Fazem duas décadas que Manoel Morgado anda sobre as maiores montanhas do planeta — sem endereço fixo, sem pressa, com os pertences contidos em duas malas, um sorriso de velhos amigos, o olhar sereno e o corpo de 57 anos entalhado pela gravidade das alturas.
Em dezembro passado, Manoel fez uma passagem rápida pelo Brasil e, dos dois dias em São Paulo, dedicou uma tarde para nos encontrar numa conversa muito amiga e agradável. Além do montanhismo, dos sete cumes e do Everest, Manoel falou sobre como as montanhas ajudaram a moldar sua noção de felicidade e sucesso na vida, sobre como foi ensinado a lidar com o controle e as expectativas, com os relacionamentos, o medo e os limites, com a morte, as prioridades, a simplificação da vida...