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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Qual o papel da disciplina na verdadeira espiritualidade?


"O processo da disciplina do Yoga é eliminar as impurezas causadas pelo processo do condicionamento, de modo que a Luz do Puro Percebimento Incondicionado possa brilhar." — Patañjali (150 D.C)

Pode-se perguntar: a disciplina não tem lugar na verdadeira espiritualidade? A vida espiritual é uma vida indisciplinada? Se for, não resultaria em desperdício de nossas energias? E a energia não é necessária para viver a vida espiritual? Parece muito claro que o desperdício de energia deve ser eliminado em TODOS OS NÍVEIS, o que indica que a energia DEVE SER CONSERVADA. Além disso,  precisamos conhecer o segredo da renovação de nossa energia se quisermos avançar na direção das expressões criativas da vida espiritual. 

É bastante óbvio que a conservação de energia é possível apenas em uma vida disciplinada. Mas, se a planta da vida espiritual floresce em uma atmosfera de liberdade e espontaneidade, como podem ser reconciliadas a liberdade e a disciplina? De hábito, liberdade e disciplina são consideradas contraditórias e, por consequência, mutuamente exclusivas. Porém, o fato é que apenas aquele que é totalmente livre pode ser, na verdade, disciplinado. Sem liberdade, a disciplina é uma imposição, seja de fora ou de dentro. Muitas vezes uma pessoa afirma que não aceita qualquer disciplina que seja imposta por uma autoridade externa, mas esta pessoa esquece que a chamada autoridade interna é também um produto de fatores condicionantes. A autoridade interna é realmente um produto de forças sociais e culturais que invadem o indivíduo, advindas da sociedade ou do grupo ideológico ao qual pertence. A liberdade exige uma completa eliminação da autoridade tanto externa quanto interna. É apenas então que o indivíduo, TORNANDO-SE INDEPENDENTE, assume a completa responsabilidade por tudo o que faz. Com certeza, é no clima de tal responsabilidade que a verdadeira disciplina cresce. Quando o homem compreende que nenhuma autoridade pode salvá-lo NEM MESMO A AUTORIDADE INTERNA, assim, SOZINHO, ele está supremamente disciplinado. Nesta compreensão da auto-responsabilidade, ele sabe que precisará de toda sua energia, e, em consequência, não pode permitir que seja desperdiçada. Sem tal senso de responsabilidade, a disciplina não tem valor, e, quando a responsabilidade é despertada, surge a disciplina natural e espontaneamente. 

Quando somos completamente responsáveis por nós mesmos, começamos a viver no verdadeiro sentido da palavra. Sabe-se que uma ação que emerge da ação correta tem a qualidade da verdadeira disciplina. É uma disciplina que emana da própria ação de viver. Não é baseada em um ideal, que tentamos traduzir para nossa conduta diária; surge no próprio processo do aprendizado. Aprendemos, e este mesmo ato de aprender cria sua própria disciplina. É como um rio que, na própria ação de fluir, cria sua própria disciplina em função das suas margens. Estas não são criadas com antecedência. Podemos criar tais margens e descobrir que o rio tomou um curso totalmente diferente. Isso é verdadeiro igualmente com relação ao rio da vida. Se seu fluxo é mantido ininterrupto, este mesmo fluxo cria sua própria disciplina. Quando o fluxo sofre obstrução, começam os desordenamentos. É a mente do homem, com suas conclusões e interesses encobertos, que cria obstruções ao fluxo da vida. É o sentimento de posse que interrompe o fluxo da vida, gerando caos e confusão. Há uma disciplina inerente ao fluxo da vida. É suficiente olhar a natureza para ver que todas as suas atividades são perfeitamente disciplinadas. No entanto, não é uma disciplina aparte da vida. O ato de viver é um estado dinâmico. O dinamismo da vida exige uma disciplina que surge no próprio ato de viver. 

Rohit Mehta - Yoga: A arte da integração

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill