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sexta-feira, 28 de março de 2014

O homem realmente disciplinado jamais se prende a nada

Disciplina é uma bela palavra, mas, assim como, no passado, o foram todas as belas palavras, ela tem sido mal empregada. A palavra disciplina tem a mesma raiz da palavra discípulo - o significado da raiz é “processo de aprendizagem”. Aquele que se mostra disposto a aprender é um discípulo, e a atitude de estar disposto a aprender é disciplina.

A pessoa douta nunca está disposta a aprender, pois acha que já sabe muito; ela se mantém muito centrada no que chama de conhecimento. Seu conhecimento não é nada senão alimento para o ego. Ela não é capaz de ser um discípulo, de se manter sob verdadeira disciplina.

Sócrates disse: “Só sei que nada sei” — esse é o princípio da disciplina. Quando você não sabe nada, claro, claro que lhe sobrevém o desejo intenso de inquirir, explorar, investigar. E, assim que começa a aprender, surge inevitavelmente outro fator: qualquer coisa que você tenha aprendido tem que ser abandonada sempre; em caso contrário, ela se tornará conhecimento, e conhecimento impede a aprendizagem de outras coisas.

O homem realmente disciplinado jamais se prende a nada; a cada momento, ele morre para qualquer coisa que tenha vindo a saber e volta a ser ignorante. Essa ignorância é verdadeiramente luminosa.

Concordo com Dionísio quando ele afirma que a ignorância é luminosa. Uma das experiências mais belas da existência é estar num estado de luminosa ignorância. Quando está nesse estado de luminosa ignorância, você está aberto, não há barreira em seu ser, você está disposto a investigar.

A disciplina tem sido mal-interpretada. As pessoas têm dito às outras que disciplinem sua vida, que façam isso, que não façam aquilo. Têm sido imposto ao homem milhares de deves e não-deves. E, quando o homem vive com inúmeros deves e não-deves, ele não consegue ser criativo. Ele se torna prisioneiro; em toda parte, ele deparará uma barreira.

A pessoa criativa tem que eliminar todos os deves e não-deves. Ela precisa de liberdade e de espaço, muito espaço; ela precisa do céu inteiro e de todas as estrelas que existem nele. Só assim sua espontaneidade pode começar a florescer.

Portanto, lembre-se: minha ideia de disciplina não envolve nenhum dos dez mandamentos; não estou impondo-lhes nenhum tipo de disciplina; estou simplesmente tentando fazê-lo discernir a ideia de como continuar a aprender e jamais arvorar-se em douto.

Sua disciplina tem que vir de seu próprio coração; ela tem que ser inteiramente sua - e há uma grande diferença nisso. Quando alguém lhe impõe algum tipo de disciplina, talvez ela jamais lhe sirva; será como vestir as roupas de outrem. Ou elas ficarão grandes demais ou muito apertadas, e você sempre se sentirá um tanto idiota nelas.

Maomé legou um corpo de disciplina aos muçulmanos; talvez isso tenha sido bom para ele, mas não pode ser bom para todos. Buda legou um corpo de disciplina a milhões de budistas; talvez isso tenha sido bom para ele, mas não pode ser bom para todos.

A disciplina é um fenômeno que se dá no âmbito da individualidade; toda vez que a adota de outrem, você começa a viver de acordo com princípios pré-estabelecidos, preceitos mortos. E a vida jamais é morte; a vida é transformação incessante. A vida é movimento.

Heráclito está certo: você não pode entrar no mesmo rio duas vezes. Aliás, gostaria de dizer-lhe que você não pode entrar no mesmo rio uma única vez sequer, pois ele se move muito rapidamente! A pessoa tem que estar atenta a cada situação e suas nuanças, observando-a, e é necessário que a pessoa reaja à situação de acordo com o momento, e não conforme a algum tipo de respostas prontas, fornecidas por outrem.

Você percebe a estupidez da humanidade? Há cinco mil anos, Manu transmitiu um corpo de disciplina aos hindus, e, até hoje, eles o seguem. Três mil anos atrás, Moisés deixou um corpo de disciplina aos judeus, e ainda hoje eles o seguem. Há cinco mil anos, Rsabhanatha transmitiu seu corpo de disciplina aos jainistas, e eles ainda o seguem.

O mundo está sendo levado à loucura com essas doutrinas! Elas são ultrapassadas; elas deveriam ter sido enterradas há muito, muito tempo. Vocês estão carregando defuntos nas costas, e esses defuntos fedem. E, quando você vive cercado por defuntos, que tipo de vida você pode levar?

Eu lhes ensino o momento, e a liberdade do momento, e a responsabilidade do momento. Algo pode ser correto neste momento e pode tornar-se errado no momento seguinte.

Não tente ser imutável, pois, nesse caso, você estará morto. Só os mortos são imutáveis. Procure estar vivo, com todas as suas inconstâncias, e viva cada momento sem nenhuma ligação com o passado nem com o futuro. Viva o momento, e suas reações serão plenas.

Essa plenitude é sublime, essa plenitude é criatividade. Com isso, tudo que você fizer terá beleza própria.

Osho, em "Criatividade : Libertando Sua Força Interior

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill