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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Abrir mão das teorias confortantes é autoconhecimento

Você não pode aprender a respeito de si mesmo, se afirma que é Deus. Não pode aprender a respeito de si mesmo, se diz que é o Atman superior, ou se diz que é mero resultado do ambiente. Está seguindo o que estou dizendo? Se você diz que é apenas o resultado do ambiente — como tantos o dizem, os comunistas, etc. — cessou então de aprender; se diz que em você reside o Atman, o Eu Superior, está meramente repetindo o que lhe foi dito, uma teoria muito confortante; portanto, cessou de aprender; e se você diz "Eu sou isto, sou algo", nesse caso, também cessou de aprender. Para descobrir o que há em você, deve aprender a respeito de si mesmo; por conseguinte, necessita da mais alta liberdade, inteligência e percebimento crítico. Sem essas coisas, nenhuma possibilidade tem de ver o que há em si mesmo pu de se compreender. E se não compreende a si mesmo, nenhuma base tem para a estrutura de sua existência. Pode ter ideias e mais ideias, conflitos, dores, prazeres, etc.; mas, falta a base.

Você deve conhecer a si mesmo — e não segundo Sankara, Buda, Cristo, Freud, Jung ou quem quer que seja, inclusive este orador. Deve conhecer-se e, por conseguinte, aprender a respeito de si mesmo. Para aprender a respeito de si mesmo, devem cessar todos os conhecimentos que já tem de si mesmo; e isso é muito difícil. Porque, quando diz "Sou feio", essa própria palavra "feio" encerra um certo conteúdo de tradição; por conseguinte, você está julgando; logo, não está aprendendo. Espero que você esteja percebendo isto; é uma coisa muito simples. Uma vez que o perceba, será então capaz do voo do aprender; não há então fim nem limite; e este aprender está fora do tempo. A mente que está continuamente em movimento, do desconhecido para o desconhecido, aprendendo, aprendendo, aprendendo — essa é a mente sensível por excelência e, por conseguinte, uma mente livre.

Vamos, pois, aprender a respeito de nós mesmos. E, como disse, para aprender não deve haver avaliação, é claro. Quando você avalia, julga com base no que já adquiriu, na forma de conhecimento; e quando você vê a si mesmo, ou condena, ou aprova, ou rejeita o que vê e, por conseguinte, não está aprendendo a respeito de si mesmo. Ora, se está aprendendo a respeito de si mesmo, está aprendendo a respeito do corpo, dos nervos, das reações nervosas, das lembranças, das esperanças, dos temores, dos desesperos, das agonias, da cólera, do desejo, das exigências sexuais, da esperança de encontrar o Eterno, etc. Você é tudo isso; e tudo isso são ideias. Não são? Você tem ideias sobre sua esposa, de que é um homem bom, uma personalidade importante na cidade, um discípulo forte e tenaz, um hinduísta, isto ou aquilo. Você tem ideias; e tais ideias são o resultado das influências ambientes, de seu conhecimento. Por conseguinte, quando predominam as ideias a acerca de sua pessoa, cessou de aprender a respeito de si mesmo. Note, por favor, que isto é muito importante e muito simples. Uma vez que você o tenha aprendido, está vivo; então, a tradição, os Sankaras, tudo isso pode ser deixado de lado; e você se torna um ente humano, livre para descobrir, livre para investigar, para aprender. Assim, pois, é absolutamente essencial o aprender a respeito de si mesmo; do contrário, cria-se uma ilusão, e nessa ilusão se fica a viver.

Aprender a respeito de si próprio é a primeira ação inteligente do ser humano; mas não significa que o indivíduo a respeito de si próprio a fim de "salvar-se". Você é o resultado de dois milhões de anos de existência do homem, com todas as suas experiências, suas calamidades, seus desesperos, e sua confusão; você é tudo isso. E, se deseja promover uma completa revolução em si mesmo, deve conhecer-se — "conhecer-se" —, não: aprender a respeito de si mesmo, compreender-se. Qualquer tolo pode dizer: "Conheço-me a mim mesmo" — mas, aprender a respeito de si mesmo é extremamente difícil, porque você deve se olhar, sem nenhuma escolha, nenhuma tendência, nenhuma crítica, nenhuma condenação; deve, simplesmente, olhar

(...) Para aprender a respeito de mim mesmo, devo olhar — escute, por favor! — devo olhar a mim mesmo. Só posso olhar-me, quando não existe autoridade de espécie alguma, quando não digo que sou Eu Superior ou Eu Inferior, quando nenhum conhecimento tenho a respeito de mim mesmo; devo olhar-me todos os dias como "coisa nova". Mas, quando olho a mim mesmo, há "aquele que olha" — o observador, o experimentador — e o pensamento — a experiência, a coisa que eu estou olhando. É o que acontece com a maioria de nós. Não é verdade? Quando digo que estou me olhando, o observador é diferente da coisa que está sendo observada. Isto é simples. Não estou entrando em nenhuma filosofia supermetafísica e complicada... isso são estultícias, para mim pelo menos. Só há o fato óbvio, o observador, o "eu" que diz: "Estou olhando", e a coisa que está sendo olhada. Há, pois, separação entre observador e a coisa observada.(...) Para a maioria das pessoas, isso é um fato simples, isto é, que o pensador é diferente do pensamento. E essa separação é a origem do conflito, porque o pensador está sempre procurando alterar o seu pensamento  modificá-lo, moldá-lo, controlá-lo, forçá-lo, reprimi-lo, sublimá-lo — fazer alguma coisa em relação a ele. Para aprender algo a respeito dessa divisão, devo questionar o próprio pensador, o próprio observador. Correto? Devo questionar se essa divisão é real ou se foi inventada pela mente, para fugir ao real. Espero que isto não esteja parecendo complicado demais; se o é, sinto muito.

Krishnamurti — Uma Nova Maneira de Agir
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill