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quarta-feira, 26 de março de 2014

Aceitando as dores do processo de ego-esfacelamento

Em primeiro lugar, a via descendente se traduz pela desvalorização das compensações. Quando pensamos em desfrutar algumas delas, uma voz logo se eleva em nós: "E depois?" ou "Para quê?" E o ilusório prazer proposto não NOS ATRAI MAIS. 

À medida que a tela psíquica sobre a qual eram projetados os fantasmas compensatórios perde sua opacidade, o olho espiritual percebe, através dele, a noite profunda, isto é, a nostalgia primitiva do nosso abandono à vontade divina. Isto é o que exprime Jesus crucificado ao gritar: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Ao nascer, quando a alma — para falar como Platão — cai num organismo humano, tudo passa por nós como se realmente tivéssemos sido abandonados por Deus. 

À medida que o homem percebe a nostalgia primitiva — pois o processo é LENTAMENTE GRADUAL — começa a sentir uma NOVA TRISTEZA, aparentemente incondicionada, da qual ele procura razões; no entanto, NÃO AS ENCONTRA, ou elas não são proporcionais a essa tristeza profunda. Por outro lado, para utilizar esse sofrimento é preciso começar pela própria purificação, expulsando do pensamento essas circunstâncias. O sofrimento continua a estar presente, e podemos então senti-lo conscientemente, SEM PENSAR. Trata-se de um mal-estar difuso em todo o ser, em todo o corpo, talvez localizado a nível do coração. Essa primeira purificação do sofrimento torna-se possível e engrandecida pela compreensão de que TODO SOFRIMENTO MORAL, PEQUENO OU GRANDE, TRADUZ A NOSSA NOSTALGIA DE DEUS. O homem "liberto vivo" — no qual essa nostalgia evidentemente desapareceu — é totalmente invulnerável ao sofrimento justamente porque a fonte deste último já não existe.

Esta é a verdadeira aceitação do sofrimento, que nada tem a ver com a resignação. As palavras de Jesus exprimem perfeitamente essa aceitação: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!"

Quando o homem chega ao fundo da NOITE DOS SENTIDOS E DO ESPÍRITO (São João da Cruz), sua sensibilidade e pensamento tendem a parar completamente, originando a Realização. 

A um discípulo que perguntava qual era a última palavra do Ch'an, seu mestre respondia: "É sim". O homem comum, diante daquilo que lhe causa pesar, adota uma atitude negativa de revolta; esta, por sua vez, normalmente impotente, é cruel. Portanto, devemos aprender a adotar em todas as circunstâncias uma atitude positiva, a entrar em acordo com nossas desgraças, assim como com a nossa alegria. As felicidades são momentos de calma muito úteis, porém também devemos abençoar e experimentar totalmente as nossas infelicidades, sofrimentos e desgostos, já que só assim nossa condição egotista recebe os golpes que provocarão seu desaparecimento. Em nós é feito, então, um trabalho inconsciente que nosso intelecto seria incapaz de assumir e que unicamente realiza o SI. 

Hunert Benoit — A Realização Interior

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill