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domingo, 19 de abril de 2015

Entrevista com Krishnamurti

O "Boletim Internacional da Estrela", editado no Brasil, número de agosto de 1928, publicou uma "Entrevista com Krishnamurti", que teve lugar em Londres, a 20 de junho do mesmo ano. Os trechos abaixo são aqui de particular importância:

"Pergunta: Numerosos jornais da América relataram recentemente que havíeis declarado não serdes o Instrutor, porém somente a voz o Instrutor. Devemos tomar isso como sendo a vossa atitude?

Krishnamurti: Não, senhor, receio que eles estejam inteiramente errados. Não se pode dar explicações a alguém que nos defronte sem ter idéia daquilo de que se trata, sem ser mal compreendido. (pág. 20)

Pergunta: Qual é, pois, a realidade, do vosso ponto de vista?

Krishnamurti: A realidade é que eu sou o Instrutor.

Pergunta: Como surgiu a confusão?

Krishnamurti: Eles entenderam mal o que se pretende indicar pela idéia do "veículo do Instrutor". Confundem-se com isso (...). (pág. 20)

Pergunta: Como aconteceu que vários jornais fizeram distinção entre a personalidade de Krishnamurti e o Instrutor?

Krishnamurti: Senhor, eu o tenho dito muitas e muitas vezes (...) Krishnamurti, como tal, não mais existe. Assim como o rio entra no oceano e nele se perde, assim Krishnamurti entrou naquela Vida que se acha representada por alguns como o Cristo, por outros como o Buddha, (...) o Senhor Maitreya. Assim, Krishnamurti (...) entrou nesse Oceano de Vida e é o Instrutor (...) (pág. 20)

Pergunta: Haveis dito que sois o Buddha, o Cristo, o Senhor Maitreya (...) Como pode ser isto?

Krishnamurti: Sustento que todos os Instrutores do mundo atingiram essa Vida que é finalidade da mesma. Daí, sempre quando qualquer ser entra nessa Vida, que é a culminação de toda a vida, então, ipso facto se torna o Buddha, o Cristo, o Senhor Maitreya, pois que ali não mais existe distinção. (...)" (pág. 21)

Referências ao Senhor Buddha são feitas também por Krishnamurti na obra "O Reino da Felicidade", nos seguintes termos:

"O Mestre é de todos, Ele é o Amante do Mundo, e nunca ficará satisfeito com dar o seu conhecimento e amor a alguns apenas. Ele vem para todos. Ele anseia por despertar a beleza e a felicidade da vida em todos, (...) os que tivermos acendido a candeia do gênio em nós mesmos, tanto melhor poderemos entender, seguir e servir."

Eu falei a respeito do Buddha e seus discípulos, e (...) aqueles discípulos não podiam ter sido homens ordinários; eles eram exceções, (...) dando amor aos que necessitavam de abrigo nas grandes alturas. Por isso, os que entendiam o grande Mestre, respiravam o mesmo ar perfumado e viviam no mundo dEle, puderam dar ao mundo uma parte daquela eterna beleza. (...)" (pág. 16-17)

Outro trecho da mesma obra (O Reino da Felicidade), adiante, não esclarece se a menção diz respeito ao Senhor Buddha ou ao Senhor Maitreya (Cristo):

"Ansiava por chegar ao meu Guru, meu amor, meu Gênio, minha fonte de Felicidade; e, como já de outra vez na Índia eu O vi, mas não quando estava lutando ou tentando aproximar-me dEle, mas sim quando estava em meu natural e no meu íntimo refervia uma fonte de felicidade."

Segue: "Eu o vi enchendo o céu, as folhas da relva, eu O vi em toda a extensão da árvore, eu O vi no seixo, eu O vi em toda parte, eu O vi em mim mesmo. E dessarte o meu templo estava repleto, o meu Santo dos Santos estava completo. Eu era Ele e ele era eu mesmo, e essa era a Verdade para mim". (pág. 27)

Krishnamurti revela que o plano Divino constitui a fonte da Vida Una. Lá não mais se verifica distinção entre os Seres que, a partir desse nível, transmitem Sabedoria, Amor, Energia. Ele expressa isso nos textos abaixo:

"Mas, (...) vós estais enamorados de rótulos, e não da Verdade. Como é possível dividir a Vida em Instrutor Universal e Bodhisattva? (...) Percebeis o que esta pergunta implica? O que vos agrada atribuís ao Bodhisattva; e que vos desagrada atribuís ao Instrutor Universal ou - quem sabe? - a Krishnamurti." ("Que o Entendimento seja Lei", pág. 13)

"(...) Se desejais compreender o cume da montanha, deveis deixar o vale, e não permanecer nele, adorando, de longe, o alto da montanha. Amigo, não vos preocupeis sobre quem eu seja; vós nunca o sabereis. Não desejo que aceiteis coisa alguma do que vos digo. (...)" (idem, pág. 15)

"Uni-vos com a Vida e vos unireis com todas as coisas. (...) Se estais enamorado da Vida, então vós vos unireis com a Vida, quer a chameis Buddha ou Cristo ("Que o Entendimento seja Lei", pág. 19)

"O Buddha, o Cristo, e outros grandes Instrutores do mundo, foram ter à fonte da Vida. (...) Uma vez conhecendo a natureza e a suprema grandeza da Fonte, Eles mesmos se tornaram essa Fonte, o Caminho e a Encarnação da Sabedoria e do Amor. Essa deveria ser a nossa finalidade. (...)" ("O Reino da Felicidade", pág. 54-55)

Na obra de Krishnamurti "A Canção da Vida" (4ª Ed, ICK 1982), lê-se também:

"Dessa Vida, imortal e livre,

Eu sou a eterna fonte; (VI, pág. 17)

Eis a Vida que eu canto.

Ali está a unidade de toda a Vida,

Ali está a silenciosa Fonte, (X, pág. 20)

Que nutre os vertiginosos mundos.

Ó vida, ó amado,

Só em ti está o perene amor,

Só em ti reside o eterno pensamento." (XXV, pág. 43)

Em resumo, os dados supra, juntamente com os que seguem, permitem compreender a expressão que ele tem usado para elucidar quem ele é, e a origem dos seus ensinamentos: "não vos preocupeis sobre quem eu seja; vós nunca o sabereis."

O Senhor Maitreya (Mestre universal), conforme a obra citada, de Mary Lutyens ("Krishnamurti - Os Anos do Despertar"), teria começado a manifestar-se através de Krishnamurti a partir de 1925 (a primeira vez em 28-12-1925) por ocasião do Congresso da Estrela, em Adyar, Madrasta, Índia (pág. 226-227, 242, 278, 287, 296-298).

A presença do Senhor Maitreya (Cristo) em Krishnamurti é também referida na obra "Krishnamurti - Los Anõs de Plenitud" (Ed. Edhasa, Barcelona, 1984, pág. 12, 13, 14 e 15.

Geoffrey Hodson, autor de numerosas obras teosóficas, de pesquisa clarividente, no seu livro "Thus have I heard" (Assim Tenho Ouvido), cap. XII - Fulgurações num camp-fire, relata o que fora observado por pessoas capacitadas a ver no plano Astral, presentes ao Acampamento de Ommen, Holanda, em agosto de 1927.

Depois de citar numerosas entidades excelsas, presentes, da Grande Hierarquia que governa a Terra, descreve o que segue em relação a Krishnamurti (também conhecido como Krishnaji):

"Quando ele fala, o espírito de Cristo desce, como uma grande inspiração coletiva, para as mentes e os corações de todos. Ela se aproxima mais e mais numa grande nuvem anular de luz dourada. Adeja sobre nossas cabeças, desce ainda mais, delicada e lentamente, como tépida chuva de verão, até que todos ficam envoltos numa paz, beleza e amor que a ninguém exclui.

Noite após noite, quando ele cessa de falar, ocorre um milagre. Duas mil e setecentas pessoas permanecem na mais absoluta quietude. Naquele silêncio, o esplendor dos esplendores revela-se aos nossos olhos. A figura do Senhor aparece acima da cabeça de Krishnaji. Mais profundo é o silêncio. Estamos todos envolvidos pelo seu amplexo, cheio de ternura e compaixão. Ainda mais próximo está o Senhor."
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill