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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Em seu coração não há cânticos, porém, gritos

Pergunta: Por que nunca se realizam plenamente os nossos desejos? Por que há sempre obstáculos a nos impedir de atuar completamente, como desejamos?

Krishnamurti: Se é completo o seu desejo de fazer certa coisa, se nele está todo o seu ser, sem busca de nenhum resultado, sem nenhum desejo de preenchimento — não há então nenhum obstáculo. Só há obstáculo, contradição, quando seu desejo é incompleto, fragmentário: você deseja fazer uma coisa e ao mesmo tempo tem medo de fazê-la ou sente um vago desejo de fazer outra coisa. Além disso, há possibilidade de você realizar todos os seus desejos? Compreende? Explicarei.

A sociedade, que é a relação coletiva entre os homens, não quer que você tenha nenhum desejo completo, porque, se isso acontecesse, você se tornaria um incomodo, se tornaria uma perigo para a sociedade. Ela lhe permite ter desejos “respeitáveis”, como ambição, inveja — isso, sim, é muito “correto”. Constituída, que é, de entes humanos invejosos, ambiciosos, que acreditam e imitam, a sociedade admite a inveja, a ambição, a crença, a imitação, muito embora todas essas coisas sejam indícios de medo. Enquanto seus desejos se harmonizam com o padrão estabelecido, você é um cidadão respeitável. Mas, no momento em que você tem um desejo completo, estranho ao padrão, você se torna um perigo; assim sendo, a sociedade está sempre vigilante, para lhe impedir de ter um desejo completo, um desejo que seja a expressão de seu ser total e, portanto, produtor de ação revolucionária.

A ação de ser difere muito da ação de “vir a ser”. A ação de ser é tão revolucionária que a sociedade a repudia e se interessa exclusivamente pela ação de “vir a ser”, a qual é respeitável porque condiz com o padrão. Mas, todo desejo que se expressa na ação de “vir a ser”, que é uma forma de ambição, não encontra preenchimento. Mais cedo ou mais tarde, ele se vê contrariado, impedido, frustrado, e contra a frustração nos revoltamos de maneira nociva. 

Esta é uma questão muito importante de se examinar, porque, quando você envelhecer, verá que seus desejos nunca são realmente preenchidos. No preenchimento está sempre a sombra da frustração, e em seu coração não há cânticos, porém, gritos. O desejo de “vir a ser” — tornar-se um grande homem, um grande santo, um grande isto ou aquilo — não tem fim e, por conseguinte, não tem preenchimento; sua exigência é sempre de mais, e esse desejo gera sempre agonias, aflições, guerras. Mas, quando a pessoa está livre do desejo de “vir a ser”, há um “estado de Ser”, cuja atenção é totalmente diferente. Seu próprio ser é seu preenchimento

Krishnamurti — A cultura e o problema humano

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill