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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Fique com suas inquietações e salte através delas

[...]Como você pode alcançar o êxtase se não conhece a agonia? Se você alcançar o mundo do êxtase sem saber o que é a agonia, não será capaz de reconhecê-lo. O reconhecimento é impossível. Somente através da escuridão se pode reconhecer a luz. Você pode estar vivendo na luz mas, se não conhece a escuridão, não pode saber que está vivendo na luz. Um peixe do mar não pode saber que o mar existe. Somente se o peixe for lançado fora do mar é que poderá reconhecê-lo. Se for jogado outra vez para dentro do mar, esse peixe será totalmente diferente e o mar também será totalmente diferente. A partir de então o peixe será capaz de reconhecê-lo. Sansar, o mundo, é apenas um local de aprendizado. Você precisa entrar profundamente na matéria. Só assim poderá retornar ao outro pólo, ao pico da consciência.

[...]O silêncio real, autêntico, ocorre somente depois de você ter passado pela tormenta. Apenas quando cessa a tormenta é que o silêncio pode explodir dentro de você; nunca antes. Você pode criar uma quietude falsa, antes da tormenta; mas nesse caso estará apenas se iludindo. Você pode criar uma quietude - artificial, cultivada, imposta a partir do exterior - mas ela não será espontânea, não pertencerá ao seu ser interior.

[...]A quietude autêntica surge somente depois da tormenta.

Não force a tormenta a desaparecer. Antes, viva-a; permita que ela aconteça. Traga-a para fora, expulse-a. Permita que a tormenta o abandone, deixe que ela se dissipe. Não a reprima. Reprimida, ela permanecerá em você. Reprimida no inconsciente, ela persistirá; aguardará o momento certo para explodir. Você sempre receará sua explosão, precisará combatê-la continuamente. E você nunca sairá vitorioso, pois aquilo que é reprimido precisa ser combatido repetidas vezes, precisa ser reprimido muitas vezes. Sua quietude estará assentada sobre um vulcão e, a qualquer momento, o vulcão poderá entrar em erupção.

Então você sempre temerá a vida, porque a vida pode criar situações nas quais o vulcão poderá entrar em erupção. Você negará a vida, tentará fugir dela. Desejará ir para Himalaia, pois ali não haverá ninguém que lhe forneça uma oportunidade para que seu vulcão entre em erupção. Mas o vulcão ainda estará aí e o Himalaia não poderá ajudar, a menos que o vulcão seja expulso.

E é bom expulsá-lo. Você está perdendo uma experiência básica, a de expulsar completamente o vulcão, de liberar totalmente a loucura, de trazer para fora tudo o que se encontra ali: a tormenta interior. Deixe-a sair e não resista, não reprima. Deixe-a sair totalmente. Então chegará o momento em que a tormenta passará.

Nesse momento, a quietude real acontece em você. Real no sentido de que, agora, não é cultivada; é espontânea. O rio está fluindo. Não se trata de algo que você criou; não é algo que está acontecendo devido ao seu esforço. Pelo contrário, você não está aí. Apenas a quietude está. E essa quietude é destemida. Nada pode perturbá-la, porque aquilo que poderia ser distúrbio foi expulso. A tormenta se dissipou.

Por isso é que insisto, e insisto bastante para que você expulse a sua loucura. Dentro, ela é perigosa. Expulse-a e ela desaparece. Seu coração torna-se vazio; um certo espaço é criado. Somente nesse espaço a quietude pode acontecer. Então você tem um lugar para ela, está pronta para ela, aberto para ela.

Espere a flor desabrochar na quietude que sucede à tormenta: não se adiante. O que é a flor?

O florescimento do seu ser só ocorrerá quando a quietude real acontecer em você; nunca antes. Você não pode forçar a flor a se abrir. Ela se abre por si mesma. Você não pode forçar o seu ser a se abrir; isso é impossível. Você não pode violentá-lo, não pode ser violento com ele. Ele será simplesmente destruído.

A flor se abre por si mesma. O único solo necessário é a quietude autêntica, real e espontânea. A partir de uma quietude cultivada, a flor nunca se abrirá. Com uma quietude cultivada, você simplesmente se tornará entorpecido. Seu ser ficará menos vivo, apenas isso. Com menos vida, você estará menos inquieto. Isso parece bem, mas lembre-se de que a inquietude é um aprendizado. Você não deve tentar ter menos inquietações. Fique com as suas inquietações e mova-se através delas. Não as abandona, não fuja delas. Chegará um momento em que você terá ido além delas, mas só se atinge esse momento passando-se através delas. Passe através da tormenta e permita que surja uma verdadeira quietude. Só então seu ser florescerá, nunca antes.

[...]Não pense que a tormenta é sua inimiga. Ela não é. Essa tormenta é a sua maior amiga, pois sem ela não haverá quietude, sem ela não haverá florescimento, sem ela não haverá liberação. Assim, nunca pense em termos de inimizade. Não há nada que seja seu inimigo; a existência inteira é amiga. Até mesmo aquilo que parece estar contra você - até mesmo isso não é seu inimigo. Jesus diz: “Ame o seu inimigo.” O verdadeiro inimigo que você precisa amar não é o seu vizinho ou o inimigo do seu país. Eles não são seus verdadeiros inimigos. Seus verdadeiros inimigos são a tormenta, o mundo, o mal. A sexualidade, a raiva, a paixão, o ódio - estes são os seus verdadeiros inimigos.

Jesus diz: “Ama a teus inimigos como a ti mesmo.” Por quê? O cristianismo nunca pôde entender isso. [...] Jesus é muito esotérico. Quando diz: “Ama a teus inimigos como a ti mesmo”, quer dizer: através do pólo oposto, através do inimigo, alcança-se o amigo supremo. Viva o inimigo em sua totalidade para que possa transcendê-lo. Qualquer experiência total torna-se transcendental. Qualquer experiência, eu disse. Viva com a sua totalidade e terá ido além dela. Ela nunca ficará presa a você; você terá ido acima dela. Terá passado através dela, terá aprendido tudo a seu respeito. Esse conhecimento é revolucionário. Cria uma mutação; transforma você.

[...] Não pense que a tormenta é sua inimiga, pois enquanto ela prossegue embaixo da terra, oculta na escuridão, a flor se desenvolverá.

[...] Quando a tormenta cessar, a flor desabrochará. Mas ela já estava se preparando durante a tormenta. Através da tormenta, ela estava se preparando para desabrochar. Estava acumulando energia, vida, vitalidade. Estava se aprontando para explodir. A tormenta é o solo. Sem ela, a flor não pode desabrochar.

[...] Somente passando pela tormenta é que você poderá alcançar uma calma em seu interior, semelhante àquela que, num país tropical, sucede à chuva intensa. Lembre-se disso profundamente, pois lhe será de grande ajuda.

Com cada sofrimento, você está criando a possibilidade de algum êxtase. Após cada sofrimento, o êxtase se seguirá imediatamente. Mas se você estiver muito preso ao sofrimento, poderá perder o êxtase. Se você estiver doente, um momento de saúde, um momento de bem-estar virá a você após essa doença. Mas você pode estar tão preocupado com a doença que, quando o momento vier, poderá perdê-lo — estará muito envolvido com a doença que não existe mais. O momento é instantâneo; você pode perdê-lo facilmente. Após cada dor, o momento vem e visita você.

Após cada sofrimento, o êxtase vem bater à sua porta; mas você continua perdendo-o porque o passado é muito intenso. A doença já passou, mas você continua doente. Ela permanece na memória, cobrindo sua mente de névoas, e você perde esse momento fugaz.

Lembre-se disto: sempre que você estiver deprimido, espere pelo momento em que a depressão for embora. Nada permanece eternamente; a depressão irá embora. E quando ela o deixar, espere — fique atento e alerta — porque após a depressão, após a noite, virá a aurora e o Sol nascerá. Se você puder estar alerta nesse momento, ficará feliz por ter estado deprimido. Ficará grato por ter estado deprimido, porque somente por intermédio dessa depressão é que esse momento de felicidade tornou-se possível.

Mas o que é que fazemos? Movemo-nos numa regressão infinita. Ficamos deprimidos. Então, ficamos deprimidos por causa da depressão; segue-se uma segunda depressão. Se você está deprimido, ótimo. Não há nada de errado nisso. É bom, pois através da depressão você aprenderá e amadurecerá. Mas você se sente mal. “Por que estou deprimido? Não quero ficar deprimido.” Então começa a lutar com a depressão. A primeira depressão é boa, mas a segunda depressão é irreal. E essa depressão irreal cobrirá sua mente de névoas. Você perderá o momento que se seguiria à depressão real.

Quando estiver deprimido, continue deprimido. Simplesmente, continue deprimido. Não fique deprimido por causa da sua depressão. Não lute, não procure se desviar, não force a depressão a ir embora. Apenas permita que ela aconteça; ela irá embora por si mesma. A vida é um fluxo; nada permanece o mesmo. Você não é requisitado; o rio move-se por si mesmo, não precisa que você o empurre. Se está tentando empurrá-lo, você está sendo tolo. O rio fluir por si mesmo. Deixe-o fluir.

Quando a depressão se manifesta, permita que ela se manifeste. Não fique deprimido por causa dela. Se você quiser afastá-la cedo demais, ficará deprimido. Se lutar com ela, você criará uma depressão secundária que é perigosa. A primeira depressão é boa, uma dádiva divina. A segunda depressão é criação sua. Não é uma dádiva divina; não é mental. Então você entrará em esquemas mentais, e eles são infinitos.

Se você ficar deprimido, fique feliz por estar deprimido e permita que a depressão se manifeste. Então, de repente, a depressão desaparecerá e surgirá um espaço, uma brecha. Não haverá nuvens e o céu estará claro. Por um único momento, o céu se abrirá para você. Se você não estiver deprimido por causa de sua depressão, poderá entrar em contato, estar em comunhão, atravessar o portão celeste. E quando o conhecer, terá aprendido uma das leis supremas da vida: que a vida usa o oposto como um professor, como uma base ou trampolim.

[...] Olhe a vida deste modo, e não estará distante o momento em que o sofrimento desaparecerá completamente, em que a dor desaparecerá completamente, em que a morte desaparecerá completamente. Aquele que sabe que a agonia existe em benefício do êxtase não ficará agoniado. Aquele que sabe, sente e compreende que o sofrimento existe em benefício da felicidade, jamais sofrerá. É impossível. Ele usa o próprio sofrimento para ser mais feliz, usa a própria agonia como um degrau para o êxtase. Vai além do domínio do mundo, salta para fora da roda de sansar.

O S H O — A Nova Alquimia

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill