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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O amor está além da limitada consciência

(...) A mente com suas respostas emocionais, com todas as coisas que o pensamento agregou, é nossa consciência. Essa consciência, com todo o seu conteúdo, é a consciência de todos os seres humanos, modificada, não inteiramente similar, diferente em suas nuances  e sutilezas, mas as raízes de sua existência são basicamente comuns a todos nós. Os cientistas e os psicólogos estão examinando essa consciência e os gurus estão brincando com ela para seus próprios fins. Os que são sérios estão examinando a consciência como um conceito, como um processo laboratorial — as respostas do cérebro, ondas alfas, etc. — como algo fora deles próprios. Mas nós não estamos interessados em teorias, conceitos e ideias a respeito da consciência; nós estamos interessados em suas atividades na nossa vida diária. Ao entender essas atividades, as respostas diárias, os conflitos, nós temos um INSIGHT na natureza e estrutura de nossa consciência. Como indicamos, a realidade básica dessa consciência é comum a todos nós. Não é a sua ou a minha consciência particular. Nós a herdamos e a estamos modificando aqui e ali, porém, seu movimento básico é comum a toda a humanidade. 

Essa consciência é a nossa mente com toda a sua complexidade de pensamento — as emoções, as respostas sensoriais, o conhecimento acumulado, o sofrimento, a dor, a ansiedade, a violência. Tudo isso é a nossa consciência. O cérebro é antigo e está condicionado por séculos de evolução, por todo tipo de experiência, pelas acumulações recentes do conhecimento expandido. Tudo isso é a consciência em ação, em todos os momentos de nossa vida — a relação entre os seres humanos com todos os prazeres, dores, confusão dos sentidos contraditórios e a gratificação do desejo com dua dor. Esse é o movimento de nossa vida. Nós estamos perguntando, e isso deve ser enfrentado como um desafio, se esse movimento ancestral pode ter um fim — pois isso se tornou uma atividade mecânica, uma forma tradicional de viver. No fim existe um começo e só então não existirá nem fim nem começo. 

A consciência parece ser um assunto muito complexo, mas essa realidade é muito simples. O pensamento agregou todo o conteúdo de nossa consciência — sua segurança, sua incerteza, suas esperanças e seus medos, a depressão e a euforia, o ideal e a ilusão. Uma vez que isso é apreendido — que o pensamento é responsável por todo o conteúdo da nossa consciência —, a questão inevitável surge: pode o pensamento ser detido? Muitas tentativas, religiosas ou mecânicas, foram feitas no sentido de pôr fim ao pensamento. A própria exigência de acabar com o pensamento é parte do movimento do pensamento. A própria busca por uma superconsciência é ainda a medida do pensamento. os deuses, os rituais, toda a ilusão emocional das igrejas, templos e mesquitas com suas maravilhosas arquiteturas, é ainda o movimento do pensamento. Deus é alçado aos céus pelo pensamento.

O pensamento não criou a natureza. Ela é real. A cadeira é real e feita pelo pensamento; todas as coisas que a tecnologia gerou são reais. Ilusão é tudo aquilo que se afasta da realidade dos fatos (aquilo que está  realmente acontecendo agora), mas podem se tornar uma realidade porque vivemos das ilusões. 

O cachorro não é feito pelo pensamento, mas o que queremos que ele seja é o movimento do pensamento. O pensamento é medida. O pensamento é tempo. A totalidade disso é a nossa consciência. A mente, o cérebro e os sentidos são parte dela. Perguntamos: pode esse movimento chegar a um fim? O pensamento é a raiz de todo nosso sofrimento, de toda a nossa feiura. O que estamos pedindo é o fim disso — as coisas que o pensamento agregou —, não o fim do pensamento em si mesmo, mas o fim de nossa ansiedade, pesar, dor, poder e violência. Com o fim disso, o pensamento encontra seu lugar próprio e limitado — o conhecimento e a memória que precisamos ter no dia-a-dia. Quando os conteúdos da consciência, que foram agregados pelo pensamento, não estão mais ativos, então existe um vasto espaço e assim há a liberação da imensa energia, que estava limitada pela consciência. O amor está além dessa consciência. 

Krishnamurti em, Cartas às escolas
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill