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domingo, 11 de agosto de 2013

É possível controlar o pensamento?

Deseja saber o interrogante como se controla o pensamento. Primeiramente, para que você possa controlá-lo, precisa saber o que é o pensamento e quem é o agente que controla. Representam eles dois processos distintos ou um fenômeno único? Você precisa, primeiro, compreender o que é o pensamento, para poder dizer "quero controlar o pensamento", e precisa, também, conhecer o "controlador". Existe "controlador" sem o pensamento? Se você não tem pensamentos, existe pensante? O pensante é o pensamento; o pensamento não está separado do pensante; ambos constituem um processo único.

Assim, pois, restam-nos apenas, pensamentos, tendo desaparecido o pensante. Embora você pronuncie as palavras "eu penso", isso representa apenas uma forma comunicação. O que há realmente é apenas um estado, no qual existe pensamento. E o pensamento cria o pensante, o qual, então, comunica o seu pensamento. O pensante é, meramente, a "verbalização" do pensamento.

Cabe-nos, pois, verificar o que é pensamento. Saberemos, então, se é ou não possível controlá-lo, e porque desejam controlá-lo. Pode existir um critério inteiramente diferente para se por fim ao processo do pensamento, mas não é por meio do controle. Porque, no momento em que vocês exercem controle, em que fazem um esforço de vontade, vocês não compreendem o pensamento. Estão, então, simplesmente, a condenar um pensamento e a justificar outro. Aquele que justificam, vocês desejam conservar, e aquele que condenam, desejam rejeitar. Vejamos, pois, o que se entende por pensamento.

Que é pensamento? Sem a memória não há pensamento, há? O pensamento é resultado da experiência acumulada, que é o passado, não é? Sem o passado não pode haver pensamento no presente, ou pode? O pensamento, pois, é uma reação do passado ao desejo do presente. Isto é, o pensamento, indubitavelmente, é reação da memória. Mas, que é memória? A memória, a conservação da lembrança, é a verbalização da experiência, não é verdade? Há desafio e reação — o que significa experiência — e essa experiência é verbalizada. Essa verbalização cria a memória; e a reação da memória ao desafio é o pensamento. Portanto, pensamento é verbalização, não é?

Não sei se vocês já tentaram pensar sem palavras. No momento em que pensam, necessitam de palavras. Não quero dizer que não haja um estado do qual não exista verbalização. Não estamos discorrendo a esse respeito. O pensamento é a palavra. Sem a verbalização, sem a palavra, sem o pensamento — o pensamento que nós conhecemos — não existe. Se perceberem, pois, que a palavra — a verbalização — é o processo do pensamento, não se trata então de controlar o pensamento, mas sim de fazer desaparecer o pensamento como "verbalização". Sempre que há verbalização de uma experiência, existe, forçosamente, pensamento. Pensar é verbalizar. Nosso problema, pois, não é o de saber como controlar o pensamento, mas, sim, de saber se é possível deixarmos de verbalizar, de por tudo em palavras. Porque pomos em palavras as nossas respostas e reações? Porque fazemos isso? Por uma razão muito óbvia: para comunicarmos, para contarmos a outro o nosso sentimento. Verbalizamos, também, com o fim de fortalecer o sentimento, não é verdade? — como fim de fixá-lo, de contemplá-lo, de recaptar o sentimento que nos fugiu. A palavra tomou o lugar do sentimento que se foi. Assume, desse modo, a palavra toda a importância, em lugar do próprio sentimento, da reação, da experiência. A palavra tomou o lugar da experiência. Desse modo, a palavra se torna pensamento, o qual inibe ao "experimentar".

Nosso problema, pois, é o seguinte: é possível deixarmos de "verbalizar", de dar nome, de determinar? Isso é possível, evidentemente. Vocês o fazem com frequência, porém, inconscientemente. Quando defrontam uma crise, com um súbito desafio, não há verbalização. Vocês a enfrentam por maneira completa. Isto é possível, portanto, mas somente quando a palavra deixa de ser importante, o que significa: quando o pensamento, a ideia, deixa de ser importante. Quando uma ideia se torna importante, torna-se então importante o padrão, a ideologia, e a revolução baseada numa ideia se torna importante. Mas, revolução baseada numa ideia não é revolução, é somente continuação, a continuidade modificada, de uma ideia velha, de uma ideia de ontem.

Nessas condições, a palavra só se torna importante quando não é importante o experimentar, quando não há o "estado de experimentar", que é enfrentar o desafio sem verbalização, sem a cortina protetora das palavras. Vocês dão vida à palavra, que é memória, quando é essa memória que enfrenta o desafio; porque a memória em si, não tem vida, não é verdade? A palavra, por si só, não tem significação. Ela só ganha vitalidade, força, ímpeto, plenitude, quando é o passado, a memória, que enfrenta o desafio. Por consequência, pela ação do vivente, o que está morto volta à vida. E visto que ganha mais vida, daquilo que si está morto, o pensamento se torna sumamente importante. O pensamento, por si só, não tem significado algum, a não ser em relação como o passado, que é verbal. E não se trata de controlar o pensamento. Pelo contrário, uma mente controlada é incapaz de receber a verdade. Mente controlada é mente ansiosa, mente que resiste, que reprime, que substitui, e uma mente em tais condições está cheia de temor; e como pode estar tranquila uma mente cheia de ansiedade? Só pode haver tranquilidade quando a mente não está presa na rede das palavras. Quando a mente não está mais a verbalizar toda experiência, acha-se ela, então, num "estado de experimentar".

Quando há "experimentar", não há o que experimenta nem coisa experimentada. Nesse "estado de experimentar" que é sempre novo, que sempre é ser — embora se possa comunicar esse ser mediante o uso de palavras — o indivíduo sabe que a palavra não é a experiência que a palavra não é a coisa, que ela nenhum conteúdo tem; só a própria "experiência" é repleta de conteúdo. O "experimentar" não é, pois, verbalização. "Experimentar" é a mais elevada forma de compreensão, porquanto é a negação do pensar. A forma negativa de pensar é a mais elevada forma de compreensão; e não pode haver pensar negativo, quando há verbalização do pensamento. Não se trata, pois, absolutamente, de controlar o pensamento, mas de se ficar livre do pensamento. É só quando a mente fica livre do pensamento, que há percepção daquilo "que é", do que é terno, do que é a Verdade.

Jiddu Krishnamurti — O que te fará feliz? 

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill