Há condições físicas que, até certo ponto, podem contribuir para o bom ou mau êxito de seus esforços neste estudo. Como em tudo, há, naturalmente, casos excepcionais, que não alteram a regra geral.
vejamos algumas dessas condições:
1) Extrema fraqueza física, resultante de enfermidade ou aborrecimento que afete a força de vontade do principiante, constituí obstáculos a seu esforço interno. Por exemplo: um homem pode dizer: "Compreendo a necessidade de aperfeiçoar meu aparelho pensante e aumentar minha força de vontade, porém, as limitações físicas impedem-me de começar o trabalho, que reconheço ser tão útil". Tal pessoa não pode ter muita esperança de seguir nosso caminho.
2) Demasiados compromissos diários, que não deixam tempo nem energia para exercícios sistemáticos e contínuos. Para tal pessoa, uma concentração de final de semana, com todos os exercícios, será quase inútil.
3) A falta de convicção íntima, intuitiva e firme de que um trabalho desta natureza lhe abrirá a porta para uma vida nova e melhor; pois não pode haver imposição num estudo tão sutil como este. Sob tais condições, o homem deve abandonar a empreita, visto faltar-lhe maturidade.
(...) A condição psicológica adequada é o reconhecimento de que você não é a mente, pois esta deveria ser sua serva e não seu amo. Isso foi admiravelmente expresso por Helena P. Blavatski:
"A mente é boa serva, mas cruel senhor".
"A mente é boa serva, mas cruel senhor".
Saiba também que o caminho de concentração conduz além da simples habilidade de convergência da mente. O sucesso significa nada menos do que compreender a natureza e origem da mente e, ao mesmo tempo, transcende esses dois fatores. É o acesso a um novo estado de consciência sobre o qual nada se pode saber ou antecipar enquanto não se atingir a dupla realização que acabamos de mencionar.
Normalmente, as condições para um estudo proveitoso surgem espontaneamente nos que se acham amadurecidos o bastante.
É importante lembrar que a ideia de ampliação da consciência não surgiria se não existisse tal possibilidade.
Possuímos ouvidos e olhos, é verdade, mas DEVEMOS ter a capacidade de ouvir através desses órgãos, o que NEM TODOS CONSEGUEM. Cristo nos disse, claramente, que há pessoas que têm ouvidos e olhos e, ainda assim, não ouvem e nem veem.
O estudo desses assuntos requer também decisão firme, pois o estudante, uma vez frustrado, se algum dia voltar a eles não o fará com facilidade. Surgir-lhe-ão dúvidas e, estando ainda fraco (o fato de hesitar é prova disso), não poderá opor-se às sugestões de sua própria mente, que o aconselhará a abandonar todas as ideias.
Será bom aceitar, mesmo teoricamente, o fato (conhecido por muitos de nós) de a mente ser inimiga de qualquer esforço, por parte do homem, para dominá-la. Isso porque a consciência confusa dessa forma sutil de energia nem sempre é idêntica à do homem. Muitas vezes, os interesses de ambos — o homem e sua mente — são opostos.
Você pode observar esse fato no seguinte exemplo: frequentemente com você mesmo sua mente-cérebro recusa-se a cooperar quando necessita dela, e, para justificar-se, encontra muitas desculpas, tais como fadiga, falta de tempo, inquietação, etc. Seja como for, o autor beneficiou-se muito desenvolvendo a ideia de separação do homem e sua mente. Aliás, seu mestre espiritual afirmou que tal separação é útil e corresponde rigorosamente à realidade.
Mouni Sadhu em, Concentração
Mouni Sadhu em, Concentração