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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A paz só pode acontecer se houver amor

Estivemos examinando os vários fatores que acarretam deterioração em nossas vidas, em nossas atividades, em nossos pensamentos; e vimos que o conflito é um dos principais fatores dessa deterioração. E também a paz, como é geralmente compreendida, não é um fator destrutivo? Pode a paz ser produzida pela mente? Se tivermos paz através da mente, não levará isso também à corrupção, à deterioração? Se não estivermos alertas, se não formos observadores, a palavra "paz" torna-se como uma janela estreita através da qual miramos o mundo que procuramos compreender. Por uma janela estreita só podemos ver parte do céu, e não toda a vastidão, toda a magnificência dele. Não há possibilidade de se ter paz apenas por buscar a paz, o que é inevitavelmente um processo da mente. 

Pode ser um tanto difícil entender isto, mas procurarei torná-lo o mais simples e claro que puder. Se pudermos compreender o que significa ser pacífico, talvez compreendamos o verdadeiro significado do amor. 

Pensamos que a paz seja algo a alcançar por meio da mente, através da razão; mas será assim? Pode a paz advir mediante quietação, controle ou domínio do pensamento? Todos desejamos paz; e, para a maioria, paz significa não ter amolação, não ser importunado nem sofrer interferência, então construímos uma parede ao redor de nossa mente, uma parede de ideias. 

É muito importante que compreendam isto, pois à medida que crescerem vocês serão confrontados com os problemas da guerra e da paz. A paz é algo a ser buscado, obtido e domado pela mente? O que a maioria chama de paz é um processo de estagnação, uma lenta decadência. Achamos que vamos encontrar paz apegando-nos a um conjunto de ideias, construindo interiormente uma muralha se segurança, uma parede de hábitos ou crenças; achamos que a paz é uma questão de busca de um princípio, de cultivo de uma dada tendência, de uma determinada fantasia, de um particular desejo. Queremos viver sem perturbação, então encontramos algum canto do universo, ou do nosso próprio ser, em que aninhamos e vivemos à sombra do auto-encerramento. Eis aí o que a maioria busca em seus relacionamentos com o marido, a esposa, com os pais, com os amigos. Inconscientemente queremos paz a qualquer preço e, portanto, a buscamos. 

Mas acaso pode a mente encontrar paz? Não é ela mesma uma fonte de distúrbio? A mente só pode juntar, acumular, negar, afirmar, lembrar, buscar. A paz é absolutamente essencial, porque sem ela não podemos viver de forma criativa. Mas será a paz algo a ser concretizado mediante as lutas, as negações, os sacrifícios da mente? Compreendem o que quero dizer? 

Podemos estar descontentes enquanto somos jovens, mas à proporção que ficamos mais velhos, a menos que sejamos muito sábios e vigilantes, esse descontentamento será canalizado para alguma forma de pacífica resignação com a vida. A mente está perenemente buscando um hábito, uma crença, um desejo separado, algo em que possa viver, e estar em paz com o mundo. Mas a mente não pode encontrar paz, porque ela só pode pensar em termos de tempo, em termos de passado, presente e futuro: o que foi, o que é e o que será. Ela está constantemente condenando, julgando, ponderando, comparando, perseguindo suas próprias vaidades, seus hábitos, suas crenças; e essa mente nunca pode estar em paz. Ela poderá iludir-se e simular um estado que chame de paz; mas isso não será paz. A mente pode mesmerizar-se pela repetição de palavras e frases, por seguir alguém ou acumular conhecimentos; mas não está em paz, porque tal mente é, ela própria, o centro de perturbação, ela é, por sua própria natureza, a essência do tempo. Portanto, a mente com que pensamos, com que calculamos, com que maquinamos e comparamos, é incapaz de encontrar paz. 

A paz não é fruto da razão; e, no entanto, como vocês verão se as observarem, as religiões organizadas estão presas a essa busca de paz por intermédio da mente. A verdadeira paz é tão criativa e tão para como a guerra é destrutiva; e, para encontrar essa paz, é preciso compreender a beleza. Por isso, é importante, enquanto somos jovens, termos a beleza ao nosso redor — a beleza de edifícios que tenham proporções adequadas, a beleza da limpeza, de conversas tranquilas entre os mais velhos. Ao entender o que é beleza, conheceremos o amor, pois a compreensão da beleza é a paz do coração. 

A paz é do coração, não da mente. Para conhecer a paz vocês terão de descobrir o que é a beleza. O seu modo de falar, as palavras que empregam, os gestos que fazem — essas coisas importam muito, pois por meio delas vocês descobrirão o refinamento de seu próprio coração. A beleza não pode ser definida, ela não pode ser explicada com palavras. Só pode ser compreendida quando a mente está muito quieta. 

Assim sendo, enquanto são jovens e sensíveis, é essencial que vocês — tanto quanto seus responsáveis — criem uma atmosfera de beleza. Seu modo de vestir, de andar, de sentar, de comer — todas essas coisas, e as coisas que os cercam, são muito importantes. À medida que crescerem, vocês enfrentarão as coisas feias da vida — edifícios feios, pessoas feias pela malícia, pela inveja, pela ambição, pela crueldade; e se, em seu coração, não estiver fundada e estabelecida a percepção do belo, você serão facilmente engolfados pela enorme correnteza do mundo. Então ficarão presos na interminável luta para encontrar a paz através da mente. A mente projeta uma ideia do que seja a paz e procura alcançá-la, ficando, assim, presa nas malhas das palavras, na rede das fantasias e ilusões. 

A paz só pode acontecer se houver amor. Se vocês só tiverem paz através da segurança, do dinheiro ou de alguma outra coisa, ou através de certos dogmas, rituais, repetições verbais, não haverá criatividade; vocês não sentirão a urgência de fazer uma revolução fundamental no mundo. Tal paz só leva ao contentamento e à resignação. Mas quando em vocês houver a compreensão do amor e da beleza, então encontrarão a paz que não é a mera projeção da mente. É essa paz que é criativa, que remove a confusão e estabelece a ordem interior. Mas essa paz não vem através de nenhum esforço. Ela surge quando se está constantemente vigilante, quando se é sensível tanto ao feio como ao bonito, ao que é bom e ao que é mau, a todas as vicissitudes da vida. A paz não é uma coisa mesquinha, criada pela mente; ela é infinitamente grandiosa, ampla, e só pode ser compreendida quando o coração está cheio dela. 

Krishnamurti em, O VERDADEIRO OBJETIVO DA VIDA
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill