Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

domingo, 26 de outubro de 2014

Da necessidade de afastamento do que é familiar

Uma pessoa em emergência espiritual pode parecer "diferente" por uns tempos. Numa cultura de padrões estabelecidos e frequentes expectativas rigorosas, alguém que comece a mudar internamente pode não parecer ajustado. Talvez um dia suba na mesa do trabalho ou na mesa de jantar e queira falar sobre novas ideias ou descobertas como, por exemplo, sentimentos sobre a morte, questões a respeito do nascimento, lembranças da velha e obscura história da família, perspectivas incomuns para os problemas mundiais ou sobre a natureza básica do universo.

A estranha qualidade desses conceitos e a intensidade com que uma pessoa os apresenta pode induzir colegas, amigos e membros da família e se afastarem, e a sensação de solidão, já presente, aumenta. Seus interesses e valores podem mudar, e a pessoa talvez não queira participar de certas atividades. Beber com os amigos ao entardecer não é mais tão interessante quanto costumava ser; pode parecer até repugnante.

As pessoas nessa situação podem sentir-se muito diferentes por causa da natureza das experiências que estão vivendo. Elas percebem que estão crescendo e mudando — enquanto o resto do mundo continua parado — e que ninguém pode segui-las. Podem ser induzidas a atividades que as pessoas do seu convívio não entendem ou não apoiem. Seu súbito interesse por orar, cantar, meditar ou por qualquer sistema esotérico, tais como a Astrologia ou a Alquimia, parecerá estranho para a família e para os amigos, podendo aumentar sua necessidade de afastamento.

Se uma pessoa nesse estágio é classificada como um paciente psiquiátrico, os rótulos e tratamentos que lhe são dados combinarão com sua sensação de isolamento. Os sentimentos de separação são reforçados cada vez que lhe é passada a mensagem verbal ou não verbal: "Você está doente. Você é diferente".

As pessoas em processo de transformação podem mudar também sua aparência. Elas cortam ou deixam crescer os cabelos ou são atraídas por roupas que refletem um desvio do padrão. Os exemplos são encontrados na cultura psicodélica dos anos 60 e 70, quando muitas pessoas tiveram revelações espirituais e, em vez de expressá-las de modo aceitáveis pela sociedade, sentiram-se impulsionadas a transferi-las, formando uma cultura à parte ou "do contra", caracterizada pelas roupas expressivas, jóias, corte de cabelo e até mesmo carros pintados com cores brilhantes.

Outros exemplos são encontrados em vários grupos espirituais. Pode-se esperar que os iniciados no zen-budismo raspem suas cabeças e tenham uma vida de simplicidade exterior. Os seguidores do guru Osho não só se vestiam com roupas de uma certa cor como também usavam um MALA, ou rosário, contendo uma imagem do mestre, e mudavam seus nomes para nomes indianos. Como parte do judaísmo ortodoxo, os homens apresentam frequentemente yarmulkes e barbas, seguindo um severo estilo de vida religioso. Uma comunidade que acolhe pessoas que são praticantes espirituais tolerará ou até encorajará esse tipo de comportamento. No entanto, alguém que decida de repente adotar esses comportamentos que saltam aos olhos enquanto estiver vivendo fora de uma situação de apoio pode passar por um isolamento ainda maior.

Para muitas pessoas em emergência espiritual a transformação acontece sem esses tipos de manifestações de alienação exterior. Em outras palavras, porém, mais mudanças aparentes ocorrem na conduta. Para alguns, esses novos modos de comportamento são fases passageiras do desenvolvimento espiritual, enquanto que, para outros, podem tornar-se parte permanente de um novo estilo de vida.

Christina Grof — A tempestuosa busca do ser
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill