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sexta-feira, 2 de maio de 2014

Somente quando não há desejo, abre-se a porta além-mente

Com o desejo você não pode estar silencioso. O desejo é, realmente, rumor. Mesmo que você não tenha pensamentos — se tem a mente controlada e pode parar de pensar — um desejo mais profundo continuará existindo porque você está parando de pensar apenas para obter algo. Um ruído sutil ali estará. Algures, interiormente, alguém estará olhando e perguntando se a coisa desejada foi ou não obtida. "Pensamentos foram detidos. Onde está a divina realização, onde está Deus, onde está a iluminação?" Mas o próprio desejo se tornará fútil, se você se tornar consciente disso.  

A estratégia da mente está em que sempre você se torna consciente do que certo objeto tornou-se fútil. Então, você muda o objeto, e, mudando-o, o desejo continua a apoderar-se da sua consciência... E do momento em que você se torna consciente da futilidade do objeto que está desejando, a mente vai para outro objeto. 

Quando isso acontece, o intervalo fica perdido. Quando algo se torna fútil, inútil, sem atrativo, permaneça no intervalo. Tome consciência de que se foi o objeto que se fez fútil ou se o próprio desejo é fútil. E se você pode sentir a própria futilidade do desejo, subitamente algo desaparece de você. Subitamente você está transformado para um novo nível de consciência. Isso é uma inaninadade, uma ausência, uma negatividade. Não há início de um novo circulo.... E então, que fazer?

Comece com um desejo. Esse desejo não vai lhe levar ao ponto de ocorrência, mas esse desejo pode levar-lhe à futilidade do desejo. Temos de começar com desejo; é impossível começar com "não-desejo". Se você pudesse começar com "não-desejo", então a ocorrência poderia dar-se naquele mesmo momento... Se você pudesse começar com "não-desejo", naquele mesmo momento aconteceria! Mas isso é impossível. 

Você não pode começar sem desejo. A mente faria desse não-desejo um objeto desejado, também. A mente dirá: "Está bem, tentarei não desejar." Dirá: "Realmente, parece fascinante. Tentarei fazer algo, de modo que esse desejo não apareça." Mas a mente está fadada a ter algum desejo. Só pode começar com desejo, mas não pode terminar com desejo. 

Temos de começar desejando algo que não possa ser conseguido pelo desejo. Mas, se você tem consciência desse fato — se você está consciente do fato de que está desejando algo que não pode ser desejado — isso ajuda. Essa consciência do fato ajuda. Agora, a qualquer momento, você pode dar o salto. E quando você der o salto, não haverá desejo. 

Você desejou o mundo. Agora, deseja o divino. É aí que temos de começar. O início é errado, mas você tem de começar dessa maneira por causa desse processo bloqueador da mente. Essa é a única forma de mudá-lo. 

[...] A mente é o desejo. A mente nada pode fazer sem desejo. Você não pode transcender a mente através do desejo porque a mente é o desejo. Assim, a mente tem de desejar, mesmo aquilo que é encontrado apenas quando não existe desejo. Mas começa com a parede. Conheça o desejo e você esbarrará na porta.  Mesmo Buda teve de começar com um desejo, mas ninguém lhe disse — o fato não lhe era conhecido — que a porta se abre apenas quando não há desejo.

[...] Portanto, há duas maneiras através das quais o desejo de ir além é criado. A primeira é o fato de você ter, de algum modo, sentido o sabor do além. Mas isso não pode ser planejado; ou você o tem ou não o tem. Ainda assim, desde que sentiu esse sabor, você começa a desejá-lo. O desejo pode tornar-se um obstáculo, torna-se um obstáculo — mas é assim que as coisas começam. Antes de mais nada, você tem de desejar o não-desejar.

Ou a coisa acontece da outra maneira. A outra maneira é o fato de você não ter tido nenhum sabor do além — nenhum! Não conheceu, absolutamente, o além, mas este aposento foi-se tornando uma tortura. Você não pode mais tolerá-lo. Você nada sabe sobre o além, mas, seja o que for que ele possa ser, você está pronto para escolhe-lo (embora lhe seja desconhecido), porque este aposento, tornou-se uma angústia, um inferno. Você não sabe o que há no além — se há ou não alguma coisa, se o além existe ou não; porém, você não suporta mais permanecer neste aposento. Este aposento tornou-se um sofrimento, um inferno. Então, você tenta... então começa a desejar o desconhecido, o além. Então, de novo aparece o desejo: o desejo de fugir dali. Mas você tem de começar com um desejo; desejo daquilo que não pode ser desejado, daquilo que não pode ser alcançado através do desejo.

Lembre-se, constantemente, disto: continuando a fazer o que quer que seja, recorde-se, sempre de que só fazendo, você não pode alcançar aquilo... Você não pode obter aquilo, que só Deus pode dar-te aquilo. Esta é uma forma simples de fazer-lhe consciente de que seus esforços são inúteis, que só a graça resolverá... Mas isso não significa que nada faça. Você deve fazer tudo... mas recorde-se, isso não vai acontecer simplesmente pelo que você faz. Algo acontece com você, algo desconhecido. A graça desce sobre você. Seus esforços lhe farão mais receptivo para a graça, isso é tudo. Mas não é o resultado direto de seus esforços que leva a graça a descer sobre você. 

[...] Portanto, continua desejando, fazendo algo pelo além, lembrando-se, constantemente que ele não virá através do seu esforço. Mas não cesse com esses esforços porque eles irão lhe ajudar, de certa forma. Irão fazer-lhe se sentir tão frustrado pelo próprio fato de desejar, que, subitamente, você se sentará, e estará apenas sentado — sem nada fazer. E a coisa acontece! E acontece o salto... a explosão!

O S H O — A arte do êxtase  

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill