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segunda-feira, 22 de julho de 2013

O que é meditação?

Não sei até que ponto você está familiarizado com a palavra “meditação”. No Oriente é uma palavra muito familiar e, como tal, uma palavra bem tradicional. Lá, a meditação é uma coisa que se pode cultivar. O indivíduo disciplina, controla, molda os seus pensamentos em conformidade com um padrão. Para isso, existe um conjunto de regras: o modo de sentar-se, o modo de respirar, o modo de mover-se. Há vários sistemas de meditação e, se seguirmos este ou aquele sistema, obteremos, dizem eles, resultados. É claro que se obtém resultados. Isso é óbvio, pois não? Se faço uma coisa vezes e vezes repetidas, dia após dia, entra mês e sai mês, não posso deixar de obter um resultado; mas esse resultado é a projeção de uma mente vulgar, limitada, estúpida. Essa mente está se ajustando a um padrão e, por conseguinte, não há liberdade, e esse modo de meditação não é meditação, em absoluto. É mero ajustamento a um padrão, por meio do qual espero alcançar a paz, Deus, ou o que quer que desejo alcançar. Um homem de mentalidade burguesa, insignificante, frustrada, poderá sentar-se para “meditar”; poderá praticar métodos de disciplina, de controle, e moldar suas atividades de acordo com um padrão; mas sua mente permanecerá vulgar, e seu Deus será igualmente vulgar. Ao perceber por você mesmo essa verdade, você rejeitará inteiramente essa maneira de meditar e, no próprio ato de rejeitá-la, se libertará da velha ideia de que devemos nos ajustar aos padrões tradicionais. Quando você for livre, infinitamente livre, não mais haverá para você, contradição na ação; não mais haverá ajustamento a qualquer ideia ou ao padrão estabelecido pela tradição, pelos ditos e hábitos de inumeráveis pessoas. Quando você estiver livre de tudo isso por o ter compreendido, começara a meditar. A meditação é uma coisa maravilhosa, se sabemos como pratica-la — melhor, não há como: quando a praticamos.

A meditação requer a total compreensão do EU, e, por conseguinte, que você esteja livre da estrutura psicológica da sociedade. Isto é, quando já não é ambicioso, ávido, invejoso, e não mais está tentando alcançar, “vir a ser”; portanto, quando não há mais esforço. A mente está então perfeitamente tranquila; não foi posta tranquila à força de disciplina, de controle, de maneiras de respirar — e todos os demais artifícios e futilidades — nem por influência de drogas. Acha-se então a mente sobremodo ativa e quieta. Para manter-se ativa e quieta, a mente deve estar em silêncio, repleta de energia e, contudo, vazia.

Mas, você diz que a maioria de nós quer experiências. É claro, e tal é a razão porque tantas pessoas procuram meditar. Já tiveram todas as habituais experiências físicas, intelectuais e emocionais, e querem mais ainda, recorrendo às drogas. Encontram-se no mercado várias drogas estimulantes e que habilitam o indivíduo a passar por experiências fora do comum. Ora, é necessário compreender a natureza da experiência. Se você não tivesse experiências de espécie alguma, adormeceria. Se não fosse pressionado pela sociedade, pelos livros, por toda espécie de influência, logo adormeceria, porque você só deseja proteção, conforto, segurança. Tendo tido todas as experiências habituais, delas você se sente enfadado, entediado e, como você é um ente sensível, sutil, deseja agora experiências mais amplas e profundas; mas, trata-se ainda do mesmo movimento.

Pois bem. Quando você compreende integralmente a natureza da experiência, deixa de buscar por estímulos externos, proporcionadores de experiências. Depois de rejeitá-los, manifesta-se um estímulo interior, o qual cria sua peculiar experiência. Por essa razão é que, na chamada meditação, muitas pessoas têm visões — e como gostam de ter visões e de experimentar tantas infantilidades provenientes de seu próprio condicionamento! Após essa plena compreensão, a mente se acha tranquila, imóvel. Nesse silêncio não há “experimentar” de coisa alguma, porque a mente está viva, lúcida, é a luz de si própria; totalmente desperta como fica, encontra-se além de toda experiência. Isso é meditação.

Krishnamurti - O descobrimento do amor

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill