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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A dificuldade de levar alguém além das palavras

Embora eu fale, através de palavras, continuo sustentando que nada pode ser transmitido através delas. Para aqueles que querem falar, não há nenhum outro jeito que não seja usar as palavras. Geralmente, posso expressar-me apenas por palavras, mas também é verdade que o que precisa ser dito não pode ser transmitido por palavras. As duas coisas estão certas. Nossa situação é tal que só falamos com palavras. Não existe outra maneira de dialogar. 

Deveríamos tentar mudar de situação. Para aqueles que podem entrar em profunda meditação, o diálogo é possível mesmo sem palavras. Mas para levá-los à meditação profunda, primeiro terei de usar as palavras. Chegará a hora, após um longo e contínuo esforço, em que a comunicação será possível sem palavras. Mas até que essa hora chegue, terei de me expressar através delas. 

Para levá-lo ao mundo silencioso terei de usar as palavras: a situação é esta. Mas é perigosa. Eu terei de usar as palavras, sabendo perfeitamente que se você se prender a elas, se acreditar nelas COMO ELAS SÃO, então todo o esforço será inútil. Estamos tentando chegar ao silêncio, mas temos de falar com as palavras. A impossibilidade é absoluta; não há outra alternativa. Se você se prender a elas, todo o esforço se tornará inútil porque o propósito é levá-lo ao silêncio. Enquanto estivermos falando apenas através de palavras, teremos de falar contra elas, e para "falar contra" teremos de usar palavras também. Não há outro jeito. 

Uma pessoa pode tornar-se silenciosa; não é difícil. Existem aqueles que se tornaram silenciosos devido a este difícil conjunto de circunstâncias. Eles evitarão complicações, pois sabiam que o que tinham para dizer não poderia ser comunicado. 

Não tenho nenhuma dificuldade em tornar-me silencioso. Posso ficar em silêncio e não seria surpreendente se você também ficasse, porque o que estou tentando fazer parece ser um esforço quase impossível. Estou tentando tornar possível o impossível. Mas por tornar-me silencioso nada se alcançará, nada será comunicado a você. O perigo é o mesmo. 

Se eu falo, você se prende às palavras. O perigo é que se você se prender a elas, o que quero comunicar e conseguir não se realizará. Mas, se eu não falar, a questão de comunicar seja o que for não existirá. Em primeiro lugar, se eu falar, existe a possibilidade de que aquilo que estou dizendo alcance as pessoas. Se falo a cem pessoas, haverá pelo menos uma que talvez possa receber o que eu disse, sem se prender às palavras. Para as outras noventa e nove, o esforço terá sido inútil. Que assim seja! Pelo menos alguma coisa poderá ser comunicada a uma pessoa, mas se eu ficar em silêncio, nem mesmo essa única possibilidade existirá. Por isso, meu esforço continua. 

É interessante notar que quem acredita que as coisas possam ser comunicadas por palavras não fala muito. Fala pouco, e assim tudo está dito. Mas quem acredita que as coisas não podem ser expressas por palavras, fala muito, porque, por mais que fale, sabe que o que tem a dizer ainda não foi comunicado. Então continua falando mais e mais. 

(...) Para levar alguém além das palavras, as palavras terão de ser usadas; não há outro jeito.

(...) Não importa quantas palavras sejam ditas, elas movem-se sempre em círculo. As palavras dão voltas; não podem andar em  linha reta. Se você andar em linha reta, sairá delas e entrará nas não-palavras. Mas por vivermos nas palavras, se eu tenho de dizer alguma coisa contra elas, tenho de usá-las para isso. É um tipo de loucura, mas eu não tenho culpa. Falo sabendo que sem palavras você não poderá entender, e depois falo contra as palavras na esperança de que você não se prenda a elas. Se isso acontecer, só então conseguirei convencê-lo do que quero.

Se você entender apenas as minhas palavras, perderá o que eu digo. Terá de entender as palavras mas, ao mesmo tempo, tudo o que é indicado através delas sobre o mundo das palavras também precisará ser entendido.

O S H O

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill