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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O estado de criação que não é imitação

Principalmente nestes tempos em que tanta confusão lavra pelo mundo, em que há tanta autoridades, tantos gurus, tantos guias, cada um deles afirmando e negando, cada um oferecendo um novo padrão de ação, não será importante descobrir o que é a ação independente do padrão, independente da cópia? Só podemos descobrir isso quando compreendermos o processo e o significado da imitação — não só a imitação e o conformismo produzidos pela autoridade de nossa experiência. A autoridade vem à existência — não é verdade? — quando desejamos estar bem seguros; e quanto mais desejarmos segurança, tanto menos a teremos — o que bem demonstram estas guerras intermináveis. Cada grupo constituído de supostos indivíduos deseja estar em segurança e por isso cria um sistema, um padrão de segurança baseado em sua própria autoridade, em conflito com a autoridade dos outros. Assim sendo, enquanto buscais a segurança, sob qualquer forma, psicológica ou fisiológica, haverá conflito, haverá destruição. O desejo de segurança implica conformismo; e só quando a mente está de fato insegura, completamente incerta, quando não depende de autoridade alguma, nem exterior nem interior, quando não está imitando um exemplo, um ideal, ou aferrada à autoridade do que foi — só então está a mente isenta de conformismos e, portanto, livre para descobrir; e só então há criação.

Nosso problema, pois, não é de como agir, mas de como fazer surgir aquele estado de criação que é a verdadeira individualidade. Aquele estado, obviamente, não se baseia em ideia alguma, porque a criação nunca pode ser uma ideação. A ideação tem de cessar, para que surja a ação criadora. Não pode haver ação criadora enquanto existir um padrão, uma ideia; e como a nossa vida está baseada na ideia, no ajustamento ao ideal, não somos criadores — este é o problema real, e não como agir. Qualquer um pode dizer-vos como agir, qualquer político, qualquer sistema engenhoso, pode indicar-vos o que deveis fazer; mas, ao fazê-lo, criareis mais malefícios, mais sofrimentos, mais confusão, mais luta, porque a vossa ação não é consequência da criação. Eis porque importa  que eu esteja livre do conformismo e seja um verdadeiro indivíduo. Para o conseguir, precisamos saber o que somos, a cada momento; e na compreensão do que somos, encontra-se a possibilidade de criar uma sociedade não baseada no conflito, na destruição e no sofrimento. Um indivíduo nesse estado é um indivíduo feliz, e a sociedade não exige imitação de virtude; ao contrário, a felicidade cria a virtude. Um homem feliz é um homem virtuoso — o homem infeliz é que não é virtuoso; e por mais que se esforce por se tornar virtuoso, enquanto for infeliz, para ele não existirá virtude. Pode ele tornar-se respeitável, mas a respeitabilidade só servirá para encobrir sua infelicidade. O que tem importância, portanto, é descobrir por nós mesmos o padrão de conformismo e perceber a verdade relativa a esse conformismo; porque só quando percebermos que o padrão é criado pelo temor à insegurança atingiremos o estado de criação.

Jiddu Krishnamurti — 12 de fevereiro de 1950 — O que estamos buscando?


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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill