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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Revolta dentro da sociedade não é revolta

Pergunta: Você diz que devemos nos revoltar contra a sociedade, e ao mesmo tempo diz que devemos ser sem ambição. Mas, não é ambição o desejo de melhorar a sociedade?

Krishnamurti: Já expliquei muito cuidadosamente o que entendo por revolta, mas vou empregar duas palavras diferentes, para maior clareza. O revoltar-se dentro da sociedade, a fim de melhorá-la um pouco, de colocar em execução certas reformas, isso é como uma revolta de presos que querem melhorar de vida entre os muros da prisão; e uma revolta desta natureza não é revolta, porém, simples motim. Você percebe a diferença? A revolta dentro da sociedade é como um motim de presos que querem melhor comida, melhor tratamento, dentro da prisão; mas a revolta que nasce da compreensão é aquela do indivíduo que se liberta da sociedade; e esta é a revolução criadora.

Ora, se você como indivíduo se liberta da sociedade, tal ação é motivada pela ambição? Se o é, isso significa que você não se libertou, absolutamente; continua dentro da prisão, porque a base mesma da sociedade é a ambição, a ganância, a avidez. Mas se, compreendendo tudo isso, você promove uma revolução em sua mente e seu coração, então você já não é ambicioso, já não está sendo impelido pela inveja, a avidez, a ânsia de aquisição e, por conseguinte, você está completamente fora de uma sociedade cuja base são estas coisas. Você é, então, um indivíduo criador e, em sua ação, estará o germe de uma “cultura” diferente.

Há, portanto, uma vasta diferença entre a ação da revolução criadora, e a ação da revolta ou motim dentro da sociedade. Enquanto você só se preocupar com meras reformas, com o simples decorar das grades e paredes da prisão, não será criador. Toda reforma torna necessária outra reforma, e só produz mais misérias e mais destruição. Mas, ao contrário, a mente que compreende toda essa estrutura de aquisição, de avidez, de ambição, e dela se liberta — essa mente se acha em revolução constante. É uma mente que se expande, que cria; por conseguinte, como a pedra lançada numa lagoa tranquila, sua ação produz ondas e essas ondas formarão uma sociedade completamente diferente.

(...)

Pergunta: Ainda que possamos criar uma nova sociedade, revoltando-nos contra a atual, esta criação de uma nova sociedade não constitui também uma forma de ambição?

Krishnamurti: Parece que você não escutou o que estive dizendo. Quando a mente se revolta contra o padrão da sociedade, essa revolta se assemelha a um motim dentro de uma prisão, e é apenas uma outra forma de ambição. Mas, quando a mente compreende, em sua inteireza, esse destrutivo "processo" da atual sociedade, e dele sai, sua ação não é então ambiciosa. Essa ação poderá criar uma nova civilização, uma ordem social melhor, um mundo diferente, mas a mente não está preocupada em criá-la. Seu único interesse é descobrir o que é verdadeiro; o movimento da verdade é que criará um novo mundo, e não a mente que se acha em revolta contra a sociedade.

Krishnamurti – A cultura e o problema humano

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill