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terça-feira, 28 de outubro de 2014

O filme Lucy e o processo da morte positiva do ego

As emoções ou sensações associadas às áreas divinas internas são comumente o oposto daquelas que uma pessoa pode encontrar nas regiões escuras. Em vez de dor ou alienação, pode-se descobrir uma sensação abrangente de unidade e interconexão com toda a criação. Em vez de medo, a pessoa pode ser possuída por êxtase, paz e profunda sensação de apoio pelo processo cósmico. Em vez de vivenciar a "loucura" e a "confusão", encontra um sentimento de lucidez mental e de serenidade. E, em vez de uma preocupação permanente com a morte, pode entrar em contato com um estado em que se sinta eterna, compreendendo que alguém é, de repente, o corpo e tudo o mais que existe. Devido, em parte, à sua natureza inefável e ilimitada, os domínios divinos são mais difíceis de descrever do que as regiões escuras, embora poetas e místicos de todas as épocas tenham criado metáforas para torná-los próximos. Durante alguns estados espirituais, pode-se entender o meio ambiente comum como uma criação gloriosa da energia divina, cheia de mistério; tudo dentro disso parece fazer parte de uma bela trama interligada.
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Muitas pessoas que vivenciaram essas dimensões interiores, reconhecem-nas como partes da essência ilimitada e efusiva de cada ser humano, que é comumente obscurecida pelos problemas e preocupações da vida diária. Por causa da sua lucidez e vivacidade, os estados transcendentais em geral dão a sensação de que são mais reais do que a realidade "comum"; as pessoas sempre comparam a descoberta desses campos ao despertar de um sonho, ao remover os véus obscuros ou à abertura das portas da percepção. Algumas vezes fazem novas descobertas e adquirem conhecimentos complexos sobre o processo da vida de fontes dentro de si e que geralmente não lhe são acessíveis.
Assim como alguém pode penetrar no domínio desolador da morte do ego durante a noite escura da alma, também pode encontrar um tipo de morte positiva do ego nos domínios transcendentais. Ali, as fronteiras pessoais se dissolvem temporariamente e a pessoa pode se sentir incorporada ao mundo externo ou ao cosmos. Um dos tipos mais comuns de desagregação é aquele em que as pessoas se sentem como se estivessem se perdendo no divino imanente, que é encontrado no seu ambiente. É comum sentirem que suas identidades individuais podem se debilitar quando se fundem ao mundo conhecido dos humanos, das árvores, dos animais ou da natureza inorgânica. Durante uma outra forma de dessa experiência, frequentemente se sentem incorporadas aos domínios divinos que transcendem a realidade diária.

Alfred Lord Tennyson escreve sobre esse estado:

Mais de uma vez quando
Me sentei sozinho, refletindo sobre mim mesmo
A palavra que é o símbolo de mim mesmo,
O limite mortal do Eu foi liberado,
E transferido ao anonimato, como uma nuvem
Que se dissolve no céu.

Esta experiência, em geral, toma a forma de uma perda benigna do ego, uma dissolução das suas estruturas, que é necessária para se alcançar uma ampla definição do eu. O santo e filósofo indiano Sri Ramana Maharishi comparou esse processo àquele da boneca de açúcar que vai em busca de um banho de mar e se dissolve no oceano da consciência. Uma forma mais impressionante de morte positiva do ego é um confronto repentino com a luz, comparado pelos místicos à mariposa que voa para a chama sagrada e é consumida instantaneamente.

Os encontros com as regiões divinas durante o processo de emergência espiritual são extremamente terapêuticos. Atingindo-as, a pessoa sente, em geral, emoções positivas, tais como êxtase, alegria, gratidão, amor e satisfação, que podem aliviar ou dissipar rapidamente os estados negativos, tais como a depressão e a raiva. Sentir-se parte de uma rede cósmica abrangente em geral garante à pessoa que tem problemas com o amor-próprio o desenvolvimento de uma nova auto-imagem.

As pessoas envolvidas no processo e que passam logo por essas experiências se sentem afortunadas; desenvolvem uma compreensão filosófica que as acompanhará através das futuras mudanças. Sentem mesmo que, emboras as coisas possam se tornar duras, ao menos têm uma ideia de para onde estão indo. É como dar uma olhada no topo da montanha, e então, mesmo que precisem voltar à base para escalá-la, têm a perspectiva de que há uma recompensa à sua espera no final da jornada. Isso é bem preferível à situação em que a pessoa gasta meses cavando um túnel através das sensações e emoções difíceis, sem nenhuma ideia de qual seja o propósito.


Christina Grof - A Tempestuosa Busca do Ser
Fotos do filme Lucy (2014)
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill