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sábado, 17 de agosto de 2013

Eu nada tenho para ensinar

Pergunta: Tenho “experimentado” seriamente, durante muitos anos, o seu ensino, tornei-me plenamente cônscio da natureza parasitária da consciência do “eu”, cujos tentáculos vejo estender-se a cada um dos meus pensamentos, palavras e atos. E o resultado foi que perdi toda a confiança em mim mesmo, todo o incentivo. O trabalho tornou-se uma canseira, e o lazer tédio. Minha existência é uma quase constante tortura psicológica, e mesmo essa tortura me parece ser um truque do “eu”. Vejo-me num beco sem saída, em todos os setores da minha vida, e pergunto-lhe o mesmo que tenho perguntado a mim mesmo: E agora?

Krishnamurti: Você está “experimentando o meu ensino, ou está “experimentando” a si mesmo? Espero que perceba a diferença. Se está “experimentando” as coisas que digo, tem então de chegar ao ponto de perguntar “E agora?”, porque nesse caso está fazendo forças para alcançar algum resultado que pensa que eu alcancei. Pensa que eu tenho uma coisa que você não tem, e que se “experimentasse” o que digo, a ganharia também. É assim que procede a maioria das pessoas. Interessamo-nos por essas coisas com uma mentalidade comercial: Fazer ISTO, a fim de obter AQUILO. Rezarei, meditarei, e farei sacrifícios, a fim de OBTER uma certa coisa.

Ora, você não está praticando o meu ensino. Eu nada tenho para ensinar. Ou melhor, eu só lhe digo que observe a mente, que veja até que profundezas ela pode chegar. Portanto, você é que é importante, e não o ensino. É de muita importância que você descubra seus próprios modos de pensar e tudo o que esse pensar implica, como estive tentando mostrar hoje de manhã. E se você está observando o seu próprio pensar, se está vigilante, “experimentando”, descobrindo, largando, isto é, morrendo cada dia para tudo o que acumulou, então nunca fará a pergunta “E agora?” 

Veja, a confiança é uma coisa completamente diferente da "confiança em si mesmo". A confiança que nasce quando estamos descobrindo, momento por momento, é toda diferente da confiança em si mesmo, resultante da acumulação de descobrimentos, que se tornam saber e lhe conferem importância. Percebe a diferença? Por conseguinte, o problema da confiança em si mesmo desaparece completamente. Há só o constante movimento do descobrir, a constante leitura e compreensão, não de um livro, mas de sua própria mente, de toda a vasta estrutura da consciência. Você não está em busca de resultado algum. É só quando busca um resultado, que você diz: “Pratiquei tais e tais coisas, mas não ganhei nada com isso e perdi a confiança em mim mesmo. E agora?” Mas, se, ao contrário, está examinando e compreendendo os movimentos da sua mente, sem visar recompensa, um alvo, sem o incentivo de ganho, há então autoconhecimento, de onde você verá surgir uma coisa maravilhosa!


Jiddu Krishnamurti — Realização sem esforço
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill