo na qual eu possa me encontrar escondido. Eu nem estou aqui! Todo tempo em que eu pensei que isto era eu, isto era MEU. Pensei que, quando olhava no espelho, eu me via. Nunca me vi. EU VIA SÓ O MEU CORPO, EU NÃO ESTAVA LÁ."

Devemos entender esta premissa básica totalmente, porque simplesmente repeti-la ou concordar com o autor em que não estamos no corpo não nos trará grande benefício. Devemos ter a percepção consciente de que não existimos NO corpo, de que não podemos ser encontrados dentro do corpo, embora possamos nos procurar desde as unhas dos pés até o topo da cabeça. Ao chegarmos a esta conclusão, a próxima pergunta que nos devemos fazer é: "Já que não estou no corpo, onde eu estou?" Este é o grande mistério: Onde eu estou? Quem eu sou? O que eu sou? De uma coisa teremos certeza imediatamente: não estamos limitados nem mesmo a um quarto e não estamos limitados a um corpo. 

A próxima pergunta que devemos fazer: "Já que eu sou consciente do meu corpo, sou consciente deste quarto, sou consciente deste prédio, sou consciente da minha casa, sou consciente da minha família, sou consciente dos meus amigos e sou consciente do meu negócio, então parece-me que tudo que descubro é que sou consciente disso, sou consciente daquilo, sou consciente dos outros. O QUE EXISTE PARA MIM ALÉM DA CONSCIÊNCIA?

Ao continuarmos nesta linha de conduta, verificaremos que nosso negócio é a consciência do negócio; nossa casa é a consciência da casa; nosso corpo é a consciência do corpo. Nenhuma dessas coisas existe distinta ou à parte de nossa consciência. Nenhuma dessas coisas existe fora de nossa consciência. Nenhuma dessas coisas existe fora do governo e do poder de nossa consciência. Aprendemos, além do mais, que o corpo existe só na opinião da nossa consciência. Se não fôssemos conscientes do corpo, não teríamos um corpo ou ele não teria nenhum valor para nós, porque não seríamos consciente dele e, portanto, seríamos incapazes de usá-lo.

Só aquilo de que estamos conscientes é importante em nossa experiência. Quando não temos consciência do corpo, é como se não tivéssemos um corpo e perdêssemos todo interesse nele. Se não tivermos consciência de nossa conta bancária, ela deixa de ter qualquer utilidade para nós. Todo o dinheiro que pudéssemos ter no banco seria inútil, se não tivéssemos a percepção consciente daquela conta bancária, de onde ela está e de qual é seu propósito.

[...] É lógico, portanto, dizer que TUDO QUE EXISTE PARA NÓS É CONSCIÊNCIA. Tudo que somos é consciência.

Joel Goldsmith

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Síndrome do Despertar da Perene Consciência Amorosa Integrativa

A Síndrome do despertar da Perene Consciência Amorosa Integrativa tem sido e continua sendo mal interpretada pelas culturas ocidentais. Você encontra descrições e características de seus sintomas, porém poucos pontos de vista sobre como, o por que de sua ocorrência e como abordá-la. A maioria das recomendações de como trabalhar com esse “processo”, acabam ficando muito na superficialidade do assunto, sem que se chegue numa melhor abordagem de sua natureza exata. 

Devido ao fato de que o processo da síndrome do despertar da Perene Consciência Amorosa e Integrativa ser um desequilíbrio do fluxo energético da Energia Vital Quântica, o modo de abordá-lo recomenda:

Moderação na atividade sexual
Busca de apoio para a necessária base emocional
Busca de ajuda fisiológica
Busca de ajuda psíquica
Controle no uso de álcool e tabaco
Evitar o descontrole mental-emocional
Dietas balanceadas
Respeitar as novas necessidades de sono
Evitar o uso de substâncias químicas
Evitar o uso de estimulantes ou aceleradores
Moderação nas atividades físicas

Como no caso de uma doença grave, em que o paciente é colocado num quarto de UTI (unidade de tratamento intensivo), aqui também se faz necessário um maior enfoque nas necessidades mais sutis do corpo físico, emocional e mental. 

A Síndrome do despertar da Perene Consciência Amorosa Integrativa é o resultado do desalinhamento do fluxo da Energia Vital Quântica, porque suas consequências se manifestam no campo físico, emocional e mental — o que vemos — e são tratados num nível superficial.

Cada vez mais meditadores, yogues, atletas, ou pessoas comuns, se encontram com um excesso de energia atravessando particulares centros do corpo energético que desalinham o controle e a distribuição da Energia Vital Quântica.  

Enquanto nos fixarmos unicamente nos sintomas, e não buscarmos a causa, a qual se expressa somente nos corpos físico, emocional e mental, o tratamento será insuficiente. As pessoas que estão vivenciando este processo podem atestar este fato. Muitas delas passam dias, semanas, meses e inclusive anos nesta condição, provando diferentes enfoques, com pouco êxito.

Os resultados dos diferentes enfoques adotados são a única maneira de avaliar a eficácia de cada tratamento. Seria vantajoso documentar a Síndrome do despertar da Perene Consciência Amorosa Integrativa e os diferentes tratamentos recomendados para estabelecer um caminho claro para a solução. Para modificar qualquer doença e levar o corpo humano de novo ao equilíbrio de saúde, devemos nos enfocar nas causas, e não irmos pelas beiradas.

Crie uma distância entre você e sua mente

A mente é apenas uma procissão de pensamentos passando na sua frente na tela do cérebro. Você é um observador. Mas você começa a ficar identificado com coisas belas - essas são seduções. E uma vez que você fica agarrado nas coisas belas você também fica agarrado nas coisas feias porque a mente não pode existir sem a dualidade.

Basta tentar de vez em quando: Deixe a mente ser o que quer que seja. Lembre-se, você não é a mente. E você terá uma grande surpresa. No dia que você estiver completamente desidentificado da mente, mesmo por um simples momento, há uma revelação: a mente simplesmente morre; ela não está mais presente. E com o desaparecimento da mente desaparece o eu. E tantas coisas desaparecem as quais eram tão importantes para você, coisas tão perturbadoras para você. Você esteve tentando resolvê-las e elas estavam ficando cada vez mais complicadas, tudo era um problema, uma ansiedade, e parecia que não havia nenhuma saída.

O mestre diz ao discípulo para meditar sobre um koan: Um pequeno ganso é colocado dentro de uma garrafa, e depois alimentado e nutrido. O ganso vai ficando cada vez maior e maior, e preenche toda a garrafa. Agora ele está muito grande; ele não pode sair pela boca da garrafa - a boca é muito pequena. E o koan é que você tem que retirar o ganso sem destruir a garrafa, sem matar o ganso.

O que você pode fazer? O ganso é muito grande; você não pode retirá-lo a menos que quebre a garrafa, mas isso não é permitido. Ou você retira matando-o, assim você não se importa se ele sai vivo ou morto. Isso também não é permitido.

Dia após dia, o discípulo medita, não encontra nenhuma maneira, pensa desse jeito e daquele jeito - mas de fato não tem jeito. Cansado, completamente exaurido, uma revelação repentina...Subitamente ele compreende que o mestre não pode estar interessado na garrafa e no ganso; eles devem representar algo mais. A garrafa é a mente, você é o ganso... e com o testemunhar, isso é possível. Sem estar na mente, você pode ficar tão identificado com ela que você começa a sentir que você está nela!

Ele corre para o mestre para dizer que o ganso está fora. E o mestre diz, "Você compreendeu isso. Agora o conserve fora. Ele nunca esteve dentro". Assim não surge à questão de trazê-lo para fora.

A consciência é o ganso que não está dentro da garrafa da mente. Porém, você está acreditando que ela está dentro da garrafa e perguntando a todo mundo como tirá-la de lá. E existem idiotas que irão lhe ajudar, com técnicas, para retirá-la da garrafa.

Consciência é não-dual e a mente é dual. Então apenas observe. Não lhe ensino algumas soluções. Eu lhe ensino a solução: Basta recuar um pouco e observar. Crie uma distância entre você e sua mente.

Seja isso bom, belo, delicioso, algo que você gostaria de desfrutar intimamente ou que seja feio - permaneça tão longe quanto possível. Veja isso como se você estivesse vendo um filme...

Identificação é a causa raiz da sua miséria. E toda identificação é identificação com a mente. Apenas dê um passo para o lado e deixe a mente passar. E logo você será capaz de ver de que não há nenhum problema - o ganso está fora. Você não precisa quebrar a garrafa, nem precisa matar o ganso.

O S H O 

O nascimento de uma ciência de conscientização

Sou contra todas as assim chamadas religiões porque elas não são de maneira nenhuma religiões. Sou pela religião, mas não pelas religiões.

A religião verdadeira só pode ser uma, exatamente como a ciência. Você não tem um físico Maometano, um físico Hindu, um físico Cristão; isso seria bobagem. Mas foi isso que as religiões fizeram – elas transformaram o mundo inteiro num hospício.

Se a ciência é uma, então porque a ciência do interior não seria uma também?

A ciência explora o mundo objetivo e a religião explora o mundo subjetivo. O trabalho delas é o mesmo, só a direção e a dimensão delas são diferentes.

Numa era mais iluminada não haverá tal coisa como religião, haverá somente duas ciências: a ciência objetiva e a ciência subjetiva. Ciência objetiva lida com as coisas, ciência subjetiva lida com o ser.

É por isso que digo que sou contra as religiões, mas não contra religião. Contudo, essa religião ainda está pra nascer. Todas as antigas religiões farão tudo ao seu alcance para matá-la, para destruí-la – porque o nascimento de uma ciência de conscientização será a morte de todas essas assim chamadas religiões que têm explorado a humanidade por milhares de anos.

O que irá acontecer com suas igrejas, sinagogas, templos? O que irá acontecer com seus sacerdotes, seus papas, seus shankaracharyas, seus rabis? É um grande negócio. E essas pessoas não irão permitir facilmente o nascimento da verdadeira religião.

Mas chegou o momento na história humana quando as garras das antigas religiões estão afrouxando.
O homem está apenas formalmente dando atenção ao Cristianismo, Judaísmo, Hinduísmo, Maometismo, porém basicamente qualquer um que tenha alguma inteligência não está mais interessado em todo esse lixo. Ele pode ir a sinagoga e para a igreja e para a mesquita por outras razões, mas essas razões não são religiosas; essas razões são sociais. Vale a pena ser visto na sinagoga; é respeitável, e não há nenhum dano. Isso é exatamente como se associar ao rotary clube ou ao lions clube. Essas religiões são clubes antigos que têm um jargão religioso em torno delas, mas olhe um pouco mais fundo e você descobrirá que todas elas são pura embromação sem nenhuma substância dentro.

Sou pela religião, mas essa religião não será uma repetição de qualquer religião que você esteja familiarizado.

Essa religião será uma rebelião contra todas essas religiões. Ela não irá levar o trabalho delas adiante; ela irá encerrar completamente o trabalho delas e iniciar um novo trabalho – a real transformação do homem.

Você me pergunta: Qual é o erro fundamental de todas essas religiões? Existem muitos erros e eles são todos importantes, mas primeiro eu gostaria de falar sobre o mais fundamental. O erro mais fundamental de todas as religiões é que nenhuma delas teve coragem suficiente para aceitar que existem coisas que não sabemos. Todas elas fingiram saber de tudo, todas elas fingiram conhecer tudo, que todas elas eram oniscientes.

Porque isso aconteceu? – porque se você aceitar que você é ignorante sobre alguma coisa então dúvidas surgem nas mentes de seus seguidores. Se você é ignorante a respeito de alguma coisa, quem sabe? – você pode ser ignorante também sobre outras coisas. Qual é a garantia? Para torná-la a toda prova, todos eles fingiram, sem exceção, que são oniscientes.

A coisa mais bonita sobre a ciência é que ela não finge ser onisciente."

O S H O
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill