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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O que buscamos de fato: verdade, felicidade ou satisfação?

Presumivelmente, a maioria de vocês tem um instrutor de alguma espécie, não é verdade? Alguma espécie de "guru", lá no Himalaia, ou por aqui mesmo. Não é verdade isso? Alguma espécie de guia. Ora, por que precisam dele? Naturalmente, não necessitam dele para fins materiais, a não ser que lhes prometa um bom emprego para depois de amanhã. Assim sendo, presumo que o necessitam para fins psicológicos, não é mesmo? Pois bem, por que necessitam dele? Fundamentalmente, é claro que dele necessitam, porque dizem: "Estou confuso; não sei como viver neste mundo; as coisas são muito contraditórias. Há confusão, há sofrimento, há morte, decadência, degradação, desintegração, e preciso de alguém para me aconselhar no que fazer". Não é esta a razão pela qual necessitam de um guru, por que se dirigem a um guru?

Vocês dizem: "Confuso como estou, necessito de um instrutor para me ajudar a esclarecer a confusão, ou, melhor, para me ajudar a dissolver a confusão". Não é isso? A necessidade de vocês, portanto, é psicológica. Vocês não consideram o Primeiro Ministro como o guru de vocês, visto que ele se ocupa, meramente, da existência material da sociedade. Vocês apelam para ele a fim de que atenda às suas necessidades físicas; enquanto, aqui, vocês procuram um instrutor par atender às suas necessidades psicológicas. 

Mas, o que é que vocês entendem pela palavra "necessidade"? Preciso de um pouco de sol, preciso de alimento, de roupas, e de moradia; preciso, da mesma forma, de um instrutor? Para responder a essa pergunta, devo descobrir quem criou essa terrível confusão que me rodeia e que também está em mim. Se sou responsável pela confusão, sou eu, então, a única pessoa que poderá dissipar a confusão, o que significa que preciso compreender a confusão; mas vocês, em geral, procuram um instrutor para que ele os liberte da confusão, ou lhes mostre o caminho, ou lhes dê instruções sobre a maneira de proceder em face da confusão. Ou dizem: ""Este mundo é falso, e preciso achar a Verdade". E o guru, instrutor diz: "Eu achei a verdade" — e por isso vocês vão a ele para compartilhar aquela verdade. 

Pode a confusão ser dissipada por outra pessoa, por maior que seja tal pessoa? É bem certo que essa confusão existe nas nossas relações, e que, portanto, precisamos compreender as nossas relações recíprocas, as nossas relações com a sociedade, com a propriedade, as ideias, etc.; e pode alguém nos dar a compreensão dessas relações? Alguém pode nos apontar ou mostrar isso ou aquilo, mas é a mim que compete compreender as minhas relações, a minha posição. Senhor, isso lhe interessa? Encontro dificuldade, porque sinto que você não está interessado: está observando outra pessoa fazendo alguma coisa. Quando vocês fazem uma pergunta, não compreendem a importância de prestar atenção à resposta. Por conseguinte, estão fazendo pouco caso de seu guru e da confusão de vocês. Em verdade, pouco lhes importa o que diz o seu guru e só o procuram por hábito. Consequentemente, a vida não tem importância para vocês, ela não é energia, não é criação, não é algo que precisa ser compreendido. E, posso ler isso na fisionomia de vocês, não estão seriamente interessados nesta questão. Vocês escutam, ou para se justificarem na sua busca de gurus, ou para fortalecer a própria convicção de que os gurus são necessários. Mas, dessa maneira não encontraremos a verdade que esta questão encerra. Vocês só podem encontrar a verdade contida nesta questão, se esquadrinharem o seu coração para acharem a razão do por que necessitam de um guru. 

Há, pois, muitas coisas contidas nesta questão. Parece que julgam que a verdade é estática, e que, por isso, um guru pode levá-los aonde está. Assim como um homem pode indicar o caminho da estação, assim também julgam que um guru pode mostrar-lhes o caminho da Verdade. Significaria isso que a Verdade é estática; mas, será estática a Verdade? Bem gostariam que o fosse, porquanto tudo o que é estático satisfaz, pois, pelo menos, sabem o que é e podem conservá-lo em suas mãos. De sorte que o que buscam, em verdade, é só satisfação. Desejam segurança, desejam a garantia de um guru, desejam que ele lhes diga: "Você está indo muito bem, continue" — desejam que ele lhes dê conforto mental, que lhes anime, emocionalmente. Assim sendo, procuram, invariavelmente, um guru que de fato lhes satisfaça. Essa é a razão de haver tantos gurus e tantos discípulos; o que significa que realmente não buscam a verdade, mas somente satisfação; e o homem que lhes der o máximo de satisfação, esse homem chamaram de o guru de vocês. Tal satisfação, ou é neurológica, isto é, física, ou psicológica; e, na presença do guru, pensam sentir uma paz profunda, uma grande tranquilidade, uma impressão de ser compreendido. Por outras palavras, querem um pai ou uma mãe glorificados, para ajudar-lhes a vencer a dificuldade. Senhor, você já este sentado tranquilamente à sombra de uma árvore? Aí também se encontra uma paz profunda. Aí também nos sentimos compreendidos. Por outras palavras, na presença de uma pessoa muito tranquila, ficamos igualmente tranquilos; e atribuem essa tranquilidade ao instrutor e o rodeiam de grinaldas, enquanto tratam a pontapés o empregado de vocês. Assim, pois, quando dizem que necessitam de um guru, nisso estão implicadas todas essas coisas, não é verdade? E o guru que lhes garante a fuga, torna-se para vocês uma necessidade.

A confusão só existe nas relações entre indivíduos; mas, porque necessitamos de alguém para nos ajudar a compreender esta confusão? Dirão, agora, porventura: "O que você está fazendo? Não está agindo como nosso guru? — Certamente, não estou procedendo como guru de vocês, primeiro, porque não estou dando-lhes satisfação alguma, e, depois, porque não estou dizendo-lhes o que devem fazer, momento por momento, dia por dia. Estou apenas a apontar-lhes uma coisa; vocês a podem levar ou deixar ficar — e isso depende de vocês e não de mim. Nada peço de vocês: nem adoração, nem adulação, nem insultos, nem os seus deuses. Eu só digo: "isso é um fato; levem ou o deixem ficar". Mas a maioria de vocês o deixará ficar, pela razão muito clara de não encontrar nele satisfação. Mas o homem que é realente sincero, verdadeiramente ardoroso na sua intenção de descobrir, encontrará nutrição suficiente no que estamos dizendo, ou seja, que a confusão só existe nas relações de vocês. Tratemos, por conseguinte, de compreender essas relações. 

Jiddu Krishnamurti em, O Que Te Fará Feliz?

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill